The Mistake Of Chris escrita por Realeza


Capítulo 16
You are a fool, Chris and make what it is easier


Notas iniciais do capítulo

*Você é um otário, Chris e fazer o que é mais fácil
Música: Hopeless Opus - Imagine Dragons
Eu queria muito não gastar sempre algumas linhas nas notas iniciais agradecendo a vocês, mas tenho que fazer isso porque 200 REVIEWS SOS OBRIGADA AMO VOCÊS DMS TOMEM AQUI MEU CORAÇÃO ♥
Pronto, agora posso agir normalmente e fazer notas direitinho.
Nesse capítulo tem o Mike, basicamente. E é um capítulo bem curtinho também. Foca bastante nele, e mesmo que não tenha o Jeff sendo maravilhoso ou Challie, acho que vocês irão gostar. Eu não tinha planejado fazer um capítulo exclusivo pra isso, apenas fui escrevendo as cenas e cá estamos nós.
E eu continuo escrevendo bem pouco. Isso de ter capítulos prontos me deixa preguiçosa, eu admito, mas eu não tô muito legal pra escrever, entendem? (aqui está implícito desculpas para possíveis atrasos futuros em capítulos).
Mas, eu finalmente tomei vergonha na cara e fiz uma playlist no Spotify pra história. Eu tinha pedido indicações de músicas pra vocês no último capítulo e algumas já estão lá. Provavelmente eu vou adicionando mais aos poucos, porque sério, existe tanta música que eu poderia encaixar nos capítulos que é sempre hard decidir qual vou colocar.
https://play.spotify.com/user/22tc6ghs2eeqfjrrd4n6zv2iq/playlist/6mkKRVm1lSsVoJ5OmA6fSq
Enfim, até as notas finais ♥



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Saio do quarto de Callie quando já está perto do amanhecer. Aparentemente ambos adormecemos em algum momento da madrugada. Meu corpo dói pela posição pela qual dormi, e só penso no quanto quero ir para a minha cama e ficar lá até o meio-dia.

No momento em que fecho a porta do quarto dela as minhas costas, Mike sai de um dos dormitórios. Ele começa a rir antes mesmo de chegar até mim.

— Jeff estava certo. E você é um mentiroso, Chris. — fala, ainda rindo.

— O que? — Levanto as mãos em rendição e começo a andar, descendo as escadas para chegar ao andar do meu quarto. — Me deixe ir dormir, cara.

— Estava no quarto da Callie, saindo escondido de manhã cedo e quer ir dormir. Nem tem como mentir mais, meu amigo. Você passou a noite acordado fazendo outra coisa, não é mesmo? — Ele interrompe a própria fala com um risinho e me lança um olhar maldoso. — Ela é gostosa.

— Não dormi com ela. — Nem sequer o olho quando falo, e continuo apenas descendo as escadas.

— Dormir realmente não foi o que vocês fizeram, eu tenho certeza. — Consigo sentir o humor na sua voz, bem como o sorriso que aparece logo depois de cada fala. Estou um pouco dopado de sono pra conseguir reagir de verdade.

— Não transei com ela.

— Você é um otário, Chris. Ela parece que gosta de você.

— Mike, você não é o primeiro a me dizer que sou um otário. Só não faça isso antes mesmo do dia realmente amanhecer. — respondo, quando já estou na porta do meu quarto. Ele para ao meu lado e me pergunto por um instante o que raios ele está fazendo acordado e o que pretende fazer agora. Tenho certo receio de perguntar a ele, então prefiro ficar na dúvida.

— Então volto aqui as oito só para dizer novamente. — completou, antes de eu entrar e fechar a porta do quarto, deixando-o parado no corredor.

Na minha cabeça, claramente era uma piada. Mas se provou verdade quando, um pouco mais de duas horas depois, exatamente as oito horas, ouvi alguém batendo na porta.

— Você é um otário, Chris. — Mike repete, quando abro a porta.

— Eu realmente não estou conseguindo acreditar que você realmente estava falando sério sobre vir aqui novamente. — Me encaminho para dentro, meio que já desistindo de dormir mais, deixando a porta aberta para que ele entre.

— Por que eu brincaria?

— Porque não é normal fazer esse tipo de coisa.

— Mas isso ainda não me faz tão otário quanto você. — Ignoro o que ele diz enquanto lavo o rosto.

— Você consegue ser tão insuportável quanto o Jeff as vezes. É quase uma réplica mais gorda e mais nova dele.

— Obrigado por exaltar o fato de que sou gordo, Mr. Gostoso. — fala com ironia, enquanto saímos do quarto, em direção do refeitório. — Não é só porque a garota mais linda daqui gosta de você que você pode sair por aí esnobando os outros.

O encaro por um momento antes de responder.

— Número um: Callie não gosta de mim. Ela só me vê como amigo. — Mike responde com uma cara de deboche. — E número dois: não estou esnobando ninguém. Estou sendo sincero. Você está mesmo acima de peso ou sei lá.

