Herdeiros do Fogo escrita por Tikie, L R Rondão


Capítulo 6
Quanta coisa pode acontecer antes de sentar para jantar?


Notas iniciais do capítulo

— A previsão do próximo capítulo está para dia 10/04 de 2017.
— Sim, prevista para seis meses.
— A Satsuki aqui ainda é uma criança, muitas reações podem ser diversificadas. Não achem que ela vai fazer tudo perfeito.

...

Olá minha gente.
Não, essa fic não foi abandonada.
E eu estou morrendo de sono, então até a próxima.



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Atenção: por favor, não ignorar as notas iniciais.
Obrigada.

...

Herdeiros do Fogo - Capítulo VI.

De volta à realidade da sala, algumas pessoas ficaram em dúvidas do que aconteceu. Kushina — que antes gritara com Naruto — se interrompeu depois que Itachi, que ativara o Sharingan, se levantou.

Mas depois de um segundo de silêncio dos dois, eles simplesmente voltaram a sentar. Quando Fugaku iria tirar alguma satisfação com o filho — afinal, ele poderia ser acusado de tentar ter atacado a esposa do Yondaime — Satsuki acabou gritando desesperada.

— Naruto! Oe, Naruto! — foi o mais rápido possível para perto do loiro, que parecia estar perdendo a consciência. Ou tinha até perdido, pois estava tomando para o lado na cadeira, como se não aguentasse mais o peso do próprio corpo. — O que diabos está acontecendo? Me responde, Naruto!

Contudo nem ele e nem ninguém na sala poderia responder alguma coisa. Porque muita coisa estava acontecendo, e ninguém estava conseguindo acompanhar a velocidade dos fatos, nem mesmo o Kage que foi tido com o mais rápido do mundo.

Se não fossem os gritos desesperados de Satsuki, a sala estaria tão silenciosa quando um cemitério no ápice da madrugada. A realidade tão bem escondida num Genjutsu veio na cara dos pais de Naruto (e companhia) mais dolorosa que qualquer ferimento em batalha que já tiveram.

Porém é claro que foi um Genjutsu bem feito: estavam falando de Uchiha Madara, o lendário! Se bem que neste caso se tratava de um Fuuinjutsu. Só que servia para o mesmo propósito: distorcer a realidade. E assim, a ilusão criada de que ele estava morto foi quebrada.

Ele estava lá, tão vivo quanto antes e mais perigoso do que nunca.

E além disso tudo, ele tinha um plano. Um plano que quase desestabilizou toda Konoha: o ninja mais forte foi afetado, juntamente com sua esposa e a maior vítima foi seu filho mais velho sendo tratado de maneira injusta e sem conhecer o amor. Somente para se tornar uma marionete. Para que ele odiasse a tudo e todos. Para que seguisse Madara no caminho que só trás caos e destruição inclusive àqueles que o seguem. E pensando sobre isso, Itachi e Minato (principalmente Minato) estavam preocupados com o rumo que os acontecimentos se sucederam.

Só que antes disso tudo, havia algo que necessitava ser resolvido, e com urgência: além de Naruto estar aparentemente desacordado, seu corpo começou a libertar um Chakra tenebroso. Esse, além de ter uma Sakki (intenção assassina) horripilante, a cor oscilava entre vermelho-sangue e o preto. E ninguém estava entendendo o motivo.

Até que duas figuras apareceram auxiliadas por outra mais alta. Hiashi, que antes estava mantendo a calma, pois sua experiência lhe dizia que algo muito sério estava acontecendo, se levantou de supetão: três pessoas estavam agora em sua casa, e o seu Byakugan e de todos os outros Hyuugas não foram capaz de detectar.

O que o acalmou foi o fato de que, teoricamente, elas não ofereciam perigo.

Um era um senhor que suava, com febre aparente e que respirava com dificuldades. Ele estava apoiado em um jovem de cabelos castanhos e que parecia em melhor estado dos três. Já a terceira era que parecia estar pior: além de também estar suando e respirando com dificuldades, parecia bem machucada, suas roupas desgastadas e rasgadas, além de ter uma coleira bem grossa no pescoço que parecia machucar.

— Kurama, Yamamoto -San! — Hinata gritou para alívio de seu pai, já que eles não eram completamente desconhecidos.

A Hyuuga auxiliou a menina que estava sofrendo amargamente, e uma das empregadas apostas foi buscar água.

— O que diabos está acontecendo aqui? — a Uchiha estava a ponto de se enfurecer com a falta de resposta sobre as mudanças repentinas.

— Use o seu Sharingan, agora. Só você pode ajudá-lo. — Ashura pediu em de suplicia e ela imediatamente atendeu para a surpresa se todos seus parentes, que não sabiam que ela já o havia despertado.

E em um único segundo de intervalo após a fala do Ootsutsuki ela já estava na mente dele, pois seu Sharingan de dois tomoes bem treinado era o suficiente para tal. E do lado se fora, as confusões não terminaram.

A empregada chegou à sala, entregando o copo d’água a ruiva que ainda aparentava estar sofrendo, mas alguns sinais de melhora eram percebidos.

— Obrigada, senhora Uika. — Hinata agradeceu com um sorriso, ajudando a amiga a beber. Em sua mente, desconfiava se aquilo iria realmente ajudar um Bijuu, mas não iria deixar de o fazer.

— Quem são vocês? E desde quando minha irmã tem o Sharingan? — Sasuke, o mais perdido da mesa, tentava entender algo, mesmo que nem todas as perguntas estejam em alto valor de relevância.

— Explicaremos tudo em sua devida hora, mas por enquanto deixemos a Kurama se concentrar. — Ashura pediu tentando apaziguar o clima. É claro que eles causariam suspeita.

— Se concentrar? — Itachi vinha com as perguntas certas. — O que ela está fazendo?

— Eu estou tentando que o Naruto não desintegre nesse colapso. O ódio dele está mexendo em coisas que jamais poderiam ser desequilibradas. — mesmo com a voz fraca, a ironia ainda era presente no tom da ruiva.

