A Garota Problema escrita por Brê Milk


Capítulo 30
Pessoas importantes sempre se vão...


Notas iniciais do capítulo

E aí povinho!!! Tudo bem?
Já queria alertar vocês antes de lerem o capítulo porque:: Excesso de amor a vista ahaha
E... MUITO OBRIGADA DUDAH POR TER RECOMENDADO AGP!! U.U. VAMOS PULAR!!!
E esse capítulo super especial é dedicado a você linda!!
*Boa leitura*



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Capitulo 29= Pessoas importantes sempre se vão...

POV JULI

Tres meses já se passaram depois daquela apresentação na aula de música. Foram tres meses que passaram tão rápidos que eu chego a me assustar. Falta um mes e meio para o natal e claro, para as férias. E isso tem me angustiado á algum tempo. Não sei se meu pai vai querer que eu continue aqui ou simplesmente me arrastar até o Canadá.
Também tenho andado meio aérea de tanto pensar. Sempre me pego pensando naquele dia da aula de música e fico me perguntando o que mudou de lá para cá. Algo mudou sim e eu sei, sei porque Vicente está sempre se esquivando de mim. Quando a gente se cruza pelos corredores ele faz questão de fugir como se eu tivesse alguma doença contagiosa.
Isso não deveria me incomodar eu sei, mas está incomodando. Tipo, o que foi que eu fiz a ele de diferente? Ele sempre aguentou nossas implicancias e brigas mas agora parece que ele quer se manter bem longe de mim. E isso me frustra.
E como eu tenho agido com ele? Bom, eu tenho o tratado com a mesma indiferença que ele me trata, fingindo que nada mudou.
Mas parando de falar do Vicente e de suas mudanças de humor que me irritam, existe outra coisa que vem ocupando meus pensamentos também. Marcelo, ele também parece distante e acho que isso se deve ao ''fora'' que dei nele no dia em que ele se declarou para mim.
Mas o que eu poderia fazer? Eu só não queria iludi- lo e machucá- lo. Mas agora quem está me machucando é ELE e VICENTE, os dois não saem da minha cabeça. Mas já chega, se eles querem fazer jogo duro comigo, que assim seja.
E ainda tem a Melissa... Aquela lá tem feito de tudo para me ferrar. Ela vive armando para mim e eu já fui parar na diretoria umas tres vezes. Primeiro ela apronta com os professores e diz que fui eu; segundo ela espalha boatos pela escola e acham os gabaritos dos testes no meu armario... E a Matilde acredita! Já tentei argumentar que NÃO fui eu, mas não tem jeito. Parece que quando voce tem uma fama, ela sempre vai acompanhar voce. Não importa onde quer que seja.
E por essas armações da Melissa a Matilde e o Alberto chamaram meu pai aqui no internato e parece que daqui á quatro horas ele chega. Já estou até me preparando para os sermões e todas as baboseiras de sempre.

Suspiro e inclino a cabeça para o lado. Volto a prestar atenção na aula da professora sobre tabela periódica. Ô coisa chata!
Passo a maõ no cabelo e olho para o lado. Há tres carteiras de mim estava Laura que parecia não prestar atenção na aula e estava com a cabeça baixa. Os ombros dela desciam e subiam freneticamente. Fiquei me perguntando o que ela estava sentindo...
Mas do nada ela se levanta ainda com o rosto baixo e vai até a professora falando alguma coisa que não entendi. A professora responde algo e Laura sai da sala rapidamente.
Levanto a sobrancelha, Laura não parecia estar bem. Será que está passando mal?
Olho para Bler que parecia concentrada em seus exercicios e suspiro levantando e indo até a professora.

– Posso ir ao banheiro professora?- ela me olha e assente voltando a ler seu jornal.
Ainda bem que ela deixou. Saio da sala e vou diretamente até o banheiro, talvez eu a encontre por lá.

Assim que entro no banheiro ouço um som de choro baixinho e começo a me perguntar de quem seria.
– Laura?- ninguém responde mas o choro continua.
– Laura?- insisto e logo obtenho minha resposta.
– Eu to bem Juli- ela responde com uma voz embargada. Ela deveria estar chorando.
– Dá para voce sair de dentro dai e me contar o que aconteceu para voce estar chorando?- murmuro me encostando ao lado da cabine que Laura estava.
Sei que ela estava ali, podia ver suas botas por baixo da porta.
Um tempo depois a porta da cabine é aberta e uma Laura chorosa aparece com o rosto vermelho e com rastros de lágrimas pelas bochechas.
Fico observando quando ela caminha até o lavatório e abre a torneira apanhando a água com a mão e passando no rosto. Depois ela desliga a torneira e me olha envergonhada e triste.

