Diana's The Adventures escrita por LivWoods


Capítulo 23
Capítulo 21 - A dança das espadas.


Notas iniciais do capítulo

Breve aviso: acredito que seja o penúltimo capítulo meus queridos.
X'(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/565968/chapter/23

DIANA ESTAVA NUMA CAVALGADA RÁPIDA, quando se deu conta havia chegado a grande fortaleza de Valquíria. Ela olhou para o céu e viu sobrevoando, Ceridwen, montada em um cavalo alado, chamado Pégaso. Diz a lenda que quando Perseu decepou a Medusa, o sangue da criatura derramado sobre a terra produziu um cavalo, não um cavalo qualquer, porém, um cavalo alado. Minerva pegou-o e domou-o. Ceridwen, pediu sua ajuda, e ela deu-lhe uma rédea de ouro para montar em Pégaso. Um corcel branco alado, magnífico, a Dama do Lago trazia mais reforços, outros elfos, junto com Trolls. Que eram criaturas altas, com narizes e orelhas grandes. Eram trabalhadores natos, porém, a luz do sol transformavam-se em pedras. Não eram muito sociáveis, pois a maioria deles, vivem em cavernas subterrâneas. A Dama do Lago teve um pouco de trabalho para comunicar-se com o líder deles, porém, todo esforço se mostrou favorável. Eles haviam se juntado contra o exército de Némesis e Valquíria. Diana cavalgou até as muralhas que estavam bem protegidas. Quem comandava era Gerad, com milhares de homens lutando bravamente contra as tropas élficas. Na frente e próximo as grandes muralhas, Frey e Freya, estavam entre as torres de vigilância, matando seus inimigos ao redor. Os soldados de Valquíria armavam suas cataputas e miravam no primeiro batalhão de elfos. Bolas de fogo voavam sobre o céu negro. As terras tremiam, solos eram erguidos aos ares e espalhavam suas areias nos soldados, Diana teve que controlar Erbos desviando das bolas de fogo. Gritos, gemidos, dor, estavam cercando todo aquele ambiente de carnificina. Os homens da comandante surgiam das trincheiras como fantasmas subterrâneos, apunhalando e matando os elfos. A montanha do norte começava a ser devastada por aquela guerra. Muitos corpos estavam jazidos no chão, porém, ainda havia muitos para caírem. Uma chuva de flechas saía de dentro da fortaleza, os elfos ainda não haviam conseguido tomar o portão e invadir aquela base. Ao sul chegava alguns reforços do exército de Valquíria, seres sanguinários que decapitaram as cabeças de vários elfos. Frey e Freya junto de Argalad organizaram os arqueiros mais treinados de todos os elfos e miraram nos novos membros de batalha de seus inimigos.

Diana percebeu que as outras tropas que haviam ficado com Nine subiam, empunhando suas armas e gritando ferozmente! Entre eles, a própria Nine havia retornado, isso significava uma coisa. Téleu havia morrido como ela havia prometido. O número do exército que ficou para trás fora reduzido um pouco, porém, ainda haviam restado muitos bravos cavaleiros dispostos a lutarem pela liberdade de seu mundo. De todas as guerras que já havia presenciado, Diana sentia como se essa fosse a maior de todas. Nem a guerra de Troia teria movido tantos povos como essa. Muitos se uniram para combater uma única entidade ameaçadora! Todos estavam dando seu sangue, suas almas para garantir a paz de seus mundos. Os cavaleiros do norte, possuíam uma fúria intensa, eram habilidosos demais, fortes demais, não era um exército comum, seria como juntar as forças de Hércules com a habilidade de Aquiles. Chuva de lanças eram lançadas, cada vez mais mortos de ambos os lados enfeitavam o solo. Diana sacou sua katana e avançou contra Gerad que lutava montado em seu cavalo. Elfos jogavam garrafas de vidro com um líquido inflamante que ao atingirem o chão queimava tudo que estava por perto. Muito cavaleiros do norte gritavam dentro das muralhas. O cavalo de Gerad empinou, relinchando contra o de Diana que fez o mesmo, acertando a pata do outro animal. Diana sorria, Gerad tentava sem sucesso acerta-la. Três homens se juntaram a ele para auxilia-lo contra a guerreira. Nine, jogou uma de suas armas atingindo o homem que pretendia atacar a guerreira pelas costas. 

 

— De nada! - gritou Nine.