— Hey, falamos mais tarde. — Yamamoto interviu na conversa que não iria levar a lugar algum no momento. — Devemos esperar que Satsuki tenha sucesso em acalmar o Naruto.

Caso contrário, as medidas terão de ser extremas.

Ele engoliu a seco, e sabia que Kurama e Ashura também entendiam a corda bamba que se formou: se tudo piorasse, Naruto teria que ser morto. Pelo bem de todos, inclusive do Uzumaki. O descontrole do Chakra da Kurama já era perigoso, o do Yamamoto mais ainda. É absurdo que os dois tenham entrado em colapso junto. O pior é: quem teria que matá-lo teriam de ser aqueles três, um dos que mais aprenderam a amar o loirinho.

Só que eles não eram os únicos que sabiam disso: Satsuki também sabia. Por isso, quando ela entrou na mente do melhor amigo, tremeu. As coisas estavam feias. Muito feias.

O cenário que mudava mais vezes do que qualquer um gostaria, se transformou novamente. E mesmo que ela conseguisse ver Naruto, isso não mudava o fato de que tudo se complicou em proporções inimagináveis em pouco tempo e inesperadamente.

Tinha que olhar para cima para conseguir enxergá-lo: estava preso pendurado por grossas correntes. Seus olhos estavam fechados e ele parecia desacordado, mesmo dentro da própria mente. Seu rosto parecia machucado e sua aparência estava mais frágil do que em qualquer outra vez que ela tenha o visto, ou se lembrava. Em volta dele, o chakra tenebroso que apareceu antes e que assustou a todos na sala, pairava assustando mais ainda, pois a Sakki parecia ainda pior.

E para piorar, alguma parte desse Chakra parecia ter se fundido, transformando-se em algo sólido que se contorcia assustadoramente para cima, criando espinhos gigantes, negros e de aparência que causava desconforto.

E quando ela olhou para frente, seu coração falhou uma batida. Ali em sua frente estava o Naruto, mas... Não era o Naruto. A aparência era muito semelhante: a estatura é a mesma, os cabelos eram o mesmo, tanto que o tom loiro era igual. As marcas nas bochechas estavam ali, mas o azul intenso dos olhos... Não. Eles eram vermelhos, cruéis. Assim como o sorriso, algo que não combinava com o Uzumaki.

— Satsuki -Chan... — até a voz era absurdamente parecida. Não, ela era igual... Mas transbordava uma maldade nunca vista anteriormente.

— Quem... É você?... — a Uchiha vacilou. Naruto é muito especial, quase como da família de sangue dela e aquela aparência foi um tapa em sua determinação.

— Ora... Não me reconhece? Achei que fosse... Seu melhor amigo. — caminhou em volta da menina paralisada. Seus passos eram lentos, porém causava tremores involuntários no corpo alheio.

E ele adorou isso.

— Você não é o Naruto. — afirmou depois de um suspiro para tentar recuperar um pouco de postura e da própria dignidade.

Naruto precisa de mim.

Esse pensamento lhe deu forças para encarar a pupila escarlate que brilhou em divertimento com a súbita coragem demonstrada.

— Ei... Não me ofenda. Acreditando ou não, eu sou o Naruto. — parou de rodar e parou em frente a ela. Colocou o dedo indicador abaixo do queixo, para poder encarar os orbes negros. — Eu sou o verdadeiro Naruto.

— NÃO DIGA ISSO! — com a sua irritação ela empurrou o mais forte que conseguiu. E, sendo que sua força física não era algo superficial, conseguiu uma boa distância.

Contudo ele ainda estava se divertindo. Por isso, riu.

— O que? A verdade dói? — se levantou enquanto se divertia enlouquecido. — PREFERE ACREDITAR NAQUELA MÁSCARA?

E dessa vez fora ela quem levou um tapa em sua face, sem o mínimo contato físico. No fundo, ela sabia. Sabia que tinha algo errado. Naruto, alguém que sofreu tanto, na teoria não poderia ser tão “feliz” ou estar tudo sempre “tão bem” com ele. Ela sabia que no mínimo, ele escondia algumas coisas dela. No fundo, se incomodava. Ela queria que o Uzumaki compartilhasse consigo.

Porém... Uma máscara? O Naruto de verdade era assim? Alguém odioso?

Não. Aquele não poderia ser o Naruto.

— Ele não é uma máscara! — se irritou ficando em posição de batalha. — E você está o machucando! Não vou te perdoar!

— Olha... A gatinha resolveu mostrar as suas garras... — numa velocidade incondizente ao aceitável, a “cópia” se aproximou da Uchiha e a pegou pelo pescoço, suspendendo-a no ar. — O que acha que pode fazer contra mim? Em... O que?

Surpresa e ainda muito abalada, principalmente por ser a primeira vez em sua vida e carreira que sentia na pele que a morte não estava tão distante assim, ela tentava ao seu máximo afrouxar a mão que a prendia. Porém sem sucesso.

— Você não consegue lutar contra mim. Você é fraca. A minha aparência te impede de lutar, e mesmo que por um milagre conseguisse se mover, você não conseguiria fazer absolutamente nada! — a jogou no chão com força, revidando o empurrão. — Eu sou um Naruto mais forte que qualquer coisa que ele tenha inventado — se feriu a “máscara” —, pois eu sou seus verdadeiros sentimentos... Eu sou seu o ódio...

Com um pouco de dificuldades, Satsuki se levantou. Olhou para cima, onde teoricamente deveria se ver o céu. Só que só conseguiu enxergar um preto sem fim e seu melhor amigo, o seu Naruto ficando cada vez mais pálido.

— Você não é o Naruto. Nada que fale poderá mudar isso. — ativou seu Doujutsu pensando em tudo que aprendeu até o momento: era para isso que passou várias horas treinando.

Para a verdadeira batalha.