– Quer compartilhar?- ela dá um sorriso mínimo e eu me junto a ela me escorando na pia de costas para o grande espelho.

– É o Tomás...- ela suspira e eu a encaro- Acho que dá para perceber que eu sou apaixonada por ele.
– É, dá sim- concordo e ela ri.

– Eu sei, mas eu acho que ele não é por mim. A gente era amigo antes e contávamos de tudo um por outro e há um tempo atrás quase nos beijamos mas..- ela para e volta a chorar baixinho.

– Mas?- questiono secando suas lágrimas com os meus polegares.

– Mas que eu pensei que ele sentisse o mesmo por mim e que se declarasse. Mas eu me enganei Juli, a boba aqui apaixonada por ele e ontem ele me contou enquanto conversávamos que ele e a Katrina estão namorando- ela fala e começa a soluçar.
Fico calada, não tinha muito o que eu pudesse fazer por ela mas eu a abracei. E olha que eu não sou de abraços.

– Quem é Katrina?

– Ela é do segundo ano também, mas é de outra turma. Ela é bonita, é loira, tem um corpo lindo e é adorada por muitos Juli.- Laura começa a falar e eu a ouço calada- Mas ah... Como o Tomás não iria gostar dela? Ela é o meu oposto, enquanto ela é perfeita eu só sou eu.- e começa a chorar mais.

– Ei, ei Laura!- ela me encara com os olhos vermelhos- Nada disso. Voce é melhor do que pensa. E daí que essa tal de Katrina é loira e tem corpo bonito? Ela não é igual voce e sabe por que? Porque ninguém é igual a ninguem Laura... E o azar todo é do mané do Tomás que não sabe o que está perdendo. Voce é uma garota fantástica Laura, é linda, legal e tem um coração enorme. Não se menospreze linda, voce é mais do que isso e mais do que as pessoas pensam.- ela sorri e me abraça.

– Não sei se sou verdadeiramente tudo isso Julia- eu rio e a afasto.

– Vou te mostrar que é- digo e a viro de frente para o espelho- Tá vendo essa garota linda e ruiva com os olhos vermelhos ai? Então, ela é incrivel e pode ter tudo se querer. Só que ela não enxerga isso. Ela é daquelas pessoas mais incriveis que eu já conheci mas não sabe. E sabe o que ela tem que fazer com um garoto chamado Tomás? Mandar ele ir á merda já que não dá valor ao que tem- Laura ri e fita seu reflexo no espelho.

– Voce tem razão Juli. Eu sou isso tudo, eu não sou pior do que a Katrina e nem ninguém. Eu sou amada por muitos e sou feliz. E sabe o que vou fazer? Mostrar o óbvio ao Tomás já que ele não consegue enxergar sozinho- ela diz e lava o rosto. Ajeita o cabelo e me encara.

– Isso, mostra pra ela o que ele perdeu- ela ri e me abraça.

– Voce é a melhor pessoa que eu já conheci Juli. Voce é uma grande amiga- ela pronuncia e eu sorrio. O sinal toca e ela me olha.

– Pronta?- ela concorda e depois que a cara de choro da Laura dá lugar a um sorriso eu e ela saimos do banheiro que já lotava por outras garotas.

Andamos por entre os adolescentes e só paramos quando Lura avistou Tomás e os garotos junto com Bler e Pablo em um banco rindo no pátio.
Laura me olha e sorri e eu arregalo os olhos ja tendo em mente o que ela iria fazer. Ela sai pisando duro e eu vou até ela.

– Oi meninas...- Gustavo é cortado por laura que o interrompe

– Oi para voces mas eu quero falar com o Tomás- seu tom é serio e frio. Todos olham para Tomás que parece confuso.

