As mãos pequenas e molhadas deixavam marcas no box esbranquiçado pelo vapor da água quente, os gemidos cada vez mais entregues, mais suplicantes.

Urgentes.

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[...]

– Então é isso? – A voz saiu entrecortada – Você quer desistir de tudo?

A mulher já tinha controlado as lágrimas, porém o rosto ainda estava avermelhado e os olhos um pouco inchados. Recolhia os cacos de vidro, fazia de tudo para não encarar o marido, pois talvez se o fizesse poderia jogar todo o seu esforço por terra.

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Outra mão pairou sobre a sua, maior e igualmente pálida, entrelaçando os dedos longos aos seus. Lábios quentes em contraste com a pele já fria de sua nuca proporcionavam sensações de beijos, chupões, arrepios.

Sôfregos.

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[...]

– Você não entende.

– Ah, eu entendo bem, muito bem. – A puxou pelo braço, obrigando-a a se levantar, logo a estava segurando pelos os ombros, segurando a vontade de chacoalhá-la – Você só não quer admitir não é?! Porque isso te assusta.

– Você não sabe de nada, Itachi. Nada!

– Pode tentar enganar a si mesma, mas a mim você não engana.

O silêncio se instalou a partir daquele momento, os olhos verdes tornaram a brilhar com as lágrimas, os escuros só a fitavam, estavam frios e não transbordavam nada além de frustação.

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Uma pressão na lateral de seu corpo deixava seu quadril firme, intercalando em leves carícias e apertos que deixavam marcas avermelhadas. O encontro do corpo atrás de si ao seu lhe deixava desnorteada, lúcida, perdida.

Real.

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[...]

– Eu estou confusa.

– Confusa? Sakura, eu sou o seu marido!

– Está me machucando. – As mãos grandes desceram dos ombros e foram parar nos pulsos, onde apertava fortemente sem ao menos perceber.

– Nós temos um filho juntos. Ou você já esqueceu isso também? - Ignorou o apelo choroso e aumentou o aperto de suas mãos – Se você não quer tentar por mim, então ao menos tente por ele!

– Ele é só uma criança, e precisa de você!

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– Eu preciso.

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Como ondas quebrando em rochedos a verdade veio à tona, ela sabia que mentia para si mesma, era falsa e suja. Sempre soube. Não merecia nem mesmo o mínimo de piedade, de ninguém.

E ela nunca iria depender de alguém outra vez.

Mas talvez, e só talvez a sua fé perfurada pudesse fluir pelos olhos negros e tudo acabasse bem.

– Sakura.