— Então... Para que falar?! — a maldade em seus lábios não se escondia. — Eu posso mostrar de outras formas. — o chakra híbrido começou a circular em volta dele. Ou seja, o loiro podia controlar como quisesse.

E isso foi uma péssima informação bem entendida pela Uchiha.

— Eu vou salvá-lo!

— Não pode tentar salvar alguém de si mesmo, querida... E entenderá isso mais cedo do que imagina... — também olhou para cima.

Então ela se assustou mais uma vez. Novamente notícias ruins estavam a caminho, pois além de Naruto estar pálido, o corpo dele estava começando a ter manchas negras. Eram pequenas, mas eram o suficiente para alertar o quão ruim a situação estava.

— Maldito! Pare de fazer o Naruto sofrer!

Assim a batalha começou com a ofensiva de Satsuki. Ela o tentou chutar com a perna direita. O único problema era que ele podia se defender sem muitos problemas.

Ele tinha a força total de Naruto, algo que ele nunca usou contra a amiga por não querer machucá-la. O que era bem diferente do caso atual.

Porém ela também não era uma completa desnorteada em relação ao assunto, então soube muito bem que a melhor escolha era de retirar a perna antes que possa abrir uma abertura para um possível contra ataque. E logo teve que desviar, pois esse contra ataque veio com outro chute.

Já Satsuki preferiu sair da zona de ataque.

Sendo assim, ele preferiu mais uma vez tentar com o chute. Só que o Sharingan não estava ali de enfeite, permitindo assim uma vantagem muito bem aproveitada. Ela segurou a perna com um braço, prendendo-a com o entre o cotovelo e a barriga, dando espaço assim para o outro braço que também com o cotovelo, atacou a coxa alheia com força, antes de “libertá-lo” dando um 180º graus para chutá-lo com força o suficiente para mandá-lo longe.

Este, um pouco atordoado com o golpe que com certeza afetou de modo significativo a perna dele, conseguiu desviar no último segundo do soco que viria em seu peito e lhe retiraria o ar.

Segurando o braço dela, conseguiu a deitar para imobilizá-la no chão, apoiando o próprio joelho para fazer peso contra o corpo. Já a Uchiha estava em maus lençóis com o rosto no chão e o corpo sem poder realizar os movimentos que pretendia.

Todavia, o que mais assustava, era aquele sorriso diabólico. Aquele sorriso não deveria estar naquele rosto.

— Olha, e não é que a gatinha tem garras?... Quase me arranhou. — seu tom se alterava e o sorriso se mantida firme e forte.

Gatinha? Estou mais para Nekomata!

Pensou se lembrando que aquela situação não parecia tão distante do que estava acostumada. Quase podia ter um vislumbre de certa ruiva e seu sorriso confiante. Mas também podia se lembrar perfeitamente o que o desfez.

Concentre-se.

Mesmo que não seja uma especialista em tal habilidade, tinha que tentar. Até porque já havia conseguido fazer aquilo antes. Sua mão direita (que inexplicavelmente não chamou a atenção do agressor) começou a fazer selos - era muita arte há muito esquecida, mas de grande valia.

Katon: Todoroki (Rugido).

Em sua boca que estava aberta, se formou uma bola de fogo que rapidamente cruzou o caminho desejado, acertando a cara do loiro que completamente atordoado, gritou de dor enquanto saia dela e "caia" para longe da Uchiha.

— Maldita! — praguejou apoiando sua mão no olho esquerdo (aquele que parecia ter sido o mais afetado), e com falta de ritmo da respiração.

Se, por algum motivo desconhecido, ele estivesse pegando leve e levando na brincadeira... Aquilo definitivamente tinha acabado.

Não foi o melhor...

Refletiu sobre seu Katon anterior no momento em que se levantava com um pouco de dificuldade. Mas além de ferir o oponente, aquele golpe teve uma importância secundária de dar coragem a Satsuki a continuar lutando.

— O Naruto precisa de mim. Não vou perder para você!

—... Ingênua. — manipulou o Chakra ao redor. O rubro negro avançou ferozmente contra a usuária do Sharingan que por causa de sua Kekkei Genkai tinha uma pequena vantagem para desviar das investidas.

Então fazia isso como dava. O local estava quase completo por aquele poder, então desviar de tudo era praticamente impossível. Por isso, não tinha se passado nem um único minuto em que começou o contra ataque... E ela já estava perigosamente ferida.

E ele? Somente bocejava.

Por fim, decidiu acabar com tudo aquilo. A prendeu pelos braços e pernas - não pretendia que ela escapasse mais uma vez de seus ataques - e a perfurou na barriga sem o mínimo de piedade. O sangue escorreu pela boca enquanto os olhos demonstravam perplexidade.

— É tudo isso que pode fazer? — colocou a mão no pescoço, como se quisesse se aliviar de algum incômodo e quase não viu o golpe atrás de si (mesmo que no ar).

— Katon: Goukakyuu no Jutsu! (Jutsu bola de fogo) — para a surpresa do inimigo, a Uchiha apareceu no ponto cego dele com uma bola de fogo de tamanho avassalador.

O loiro desviou por pouco, mas não escapou por completo. Suas roupas estavam queimadas igual ao seu ombro direito e áreas por perto. O que ele não esperava é que o ataque não havia terminado.

— Juu-Ren Konbo! — ela o golpeia com socos e o leva ao ar. No alto, desfere um golpe com o punho cheio de chakra Raiton. Depois, ainda pula e aparece atrás do oponente, dando outro soco de Raiton que o leva ao chão.

A figura Uchiha ensanguentada de antes explode em fumaça, revelando-se ser um Kage Bunshin. Mesmo que a original não esteja nas suas melhores condições.

— C-como...? — ele se apoiou pelo braço para encará-la. Não estava nem ao menos conseguindo se levantar. E o ódio exposto em seus olhos estava atingindo níveis alarmantes.

— Nos seus ataques a distância você cometia o erro de atrapalhar a sua própria visão, deixando o chakra entre o que você podia ver e eu. Aproveitei disso... — concertou a postura e o olhou confiante. Mas ainda estava longe de se haver uma vitória.