– Pode falar Laura- ele olha para a garota parada a sua frente e esbugalha os olhos quando ela começa a falar

– Sabe por que eu vim aqui Tomás?- ele nega- Eu vim aqui porque já to cheia de passar por invisivel por voce. Já to cheia de voce fingir que não sabe QUE EU SEMPRE FUI APAIXONADA POR VOCE. Já estou cheia de guardar esse amor idiota para mim e ouvir as pessoas rindo da minha cara por isso ser tão humilhante. E quer saber por que eu tomei coragem de te falar isso?- ele nega com a cabeça assustado enquanto Laura bate com o indicador em seu peito- Porque eu cansei de fazer papel de trouxa Tomás! Cansei, e agora voce me perdeu por ser tão burro ao ponto de não abrir seus olhos.

– Laura eu...- Tomás murmura desnorteado e com um brilho no olhar... Ele queria chorar?

– Não me interessa o que voce tem a dizer Tomás. Voce sabia SIM que todos esses anos eu sempre te amei mas nunca tomou a iniciativa de expor seus sentimentos. Mas agora eu tomei a iniciativa e estou aqui não estou, expondo meus sentimentos? Mas já é tarde, não quero mas saber de voce e por favor, vai atrás da Katrina e seja feliz com ela... Babaca!- Laura vira as costas e sai dali pisando duro e todos olhavam a cena chocados.

–Eu... Eu, não...- Tomás murmurava e acabou suspirando e abaixando a cabeça.

– Caramba, a Laura se revelou.- comenta Gustavo.

– Que merda foi que eu fiz? Agora ela nunca mais vai olhar na minha cara. Belo covarde que eu sou. Droga!- Tomás chuta uma latinha no chão e todos ficam calados.

– Minha prima tem razão. Voce não correu atrás dela todos eses anos, e voce sabia, voce sabia que ela era a fim de voce cara. E agora voce a perdeu- Vicente fala e Tomás o encara travando a mandibula.

– EU SEI TÁ LEGAL? EU FUI UM IDIOTA MAS SÓ FUI PORQUE ESTAVA COM MEDO DE A PERDER PARA SEMPRE.- ele grita na cara de Vicente que suspira. E assim Tomás se levanta e sai transtornado para dentro do internato.

– Nossa...- Bler murmura e ficamos em silencio.

– Quem será que incentivou a Laura, ela não teria coragem sozinha- diz André e eu sorrio

– Eu- levanto a mão e todos me olham.

– Voce abrius os olhos dela, parabéns- Bler sorri e eu aceno.

– Eu sei, mas não sei se isso vai acabar bem.- sussurro e começamos a conversar de outro assunto. E Vicente nem olhou para minha cara.

***

As aulas do dia já tinham acabado ( hoje tivemos aulas extras) e eu e o pessoal, exceto Laura e Tomás que estavam trancados em seus quartos, saímos da sala. Eu sorria e conversava, mas minha mente estava se preparando para a bronca que iria levar quando meu pai chegasse.

– Alguém sabe que horas são?- pergunto e André olha a hora em seu relógio de pulso dourado.

– 17: 30- ele responde e eu agradeço. Meu pai já deveria ter chegado.

– Tudo bem Juli?- Bler para ao meu lado e eu a olho sorridente.

– Tudo, tudo- ela sorri e nós todos continuamos a conversar.

Fomos para o pátio e antes que chegássemos perto dos bancos ouvimos Vozes gritando pelo meu nome.
Olho para trás e vejo a vice diretora Matilde correndo até nós com Alberto atrás.

– Senhorita Lacoste- Matilde fala ajeitando sua saia e eu sorrio falsamente.

– Já deixo claro que dessa vez não fui eu- escuto as risadinhas do pessoal e a vice diretora permance séria sem vestigios de irritação.

– Juli aconteceu uma coisa...- Alberto começa e todos se calam. Eu o encaro e ele olha para a irmã.

– O que aconteceu diretor?- pergunto os encarando e um mal pressentimento faz meu peito se apertar.

– Seu pai sofreu um acidente enquanto estava vindo para cá e está no hospital em estado grave- Matilde diz e eu me ouço arfar.
Fico os olhando sem reação e sinto minhas pernas fraquejarem. Meu pai estava entre a vida e a morte? Mas como se ele era a única pessoa que me restava nesse mundo? Mesmo eu não me entendendo com ele, ele continua sendo meu pai não?

– Julia, voce está bem?- Alberto dá um passo em minha direção e eu abano a cabeça lutando contra as lágrimas. Não quero chorar agora, não na frente de todos.

– S-sim- respondo e respiro fundo- C- como ele está?

