A Garota Problema escrita por Brê Milk


Capítulo 36
Viagem a fazenda - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi lindas!
Até que enfim terminei de escrever o capítulo e me desculpem mas vou ter que dividir em partes.
E queria dizer que está sendo um ENORME PRAZER falar com vocês no grupo do Whatsapp viu? Ahah quem ainda não entrou pode deixar o número lá no comentário do aviso anterior ok?
Agora, boa leitura:



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Seria hoje o dia. O passeio até a fazenda no interior. E não teve jeito de fazer Alberto ou Matilde mudarem de ideia e NÃO me deixarem ir á essa viagem. Eu iria ser a ''instrutora'' dos alunos até o passeio acabar.
Bufo irritada enquanto termino de fechar a mochila que iria levar com alguns lanches e uma muda de roupa, nunca se sabe né. As meninas me olham de canto e eu encolho os ombros, elas já sabiam sobre eu ter que ser instrutora e me ajudaram a aceitar a ideia. Respiro fundo olhando para a grande janela e vejo alguns alunos circulando no pátio já a espera do onibus que nos levaria. Meu cérebro trabalhava arduamente com o pensamento de ter que encarar Vicente nesses dois dias na fazenda, porque na real eu seria a ''instrutora'' a que ajudaria os alunos, e Vicente era um aluno.
Bler passa por mim sorrindo e vai até o banheiro, sinto o olhar de Laura nas minhas costas e largo a mochila em cima da cama, me virando para ela.

– Fala. - ela morde o lábio nervosa.

– Bem Juli, eu... - desvia os olhos para a blusa azul em suas mãos - Estou cansada de ignorar o Tomás. Queria falar para ele que sou completamente maluca por ele e que queria uma chance para nós dois. Que eu fui uma idiota por o ter tratado daquele jeito. - ela choraminga com lágrimas nos olhos e eu vou ao seu encontro.

– Não fique se martirizando Lau. - seguro em suas mãos e a olho nos olhos. - Vá e faça acontecer. Diga o que sente para ele, não deixe a oportunidade passar.

Laura abre um sorriso e eu abro um também. Seco suas lágrimas e a ruiva me puxa para um abraço apertado. A abraço de volta e ficamos assim até ouvir a porta do banheiro ser aberta e por lá passar Bler, que assim que nos ver abraçadas corre até Laura e eu e se junta ao abraço. Rimos juntas e quando nos separamos, pegamos nossas mochilas já prontas e saimos do quarto, indo em direção ao pátio onde os alunos esperavam.
Caminhamos pelos corredores do internato até encontrarmos Frederico que vem correndo em nossa direção. O pequeno garoto se despede da irmã, da prima e de mim. Sorrio deixando um beijo em sua bochecha e faço careta quando o mesmo passa a mão no local do beijo. Balanço a cabeça e continuamos a caminhar. Antes de chegar no pátio havia uma divisão dos banheiros e na porta deles vejo alguns alunos da minha turma com seus pais se despedindo. Sinto um aperto no coração e minha garganta parece ter se transformado em um grande nó. Ignoro a queimação nos olhos e continuo a andar com minhas amigas.
Pais... Uma mãe e um pai que te amam e que te protegem. Mas eu não tenho isso, nunca tive mãe, e o meu pai nunca foi amoroso então, não, não sei o que é isso. Suspiro baixinho me condenando por pensar desta forma, talvez lá bem no fundo meu pai me ame, e eu aqui o condenando enquanto ele está sobre uma cama de hospital. Pensando nisso eu não tenho notícias dele desde ontem, quando recebi um telefone de Fátima me avisando que ele tinha dado uma melhorada, mas mesmo assim ainda estava mal.
Fátima... Tinha sido ela á assinar a minha autorização para a viagem, se não, do contrário eu nem iria. E ontem ela tinha me avisado isso, segundo ela e seus argumentos essa viagem a fazenda seria bom para mim. Faria eu relaxar e me deixar focada em outra coisa sem ser meu pai. Achei ridículo, eu não precisava disso para relaxar eu só... É, eu não consigo relaxar e ficar bem.
Enfim as meninas e eu paramos de caminhar quando chegamos ao pátio e avistamos André, Tomás, Gustavo, Valentina, Pablo e ele, sentados perto do chafariz. Desvio meus olhos e ao longe vejo Marcelo acenando para mim. Abro um sorriso e antes de ir até lá aceno para os meus amigos no chafariz e peço licença para as garotas.
Caminho com a mochila nas costas e assim que chego na frente de Marcelo paro. Ele estava bonito, seu cabelo loiro caindo em sua testa, seus olhos claros brilhando e sua pose de despreocupado com as mãos nos bolsos combinando. E ainda carregava uma mochila nas costas como eu. Ele abre um grande sorriso e me abraça, me deixo ser envolvida pelos braços do meu melhor amigo e sinto seu cheiro amadeirado misturado com colonia. Eu sei, eu era uma pessoa horrivel por dar ainda alguma esperança para Marcelo, mas ele me fazia sentir bem. E eu já tinha deixado claro que não sentia o mesmo por ele, só espero que ele tenha entendido isso.
Nos separamos e ele volta a colocar as maõs na calça jeans escura que usava. Sua camisa era a do uniforme, igualmente a minha. Suspiro e ele ri acenando com a cabeça, parecia que tinha algo de errado com Marcelo... E tudo isso desde quando ele chegou o que foi semana passada, e eu lhe contei o que estava vivendo e... sentindo por Vicente.
Infelizmente Marcelo parecia distante por isso e eu só esperava que ele não se distanciasse tanto ao ponto de perder sua amizade. Pois eu sei que se estou aguentando isso até aqui é com muito esforço e me apoiando nele que sempre me anima.