Para ambos os casos.

— Tsc... Você realmente é irritante. — se sentindo um pouco melhor se levantou.

E para desespero da Uchiha, algo aconteceu. Uma energia preta semelhante à eletricidade o atingiu recuperando todas as feridas deles - principalmente as visíveis. E, enquanto isso acontecia, Naruto (ainda pendurado sem forças) gritou de dor e agonia tão forte que o coração de sua amiga se apertou no peito.

E depois, por alguns momentos, tudo ficou no mais absoluto silêncio. Ela, por estar nervosa com aquele grito que gelou até sua alma e ele por estar se divertindo. Como imaginou... Satsuki não tinha a menor chance.

— O que... foi isso? — sua voz se enfraqueceu, junto com sua esperança. Seu Sharingan viu: aquilo veio de algo de fora do próprio adversário. Algo a mais estava fortalecendo ele.

E ela estava sozinha.

— Sua derrota. — o sorriso maldoso voltou a face do loiro.

...

— Tem alguma coisa errada. — Itachi falou preocupado enquanto olhava o corpo da irmã, apoiado na parede ao lado do corpo do Naruto que ficava cada vez mais pálido.

E não só isso: marcas negras o cobriam lenta e perigosamente.

— Claro que tem. Meu irmão não está bem, e a Satsuki não parece estar melhorando isso. Sem ofensas, mas é que eu ainda não entendi o porquê de só ela poder ir! — Mito reclamava revoltada. Ela queria ajudar, mas sempre a impediam.

— Os dois têm uma grande afinidade, e a mente do Naruto está em um estado delicado. Não podemos arriscar a levando lá! — Ashura estava ficando cada vez mais nervoso com o que estava acontecendo.

Até que o grito perturbou a todos.

— Chega! — a menina de cabelos róseos gritou. — Vocês vão me colocar lá dentro, agora! — ela pegou Ashura pela gola da camisa o encarando furiosamente.

Não que ela seria um “perigo real” para ele, mas naquele momento não se podia fazer nada sem pensar muito bem sobre o assunto.

E então algo aconteceu que deixou a sala ainda mais tensa.

— Satsuki! — o grito da Hyuuga mais nova deixou a todos alertas. E o mais preocupante: a boca dela estava sangrando.

Mito — que ainda estava segurando Ashura — voltou a olhá-lo, como se tudo aquilo reforçasse seu argumento de que deveria se fazer alguma coisa.

— Nós vamos.

Itachi apareceu do lado da invocada e o Ootsutsuki suspirou. Talvez. Só talvez... Não fosse uma boa ideia deixar a Satsuki cuidar de tudo sozinha. Era um campo desconhecido, e na pior das hipóteses ele teria que matar o Naruto. Estava tenso. Muito tenso.

— Tem um modo. Talvez... — Yamamoto se meteu na conversa. A Uchiha também era especial para ele e a preocupação só dobrou quando ela entrou sozinha.

— Como? — os dois deixaram o antigo ameaçado para trás e foram direto a pessoa que podia resolver seus problemas de não estarem na provável luta.

Ou melhor, aquele que tinha a teoria.

— Ashura. Você pode os levar até a sua “área” e de lá eles encontrarem os dois. É um jeito menos perigoso, pois mexe menos com o Chakra do Naruto em comparação ao fazer um Genjutsu parecido com o que a Satsuki utilizou para entrar. — sugeriu tentando avaliar todas as opções com as informações que tinham.

Não saber o que exatamente estavam lidando era muito complicado. Só sabiam que tudo tinha se descontrolado e a presença deles lá estava piorando a situação. Não se deu tempo de avaliar.

Os dois encararam o filho do Rikkudou certos de que iriam fazer aquilo. Esse somente suspirou e apontou para a parede: mais dois corpos iriam ficar sem a consciência deles.

Kushina já havia se aquietado. Foi no meio da explosão dela de não poder ajudar seu filho que as pessoas na mesa descobriram boa parte do que estava acontecendo. Falaram tudo sobre o encontro com o Madara e o que aquietou a Uzumaki foi o sábio conselho de Ashura.

Sem querer ofender, Sr. Kushina. Eu sei que quer ajudar, mas como pôde perceber, mesmo que a culpa não tenha sido sua, foi através de você e seu marido que Naruto sofreu tanto. Seria um tiro no pé você deixar você entrar, me desculpe.

Claro que isso não a parou de imediato, mas ajudou bastante a mantê-la sentada na cadeira. De algum jeito, ela tinha perdido seu filho. Mesmo que tenha nascido dela, ela o perdeu. E seria sim, bem complicado de tentar recuperá-lo. Mas ela é uma Uzumaki.

Ela não desistiria tão fácil.

— Atenção... Lá dentro a situação estará muito complicada. Eu só vou poder entrar por pouco tempo e vocês dois... Não poderei trazê-los de volta enquanto tudo isso acabar. — repassava os comunicados, mas isso não parecia muito relevante para a pequena Uzumaki.

Ela só queria entrar lá e trazer seu irmão de volta.

— Fechem os olhos... — segurou as mãos dos dois e quando abriram de volta estavam dentro de uma casa feita de madeira. Porém ela estava muito danificada. — Estou indo, é muito perigoso eu ficar por aqui. Achem o caminho para a batalha por si só!

E desapareceu. Quando a dupla saiu da casa pode observar que o “céu” - se é que se pode se chamar assim - era estranhamente branco e estava todo rachado... Como que se o “mundo” estivesse ruindo.

E no meio daquele caos de tantas informações confusas havia um buraco maior, bem negro e que aparentemente tinha grandes correntes e alguma outra coisa por lá.

— Estou sentindo o Chakra de antes por lá. — avisou Itachi e os dois começaram a correr depois de uma concordância com a cabeça.

Quando chegaram lá, tiveram que dar um pequeno salto, pois havia um desnível inexplicável. Mas o que chamou atenção não foi isso, mas foi a batalha que estava acontecendo. E o estado dos adversários.