– Quando a secretária dele ligou mandou lhe avisar que ele estava... Mal. Seu pai está entre a vida e a morte Julia. Pelo que sabemos ele vinha dirigindo mas um motorista bebado bateu o carro contra o do seu pai na contramão e ele não teve tempo de desviar- Matilde explica e eu assinto com a cabeça.

Olho para trás e vejo todos com expressões tristes e com pena.., Pena? Não quero a pena de ninguém!

– Pode ir visitá- lo se quiser- Alberto sorri minimamente e eu nego com a cabeça.

– Não quero- respondo e todos me olham chocados.

– Como voce não quer ir? Seu pai pode morrer Julia- ouço Bler falar atrás de mim e eu cerro os punhos.

– Avise a secretária que eu não irei ver ele.- digo e Matilde assente chocada enquanto Alberto abana a cabeça.

– Tudo bem- os dois saem dali e eu sinto meu coração se apertando mais e mais.

– Juli...- me viro para os meus amigos que me encaravam e engulo o nó formado na minha garganta.

– Eu estou bem pessoal. Vou indo- falo e saio dali apressadamente.

Não me importo que as pessoas achem que eu sou uma filha sem coração. Se elas realmente soubessem da verdade, o porque de eu estar fazendo isso.
Caminho apressada até a sala da diretoria. Sabia que Matilde e Alberto iriam para os quartos dos dois já que as aulas já tinham acabado. E eu sabia também que a porta da diretoria só era trancada quando todos estavam em seus quartos, assim se um dos diretores precisassem voltar na diretoria não precisariam da chave.
Abro a porta com cuidado da sala e depois que me certifico que não tem ninguém ando até a mesa no centro e abro a quinta gaveta. Pego o litro de Vodka que eu sabia que Alberto tinha ali. Sabia porque da última vez que vim aqui tinha remexido em tudo e achei a garrafa escondida.
A pego e volto a fechar a gaveta. Saio da sala e com cuidado passo pelos corredores. Não tinha ninguém.
Precisava pensar, precisava me manter longe da realidade e por que não bebendo?
Nunca fui de beber, mas essa me parecia uma boa hora. E se tem um lugar que posso fazer isso sossegada é no jardim em que Alberto me mostrou. Como ele mesmo disse, ninguém sabe que existe e eu posso ficar lá escondida.

Depois de fazer o trajeto até lá assim que vejo as arvores e as borboletas voando lágrimas começam a cair dos meus olhos. Definivamente eu nasci para sofrer e ser sempre rejeitada.
Caminho com a visão embaçada e me sento na grama mesmo, logo após abrindo a garrafa e tomando um gole daquela bebida.
O líquido desce quente e rasgando minha garganta mas eu não me importo. Depois do primeiro gole tomo mais um, depois outro e em seguida perco a conta.

É uma maldição, eu nunca fui feliz na minha vida. Todas pessoas que eu amo se vão. Primeiro minha mãe que eu nem tive a chance de conhecer, depois meu avo e agora meu pai. Mas se meu pai se for mesmo eu vou estar sozinha no mundo e não sei se vou conseguir suportar.

Depois do que se pareceu uma hora eu já não conseguia enxergar com clareza e não sei se é por causa das lágrimas ou pela bebida. Minha cabeça dói e eu sinto tudo rodar. Estou rindo e xingando á uns cinco minutos e a bebida já acabou.
Decido levantar mas assim que me apoio no joelho e consigo levantar caio de bunda no chão por não conseguir me aguentar em pé. Começo a chorar mais, eu sou um idiota mesmo! E enquanto meu pai está em uma cama de hospital talvez morrendo eu estou aqui, bêbada e nem me aguento em pé.

Começo a soluçar e abraço minhas pernas. Olhe só para voce Julia, voce nunca foi aquela garota que todos viam e que voce via como rebelde, problema e fria.
Há muito tempo eu venho querendo saber como era esse meu novo lado e agora eu descobri. Esse lado é fragil, é o lado de uma garota boba com medo de enfrentar a vida e quer saber?... Esse lado sempre esteve comigo e sempre foi o lado que era meu eu verdadeirao. Eu só tentava o esconder.

– Voce é tão idiota Julia- resmungo comigo mesma me escontando no banco já que ainda estou tonta.

– Olha eu tenho que concordar com voce- ouço uma voz atrás de mim e me assusto.

– Vicente?- pergunto vendo sua figura meio embaçada caminhando na minha direção.

– O próprio- ele se senta ao meu lado e joga a cabeça para trás.