– Marcelo... - sou interrompida pela voz da vice - diretora chamando todos os alunos para entrarem no onibus.

Marcelo arqueia a sobrancelha e abre a boca. Gesticulo um ''deixa pra lá'' e em seguida um ''Depois'' e ele assente com a cabeça. Deve ter sido melhor assim, talvez ele não me respondesse se eu o questionasse sobre seu afastamento.
ABro um último sorriso para ele, antes dele segurar minha mão e nós dois irmos até a fila de alunos entrando no onibus amarelo. Assim que chegamos perto dos outros, o pessoal nos olham curiosos. Sigo o olhar de André e me dou conta que estava de mãos dadas com marcelo... Ah!
Finjo que minhas bochechas não estão coradas e ao desviar meus olhos para o lado encontro os de Vicente, que assim que me nota vira o rosto para o outro lado. Foi pior do que levar um soco no estomago, ele iria me ignorar. Ele nunca mais olharia na minha cara... Ah, Deus, eu pareço uma adolescente patética!
Espanto os pensamentos para um lado escuro da minha mente e sinto mais um olhar em mim e Marcelo. Provuro pelos olhos da pessoa e encontro os de Melissa, que estavam vermelhos de raiva. Franzo a testa, Melissa não tinha por que está assim, ou tinha?

Paro de divagar assim que a secretária ( largatixa com ataque de pelanca) passa distribuindo os números das poltronas para os alunos. Ela entrega o meu indiferentemente e eu apenas reviro os olhos. Leio o número escrito no papel e faço careta, tinha pego a poltrona 8A. O que quer dizer que não ficaria lá no fundão com a turma da bagunça.

– 22B - Marcelo responde assim que mostro o meu papel.
Ele faz cara de frustrado e eu encolho os ombros, fazendo beicinho. Ele ri e afaga meu cabelo. Lhe mostro a língua e logo estávamos os dois rindo.

Paramos quando a fila começou a entrar no onibus e logo eu entrei, sendo seguida por Marcelo. Nos despedimos e ele foi para a parte traseira do onibus, enquanto eu fiquei nas pontas dos pés e joguei minha mochila em cima de onde coloca as malas dos passageiros. Depois me acomodei na poltrona ao lado da janela e fiquei esperando para ver quem sentaria ao meu lado. Logo as demais poltronas foram sendo ocupadas e a do meu lado continuava vazia. Avistei Bler e Laura entrando e passando por mim, fazendo uma careta, elas passaram reto e foram se sentar lá no fundão. É, parece que só eu tive o azar de pegar a poltrona da frente mesmo!
Soltei um suspiro e inclinei a cabeça para o lado, no mesmo momento que vi o cabelo castanho quase loiro entrando no onibus. Ele estava com o papel na mão e procurava o número de sua poltrona. Senti meu coração começar a pular aqui dentro do peito quando seus olhos focaram no número acima da minha poltrona, não podia, Vicente não podia pegar a poltrona ao meu lado! Aonde fica o meu emocional?
Suspirei aliviada assim que ele passou reto, indo para o fundão acompanhado dos meninos. Encarei meus tenis pretos e passei a mão pelo rosto. Eu ainda sou uma idiota, ainda tenho esperanças dele falar comigo.

– Oi - me viro para a pessoa e encontro Valentina sentada ao meu lado.

Abro um sorriso e vejo que Pablo ainda não consiguiu a tranformar.

– Oi Valetina. - ela sorri e cora. Solto uma risada e engatamos uma conversa.
Mas logo Matilde e Alberto entraram no onibus e começaram a falar das regras, do comportamento e de mais coisas que eu não estava prestando atenção.
Logo depois o onibus começou a se locomover e logo estávamos fora do internato. Prestei atenção em Valentina que lia um livro qualquer e então resolvi colocar meus fones de ouvido. Logo começou a tocar Not Alone do McFly e eu sorri ironicamente. Que contradição!
Resolvi deixar de ironia comigo mesma e observei a paisagem das ruas de São Paulo pela janela, o que foi bem interessante pois eu ainda não tinha conhecido toda São Paulo.
Era demais como o povo brasileiro conseguia ter uma cultura tão rica, e como a paisagem de uma simples paisagem podia te descrever no momento. Ruas molhadas e quase desertas, com o vento frio. Mas mesmo assim continuava bonita.
E foi em algum momento enquanto eu admirava a cidade por onde o onibus circulava, que acabei pegando no sono com a cabeça encostada no vidro frio.
Para mim, não tinha mais aventuras para vir, não tinha mas como consertar os erros cometidos. Mas será que eu poderia estar errada?