— É a porra de um efeito colateral, cara. — Mike tem uma mania horrível de falar com as mãos, e as balança exasperadamente nesse momento. — Quer dizer, eu nunca fui que nem você, Mr. Gostoso, mas os remédios estão piorando isso.

— Vai dar apelidos as pessoas igual ao Jeff? Sério mesmo? Vai ser a cópia dele?

— Qual é, ele é foda.

— Quanto tempo será que demora para que seu psicólogo note que você é louco e está tentando imitar um psicopata assassino?

— Ele é um drogado também. — acrescenta, quando já estamos entrando no refeitório.

— Viu? Mais um motivo pra você cair na real e parar com isso.

Uma hora depois, estou novamente com Mike no gramado, como estávamos a quase duas semanas atrás. Felizmente, ele não está só de cueca. E nem com a cara enfiada na grama.

Eu chamaria isso de um excelente progresso, se você desconsiderar que ele agora está meio que imitando um psicopata assassino.

Estou sentado num banco, enquanto Mike está próximo a mim, na grama, com as costas apoiadas no assento. Me sinto verdadeiramente mais confortável com ele não estando exatamente ao meu lado porque estou desenhando. Steve me cobrou ontem o desenho que tinha me pedido, e eu nem mesmo sei o que fazer. Quer dizer, o que raios se desenha para o seu irmão quando você só o vê duas vezes na semana porque está internado num hospital psiquiátrico?

A folha em branco a minha frente contrasta com o céu nublado, fazendo com que algo dentro de mim grite para que eu fique no quarto. De verdade. Mas Mike insistiu para vir aqui no gramado e de um jeito ou outro, se eu entrar agora, a Dra. Lee vai me encher por isso na segunda. Vai ficar dizendo o tempo todo que eu não estou tentando de verdade.

O mesmo argumento que Hannah usava. Ela costumava me dizer isso sempre que eu me recusava a fazer algo. Como quando estávamos no primeiro ano, ela em outra escola e eu saindo cada vez menos de casa. Hannah tinha decido que iria de qualquer jeito a festa da Leslie Enoch, mesmo que isso significasse sair escondida de casa porque seus pais nunca permitiriam. Durante todos os dias da semana, houveram recados e mensagens no meu celular de uma Hannah verdadeiramente insistente em me levar a festa, incluindo uma visita a minha casa e uma pequena discussão sobre eu não estar tentando de verdade me enturmar e todo o resto. Acabou que a meia-noite eu também estava saindo escondido de casa.

— Já foi a uma festa? — pergunto, meio do nada, para Mike.

— Acabei com um olho roxo e a garota dizendo que fui um ótimo amigo por defende-la. — Ele dá um sorriso de lado, mesmo sem se virar para me responder. — Não tenho boas experiências com festas. E você?

— Na última que me lembro, me drogaram e me jogaram num lago no inverno. — Escuto-o rir enquanto eu mesmo não contenho um sorriso. Me vejo fazendo exatamente o mesmo que Callie, fazendo piada da minha própria desgraça. É um outro jeito de não enlouquecer. De não enlouquecer mais, quero dizer.

— E a garota?

— Como sabe que tinha uma garota?

— Porque sempre tem uma garota no meio, Chris. É inegável.

—E u não lembro. Possivelmente estava meio bêbada com uns amigos. — Paro por um segundo, tentando entender a situação de mais de um ano atrás. Mal me lembro do restante da noite, o álcool ou sei lá o que eu tinha tomado naquele dia faz questão de embaçar ainda mais a lembrança. Por isso, não faço a mínima ideia de onde estava Hannah enquanto eu estava num maldito lago a uns dois bairros de casa, de madrugada e congelando.

Por um momento, quero pensar positivo e imaginar Hannah preocupada comigo, perguntando sobre mim as pessoas presentes e chamando meu nome escada acima enquanto se desequilibrava levemente dos saltos. Mas só consigo lembrar de como ela estava bonita com a saia preta e justa contornando as pernas enquanto segurava um copo de bebida e ria de alguma coisa com o Justin.

Com Justin Cross.

Justin. Cross.

Não faço a mínima ideia de porque só estou tendo ciência desse detalhe agora. Mas sei exatamente porque isso me irrita tanto. Hannah, aparentemente tendo uma relação bem amigável com o Justin Cross, apenas o cara que fazia uma imensa questão de estragar minha vida um pouquinho a cada dia. O cara que fazia piada de mim, juntamente com as brincadeiras mais idiotas e ridículas possíveis, que nas semanas anteriores a festa tinha começado a procurar motivos para me dar uma surra ou minimamente me fazer voltar pra casa com um roxo a mais no corpo. E Hannah sabia pelo menos da metade disso.

— Viu? A garota não valia nem a bebida que estava tomando. — diz Mike, meio que me tirando da memória momentânea.

