Diana's The Adventures escrita por LivWoods


Capítulo 8
Capítulo 8 - Aquele em que a guerreira é presa.


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, gostaria de agradecer pelos comentários pessoal, são importantes para mim.
Boa leitura.



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LÁ LONGE NAS MONTANHAS DO NORTE, a neve acumulava-se de pouco em pouco nos ramos das árvores, onde a cinzenta manhã era lúgubre. Havia uma leve neblina no córrego abaixo e castores terminavam de construir suas represas. Era os primeiros indícios do solstício de inverno. Alguns dos aldeões faziam suas oferendas em agradecimento aos deuses naquela hora. Parecia que aquela manhã quieta eram os primeiros sinais de tranquilidade e paz - era o que muitos achavam-. Alguns homens - quando o sol iluminava o caminho - aproveitavam para irem caçar e não deixar suas famílias passando necessidades. As mulheres em suas casas de pedras, continuavam alimentando o fogo com toras de madeira em busca de manterem-se aquecidas, nesses dias frios, as mulheres eram como prisioneiras em suas casas e buscavam sempre algum passatempo para distrair a mente, o método mais utilizado era o do fuso. Algumas odiavam tecer, porém, faziam isto como último recurso de diversão. 

 

Entre as montanhas podia ser encontrado um grande alojamento ao estilo oriental, com portas corrediças, onde do lado de fora - qualquer um que passasse - poderia ouvir os gritos fortes de homens e espadas, cantando. Eles pareciam animados e batiam fortemente os pés contra o piso de madeira. O entusiasmo era notório, não estavam abatidos por causa do inverno um pouco precoce. Os homens eram altos, corpulentos e usavam peitorais e braceletes de ouro nos braços, estavam revestidos por peles e couros, com grandes espadas embainhadas na cintura, com exceção dos dois jovens que lutavam no meio daquele salão menor. Os dois homens apontavam suas espadas um para o outro, eram do mesmo tamanho que os demais, porém, haviam retirado suas armaduras, peles e ouros. Estavam ofegantes, a luta parecia durar a algum tempo. Um dos homens dirigiu seus olhos esverdeados para a única mulher entre eles, uma figura impassível, sentada na maior cadeira que lá havia, revestida de ouro. Era uma mulher, alta, bonita e magra, com o cabelo longo e quase esbranquiçado como uma paródia do de Diana, lindos olhos azuis sob sobrancelhas bem desenhadas e claras, sua pele era branca como porcelana. Trajava uma roupa de comandante do seu clã, que aumentava seus seios e longas botas de salto. A mulher pôs a mão alva sobre a boca na tentativa de esconder um bocejo, parecia entediada. Participava sempre dos velhos jogos de gladiadores, porém não eram tão interessantes quanto já foram a um tempo atrás. Fez sinal para que o outro acabasse logo com o combate. Os homens avançaram um sobre o outro, repetindo os velhos golpes de ataque e defesa, deferindo rápidos golpes que eram acompanhados atentamente pela mulher. Estavam um avançando ferozmente contra o outro, quando o primeiro rapaz fora atingido com violência no abdômen perdendo o equilíbrio e caindo de costas no chão, cuspindo sangue. O segundo que encarou a mulher anteriormente, repetiu o olhar pedindo permissão para acabar com a disputa e a mesma concedeu. Ele terminou dando o golpe final, atingindo o rapaz no peito. Seus companheiros aplaudiram entusiasmados. O rapaz, estava jazido no chão, fora o único dos prisioneiros sobreviventes que sabia lutar. A comandante daquele lugar, havia prometido liberta-lo se ele fosse capaz de ganhar a luta contra um de seus leais soldados. O perdedor, fora carregado daquela arena improvisada e jogado aos cães do lado de fora, enquanto os homens gargalhavam, pareciam felizes.

 

— Gerad venceu comandante - disse um homem ao seu lado. - Muito bem Gerad! Não era de esperar menos do melhor lutador da senhora.

