Heart memory escrita por Tia Lety


Capítulo 8
Capítulo 8- Amarga ironia


Notas iniciais do capítulo

Gente... Eu estou caindo de sono -.-, mas vou postar maaaaaaaaaais um capítulo para vcs! Espero que estejam gostando dessa história tanto quanto eu!

Tia Lety!



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Meu final de semana não foi o melhor de todos, mas eu até que gostei.

Minha mãe e tia Agnes se encontraram numa cafeteria, que em frente tinha um Zoológico. Minha mãe me trouxe com ela e tia Agnes trouxe Kaio, depois nos jogaram na ala dos anfíbios e se mandaram para tomar café até dizer chega.

Estava um clima pesado entre mim e ele, Kaio ainda estava com uma cara entufada, com o orgulho ferido. Os cabelos dele estavam num jeito diferente, uma franja passava pelo seu rosto, o que ficou legal. Kaio bufou e disse:

—Droga...Não consigo ficar com raiva de você, menina.

Monalisa— lembrei a ele

—Eu sei que o cigarro e o álcool destroem, e já me destruíram uma vez.

—O que quer dizer com isso?— perguntei

—Melhor não contar. Eu sou um ótimo contador de histórias tristes.

—Eu sou sua amiga não sou?— sorri

Kaio olhou para mim, surpreso com o que eu disse. Eu só era carinhosa com Lúcia, porque ela era também comigo e vice-versa. Sentamos na praça de alimentação. Estava comendo um churros, esperando Kaio falar a triste história de sua vida. Acho que ele não estava pronto para me dizer isso, acho que eu era a primeira pessoa para quem Kaio falava do assunto.

—Eu tinha 13 anos quando eu virei órfão. Meu pai chegou em casa, bêbado, e se desentendeu com a minha mãe e acabou a...— ele olhou para o lado, segurando lágrimas, eu acho— Matando. Eu seria a próxima vítima, mas corri para o segundo andar da minha casa e o empurrei pela escada, quebrando seu pescoço.

Senti um frio na espinha. Que história triste... Kaio, eu o via como um marginal delinquente, mas o que ele passou... Nem conseguia acreditar direito. Um garoto de apenas 13 anos ver sua mãe sendo morta, e em seguida seu pai, deve ser mais que traumatizante.

—Eu não tinha mais ninguém.— continuou Kaio— Meus avós maternos morreram e minha avó paterna não me queria. Me via como um assassino que matei meu próprio pai. Então fui para o orfanato, e fiquei três longos anos lá.

—Eu... Sinto muito.

Eu estava em choque. Era incrível de como Kaio conseguia parecer forte falando aquilo, tentava não derramar lágrimas, mas seus olhos estavam marejados e vermelhos. E eu aqui... Querendo recuperar as memórias do garoto que amo enquanto ele sofria em silêncio por toda a sua vida.

Senti um aperto no peito. Eu quase que sentia a dor dele. Kaio não me conhecia á muito tempo, mas eu tinha um grande afeto por ele.

Ficamos por minutos em silêncio e vi uma lágrima escorrer no rosto dele, um fio de tristeza. Kaio limpou rápido e fungou. Pousei as mãos em seu rosto e disse:

—Ei... Eu estou aqui. Pode contar comigo sempre.

Ele pousou a mão dele na minha e fez uma careta de choro, mas esmagou os lábios e voltou à sua cara normal. Kaio era meu irmão mais velho, meu amigo, mesmo não o conhecendo a muito tempo. Ele deu um daqueles sorrisos perfeitos e retirou minhas mãos de seu rosto.

Voltei mais tarde com a minha mãe para casa. O domingo eu tirei para estudar para as futuras provas que irão ter no colégio e fiz meu discurso da presidência do grêmio estudantil.

Segunda feira, eu estava indo para o colégio sem me preocupar muito com a minha aparência. Só amarrei meus cabelos ruivos num coque frouxo e sem graça. Vi Lúcia acenando para mim, e retribuí, num aceno morto e sonolento. Ela tinha nas mãos uma tabela de votos e margens de erro. Lúcia estava levando esse negócio de candidatura do grêmio muito à sério. Catarina rasgou ontem 30 cartazes da nossa chapa, mas saiu ilesa, por causa das garotas baba-ovo dela, que levaram a cupa no lugar dela e foram suspensas.

Leo me viu e me cumprimentou com um aceno. Até que eu conheci alguém familiar no corredor, era Kaio! Corri na direção dele e lhe dei um beliscão. Quando ele me viu começou a rir e cochichou:

—Você conhece esse menino de cabelo encaracolado?

—É o Leo.

—Ele está com ciúmes de nós dois!— Kaio riu

Como ele podia saber? Aquilo era tão... Masculino, sei lá. Saber as intenções dos meninos, o olhar e até o jeito. Lúcia chegou e ficou meio desorientada quando viu Kaio. O uniforme ficou bem nele, o cabelo estava partido com a franja que cruzava a testa inteira.

—Lúcia, esse é o Kaio, meu "meio-primo".— expliquei

—Ah sim! Você falou dele para mim no telefone. Prazer.— Lúcia estendeu a mão para Kaio

—Olá...— ele balançou a mão dela

Kaio sentou com a gente na sala. Leo voltou para o olhar frio, no qual eu não entendia, já que estávamos começando a nos entender.

No intervalo, a diretora me chamou para dizer meu discurso no megafone. Falei: "Iremos à lugares novos nos passeios de campo, cantinas novas, áreas novas no nosso colégio.", o que não é nenhuma novidade. Eu não quis fazer o discurso, apenas fiz sem pensar direito e fui assistir televisão com o meu fiel companheiro: o pacote de Doritos. Eu não iria me surpreender se eu perdesse as eleições deste ano.

Todos os alunos durante a aula estavam comentando sobre o discurso. Até os professores. O discurso de Leo foi muito bom, fez todo o sentido e pareceu bem convincente para a plateia que é o nosso colégio. A diretoria fez fila de alunos para a votação do grêmio. Votei em Leo, já que não queria votar em mim só porque era eu.

No fim da aula, seria o resultado. Todos os estudantes estavam loucos nos corredores, esperando a diretora desembuchar logo de uma vez quem era o vencedor. Até que ela começou:

—Acalmem-se todos... Em terceiro lugar, ficou Leandro Rocha, do segundo ano A.— gritaria— Silêncio pessoal... Em segundo lugar ficou... Monalisa Swan! Nossa vice!

Leo havia ganhado. Dei um aperto de mão e o parabenizei, ele queria dizer algo, mas foi levado pela multidão de gritos e de parabéns. Eu fiquei feliz por ele, e fiquei feliz por ficar ao lado dele na sala dos gremistas como vice. Valia todo o esforço do grêmio valer à pena.


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Notas finais do capítulo

Temos um vencedor no grêmio! Será que Leo e Monalisa ficarão mais próximos? E ele se lembrará de tudo?

TIA LETY



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