Sarah Adams - Parte Final escrita por Marina Andrade


Capítulo 3
Capítulo 2 - Salvando o Draco




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“Nas arquibancadas, Draco olhava a cena aflito, com vontade de tirar Sarah dalí imediatamente. Olhou para a mesa dos professores, e viu que Dumbledore descia as escadas para alcançar o campo. Enquanto corria os olhos pela mesa, viu que Amber Cast mexia os lábios discretamente, atenta à Sarah. Atenta demais. Usou sua super audição e ouviu que ela murmurava algo parecido com um feitiço, um encantamento. Sem pensar duas vezes, caminhou empurrando quem estivesse em seu caminho, invadiu a área dos professores e lhe sentou um murro na cara. Na mesma hora, os balaços caíram inanimados no gramado. Porém a goles que a estava seguindo de cima, caiu sobre Sarah, a atingindo no ombro e a fazendo cair da vassoura.”

 

Três horas mais tarde, gabinete de Dumbledore.

 

Draco estava furioso enquanto esperava por Dumbledore. Depois do seu ato impulsivo de socar a cara de Cast, a vaca reagiu como se não soubesse de nenhuma das acusações que ele lhe lançava. E agora ele estava ferrado. Muito ferrado. O pior é que ninguém parecia ter ligado o fato de que os balaços pararam de perseguir Sarah quando ele bateu na professora. É claro... Ninguém além dele tinha ouvido o que ela dissera. Mas o que mais o irritava é que Sarah estava na enfermaria e ele não podia vê-la. Era estranho Draco sentir vontade de vê-la. De abraçá-la. De beijá-la.

 

Ah, pronto! – Draco pensou consigo mesmo – Agora sim você está ferrado, Malfoy! Você ama Sarah Adams. Adams! E ela te acha um Malfoy convencido e arrogante!

 

-Malfoy. – Dumbledore entrou na sala, interrompendo os pensamentos de Draco e se sentando em sua cadeira, do outro lado da escrivaninha.

 

-Dumbledore, você tem que me escutar! A professora Cast estava enfeitiçando os balaços! Eu ouvi!

 

-Com sua super audição, suponho? – Dumbledore perguntou, meio irônico. – Draco, mesmo que seja verdade, isso não te dá o direito de agredir um professor.

 

-Mas ela...! – Draco tentou protestar, já se cansando.

 

-Menos cinquenta pontos para a Sonserina. E vai cumprir detenção amanhã à tarde. – Dumbledore declarou, anotando os pontos retirados em um pergaminho.

 

-Que detenção? – Draco perguntou com medo da resposta.

 

-Isso fica a critério da professora Cast. Esteja na sala dela amanhã, às duas da tarde.

 

-Posso ir agora? – Ele perguntou, já se levantando.

 

-Pode. – Draco andou à passos largos em direção à porta. – Ah, Malfoy! – Parou já com a mão na maçaneta, e olhou para Dumbledore. – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você perceberia. – Ele disse com um sorriso cúmplice para Draco.

 

-Perceberia o quê?

 

-Que ama a Sarah. Demorou pra notar hein? – Dumbledore zoou. Draco riu e saiu da sala.

 

Dia seguinte, sala nº 122, 14:00 hs.

 

Toc toc toc. – Draco bateu na porta, se controlando para não quebrá-la. A última coisa que ele queria era ver a cara da professora Cast de novo. Ainda mais depois de saber que Sarah estava inconsciente e não podia receber visitas até que acordasse. A porta se abriu, e a imagem assustadora de Amber Cast sombreou o corredor. Ela fechou a porta da sala e começou a caminhar pelo corredor.

 

-Venha. – Disse, sorrindo como quem se diverte. Draco a seguiu mantendo uma distância suficiente para pegar a varinha a tempo. Caminharam até o corredor do andar de baixo, onde pararam em frente à uma porta de dobradiças reforçadas e com uma placa empoeirada na entrada: “Não entre!”

 

Ô maravilha! E agora essa! O que é que será que guardam aí? Trasgos, provavelmente.

 

Cast destrancou a sala e parou com a mão na maçaneta. Olhou para Draco ainda com um sorriso de vitória estampado na cara.

 

-Dentro dessa sala há uma plantação de flores muito raras que ainda estão sendo estudadas. Você deve arrancar 30 delas pela raíz e trazer pra mim na minha sala. – Draco concordou com a cabeça, pensando que flores não podiam ser tão más – A varinha. – Ela ordenou, estendendo a mão para ele. Draco tirou a varinha do bolso e entregou à ela. – Tire a capa. – Ela disse, o olhando desconfiada. Draco tirou o pesado a capa do uniforme da escola e abriu os braços, como se mostrasse que não estava carregando nenhuma poção escondida. Ela pareceu satisfeita. Ele entrou na sala, com medo de que tipo de flores poderiam ser. Assim que entrou, viu belas flores azul-claras e roxas plantadas em mini-jardins sobre as bancadas.