 

A mulher nada disse e os outros foram comemorar a vitoria do amigo com muito vinho e cerveja. Enquanto os outros compatriotas festejavam, o jovem Gerad que era alto e forte, de cabelos escuros que desciam retos até os ombros, aproximou-se da mulher.

 

— Comandante Valquíria - fez uma reverência. - Parece que esse ex-guerreiro não era grande coisa afinal - disse em tom esnobe.

 

— É o que perdedores sempre vão ser, decepcionantes! - disse friamente.

 

— Os últimos prisioneiros não resistiram aos castigos impostos pela senhora -  Gerad disse, enquanto encarava seus companheiros bêbados e despreocupados. - Os fracos sempre irão sucumbir, não é isso que sempre diz?

 

Valquíria sacudiu a cabeça positivamente. Apesar de sua frieza, a comandante Valquíria despertava em seus soldados imensa devoção e lealdade. Deixando agirem como bem entendem na hora de saquearem, porém, sua única exigência é de que sejam fortes, o mais fortes que puderem ser. Castigando os que eram fracos com suas técnicas sadistas. Fazendo com que seus subordinados sejam a força mais ofensiva de toda a Grécia. Um de seus subordinados brindaram a sua comandante e todos os outros seguiram, dizendo:

 

— A Valquíria! 

 

— Comandante nos dê a graça de se juntar a nós com um belo discurso para nova batalha amanhã - disse outro homem.

 

Valquíria levantou com um sorriso felino no rosto.

 

— É uma honra compartilhar mais uma conquista com vocês hoje! Amanhã, quando chegarmos ao nosso destino vamos mostrar do que o nosso clã é capaz! Comam e bebam rapazes, porque amanhã, é dia de guerra.

 

Todos os homens vibraram, levantando seus machados, espadas, lanças e o estandarte do clã, uma bandeira preta, com uma águia dourada sendo atravessada por uma lamina. Valquíria sorria maliciosamente, amanhã seria um dia interessante.

 

 

 

Diana, Argalad, Téleu e Sapphire seguiam para uma cidade, na Hélade. Sapphire se arrastava enquanto descia o morro, cansada. Não esperava a hora de entrar em uma taberna e sentar-se um pouco. Diana estendeu o braço para que ela montasse e cavalgavam juntas de seus amigos. Como estou cansada, pensou a princesa. Cavalgaram mais algumas léguas e chegaram em Anfípolis. A cidade não se encontrara no seu melhor estado. Algumas casas haviam sido queimadas, quase todas as plantações foram destruídas, havia sinal de luta. Eles olhavam ao redor procurando algum sobrevivente, o druida estava com os olhos arregalados perante aquele cenário devastador. O cheiro de fumaça ainda era intensificado e irritava o nariz da guerreira que possuía um olfato demasiado sensível.

 

Não há ninguém aqui, pensou Sapphire. Será que foram todos mortos?

 

— Estou escutando movimento dentro das casas, pode ouvi-los Téleu? - perguntou Diana.

 

— Sim, eu também percebi - Téleu olhava ao seu redor enquanto caminhava com seu cavalo. - Será uma armadilha Diana?

 

— Não acredito que seja, devem ser aldeões assustados, nada mais.

 

Uma pedra fora jogada em direção a Diana que pegou rapidamente, deixando-a cair no chão. Os músculos da face se contraíram em irritação, essa atitude a fez recordar da primeira vez que havia abandonado seu exército de saqueadores, logo após o clã dos assassinos. Fora recebida pelas vilas que passava com tamanha grosseria. Ninguém acreditava que fazia trabalhos para o bem. Alguns dos aldeões surgiram com tochas, cajados e tridentes de madeira. Pareciam furiosos, gritando para matar a guerreira Diana. Muitos reclamaram, chamaram-na de assassina e Sapphire se opôs dizendo que estavam enganados, Diana não era uma assassina. Um ancião tomou a fala, dizendo que Diana e seu exército haviam queimado ontem seu vilarejo, acabando com a colheita e arruinando suas casas, matando muitas pessoas.

