A Garota Problema escrita por Brê Milk


Capítulo 20
Pai?


Notas iniciais do capítulo

OIII! Tem mais capitulo hehe. Só queria avisar que infelizmente eu não poste nem na segunda nem na terça :(... Mas peraí, esse capitulo aqui tá GRANDÃO e cheio de EMOÇÕES. Resolvi seguir a dica de um comentário e colocar mais frases filosóficas e mais emoção. Só que me desculpem quem não gostar desse capitulo porque a Juli vai sofrer e vocês vão ver o modo de pensar dela, e também eu fiz assim triste porque eu não estou bem... Me desculpem realmente se não ficou bom mas não consegui fazer melhor ok?

Vamos a leitura!!!!!



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Pov Juli


Dois meses e meio. Há dois meses e meio ainda estou aqui nesse internato.
É Juli, para quem disse que faria de tudo para sair dessa prisão- fala minha consciencia, e por mais que eu queira manda- lá para merda sei que ela está certa.
Eu, Julia Lacoste, a garota problema e marrenta me encontro nessa situação. Presa em um internato, rodeada por mentirosos porque desde daquele dia do meu ''desmaio'' eu venho ignorando Bler e Laura. Os únicos que falo são o Gustavo, André e Tomás...
Ah e tem o Marcelo também, ele não está mas aqui no internato, ele viajou com a familia e só volta daqui a dois meses. Fiquei triste porque já o considerava como melhor amigo mas eu já estou acostumada. Sempre foi assim todas as pessoas que eu começo a me apegar sempre vão embora... Primeiro minha mãe, e agora Marcelo.

Sei que estou parecendo uma daquelas adolescentes que sofrem de depressão por um namoro fracassado, ou quando a sociedade não as aceita mas eu não quero saber.
Acho que se a metade da população do planeta vivesse minha vida nem iria querer ter o direito de viver. Qual é, a minha vida é uma droga pelas seguintes razões: a) Sempre fui rejeitada. b) Há dois meses atrás meu ''pai'' me colocou nessa prisão de internato e até hoje não deu as caras. c) É evidente que a minha vida não presta.
Querem mais razões? As vezes eu queria, queria não. Eu desejo tanto, mas tanto que minha mãe tivesse aqui ao meu lado que chega a doer. Talvez, TALVEZ se ela ainda fosse viva meu pai me amasse. Eu não teria me transformado na garota que sou hoje. Não estaria aqui me lamentando mentalmente.

Minha atenção é atraida por Pablo que chega correndo até as escadas das salas de aula, era ali onde eu estava agora.

– Juliiiiiii! Amiga que tristeza é essa? Anima minha mona fashion- diz ele batendo palminhas. Pois é, embora a sociedade tenha virado as costas para mim desde que nasci, Pablo não. Ele continua aqui ao meu lado fazendo caras e bocas para me alegrar.

– E quem disse que estou triste hein seu gay falsificado?- tento sorrir, mas deve ter parecido com uma careta porque Pablo coloca as mãos na cintura e me fita. Abaixo a cabeça e ele suspira se sentando ao meu lado.

– É isso mesmo que eu estou vendo? Julia Lacoste sem palavras e tristonha?- fico em silencio- Vamos lá fofa, me diz o que tá pegando

Olho para ele e ah é melhor falar:- Alguma vez voce já se sentiu excluso do mundo Pablo? Tipo, alguma vez voce já se sentiu diferente de todos ao seu redor. Como se voce FOSSE o erro no meio dos acertos á sua volta?- Não sei de onde aquelas palavras sairam, só sei que eu falei. Falei o que sentia e vi Pablo fitar o nada á sua frente, para depois se virar para mim e falar normalmente:

– Já- diz ele simplesmente e continua com a voz carregando emoção:- Já Julia, muitas vezes. As pessoas julgam e incriminam os demais o tempo todo, eles nunca se cansam de fazer isso. Sabe, eu já sofri muito preconceito por ser gay. Já sofri descriminação, já fui alvo de criticas e piadinhas maldosas mas eu não ligo. Não, no começo até me incomodou mas logo eu percebi que na verdade os únicos errados são essas pessoas que me julgaram, porque na verdade Julia eles que são infelizes e me querem ver assim também.- ele diz e percebo que seus olhos já estavam marejados enquanto os meus transbordavam um oceano de lágrimas nos meus olhos.

– A sociedade quer que sejamos justos com eles quando na verdade eles nunca serão- digo e ele assente limpando minhas lágrimas que deixei cair.