_________...________

Me remexo na poltrona e abro os olhos lentamente. Passo a língua pelos lábios e quando estou mais consciente me deparo com um par de olhos castanhos caramelizado, na cor do mel me fitando instensamente. Ainda com um pouco de sono e com a vista embaçada não reconheço, por isso desço os olhos para o rosto e encontro uma boca carnuda e rosada. Arfo surpresa, afasto minha cabeça do ombro de Vicente e o encaro estupefada. O que ele fazia aqui? Onde está Valentina?

– Antes de voce começar com as acusações ou me agredir, eu só fiz um favor para a Valentina ok? - o encaro cética e ele bufa - Ela me pediu para trocar de lugar com ela, para ir falar com Gustavo.

Giro a cabeça para trás e observo Valentina e Gustavo rindo. AH, Vicente tinha sentado com Gustavo. Agora entendia.
Reviro os olhos e cruzo os braços, mesmo com a droga do coração quase pulando para fora queria me fazer passar por forte. Vicente não saberia que eu estou... hum, afim dele.

– Era o que faltava. - murmuro com a intenção que ele ouça e o olho pelo canto do olho, vendo seu sorriso ironico.

Bufo e viro meu rosto para a janela do onibus o que me faz pensar que eu tinha dormido com o rosto para cá. E o fone não estava mais nos meus ouvidos. Procuro por ele, e Vicente notando me estende o fio branco. Arrranco de sua mão e coloco no bolso da calça.

– Delicada como sempre. - reviro meus olhos com sua provocação.

– Imbecil como sempre.

O encaro desafiadora e ele me fuzila com os olhos. Ergo o queixo, ficando na altura do seu rosto e ele se inclina paa frente. Agora estávamos frente a frente, com os rostos quase colados um no outro.
Seus olhos me fitam tão intensamente que minhas mãos começam a tremer. Recuo e me lanço para trás na poltrona. Vicente abre um sorriso debochado e eu só rezo para essa viagem não demorar tanto.

...

Enfim havíamos chegado na fazenda. Todos já tinham pegado as malas e realmente o lugar era bonito. A fazenda era enorme, o campo verde que se estendia a quilometros era encantador. Já havíamos conhecido o dono da fazenda, o senhor Pietro, dono de tudo e amigo de Alberto. A casa da fazenda onde tínhamos acabado de sair era realmente bem acolhedora e era alí onde todos nós passaríamos a noite.
Agora estávamos todos nós, alunos e os diretores junto com Pietro e sua mulher, Lucinda, sentados no chão da varanda da casa, ouvindo as histórias de fazendeiro do senhor de idade. Passamos a tarde toda fazendo o que queíramos, tinha sido a nossa tarde livre aqui na fazenda. Alguns passaram tirando fotos, outros conhecendo os animais, ou outros como Bler, Laura, Tomás, Pablo, Marcelo, Valentina, Gustavo, André e Vicente conhecendo o lugar.
Eu não quis ir, preferi ficar sentada em uma cadeira na cozinha, conversando com Lucinda que era bem legal. Ela me lembrava a Dona Nastácia, e eu já morria de saudades dela.

E agora a noite já caía, todos pareciam bem cansados e atentantos as velhas lembraças de Pietro. Amanhã partiríamos, só que de tarde.
Deixo de ouvir as histórias e meu olhar vagueia, até Vicente que acabara de se levantar e sair escondido. Fico intrigada, o que esse imbecil estava aprontando?
Mordo o lábio inferior e decido ir atrás dele. Eu era a instrutora não era? Tinha que vigiar os alunos... Ou Vicente em questão, mas ah, quem se importa! Eu vou e pronto!
Olho em vola e todos estão bastantes concentrados, aproveito e me levanto sem fazer barulho e dou a volta abaixada na varanda, indo na direção onde Vicente foi.
O acompanho de longe e percebo que ele não estava aprontando nada. Só estava caminhando. O sigo sem ligar para a razão martelando aqui na minha cabeça e depois de caminhar atrás dele por uns minutos percebo o quanto nos afastamos, o quão longe estávamos dos outros quando Vicente para de caminhar e olha para o lados.
E aí ele se vira para trás, me percebendo ali e franzindo a testa. Mordo o lábio e tento pensar em alguma coisa.
Porque parando para pensar, estava evidentemente perdida no meio do mato com o idiota do Vicente que só sabe me ignorar... Ótimo Juli, parece que sua estupidez subiu de nível e seus problemas também.


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Notas finais do capítulo

Heheh e foi isso... Sim, eu sou má por ter parado nessa parte! Mas continua no próximo ok?
Para quem ta no grupo eu disse que ia colocar fotos dos personagens no capítulo, mas infelizmente não estou conseguindo. Então, aguardem por favor!
Obrigada por tudo mesmo meninas e COMENTEM para eu saber o que acham que vai acontecer...
Beijos e até mais XD



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