Quero discordar dele no mesmo segundo, porque Hannah não é esse tipo de garota. Ela não deixaria que me jogassem num maldito lago e não falaria nada. Não me levaria pra uma festa e só lembraria de mim em meio as dores de cabeça da ressaca do dia seguinte.

Hannah também não é a garota que conversaria com Justin Cross. Ou pelo menos, não era. Isso faz uma incerteza avassaladora me preencher por completo e tenho que respirar fundo pra não gritar e começar a esmurrar qualquer maldita coisa que estiver na minha frente no momento, incluindo o próprio Mike. Quero culpa-lo por isso, mesmo que tenha sido eu mesmo que toquei no assunto. Quero culpa-lo porque não sei o que fazer.

Não, não posso enlouquecer simplesmente porque numa memória qualquer eu a vi conversando com o Justin. Não posso fazer isso porque tenho o Objetivo Final. Tenho que eliminar isso da mente e fingir que nunca aconteceu, ou que pelo menos eu nunca me lembrei de que aconteceu.

— O que você tá olhando? — pergunto a Mike, parte porque desde que chegamos ele mantém os olhos fixos no portão de entrada e no caminho até o primeiro prédio, parte porque não quero pensar em Hannah e em toda a história da festa.

— Estou esperando, procurando.

— Então o que está esperando e procurando ou sei lá? — No fundo, eu não me importo nem um pouco com mais uma paranoia de Mike, mas mesmo assim continuo fazendo perguntas.

— Minha irmã. Faz meses que não a vejo e meus pais sem querer contaram que ela estava fazendo terapia aqui e vem aqui as sextas.

— Não é mais fácil pedir para que ela simplesmente te visite? — Mike continua sem me olhar no decorrer da nossa conversa e decido ficar encarando a folha em branco a minha frente, porque é bem incomodo ficar vendo apenas a parte de trás do cabelo loiro sem graça, bem diferente do tom do cabelo de Callie.

— Ela não fala comigo a meses, desde o incidente com o meu cunhado. Sabe, o que me fez parar aqui. Nem durante o julgamento ela falou comigo.

— Mas você a salvou, certo? De um jeito meio errado, mas mesmo assim fez aquilo para salvá-la de um estupro.

— Aparentemente, Loren não via motivo nenhum para ser salva. Aparentemente, ela acha que eu sou um louco e arruinei a vida dela. — Mike mantem um tom de humor forçado na própria voz. — Eu só quero vê-la. É minha irmã, Chris. Mesmo que ela pense o contrário, fiz aquilo porque não queria que nada de ruim acontecesse de novo com ela.

Não sei o que dizer, da mesma forma que nunca sei aconselhar ninguém. Nem sei resolver meus próprios problemas, quanto mais os dos outros.

— Se ela não enxerga isso, tem mesmo razão pra fazer terapia.

Ele não me responde por um momento e se mantem na mesma posição. Então muda de assunto bruscamente:

— Por que acha que a Emma fez aquilo? — É a primeira vez que ele toca no assunto, que para de agir como Jeff que não dá a mínima.

— Eu não sei.

— Eu queria saber, de verdade. Não consigo imaginar o quão ruim são as coisas pra ela.

— Jeff não liga nem um pouco pra ela. Você só está curioso ou realmente se preocupa?

— Me preocupo. — responde, me encarando. — É mais fácil fingir que não ligo e rir com um psicopata do que ficar lembrando de uma garota tentando se matar do meu lado. Mais fácil fingir que não dou a mínima do que ficar aqui esperando ver minha irmã de longe que nem um otário.

Ele me encara por mais um momento depois de falar, com o olhar vazio, como se estivesse absorvendo as próprias palavras aos poucos. Então se levanta e vai embora.


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Notas finais do capítulo

Vamos as perguntas:
1- Alguém notou que o Mike tem um complexo com pontualidade e nem sempre entende o sentido das coisas? Dissertem sobre isso.
2- Chris notou que o Mike está tentando ser como o Jeff e todos nós sabemos a merda que isso pode dar. O que esperam quanto a isso?
3- Mike citou Challie no começo do capítulo e parece que até ele shippa. Pessoas que não shippam, se manifestem aqui.
4- Lerdeza do Chris sempre presente. Parece que ele está negando pra si mesmo que a Callie gosta dele, não acham?
5- Espaço para teorias sobre a Hannah e a lembrança que o Chris teve dela. É a lembrança mais recente sobre ela, no caso.
6- Dá pra notar que o Mike está evoluindo, já que nesse capítulo ele se abriu com o Chris a respeito da irmã. O que esperam dele?
É isso. Tenho que escrever uma resenha de Frankenstein pro colégio e não to nem um pouco afim. Fica aqui meu desabafo: achei incrivelmente chato e com uma narração confusa (um relato dentro de um relato dentro de um relato). Decepcionadíssima.
Até mais ♥



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