 

— Você deve está enganado, chegamos hoje em Anfípolis, Diana não tem nenhum exército - afirmou Sapphire.

 

— É mentira! - gritou um dos homens lá atrás.

 

— Eu não matei ou ordenei que matassem ninguém - defendeu-se Diana. - Só viemos aqui em busca de alguns suprimentos para a viagem.

 

outro disse:

 

— Vimos seu estandarte, os guerreiros gritavam seu nome! Como pode explicar isso?

 

Um dos aldeões sugeriu para segurarem-na.

 

Diana desembainhou a espada e alertou que se fossem eles não faria isso. Téleu entrou ao seu lado, puxando sua arma, comentando que teriam mais uma aventura juntos.

 

— Não podemos machuca-los Téleu, são apenas aldeões irritados com seus entes queridos mortos e a colheita perdida. 

 

Ambos escutaram um grito e Argalad e Sapphire haviam sido pegos de surpresa. O ancião pediu que Diana e Téleu baixassem as armas e se entregassem. A guerreira respondeu que só faria isso com uma condição. Seus amigos deveriam ser livres e que Téleu, Argalad e Sapphire não tinham nada a ver com essa história. O ancião concordou e ela baixou a arma. Sapphire gritou pela guerreira dizendo para reagir, não deveria se entregar e aceitar algo que não havia feito! Deveria lutar.

 

— São aldeões Sapphire, o que posso fazer? Mata-los de verdade? Eu estarei cometendo o crime que acham que cometi.

 

Os aldeões levaram-na para a prisão da cidade e a prenderam para que aguardasse por sua audiência, deveria ser julgada como todos os outros. Os aldeões e os amigos de Diana encontravam-se reunidos naquela grande cabana. Estavam sentados em um banco longo de madeira e o ancião de barba estilo romana, com cabelos grisalhos que ondulavam na altura dos ombros pediu silêncio para seu povo. Ele era conhecido por ser o conselheiro e juiz daquela vila. Fora eleito para tal cargo quando o outro conselheiro havia morrido por causas naturais. Exercia esse cargo com orgulho e honra a mais de sete anos e era conhecido por fazer justiça ouvindo todos, quem quer que fossem, ladrões ou não, acreditava que deveriam ser ouvidos. Era a favor da justiça. Todos ficaram quietos quando ouviu o pedido do homem. Ele sentou em seu lugar habitual, na frente de todos ali presentes e começou a falar:

 

— Sabemos que ontem por essas horas formos atacados por um exército que carregavam a bandeira de Diana e gritava seu nome. Perdemos amigos, filhos, maridos, esposas, colheitas e algumas casas que foram incendiadas. Foi duro para todos nós. E hoje encontramos Diana, com seu grupo e agora estamos aqui para decidir seu julgamento.

 

Quando o ancião terminou de falar, houveram gritos de: Matem-na! Ela merece morrer! Culpada! Mate-a Peleu.

 

— Espere! - falou Sapphire levantando-se antes que Téleu pudesse segurar seu braço. - Vocês clamam por justiça, porém, não vejo faze-la. Estão querendo condenar alguém que não é culpada!

 

— E como sabe que não é? - gritou um dos aldeões.

 

— E como você sabe que ela é? - replicou Sapphire. - Estávamos com Diana todo o tempo e chegamos a primeira vez aqui em Anfípolis! Como ela poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo?

 

Os aldeões ficaram em silêncio.

 

— Amanhã será o dia da audiência, amanhã poderemos debater sobre isso - falou o ancião por fim que começava a sair do local junto dos outros. Sendo rapidamente impedido por Sapphire.

 

— Por favor senhor Peleu, deixe-nos ajudar nossa amiga. Se é a favor da justiça como penso que é, nos deixará defender Diana e provar como ela é inocente.

 

Ele refletiu o pedido da jovem e acatou nos últimos instantes.