 

-Não seria tão fácil assim, seria? – Ele pensou, se aproximando de uma das flores. Estendeu a mão temeroso. A tocou. Assim que seu dedo encostou na flor, todas as flores da bancada pareceram acordar, se agitando e contorcendo. Dezenas de espinhos de cerca de 5 centímetros surgiram em cada flor, e as que estavam mais próximas da mão de Draco começaram a arranhá-lo, abrindo cortes em suas mãos.

 

É. Não seria. – Ele respondeu à própria pergunta mentalmente, enquanto se afastava das flores e tentava estancar o sangue com a barra da camisa.

 

Trinta minutos atrás, Enfermaria, cama do fundo.

 

Sarah abriu os olhos devagar. Só pela posição que estava deitada, percebeu que estava na enfermaria. De novo. Sentiu também que alguém estava segurando sua mão, sentado na beirada da cama.

 

Draco? – Pensou alegre.

 

-Sarah? Tá me ouvindo? – Fred chamou, apertando sua mão.

 

-Fred? – Sarah pensou, e erstranhamente percebeu que queria mesmo que fosse Draco segurando sua mão.

 

-Ela está bem, eu te disse. – Steve disse, sorrindo ao ver Sarah se sentar, discretamente largando a mão de Fred.

 

-Você quase nos matou de susto. – Sean disse, sentado em uma cadeira ao lado da de Steve.

 

-Por quanto tempo eu durmi? – Ela perguntou, esfregando os olhos.

 

-Durmiu? Você apagou geral! – Steve disse rindo.

 

-Hahaha, ok. Então por quanto tempo eu apaguei? – Sarah reformulou a pergunta.

 

-Algumas horas. São uma e meia da tarde, mais ou menos. – Fred respondeu.

 

-Quem ganhou? – Ela perguntou de repente, olhando pra Sean e Steve. Os três se entreolharam sem saber como contar. Sarah entendeu. – Perdemos muito feio? – Ela perguntou, meio que com uma careta. Steve e Sean riram da forma dela encarar as coisas.

 

-Nem tanto. Quando você caiu, Dumbledore disse que o jogo tinha que continuar, então chamamos nossa apanhadora reserva. – Sean explicou.

 

-Chang. – Sarah disse.

 

-Estávamos ganhando, quando o Potter pegou o pomo nos últimos trinta segundos de jogo. A japa não foi rápida o suficiente. – Steve contou.

 

-Droga! – Sarah exclamou, olhando em volta. – Gente, cadê o Draco? – Ela perguntou, meio incerta de perguntar isso na frente de Fred.

 

-Deve estar indo cumprir a detenção nesse momento. – Fred disse, meio feliz.

 

-Detenção? – Sarah perguntou sem entender.

 

-Ele deu um belo murro na professora Cast. Acho que foi a primeira vez que eu simpatizei com o Malfoy. – Steve disse.

 

-Murro?! Por quê?

 

-Ele disse que ela estava enfeitiçando os balaços. Ninguém sabe ainda quem foi. – Sean disse. Sarah parecia pensar à todo vapor.

 

-Gente, se não se importarem, vou tomar meu banho. – Ela disse, pegando a malinha deixada ao lado da sua cama.

 

-Ok. Vai lá. Nós vamos sair daqui antes que a Madame Pomfrey nos expluse à cadeiradas. – Sean disse, arrastando os dois amigos consigo.

 

-Você tem certeza de que está bem, não é Sarah? – Fred perguntou.

 

-Tenho sim. Obrigada Fred. – Sarah respondeu sorrindo. Entrou com pressa no banheiro. Tinha um Draco para salvar.

 

Voltando ao Draco, dez minutos depois de estar dentro da sala.

 

Isso não tá funcionando. – Draco pensou, olhando para os braços cheios de cortes e constatando que só tinha pegado duas flores.

 

-Vai uma varinha aí? – Sarah perguntou, pulando pela janela.

 

-Sarah? – Ele perguntou incrédulo, olhando para ela espantado.

 

-Desde que eu me lembre, sim. – Ela zoou, caminhando pela sala com a mão sobre o ombro que tinha sido atingido.

 

-O que é que você está fazendo aqui?! – Ele perguntou, se aproximando dela e conferindo pra ver se estava inteira. – Não devia estar na enfermaria?

 

-Tecnicamente eu estou na enfermaria. – Ela disse, olhando os cortes nos braços de Draco. – Ai meu Merlin! Aquela vadia é louca? – Ela exclamou com a expressão brava. Draco sorriu internamente ao ver que ela se preocupava com ele.

 

-Explique a parte do “estou lá”. – Ele pediu.

 

-Transfigurei uma cadeira em um corpo falso.

 

-E como foi que soube que eu estava aqui?

 

-Vi a nariguda andando de um lado pro outro nesse corredor. Deu pra notar que ela estava vigiando essa porta. Por isso entrei pela janela.

 

-Já soube do soco?

 

-Já. Obrigada. – Ela disse, sorrindo. Draco a olhou intrigado. – Me disseram que você bateu nela porque ela estava lançando o encantamento nos balaços. Se eu não soubesse que você tem super audição seria difícil acreditar. – Ela sorriu mais ainda.