Satsuki estava com o braço direito, ombro esquerdo, bochecha esquerda, testa, coxa direita, e panturrilha esquerda sangrando. Mesmo assim seus movimentos para desviar de todo aquele Chakra rubro negro, mais os Jutsus, estavam quase perfeitos.

Então, para desespero do irmão mais velho, ele escutou:

— Fuuton: Atsuga! (Dano de pressão).

Satsuki estava mais uma vez presa pelo Chakra e um grande tufão a acertou em cheio, mandando-a para longe. Porém esse longe era exatamente para perto do Uchiha que a pegou no colo. Vendo de perto, a situação era ainda pior.

— Ei... A cavalaria chegou? — perguntou debochado.

Mito estranhou aquilo. Ela conhecia a Uchiha e sabia que não era fraca e que era bem inteligente. Como aquele oponente estranhamente parecido com o seu irmão ainda estava intacto.

— Satsuki, descanse. Nós vamos assumir por aqui. — pediu com carinho ao ver sua amada familiar estando tão debilitada. Mas, de certa forma, orgulhoso.

A maioria das pessoas de seu clã não passariam por tudo aquilo em nome de uma amizade. São orgulhosos demais para isso. E ela estava ali, dando o melhor de si por Naruto.

— Ele tem... Algo que o regenera... — murmurou bem fraca. — Algo de fora está o curando.

— De fora? — Mito perguntou, mas logo tiveram que desviar do ataque do loiro.

— Vocês vieram aqui para tagarelar ou lutar? Eu ainda não acabei com ela!... — esbravejou enfurecido. Teve que usar sua “regeneração” duas vezes contra aquele projeto de gente!

— Eu vou ganhar tempo, Itachi -San. Veja o que a Satsuki descobriu e depois me ajude, por favor! — o corpo da mais baixa começou a exalar Chakra de um modo que ficasse visível. — Yoroi no Chakra!

Ali estava a Kekkei Genkai dos Uzumakis. Uma "armadura" feita puramente de Chakra em estado bruto. Ele triplicava a força, resistência, velocidade e reflexos de qualquer um que soubesse o utilizar com perfeição. E este não era o caso de Mito, por enquanto. Ela tinha a quase duplicada, mas não chegava a tanto.

— Ora, ora. Alguém parece animada. — o loiro debochou ao mesmo tempo em que segurava o punho da nova adversária. Ela era rápida, mas a distância o ajudou a bloqueá-la.

— Seu maldito, devolve o meu irmão! — rosnou começando uma nova batalha de Taijutsu.

A perna dele cruzou o caminho de distância entre os dois e acertou a costela dela. Só que não fez diferença nenhuma, já que a força dele não penetrava a Kekkei Genkai. Por este motivo, no próximo segundo ele já voava gemendo de dor pelo soco que recebeu bem abaixo do queixo.

— Uzumaki Ninpou: Suwaaru o Nokoshimasu! (Redemoinho de folhas). — ao redor de Mito, o vento se concentrou e ela o chutou na barriga o lançando mais alto. Depois o socou no rosto, mandando mais alto e para o lado. Por fim, girou para chutá-lo com força ao chão nas costas sendo auxiliada pela gravidade.

— Isso é por você ousar em tentar se parecer com meu irmão! — pousou lentamente no chão.

Porém, para a surpresa da Uzumaki, mesmo atingido, ele poderia muito bem contra atacar. E não precisou nem, ao menos, terminar de cair. Dominou o Chakra e a acertou no queixo, com um gancho (como ele conseguiu formar um braço com aquilo ninguém sabe) bem parecido com o anterior realizado por Mito.

Ela cuspiu sangue, mas o pior estava por vir.

— Fuuton: Jigoku burēdo. (Lâminas do Inferno). — mesmo que a debilitação esteja aparente, isso não o impediu de lançar um Jutsu Rank S. E isso era muito perigoso.

O Jutsu se consistia em várias lâminas formadas puramente de vento concentradas em acertar um único alvo. E, nesse caso, o alvo era a caçula Uzumaki.

Seu grito de dor foi ouvido, logo seguido de seu irmão mais velho, pois sua versão odiosa mais uma vez se utilizou da sua habilidade de regenerar. Mas, diferente da mais nova, o de Naruto já estava rouco e suas cordas vocais já sangravam.

O corpo da rosada caia lentamente ao chão. E a queda seria dolorosa: devido a altura, não importa qual osso receba o maior impacto, iria se quebrar sem nenhuma dificuldade. Isso só foi impedido porque Itachi apareceu para segurá-la e evitar mais dano.

— Itachi -San... — murmurou envergonhada. Tinha sido drasticamente afetada somente com o primeiro contra ataque.

— Não se preocupe, minha irmã avisou que ele era muito perigoso. Mas ela tem um plano para derrotá-lo. — tentou tranquilizá-la e ficou feliz ao perceber que Mito conseguia se manter em pé.

— Sério?

— Sim, mas temos uma parte fundamental nesse plano. — revelou sério, deixando-a tão séria quanto.

— Qual? — olhou para os orbes negros que se modificavam em uma velocidade surpreendente: agora estavam tão vermelhos quanto sangue.

— Mantê-lo ocupado.

E então desviaram do Chakra que avançava certeiro para ceifar a vida deles.

— Não vou deixá-los fazerem planinhos contra mim. Mas tanto faz, podem vir os dois que jamais me vencerão.

Ele descartou a Satsuki.

Pensaram sorrindo mentalmente. Mas a alegria momentânea teve que ser interrompida/suprimida. O adversário da dupla inesperada não estava brincando.

— Já fiz uma recuar de tanta porrada que levou... E ainda aparecem mais sacos de pancada? — a risada cruel e debochada.

Os dois nada responderam. Não estavam ali pata dar atenção as provocações. Então trataram de atacar.