 

Sapphire e os outros foram visitar Diana que encontrava-se algemada dos pés a cabeça, era tida como uma assassina perigosa. Tiraram suas roupas de guerreira e suas armas, deixando-a com alguns trapos. Sapphire odiou vê-la daquele jeito, estavam tratando-a como um animal, não, talvez pior do que um animal. Pode ver o rosto inchado da guerreira. Alguns dos covardes do vilarejo, bateram-na até cansar. O seu lábio direito sangrava e pode observar outros hematomas pelo corpo da guerreira. O que fizeram com você? inquiriu Sapphire. Argalad retirou de sua sacola suas ervas medicinais que poderiam ajudar a suavizar as dores da guerreira. Argalad utilizou alguns paliativos desejando que pudesse melhorar o corpo da guerreira, as algemas começavam a ferir-lhe os pulsos e os pés. Eles não podiam fazer nada, agora. Além do que já tinham feito, ajudaram a beber um pouco de água e mastigar o pão de cevada que tanto gostava com um pouco de mel. Sapphire enxugou sua face e prometeu que a tiraria dali.

 

— Você faz alguma ideia de quem poderia está lutando usando seu nome? - Argalad indagou.

 

—  Talvez... - prosseguiu. - Eu quero que vocês fujam e levem Sapphire com vocês. Eu... tentarei da um jeito de sair daqui.

 

Sapphire protestou, dizendo que não iria a lugar algum sem ela, a justiça existe para proteger o inocente e condenar o culpado. A guerreira suspirou e explicou que naquele caso, ela não parecia a inocente e sim a culpada. Eles foram embora, deixando-a em sua cela. Um longo tempo pareceu decorrer até que, um passo silencioso fora ouvido por Diana. Seus amigos estariam planejando sua fuga? Uma pessoa coberta por um manto marrom entrou no lugar. Diana arqueou sua sobrancelha, aquele aroma parecia bastante familiar, não era de avelã como Sapphire, possuía um cheiro mais elaborado, lembrava algo como carvalho, musgo e neve. O encapuzado retirou seu capuz e sorriu maliciosamente.

 

— Você? - Diana falou sem nenhuma surpresa. - Eu devia ter imagino que você estaria por trás disso.

 

Uma risada sonora ecoo na cela.

 

— Você não me parece muito bem como da última vez que a vi - debochou. - Uma filha da guerra presa por medíocres aldeões, você decaiu tanto Diana - disse a pessoa, enquanto caminhava pelo limitado espaço do lugar, observando-a com desdem.

 

— Não sou mais uma filha de Ares ou dele - replicou Diana.

 

— Ele teria ódio de você se a visse aqui agora. Sua discípula preferida proclamando a paz, salvando os indefesos e distribuindo dinheiro aos pobres. Pessoas como nós, não fazem isso Diana! Os fracos devem sucumbir! Onde está a guerreira lendária que conheci? 

 

— O que quer Valquíria? Achei que não voltaria a ver seu rosto desde nossa última batalha que por sinal... você ainda carrega as marcas daquele dia - zombou a guerreira. - Ainda continua a brincar de rainha sádica com seus prisioneiros? 

 

Valquíria contraiu sua expressão.

 

— Não vim aqui falar dos meus métodos com meus prisioneiros. Vim fazer uma oferta.

 

— Seja qual for, não! 

 

— Não sabe o que irei propôr - retrucou a comandante. E nem quero saber, pensou Diana enquanto Valquíria retomava a fala. - Encontrei Darius e ele disse que você estava fazendo o bem e que por sinal, havia tirado uma princesa dele. Diana, você é mais do que isso, você ama o perigo, as lutas difíceis, os adversários a altura. Se esqueceu dos nossos dias de glória? Lembra do exército gritando por seu nome? As montanhas de dinares que fazíamos?

 

— Eu não quero mais essa vida Valquíria.