 

Ela é brilhante. – Draco pensou, e sentiu-se inconscientemente abrindo um sorriso bobo.

 

-Que cara é essa? – Sarah perguntou rindo.

 

-Ahn? Cara? Não, nada não. – Ele se esforçou pra voltar a expressão Malfoy.

 

-Então, de quantas flores precisa? – Sarah perguntou, olhando para as duas inanimadas no chão.

 

-Trinta. – Ele disse desanimado – Mas já vou avisando que elas não são nada simpáticas.

 

-Hahaha. Eu sei. Conheço essas flores. Minha mãe as criou. Ela tem o poder da terra, lembra?

 

-Nossa! As criou para cortar legumes é? – Ele perguntou zoando, indicando os braços todo cortados.

 

-Hahaha. Não, pra evitar invasões noturnas. Tínhamos um jardim delas, mas o carteiro reclamava muito. – Ela disse, rindo. – Sabe, minha mãe acredita que mesmo nas coisas mais perigosas, há beleza. Se você olhar bem. – Ela disse, lançando um feitiço nas flores, que encolheram os espinhos, pararam de se retorcer e passaram a quase dançar, suas pétalas ficaram florescentes e à medida que se mexiam, pequenas partículas iluminadas de pólem saiam das pétalas e flutuavam no ar.

 

-Uau! – Draco disse, abobado. Ele e Sarah arrancaram as plantas que faltavam.

 

-Pronto. Agora senta aí. – Ela disse autoritária, o fazendo sentar no chão. Sentou em frente a ele e tirou a blusa de frio que usava, e já ia limpar os machucados de Draco com a blusa.

 

-Não precisa! Usa a minha camisa, já está em estado terminal mesmo. – Ele disse, tirando a camisa e entregando-a à Sarah, que começou a limpar os machucados de Draco, tentando não se distrair com o fato de que ele estava sem camisa na sua frente. Draco se distraiu olhando para as partículas de pólem que caiam no cabelo de Sarah. Ela terminou de limpar os machucados.

 

-Pronto. Acho que já está mais apresentável. Não posso usar feitiços pra curar os machucados porque a Nariba vai notar. – Ela disse, fazendo Draco rir. Entregou a camisa pra ele. Se levantaram e pegaram as flores.

 

-Atchim! – Sarah espirrou. – Hahaha, esse foi um dos motivos pra tirarmos as flores do jardim. Sou alérgica a pólem. – Ela disse balançando os cabelos e jogando outro feitiço para as flores voltarem ao normal. Draco achou o gesto encantador. Na verdade, tudo em Sarah o encantava.

 

É Draco. Você não tem saída. Apaixonado por uma Adams.

 

-Vou lá entregar pra Sra. Snape. – Ele disse, pegando as flores do chão.

 

-Tá. Eu vou voltar pra enfermaria. – Ela disse suspirando.

 

-Você provavelmente vai ter alta hoje. – Ele disse tentando animá-la – Se já está conseguindo pular em janelas é sinal de que está melhor.

 

-Hahaha. É. Ah! Esqueci de te contar! – Ela disse empolgada – Eu descobri um novo poder.

 

-Mesmo?! Qual?

 

-Visão noturna. Ontem estava escuro no jogo, e sem perceber acabei ativando meu poder. – Ela explicou – Olha só. – Fechou os olhos, e quando os abriu eles estavam ardendo em chamas azuladas.

 

-Wow! Muito louco. – Sarah fechou os olhos, fazendo-os voltar à cor normal.

 

-Agora vai lá, tenho que ir antes que a Madame Pomfrey se depare com uma cadeira sobre a cama.

 

-Hahaha. Tá. Vou entregar as florzinhas.

 

-Er... Draco.

 

-Sim?

 

-Não acha melhor vestir a camisa antes de ir? Acho que a Noiva Cadáver vai estranhar se você aparecer só de gravata.

 

-Hahaha, é. Tem razão.

 

Campo de quadribol, jogo final da Temporada Relâmpago, 20:31 hs.

 

Esse era provavelmente o jogo mais sanguinário que Hogwarts já tinha visto. As vassouras voavam numa velocidade inumana. Sonserinos e grifinórios se empurravam, o placar estava empatado: 390 à 390. A performance dos jogadores era inacreditável! Harry e Draco tinham pegado o pomo duas vezes cada. As arquibancadas faziam mais barulho do que uma final do Campeonato Europeu.

 

Draco voava como uma faca cortando o vento pelo campo, olhando para todas as direções possíveis em busca da bolinha dourada. Parou num ponto alto, de onde pudesse observar melhor. Correu os olhos pelo céu. Quando localizou o pomo, viu que atrás dele, nas arquibancadas, um pouco pra direita, estava Sarah Adams. No meio dos Sonserinos, olhando pra ele e sorrindo. Ele não precisava de mais nada pra motivá-lo. Avançou rumo ao pomo, e por milésimos de segundos mais cedo, conseguiu pegá-lo antes de Harry. Pela primeira vez em mais de vinte anos, a Sonserina ganhava o torneio de Quadribol.

 


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