– O que voce está fazendo aqui?

– Bom, eu só estava andando por ai- ele responde sorrindo de lado e eu reviro os olhos, o que não devia ter feito porque minha cabeça doeu mais.

– Ahah e eu sou a Sininho- ironizo e ele ri.

– Ok, eu estava te procurando e me lembrei desse lugar- ele responde e eu o encaro enquanto ele observa o litro de vodka ao lado- E eu nem preciso perguntar o que voce estava fazendo.

Fecho os olhos. Só queria que as pessoas parassem de me dizerem o que devo fazer e parassem de me julgar.

– Não estou te julgando- Vicente diz parecendo que leu minha mente- E não estava com pena de voce mais cedo.
O olho e ele me encara sorrindo discretamente. Pisco os olhos e olho para mnhas pernas.

– Por que se afastou?- faço a pergunta que tanto me atormentava.

– Eu só... Não queria que nos magoássemos- ele responde desviando o olhar para a grama.

– Isso não é resposta decente- toco em seu ombro e ele volta a me encarar- Porque voce se afastou de repente?
Vicente suspira e me olha com seus olhos caramelizados.

– Só não queria que a historia se repetisse como aconteceu com a Isabella.- ele responde e eu retiro minha mão de seu ombro.
Ele não podia me comparar com a Isabella quando eu não a conhecia. Eu não gostava de ser comparada e muito menos ser relacionada a alguém.

– Voce não pode me comparar com ela. Não vê que eu não sou ela- questiono cerrando os olhos e ele se remexe suspirando nervoso.

– Eu sei que não. Mas... Isso não é assunto pra agora.- ele diz duro e eu grunho frustrada.

– Dá pra parar de gritar e mandar em mim como todo mundo faz?- levo as mãos á cabeça e fecho os olhos.

– Não estou gritando. E também não estou te dando ordens, eu só queria entender o motivo de voce não querer ir ver o seu pai..

– Voce não entende né? Se eu for ver ele e ele estiver morrendo não vou aguentar. Já perdi muitas pessoas importantes e me nego a aceitar perder mais uma- falo e as traidoras lágrimas escorrem pelas minhas bochechas.

– A vida é assim Julia, pessoas importantes sempre se vão- sinto a mão de Vicente acariciar meu rosto e eu abro os olhos tendo visão dele limpando minhas lágrimas.

– E isso é uma merda- ele ri e concorda.

– É sim. Mas você vai ter que aprender a lidar com isso. Nem sempre voce vai resolver seus problemas bebendo e chorando. Enfrente a realidade baixinha- ele diz e eu abro a boca mas as palavras parecem fugir.

Vicente estava certo, já é hora de amadurecer e enfrentar a realidade. Quando minha mãe morreu eu era pequena e fragil, agora eu já cresci e preciso ser forte.

Olho para Vicente que fitava o céu já escuro por conta da noite já ter chegado. Eu poderia estar um pouco bebada, mas ainda assim tinha uma coisa que eu precisava fazer agora.

– Me leva para o hospital Vicente?- pergunto com medo dele começar a rir da minha cara e de que todas as suas palavras tenham sido um modo de zoação.

– Voce está bebada nanica- ele responde rindo e eu lhe dou um soco no braço.

– Só um pouco. Mas eu preciso fazer isso- respondo o olhando e ele solta um longo suspiro.

– Ok. Mas primeiro voce toma um banho frio pra tirar um pouco desse alcool do cérebro e depois vamos- Vicente responde e eu aceno. Minha cabeça ainda doia.

Antes de Vicente se levantar ele chega perto de mim e encosta sua testa na minha. Ao sentir sua respiração quente batendo contra meu rosto fecho os olhos e sinto seus lábios macios em contao com minha testa deixando lá um beijo delicado. Sinto ele me pegar no colo e caminhar comigo nos braços até dentro do internato.
Permaneço com os olhos fechados e antes da inconsciencia me tomar sinto os lábios do Vicente contra os meus lábios e depois apago...


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Quem imaginava que a Juli iria encher a cara?? Ahah e o final, já aviso que no próximo VAI TER SURPRESA! E não o beijo do final não foi um BEIJO, não se iludam como eu ahha
E a atitude da Laurinha?? Eu amei meu povo! ;)
E sigam o exemplo da DUDAH, RECOMENDEM MINHA HISTORIA.
Beijos e até o próximo...



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