 

A mulher a sua frente caminhou soltando seus pulsos com a ajuda de um grampo, as algemas. Fazendo Diana sentir um forte alívio e esfregando os pulsos doloridos. Ela perguntou a guerreira como era bom está solta e sem essas correntes a segurando, Diana teve que admitir que era bom a sensação, prosseguiu a dama a sua frente:

 

— Você pode ter tudo isso de volta, essa liberdade. Se não quer saquear e matar, volte para nós e faça o bem ou algo desse tipo, então - ofereceu. - Pode voltar a liderar nossos homens, varrendo a escória da Grécia e por quê parar só na Grécia. Poderá varrer do mundo. Os fracos sucumbem Diana. Venha, volte para casa, se aceitar a minha proposta a livrarei dessas algemas para sempre. Estarei aqui na cidade, eu só quero ajuda-la Diana.

 

— E por quê você iria querer isso Valquíria?

 

— Você tem seus motivos e eu os meus. Mas, gostaria de tentar essa bondade a que tanto fala. Já tentei largar essa vida uma vez... porém... sempre algo me puxa de volta.

 

— A um minuto atrás disse que pessoas como nós não proclamam a paz. Está falando a verdade? 

 

Valquíria maneou a cabeça e disse:

 

— Talvez eu estivesse errada. Queria ver se você tinha mesmo ido para o lado do bem ou se era mentira do Darius.

 

— Sempre um teste antes de saber se é verdade não é?

 

— Sempre. Pense na minha oferta, ela tem prazo de duração.

 

Antes da audiência Diana recebeu novamente a visita de seus amigos e contou para eles quem a havia visitado ontem à noite. Argalad e Sapphire não sabiam quem era a jovem chamada Valquíria, porém, fora uma ex-conhecida de Diana e Téleu, uma antiga amiga do clã dos assassinos. Sapphire só havia conhecido Acmena do velho clã de Diana, e soube que ela era boa, será que essa Valquíria mostraria a mesma bondade? pensou. Ela respirou fundo e falou para Diana que não queria que ela voltasse para sua antiga vida, de saqueadores e mortes. E a guerreira respondeu um tanto relutante que não havia chance de acontecer. Téleu explicou então para Argalad e Sapphire que Valquíria era muito poderosa, era a segunda mais forte do clã dos assassinos. Sapphire perguntou quem era a primeira e ele respondeu que era Diana com um sorriso. O rapaz continuou com sua história. Quando eram mais novos no clã, haviam disputas, torneios para o divertimento do homem careca que sempre trazia novas crianças. Eles forçavam um a um lutar entre si. No início eram mais de trezentas crianças no local que sucumbiam a cada teste não superado. A exaustão os matava, os animais que eram soltos, os pegavam. Morriam de fome ou morriam nos torneios pelas mãos do seu próprio colega de clã. Só os mais fortes poderiam sobreviver. Em um mês havia uma baixa de cem crianças, no outro mais cem, sobrando no final em torno de vinte à trinta crianças. Quando Diana teve sua primeira luta com Valquíria, ela não a matou, sendo ambas castigadas a caminharem em um campo com espinhos escondidos para perfurarem seus pés. Essa havia sido sua primeira advertência, se na próxima luta Diana não matasse seu oponente, seria morta. Sapphire estava horrorizada com a tamanha crueldade do clã dos assassinos de onde Diana viera. A história logo fora interrompida por Peleu que disse que iniciaria a audiência agora. Os aldeões levaram Diana algemada até o púlpito, onde ficaria em pé. Peleu escutou a primeira testemunha que teve a casa incendiada, era uma mulher beirando a meia idade, com roupas simples do vilarejo. Sua roupa estava puída e com manchas de carvão, parecia ter lutado muito limpar a casa.

 

— Conte-nos o que ouviu naquele dia - pediu gentilmente Peleu.

 

— Eu estava cuidando das crianças, meu marido, Báris, estava lá fora. Foi tudo tão rápido. Eu escutei o galopar de cavalos, mas, não dei a mínima. Não imaginava que seria Diana com seus jagunços! Eles mataram meu marido sem piedade e quando eu notei o telhado pegando fogo, corri com as crianças para um lugar seguro. A aldeia estava sendo massacrada, me escondi até irem embora.