— Você sabe Jutsu de algum elemento? – Itachi perguntou desviando mais uma vez dos ataques de Chakra. Pelo que conseguia perceber, o loiro tinha o total controle, mas não tinha as estratégias suficientemente elaboradas para se acertar um alvo com experiência ou bem treinado para desviar de coisas, como um Iryonin. Só que o que preocupava o Uchiha é que ele estava aprendendo.

Percebeu que Mito estava cada vez com mais dificuldades. Além do mais, olhando nos olhos vermelhos, podia ver a concentração. Quase podia imaginar os cálculos que ele fazia, e a nítida aprendizagem com tudo.

Não era alguém que poderia ser subestimado.

— Infelizmente, não. Mas posso criar ondas de vento com meu Taijutsu. — respondeu enquanto tinha que sair da zona de ataque mais uma vez.

E para demonstrar, lançou uma rajada de vento com um soco no ar que teve que fazer o loiro recuar. Foi tão forte que o Chakra não conseguiria se meter na frente para proteger.

E então os dois perceberam o que estava ficando mais óbvio a cada momento: quanto mais Chakra ele tentava manipular, mais lento ele atacava. Não que os ataques sejam lentos, mas ficam mais rápidos (o que é absurdo) quando controlados em menor quantidade.

Então, para não perder oportunidade, Itachi atacou.

— Katon: Hōsenka Tsumabeni no Jutsu (Jutsu Fênix Sabia da Flor de Prego). — no meio das bolas flamejantes, lançou Shurikens reforçadas para aguentarem o calor intenso. Que só aumentou quanto se fundiu ao vento produzido anteriormente.

A velocidade também se alterou, junta a aceleração, atrapalhando a estratégia do loiro que somente tinha se afastado para poder desviar. O metal em brasa o acertou sem dó, cortando e queimando em vários pontos para a desgraça do atingido. Sangue escorreu e o grito de dor também se fez presente.

E esse gelou Mito. Mesmo não querendo, era como se tivesse escutando o próprio irmão e isso mexia inconscientemente.

E então os dois esperaram o que Satsuki tinha falado: o raio negro que aparecia do nada, faziam dos dois “Narutos” gritarem e os ferimentos da versão “do mal” serem restituídos como se nada tivesse acontecido. E de fato isso aconteceu, mas para a surpresa do loiro foi interrompido antes que ele estivesse completamente recuperado.

— O que?... — olhos para seu próprio corpo: era nítido que tinha sido interrompido e não finalizado. Depois percebeu o sorriso discreto no rosto da rosada.

Eles estavam por detrás daquilo.

— Isso é obra de vocês?! — questionou enquanto seus olhos que eram somente as pupilas eram diferentes sendo vermelhas, mas no momento seu ódio era tanto que sua esclerótica “branca” foi se modificando para um preto animalesco incondizente a um ser humano.

Os dois resolveram não responderam. Acharam mais prudente permanecer em completo alerta ao momento em que tal “transformação ocular” aconteceu. Aquilo era um sinônimo de problemas que eles não conseguiam formular uma magnitude, o que já complicava mais.

Eu fiz uma pergunta! — bradou tão forte, e com tanta fúria que todo o lugar tremeu. Alguma coisa muito errada estava acontecendo por ali.

Como não ouve resposta, começou seu movimento.

...

Satsuki respirava com dificuldades enquanto era cuidada por sua amiga Hyuuga e sua mãe.

Agora podia respirar com mais calma e explicar melhor o que estava acontecendo e com que tipo de inimigo eles estão lidando: sabia que mesmo que existisse uma grande chances dos três não poderem ajudar, eles se sentiriam bem melhores com as informações que ela conseguiu.

— E então... O que conseguiu saber, Satsuki? — Ashura perguntou tentando manter a calma dentro de si, mas ele é muito impulsivo e agitado para tal. Todos seus anos e tempo de vida foram o suficiente para ajudá-lo a conter, mas isso não vai sair simplesmente de sua personalidade.

— Estamos falando de estarmos lutando literalmente com o ódio do Naruto. — explicou enquanto bebia com muito gosto aquela água gelada. Só que isso causou uma pausa indesejada por qualquer um dos ouvintes.

— Como assim, o “ódio do Naruto”? — Hinata perguntou completamente confusa. Conhecia o loiro e por tudo que passou, teve a impressão de que era impossível o loiro odiar alguém.

— Vocês sabem que o Chakra da Kurama e o do Yamamoto mexem muito com essa questão do ódio, certo? Igual ao Sharingan. — perguntou recebendo o aceno positivo de quase todos ali. Como não tinha tempo de explicar para os poucos que discordaram, continuou. — Quando teve o “desequilíbrio” que até agora eu não sei o que é, mas vocês devem saber...

E eles concordaram. Estavam discutindo sobre Madara antes da Uchiha aparecer.

—... Eles foram capazes de materializar todos os sentimentos negativos do Naruto acumulado por anos. O que ele lutou quase a vida toda para esconder no fundo mais secreto de sua mente foi trazido a tona.

Minato e Kushina olharam para baixo: era evidente que se sentiam culpados. Hikari não sabia como se sentir: foi ensinada a vida toda de que ele não podia ser considerado um irmão dela, e mesmo que tenha sido contra por um tempo, acabou acreditando que seus pais estavam certos. Acatou com a discriminação, enfrentando até mesmo a irmã que se dava tão bem. E agora estava vendo que esteve certa anteriormente. Viu que sua irmã Mito estava certa. E que ela ajudou o seu irmão a sofrer...

Ah, a quem ela queria enganar?

A maior tristeza é que de algum jeito, no meio de todo esse tempo que o ignorou, ela realmente conseguiu o excluir da família. Pelo menos, em seu coração. Ela não se sentia irmã dele em nenhum ângulo que pudesse enxergar.

— E o que vocês fizeram agora? Eu, com o Byakugan, vi que retiraram algo negro da mão dele... — Hinata ajudava a empregada que sorria discretamente.

Puxou a pureza da mãe...