– Isso mesmo baranga- ele ri- Mas me prometa Juli, me prometa que apesar dos apesares que as pessoas sempre colocam em nossos caminhos nunca desista. N-u-n-c-a desista dos seus sonhos, nunca desista das suas causas para lutar, nunca desista de suas escolhas, nunca desista de voce Julia... Voce é especial, e é muito dificil de se achar pessoas especiais nesse mundo tão grande- ele finaliza e eu o abraço forte... Agora eu sei que posso contar de verdade com essa bicha louca aqui na minha frente.

– Obrigada Pablo- digo quando nso afastamos do abraço e me levanto o deixando sentado a olhar para mim.

– Onde voce vai garota?- pergunta ele já se levantando mas eu o impeço com um gesto.

– Preciso fazer uma coisa-sorrio com o dedo na boca e Pablo sorri para mim. Saio correndo pelos corredores com meu casaco de listras vermelho amarrado na cintura e cabelo sendo espalhado pela minha cara pela corrida.
Desvio de algumas pessoas que estavam no meu caminho e chego ao meu dormitório. Entro de rompate mais não encontro quem eu procurava.
Saio olhando para os lados e avisto Francisco brincando com outras crianças perto de um banco. Corro até ele
Assim que o menino me ver abri a boca para falar alguma coisa mas eu não tenho tempo para isso.

– Onde está a sua irmã e prima Francisco?- ele fecha a boca e me olha fixamente. Minutos depois resolve responder:

– Não sei- diz e sai andando com as outras crianças, me deixando com cara de tacho ali e pé.


– Moleque mal- educado- resmungo para o nada e escuto passos vindos de trás de mim. Me viro e vejo que é só a secretária com ataque de pelancas.

–O que foi?- cruzo os braços e ela faz cara de nojo.

– O diretor e a diretora a aguardam na sala deles- diz ela e me olha sorrindo cinica.

– O que eles querem? Não fiz nada- só falta essa agora, ser acusada de algo que não fiz, e juro que nesses meses não tenho aprontado nada... de mais.

– isso eu não sei. Vá até lá e descubra- e ela saiu andando mas ainda pude escutar um ''Tomara que seja expulsa''

– Voce também- gritei e ela virou para trás irritada mas voltou a andar. Ri mas parei é melhor enfrentar o que quer que seja logo.

Começo a caminhar até a sala do diretor mas me lembro de Bler e Laura... Com elas eu falo depois, ainda vou ter muito tempo.
Quando chego de frente a porta bato e espero que me mandem entrar.
Ouço um ''entre'' e abro a porta, enquanto a fecho sem me virar para frente já digo logo:

– Olha já aviso que não fiz nada e..- sou cortada por uma voz que me fez petrificar com a mão na maçaneta:

– Já se explicando Julia- é a voz do meu pai. Me viro e o vejo sentado de frente para o Alberto e a diretora Matilde. Mas ele estava de costas para mim. Que consideração!

Olho para Alberto que parecia irritado ( porque?) e Matilde que estava naturalmente sentada com aquela pose de sou-a-diretora-e-voces-suas-pestes-tem-que-me-obedecer!
Engulo em seco e volto a postura tirando minha mão da maçaneta da porta e caminhando até a cadeira ao lado do meu pai que estava vazia. Mas não me sento.

– O que faz aqui?- pergunto rispida e pela primeira vez ele levanta o olhar e me fita, desviando o rosto em seguida.

– Sente- se- ele ordena e eu o olho debochada- Não irei repetir- continua e eu contrariada me sento observando ele ao meu lado.

– Deve estar se perguntando o que a traz aqui senhorita Julia. Mas seu pai nos pediu para solicita- lá pois ele queria falar com a senhorita- diz Matilde se se levanta- Vamos deixar voces a sos, com licença- e sai caminhando pela sala até a porta.

Alberto me olha e em seguida para meu pai. Se levanta e sai andando pedindo um ''com licença''. Chega até a porta e Matilde sai da sala, e quando Alberto vai sair me lança um olhar solidário e gesticula ''Boa sorte'' com os lábios.

Depois que a porta é fechada fito a mesa de madeira industrializada á minha frente e espero pelas palavras dele. Do meu pai que depois de dois meses sem se lembrar de mim resolveu aparecer finalmente.

– O que me trouxe aqui hoje Julia- cmeça ele mas eu o interrompo:
– É Juli, sabe que odeio Julia- mas ai ele que me interrompe:
– Não me interrompa!- Branda e volta a falar:- Como ia dizendo, o que me trouxe aqui hoje foi para avisá- la que partir de hoje voce não morará mas com a mãe de Fátima.- diz ele e eu o olho questionadora. Mas do que raios esse homem tá falando?

