Diana's The Adventures escrita por LivWoods


Capítulo 4
Capítulo 4 - O arqueiro.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/565968/chapter/4

LONGE, DENTRO DA FLORESTA, Sapphire, esforçava-se em busca de uma caça ao coelho. O pequenino de pelos brancos e olhos vermelhos e rabinho com uma leve mancha preta, escondia-se a cada movimento da princesa. Pois esta usava de modo imprudente o velho arco de Diana. Cada vez que o pequenino surgia ela depositava uma batida no solo com as costas do arco. A princesa estava irritada com a fuga do coelho travesso. Há dias desejava uma carne para comer com o pão cevado que alguns aldeões forneceram nas suas últimas viagens como agradecimento por Diana ter livrado seu vilarejo de saqueadores que desejavam a aniquilação do povo. Mesmo assim, o pão não bastava para princesa. No reino de Corinto, ela possuía mais do que um pão para comer, desejava até um vinho para molhar o pão, algumas uvas, carnes. Parou de pensar em seu reino quando o coelho branco reapareceu dos arbustos mostrando seu focinho rosado, mexendo seus bigodes finos e brancos divertidamente. Irei surpreende-lo agora, pensou a princesa erguendo o arco acima de sua cabeça, pronta para deferir um golpe certeiro. Curvou rapidamente suas mãos que seguiram até o coelho. Porém, por quê fechou os olhos? Com certeza não queria ver a morte do pobre animal que serviria de alimento para as duas mulheres. Mas algo estava errado. Soltou o arco quando atingiu o coelho? Não se lembrava, decidiu abrir os olhos para saber o que havia acontecido com o coelho e o arco. Diana havia tomado o arco antes mesmo dela acertar o coelho que agora saía saltando feliz em direção a clareira.

– Achei que ia pegar coelhos.

– Eu ia, só não disse como eu pegaria os coelhos - respondeu Sapphire. - E agora ele fugiu, sabe quanto tempo eu levei para encontrar um?

– Quase uma hora - disse com um sorriso ao poder usar finalmente o tempo contra a princesa. - Porém, no seu reino ninguém nunca te explicou como usar um arco e flecha? Você quase arruinou ele - Diana conferia a arma para ver se ainda estava inteira. - Não se caça coelhos com a parte de trás de um arco. O arco e a flecha são como um bardo e sua harpa, estão interligados.

– Ora, vejam só. - cruzou os braços a menor e continuou - Sua primeira filosofia.

– E sua primeira vez a pegar num arco e flecha pelo visto. As amazonas e as guerreiras saxônicas utilizariam isso melhor do que você.

– Não sou amazona nem saxônica se caso não reparou. Sou uma princesa.

– Esse título foi tirado de você a partir do momento que decidiu me seguir!

– Grr... - sentou ao lado da guerreira aborrecida. - Então por quê não me ensina a manejar a flecha?

– Se diz, atirar, manejar é com espadas. E não, está fora de cogitação! - Diana levantou-se rapidamente e ouviu os protestos da princesa.

A guerreira não acreditava que estava ensinando uma princesa à atirar com o arco e flecha. Achava-se a pessoa menos adequada para instruir outra, ainda mais uma princesa mimada como Sapphire. Primeiramente, decidiu explicar as partes que formava o arco. Pegou a mão de Sapphire e conduziu até o início e fim do arco dizendo que ali se chamava ponta (superior) e ponta (inferior), desceu na curvatura e falou: costa e limbo superior, mostrando logo em seguida o limbo inferior. Ao conduzir novamente a mão da jovem para o centro do arco explicou que aquelas partes eram chamadas de: alça da mira, descanso de flecha e empunhadura. Mostrou os dois encaixes e o protetor do lado da corda, quando foi interrompida por Sapphire:

– Quando eu vou poder atirar?

– Quando aprender o básico e ficar calada.

A princesa fez uma careta e retomou a concentração. Diana pegou uma de suas flechas e mostrou a ponta, as plumas da flecha que serviam como um leme, para guiar o seu caminho. E o haste de uma flecha. Diana perguntou se ela havia entendido e a mesma confirmou com um aceno positivo de cabeça. Elas levantaram-se e a guerreira fez uma marca com a ajuda de uma adaga que guardava nas botas, em uma árvore.