 

— Obrigado pelo seu depoimento.

 

— Gostaria de fazer algumas perguntas a senhora - disse Sapphire e Peleu concedeu. - Senhora, disse que estava em casa quando ouviu o galopar dos cavalos, correto?

 

— Sim - concordou a testemunha.

 

— Viu em algum momento Diana?

 

— Não, eu estava escondida, para proteger os meus filhos, não escutou o que eu disse?

 

— Então como pode ter tanta certeza de que foi Diana? Se nem a viu.

 

— Ela deve ter ido para um outro local, não sei.

 

Por fim Sapphire disse:

 

— Então não tem certeza de onde ela estava?

 

— Não.

 

Peleu agradeceu a testemunha e chamou a segunda que contou o que estava fazendo no momento em que toda a aldeia fora atacada. Ele contou que era o ferreiro de lá e estava trabalhando, enquanto seu primo mais novo fazia uma entrega. Não soube de onde surgiram, mas haviam atacado seu primo que agora encontrava-se acamado e havia recebido na noite anterior cuidados de Argalad para parar o sangramento. O jovem só continuava a delirar.

 

— Quero que observem que nenhum de vocês viram Diana ataca-los - disse Sapphire. - Vocês não tem provas o suficiente de que foi ela.

 

— E precisa? Eles eram do exército dela e gritavam seu nome! - argumentou a segunda testemunha com fúria na voz.- Quer prova maior que essa?

 

Sapphire calou-se por um momento pensando em algo, quando Téleu levantou para falar:

— Eu servi ao imperador de Roma e como guerreiro e estrategista que sou, conheço uma quando vejo. Acredito que há alguém fingindo usar o nome de Diana para condena-la. 

 

— E quem você acha que pode ser? - questionou Peleu curioso.

 

— Alguém entre nós! Alguém, que ainda não revelou seu rosto que está sentada ali na arquibancada! - apontou para a pessoa encapuzada que dentro daquele manto pode ver o sorriso felino brilhar. Ela retirou a capa, mostrando seus enormes cabelos brancos. - Ela e o exército dela atacou vocês! E não Diana, ela é a culpada.

 

Os aldeões tentaram em vão segurar Valquíria que desviou dos golpes de todos com um cínico sorriso moldado no rosto e disse em voz alta qual seria a resposta de Diana e a mesma negou. 

 

— Eu sabia! Eu disse a ele que você não voltaria, mas ele ainda tinha fé na preferida dele. Na próxima vez que nos encontrarmos Diana, seremos inimigas! - saiu ferindo alguns aldeões.

 

Peleu se convenceu de quem havia atacado seu vilarejo fosse Valquíria, pois Diana, ajudou os feridos com seu conhecimento médico assim como Argalad. Uma guerreira assassina não se importaria com os feridos. Ele a absolveu de todas as acusações e deixaram que fossem embora. Argalad começou a falar:

 

— Estava observando o nome e Valquíria significa "a que escolhem os que vão morrer" há uma lenda nórdica na qual dizem que as Valquírias são deusas que conduziam os mais corajosos guerreiros caídos na batalha. Elas são seres que inspiram, acredito que essa moça dará muito trabalho em suas jornadas agora Diana.

 

— Eu não duvido Argalad. Eu não duvido.

 

— Ao menos, você saiu do vilarejo viva! E poderíamos esquecer Valquíria para comemorar, quase que você visitava Hádes permanentemente - gargalhou Téleu divertidamente, porém, estava aliviado que a amiga havia sobrevivido.

 

— E não foi graças a você - retrucou Diana. - Sapphire se mostrou uma grande... advogada hoje. Eu agradeço por não ter desistido de mim.

 

— Espere, você está me agradecendo? Acho que passou tempo presa demais! - debochou a princesa.

 

— Bom, depois não diga que não tenho bons modos!


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Notas finais do capítulo

E então, Valquíria não parece ser uma pessoa fácil de lidar, o que acontecerá de agora em diante?
Beijos pessoal!



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