— Ahn? Isso agora? — se referiu a confusão que aconteceu quando retornou a consciência. — É porque eu reparei na luta que o que o regenerava vinha de fora, então quando meu irmão e Mito chegaram, tratei de logo vir descobrir o que é.

— Foi ai que eu entrei. — Yamamoto se prontificou a explicar. — Como descobri que Madara anteriormente utilizou um Fuuin Uzumaki, deduzi que as chances de ser novamente algo assim eram altas.

— E não errou. — Ashura se orgulhou do amigo.

— E como eu tenho vivido com os Uzumakis praticamente desde seus primórdios, posso dizer que sei reconhecer quase todos os Fuuin existentes.

— Sendo que ai entrou a minha vez. — Minato respondeu com um sorriso carinhoso a Hyuuga que parecia estar compreendendo tudo. Ele sabia que era não era a única, por isso se esmerou em explicar para que todos possam entender. — Como ele reconheceu o Fuuin, foi mais fácil para eu cancelá-lo.

— Sendo que agora ele já não deve estar mais se recuperando como antes, então não deve demorar muito para que tudo finalmente se acalme.

— Que bom! Não vejo a hora de jantar... — reclamou Hinata, mas foi para alegrar o ambiente. E pelo menos deu certo: todos entenderam que foi apenas uma brincadeira e até sorriram.

Mas dentro da mente do loiro tudo que os dois menos podiam fazer é sorrir.

Vocês não vão me responder? — atacou novamente com o chakra híbrido.

Mas depois que aconteceu aquela transformação — algo que nem a Uzumaki e nem o Uchiha entenderam — que modificou algumas coisas que eles já tinham marcado como básico em relação ao ataque: a velocidade se mostrou absurda sendo controlada em grandes ou pequenas quantidades, o sincronismo entre os ataques em longa distância e corpo-a-corpo aumentou consideravelmente juntamente a velocidade.

Neste exato momento Itachi se viu obrigado a lançar mais um ataque Katon. Mas a bola de fogo não chegou nem perto do loiro. Porém a intenção nunca foi essa e sim obstruir o campo de visão do adversário. Mesmo que os ataques tenham aumentado de velocidade, depois de tanto tempo sendo observado pelo Sharingan Itachi conseguiu notar um padrão. Sendo assim, conseguia prever os próximos ataques antes mesmo de acontecer.

Seguindo essa linha de raciocínio, utilizou um Sunshin para se esconder no provável ataque que o loiro iria lançar, acertando com louvor o deixando confuso por meros segundos.

Era tudo que precisava.

— Kage Bunshin no Jutsu. — sussurrou fazendo com que três clones aparecessem. Nisso o corpo original já havia utilizado mais um Sunshin. Precisava de Mito.

No ar os três gritaram com veemência.

— Katon: Daiendan! (Grande Explosão de Fogo) — três bolas de fogo explodiram com maestria para peto do oponente que para se proteger criou uma cúpula de Chakra maciço.

Com haviam destroços por envolta, acharam pudente recuar um pouco. O poder dele parecia crescer e precisavam de uma boa estratégia. Mas Itachi já havia participado de uma batalha antes, então não dispunha de todo seu Chakra, além de que não conhecia totalmente as habilidades de sua parceira, que também não tinha muita experiência em batalhas “reais”. Para completar, ainda tinha o fato de estar receoso em abusar e acabar trazendo sequelas psicológicas ao Uzumaki.

Falando nele, ou melhor, em seu ódio, esse parecia ter saído de seu modo defesa.

— Recuaram, é? — seu olhar de deboche não passou despercebido por seus oponentes. — Pois bem, isso me da tempo para fazer o que já planejava.

Assim poderei matar os dois e ir atrás da vadia que retirou meu selo.

Fechou os olhos e se concentrou. O vento a sua volta começou a ser afetado e a ventania se concentrou por onde o loiro estava. O Chakra acompanhou, e quando menos esperavam o Chikara (poder) híbrido avançou contra o próprio “Naruto”. Mesmo que seja nítida a dor que esteja sentido, o loiro se recusou a parar. E foi assim que os músculos aumentaram de modo desproporcional, juntamente aos cabelos, alterando a forma e cor. A pele agora era negra e as madeixas também. Até a altura mudou em nível surreal, tanto que agora era óbvio que te tinha se tornado maior que o próprio Itachi.

Quando abriu os olhos novamente tudo que os dois oponentes podiam reparar que era parecido com o Naruto verdadeiro são as marcas na bochecha.

Fumaça saiu da boca que sorria de modo cruel.

Eu espero que vocês tenham um bom plano... — a voz também tinha sofrido uma transformação e Itachi estava se perguntando como tudo naquele dia estava conseguindo ficar cada vez pior. —... Caso contrário verão o Shinigami mais cedo do que até eu gostaria.

Se as desvantagens anteriores já se mostraram complicadas, essa agora era quase chutar o pau da barraca.

Percebeu que deveria sair dali quase tarde demais. Com uma velocidade superior a tudo que já se havia mostrado naquela batalha, o que era algo assustador, e uma força que por um segundo o Uchiha quis acreditar ser impossível, a estrutura daquele Chakra estranho que estava sendo usada para camuflar Ichi foi destruída com apenas um golpe.

Isso está ficando muito tenso.

Pensou receoso. Já fazia um bom tempo em que sentia tantos problemas em uma batalha e infelizmente ele não estava vendo muitas opções para que a situação se reverta. E para piorar a situação ele se descuidou por um único segundo enquanto pensava em tudo isso.

Muitas vezes ele se pegava cometendo esse tipo de erro, e agora foi a hora mais inoportuna para tal. Neste segundo no qual ele esteve distraído, Mito foi atacada violentamente.

A Uzumaki lutou bravamente. Desviou do primeiro ataque e quando percebeu que a situação estava realmente complicada conseguiu concentrar mais Chakra em sua armadura. Mesmo na situação complicada, era outra que não parava de evoluir e aprender com os próprios erros.