– Pronto, agora eu quero que você acerte.

– Tudo bem! Eu posso fazer isso! Farei melhor que as amazonas e as saxônicas.

Sapphire segurou o arco, colocou a flecha no local que aprendera, flexionou a corda e tentou atirar. Seu primeiro movimento foi desastroso. A flecha mau vôo trinta centímetros e já caíra. Estava frustada quando tentou pela quinta vez sem ter resultado. Disse chateada para a guerreira que ela poderia fornecer uma ajuda. Diana levantou e pediu para ela atirar mais uma vez e outra vez a flecha não alcançou nem metade do caminho até a árvore.

– Deve puxar um pouco mais. Sua postura está errada, mantenha-se reta e relaxada. Seu corpo deve ficar perpendicular ao alvo, afaste um pouco os pés - Diana dizia ao segurar a cintura da outra a centímetros a sua frente. - Isso, agora aponte o arco para o chão e encaixe a haste da flecha na rabeira da corda.

Sapphire assim o fez. A voz de Diana estava suave em seu ouvido, podia sentir o hálito fresco da guerreira, isso fez os pelos de sua nuca se arrepiarem por um momento. A guerreira pediu que prendesse a parte posterior da flecha e usasse três dedos para segurar a flecha. Diana tocou no cotovelo da outra e disse que o mesmo deve ficar paralelo ao chão e o arco deve sempre ficar na posição vertical.

– Agora você deve buscar uma referência - murmurou no ouvido da princesa - use o seu queixo como referência e esse deve ser mantido a cada tiro.

Sapphire fez exatamente tudo como a princesa havia dito.

– Respire e agora atire.

Quando a princesa disparou, a flecha foi de encontro a árvore, acertando o alvo que Diana havia entalhado com a adaga. Sapphire abriu um enorme sorriso, nunca antes visto pela guerreira. Ela saltava e gritava: acertei! acertei! e abraçou distraidamente a maior. Após notar sua atitude, afastou-se rapidamente, tirando amassados imaginários de sua roupa e corando levemente, pedindo desculpas de forma cortês. Porém, aquele momento de paz logo mudou quando alguns homens surgiram, provavelmente eram ladrões de estradas. Era um grupo pequeno de aproximadamente oito homens armados com espadas e facas. Um deles, que parecia ser o líder daquele bando começou a falar:

– Não queremos brigar, então sejam compreensivas e passem a espada, o arco e flecha e... eu gostei do seu cavalo. A um bom tempo não vejo um belo garanhão.

– Acho que vai continuar sem ver um - Diana disse com a mão na bainha de sua katana.

O homem riu alto com a resposta da loira a sua frente. Era alto, porém ultrapassava apenas dois centímetros de Diana, ele começava a envelhecer, com cabelos e barba grisalhas, embora pudesse notar que se barbeava cuidadosamente. Seu rosto era marcado por muitas lutas, seu olhar parecia rebelde sob aquelas espessas sobrancelhas castanhas, uma cicatriz no rosto, do lado esquerdo das maçãs do rosto, dava-lhe o toque assustador sentido por Sapphire. O homem, desembainhou sua espada e assim imitaram seu homens, Diana postou-se em posição de defesa para Sapphire que continuava atrás segurando o arco em estado de choque. Os homens avançaram contra Diana, levantando as espadas para um golpe, a mesma sorriu desembainhando sua katana, defendendo-se. Estava se divertindo novamente, Sapphire podia ver em seu rosto. Os homens estavam irritados por não acertá-la, ela evitava vários golpes, enquanto chutava e socava muitos. Muitos foram jogados no chão e saíram correndo, porém o homem da cicatriz permanecia lutando com a guerreira que parecia entediada defendendo os ataques já previstos dele. Porém, surgindo em um cavalo, uma pessoa vestida de preto dos pés a cabeça estava mirando quatro flechas na direção de Diana. Sua cabeça estava coberta por um manto, sendo visível somente seus olhos negros. O desconhecido atirou as quatro flechas, onde uma Diana usou como escudo o homem da cicatriz que caiu morto com uma flecha na cabeça e duas foram seguradas habilmente pela guerreira. O desconhecido saiu galopando rápido em seu cavalo deixando Diana e Sapphire para trás.