– E onde eu vou morar então?- pergunto com desdém e deboche.

– Comigo!- ele diz e eu me levanto da cadeira o olhando espantada.

– OQUE?- grito e parece que estou em um djavu. Eu tenho a certeza que há dois meses atrás a minha reação foi a mesma quando recebi a noticia que iria vim para cá. Mas agora é diferente EU NÃO QUERO IR EMBORA!

– Não grite. Voce irá voltar comigo para o Canadá Julia e caso encerrado- diz ele se levantando mas eu o seguro pelo pulso. Ele me olha e eu devolvo o olhar.

– Eu. não.irei.embora!- pausadamente digo tentando não me irritar mais.

– Voce irá sim. Está tudo certo já e nada mais de se tocar no assunto. Vamos Julia pare com isso, não era isso que voce queria hein? Sair dessa ''prisão''. pois muito bem, agora voce conseguiu- diz ele e eu o solto... era verdade mas tudo mudou!

– Eu quero ficar- sussuro e levanto o olhar. Ele esperava mais alguma resposta minha- Eu irei ficar pai, não adianta voce gritar. Eu vou ficar. E nada, ouviu NADA que voce ou alguém falar vai me fazer mudar de ideia pai. EU não posso ir, eu cheguei aqui e consegui arranjar amigos pai. O senhor nunca percebeu né? Eu Praticamente implorava por uma salvação. Eu desejava que alguem me salvasse dos meus demonios que eu tenho dentro de mim pai.... Tudo bem, isso ainda não aconteceu mas eu tenho a certeza que vai acontecer. Eu só quero ficar. Vai viver sua vida, esquece que sou sua filha, mas por favor. Voce nunca ligou para mim, então só me esquece e deixe que alguém me salve- digo chorando e reparo que o homem a minha petreficou calado e estatico. Depois que vi ele engulir em seco ele falou::

– Voce é igual á sua mãe- diz ele com a voz congelada e sai pisando duro da sala batendo com a porta.

Respiro fundo deixando as lagrimas fluirem de dentro dos meus olhos e os fecho. Fico imaginando e conseguindo ver meus medos, minhas aflições, meus demonios interiores na minha cabeça e começo a soluçar...
Quando abro os olhos novamente uma raiva enlouquecedora brota de dentro do meu peito e saio disparada da sala do diretor e começo a andar sem rumo pelo internato. Até que paro na cantina e do nada começo a jogar as cadeiras, a empurrar as mesas, a pegar as canecas no balcão e a arremesar na parede. As lágrimas caiam livremente pelo meu rosto e eu chorava, chorava como se não houvesse amanhã...

– Droga! Droga. Droga. Droga. Droga. Droga de VIDA....- empurro mais coisas pela minha frente até que me canso e sinto a dor das minhas mãos or ter batido com força nas mesas...

Me sento jogada num canto no chão e me abraço aos meus joelhos escondendo o rosto entre eles e soluçando alto... Dane- se se alguem ouvir eu não ligo.
Me lembro das palavras do Pablo::: Para nunca desistir de ser eu mesma... que eu sou especial– Como se fosse verdade.

Motivada ainda pela fúria me levanto e começo a socar a parede de azuleijos ao meu lado. Soco mais um pouco até os meus dedos estarem esfolados e sangue começar a pingar... não me importo com a dor, continuo socando até que sinto alguém puxar a minha mão me fazendo parar de socar e me virar de frente.
Era Vicente, ele me olhava nos olhos e olhava para minha mão.
Tentei puxar minha mão de volta mas ele a segurou firme, virei o rosto para o lado para ele não notar minha situação humilhante.
Pensei que o idiota fosse rir de mim, mas não. Ele se manteve calado e isso só fez mais lágrimas escorrerem por meu rosto e quando me virei novamente para ele para perguntar o porque dele estar aqui ele simplesmente me abraçou forte... e eu não o afastei.
E sim,comecei a chorar mais tendo o cabelo sendo afagadopor Vicente e seus braços rodeando meu corpo...


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Notas finais do capítulo

Então O que acham que vai acontecer? pensaram que eu iria deixar a nossa problemática ir embora assim? Nãooo a história só tá começando ainda falta muito chão heheh.
Mas me desculpem pelos erros de grafia é que eu não reviso, e relembrando não sei se irei postar segunda nem TERÇA!

Beijos e bom começo de semana



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