Só que naquele momento, ainda não foi o suficiente. Quando o loiro chegou com o soco frontal, tudo que pode fazer foi colocar os dois braços em forma de “x” na frente do peito para que não sofresse danos piores. E mesmo que isso de uma forma tenha ajudado, não foi a melhor solução. Teve como consequencia o corpo arremessado por mais de quinze metros de distância até bater em algo que agora naquele momento mais parecia mais uma parede. Além de uma boa quantidade de sangue expelida pela boca, a Uzumaki tinha consciência de que não conseguiria mover mais os braços. Tinham sido quebrados em mais partes que conseguia contar.

Merda...

Os dois aliados pensaram juntos ao ver que o ex-loiro estava prontinho para acertá-la novamente. O Uchiha sabia que não conseguiria cobrir a distância a tempo e a rosada sabia que se aquilo a acertasse seria literalmente seu fim. Porém ela sorriu.

Um sorriso triste seguido de uma lágrima. E a ela sussurrou tão fraco que duvidou que até mesmo aquele que iria a matar conseguisse a escutar.

Gomen, Nii - San... Parece que eu realmente não sou forte o suficiente para te ajudar...

Fechou os olhos esperando a dor. E ela veio, mas não do jeito que esperava. Na verdade, começou com uma sonora. Parece que algo interceptou o ataque e que isso gerou além de um barulho muito alto, uma ventania tão grande quanto. Isso a desequilibrou e a fez cair praticamente de joelhos. Sendo que o que a impediu foi o Uchiha.

— I- Itachi - San?... — perguntou em dúvida. Se o que salvou a vida não foi Itachi... O que foi?

Então se permitiu olhar para cima. Olhar para onde o ataque que ceifaria sua vida foi impedido. E quase se engasgou de surpresa. Era exatamente a última pessoa que poderia ter pensado.

— Nii -San?!

Esse mesmo que fraco, um pouco pálido e sentindo muita dor no braço direito, sorriu confiante.

— Não se preocupe, Mito. Eu definitivamente não vou dar mais trabalho para você. — viu o oponente se afastar com uma veia na testa.

Como você...?!

— Não que eu seja obrigado a responder, mas quando você se embebedou de poder, perdeu todo e qualquer controle que tinha sobre mim, que não me deixava pensar. — respondeu e começou a observar em volta. — Fez uma grande bagunça por aqui, em...

Isso fez o oponente sorrir mais.

Você ainda não viu nada... Se soubesse o estado que eu deixei a sua amiguinha Uchiha...

Não demorou nem ao menos um segundo para que o sorriso fosse desfeito. O golpe atingiu de modo tão certeiro a barriga do ex-loiro que ele voou mais do que Mito no golpe anterior. Chegou até rolar no chão tamanha violência, já que não tinha nada para interceptá-lo.

E depois tudo tremeu: céu, terra, os presentes, o ar, e qualquer outra coisa presente. Olharam para Naruto que parecia em um acesso de fúria. O contra ataque veio mais uma vez em forma de Chakra, que parou centímetros antes de encostar-se ao Uzumaki.

— O que?!...

— Essa é a minha mente, idiota! — mesmo não estando completamente recuperado (na verdade é nítido o quão abatido está), acabou na base dos socos e chutes violentos sem direito a contra ataques. — Eu quem mando aqui!

Seu maldito... — sibilou em total fúria encarando mortalmente seu adversário. Depois, para a surpresa de todos, o Chakra que estava pairando foi facilmente domado por Naruto para poder atacar.

E esses ataques foram em cheio. Estava sendo surreal ver um oponente que deu tanto trabalho não conseguir nem se quer encostar no Uzumaki.

— Nii -San...

Já o “ódio” que cada vez ia perdendo mais as características inumanas e retornando ao normal, ainda encarava o loiro de modo mortal. Parecia que a qualquer momento raios lasers iriam sair de seus olhos para fritar o Jinchuriki vivo.

Por... quê?

Por que eu os protejo? É isso que quer saber? — perguntou se ajoelhando a frente de seu oponente.

— Mais é claro! Ela foi a pessoa que você teve que fazer prometer que nunca mais iria falar com você, porque Minato e Kushina a estavam tratando diferente. Somente para castigá-lo. As outras pessoas também, ninguém além daqueles dois resolveu nos ajudar! Nos odiaram. Mentiram. Machucaram. Ignoraram e fizeram mais coisa do que podemos lembrar. Então por que você ainda os protege?!

— Porque eu quero ser melhor que eles...

“Naruto maligno” ficou confuso, olhando naquele azul que nunca conseguiu obter, já que seu ódio era tão forte que modificava as pupilas.

— Como assim?

— Se eu fizesse tudo que você está pensando, que eu ser também, já que somos uma única pessoa, eu iria dar a todos eles razão. Eu me tornaria o monstro que todos disseram que eu era. — sorriu. — E depois de conhecer verdadeiramente o que é ser amado, e verdadeiramente o que é família, tenho muito a cuidar do que me dar ao luxo de me ferrar todo para a alegria deles.

Os olhos rubros encararam as safiras de um modo que Naruto não conseguiu entender, mas ficou feliz com o suspiro. Aquilo parecia ser um sinal de rendição, tudo o que precisava no momento.

— O que... O que acha que eu deveria fazer? Eu não posso simplesmente desaparecer. — apertou as suas mãos com forças.

— Mas é claro que não. Ninguém pode negar que eu sorri esse tempo todo. E eu preciso de você. Você quem me da forças para não me perder, e já disse isso aqui.

— Então... — viu que Naruto esticou a mão para ele com o sorriso.

— Só preciso que direcione toda sua “energia” para o lado certo... Nós somos capazes disso, certo?

Então as mãos se juntaram em um aperto, um acordo. O vermelho se tornou azul e pela primeira vez Naruto se sentiu completamente em paz...

Mito sorriu aliviada e Itachi se sentiu mais tranquilo: pelo menos um pouco de toda a bagunça foi resolvida. Puderam voltar para o mundo real, abrindo os olhos sem perder a face feliz...


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