– Diana! - gritou a princesa indo em direção a outra que se ajoelhou largando as duas flechas. - Diana!

A guerreira estava caída no chão, uma das quatro flechas acertara seu abdômen. Sapphire colocou mantos embaixo da cabeça da outra para que ficasse mais confortável. Era a primeira vez que via a outra ser atingida, ela estava nervosa e bastante preocupada. Diana suava, porém, mantinha a respiração calma como foi ensinada a fazer no seu antigo clã. Explicou tudo o que a princesa deveria fazer e ela acendeu uma fogueira e começou a retirar a parte superior do traje da guerreira. A flecha havia ultrapassado e segundo a guerreira era bom, assim Sapphire teria que quebrar a ponta e puxar a haste. Porém, a princesa não conseguia ver o lado bom de ter sido perfurada por uma flecha. A mesma assim fez, quebrou a ponta e puxou a haste e a guerreira gemeu, contraindo fortemente seu maxilar para sufocar os gemidos de dor. Diana pediu para que aquecesse sua adaga anteriormente, e assim a princesa fez sem imaginar para o que seria utilizado. Quando Diana pediu para que ela enfiasse a adaga no ferimento a mesma protestou dizendo que não conseguiria. A loira pegou de suas mãos e fez ela mesmo para evitar uma futura infecção. Já virá muitos homens morrer por ter negligenciado um ferimento e isso não fazia parte de seu plano, sobreviveria até conseguir sua vingança. Ela desmaiou e Sapphire enxugou sua testa cuidando da ferida.

A pobre princesa estava de mãos atadas, estava preocupada sem saber se Diana sobreviveria, desde o início da tarde quando foram atacadas por aqueles grupos de homens e a guerreira atingida por aquela flecha de um desconhecido, havia desmaiado e não acordara mais. A lua estava alta e o fogo, além de Erbos, eram suas únicas companhias. Já havia feito tudo que estava ao seu alcance para Diana, só restava esperar por sua melhora.

– Sapp... Sapphire - murmurou Diana.

Rapidamente a princesa estava ao lado dela segurando sua mão, repetindo que estava ali e que iria ficar tudo bem. Perguntava-se se dizia que estava tudo bem para Diana ou dizia mais para si numa tentativa boba de convencer-se? Quando Sapphire começou a acariciar o rosto de Diana a mesma parou de murmurar e aquietou-se, ficando novamente no seu sono profundo. A noite não foi nada boa para a princesa, vigiou Diana durante toda noite e só quando viu os primeiros raios solares que caiu em um sonho. Quando acordou o sol já estava alto sob sua cabeça e assustou quando não encontrou a guerreira no lugar que deixará ontem. Chamou seu nome duas vezes desesperada, quando a mesma saiu segurando o cabresto de Erbos.

– Onde você estava, eu achei que tinha acontecido alguma coisa com você!

– Naquele lado havia plantas mais verdes para Erbos.

– Você levou uma flechada! Eu estava preocupada com você! E já tinha alimentado Erbos.

– Sapphire, Sapphire. Não aprendeu que é preciso mais do que uma flecha e vinte homens para me matar? - a guerreira contraiu-se quando sentiu uma pontada no local do ferimento.

– Você precisa descansar ou uma feridinha poderá te matar.

– Eu estou bem.

– Não precisa bancar a forte sempre! - Sapphire a conduziu para sentar. - Você me salvou tantas vezes, será que não posso retribuir o favor uma única vez?

Diana abriu a boca para falar algo, porém fechou no momento seguinte. Enquanto a princesa limpava novamente seu ferimento, a guerreira observava a pluma daquela flecha quebrada. Não era uma flecha comum. Possuía uma pena vermelha suave, era adaptável para seu arco. Sapphire perguntou se ela fazia ideia de quem seria e a mesma negou com um balanço de cabeça, mas tinha uma leve impressão de que essa não seria a última vez que se encontrava com o arqueiro misterioso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diana's The Adventures" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.