 

— Está falando sobre o homem que estava atrás de mim? Eu já sabia que ele estava aí - a guerreira falou tranquilamente, fazendo a ruiva revirar os olhos.

 

— De todo modo eu já paguei minha divida! - tornou ela.

 

— Se você diz - a guerreira disse em tom de deboche para a outra que sorriu, cortando a cabeça dos adversários. 

 

Uma lança, com um cabo de madeira escuro com uma ponta afiada atravessou subitamente o abdômen de Nine, fazendo-a cuspir sangue. Diana olhou para a garota e cavalgou em sua direção, deixando Gerad para trás, saltando de Erbos para ir em seu auxilio. A garota ruiva se ajoelhava, respirando de forma ofegante. Freya chegou em seu encalço segurando a garota em seus braços, dizendo que ela iria ficar bem, ela deveria sobreviver, porque havia prometido uma visita em seu vilarejo para a elfa. Nine sorriu com as palavras da loira de olhos de cores distintos. Como ela estava linda naquela noite sem lua, pensava Nine. Diana olhou na direção que a lança surgiu e no alto das muralhas Valquíria sorria felinamente, chamando a guerreira até ela com um gesto de mão.

 

— Cuide dela! - disse Diana, montando em Erbos e retalhando vários dos guerreiros do norte enquanto cavalgava até o portão. Com um salto escalou as muralhas e começou a matar algumas pessoas que estavam do lado de dentro. Argalad gritou que o portão estava sendo aberto por Diana e todos começavam a avançar. Ela seguiu para a base em estilo oriental onde certamente Valquíria estaria aguardando-a.

 

Abriu a porta corrediça e Valquíria esperava sentada em sua cadeira com Sapphire presa ao seu lado. Quando Sapphire viu a guerreira em sua frente, achou que estava sonhando. Não tinha como ser Diana. Ela abriu um sorriso chamando por seu nome. Diana respondeu para ela aguentar firme, pois estava ali para resgata-la.

 

— Já era tempo! Você demorou mais do que todas as outras vezes! isso é quase imperdoável - queixou-se a princesa.

 

A guerreira sorriu, como havia sentido falta daquelas reclamações.

 

— Eu tive motivos pela minha demora! 

 

Valquíria deu um tapa na princesa, ordenando para que paracem com aquela conversa fiada.

 

— Se ela morrer, você morre Valquíria! - ameaçou Diana.

 

— Não pense que será tão fácil - advertiu a outra. - Eu esperei tanto tempo por isso. Porém, me pergunto, o que houve com você? Não possuí mais aquele brilho no olhar... essa garota - disse ao apontar para Sapphire que escutava tudo atentamente. - ela mudou tanto assim você? 

 

Diana olhava nos olhos de Sapphire e depois retornava a encarar Valquíria que tornou a falar:

 

— Você não entende? Uma vez assassina sempre assassina, até quando pretende fingir que não é uma? Nossas vidas não podem mudar porque desejamos Diana - ela cerrou os punhos enquanto falava. Parecia está se lembrando de alguém nessa hora. - O meu e o seu caminho já foram traçados e uma de nós morrerá aqui hoje! 

 

— Que assim seja!

 

Ambas desembainharam suas espadas e fizeram um movimento tão súbito que Sapphire teve certa dificuldade para vê-lo. Sentiu como se o chão tremesse com aquele ataque. O ar ao redor dos corpos das duas mulheres produziu uma certa brisa. A princesa nunca vira Diana lutar a sério e nesse luta, sabia que a guerreira faria o seu melhor. O som de suas laminas era a canção que ecoava naquele salão, enquanto os golpes a melodia que completava aquela dança mortal. O poder de luta das duas pareciam estar equilibrados, Valquíria sorria ao olhar para Diana, estava tendo a luta que sempre esperou. Seu único adversário, digno, de sua lamina. Ela bradou dizendo que destroçaria a guerreira e a outra retrucou, afirmando que ela iria mata-la primeiro. A lamina de Valquíria passou a milímetros do rosto da guerreira, cortando umas mechas do cabelo platinado. Diana se esquivava e contra atacava, enquanto Valquíria desviava com a maior tranquilidade. Não, definitivamente ainda não estavam dando tudo de si, concluiu Sapphire. Estavam apenas apreciando o poder de um bom adversário. Porém, aquela luta, já estava destruindo o local. O chão de madeira possuía buracos de golpes desviados, as paredes tinham marcas das laminas, o assento de Valquíria estava caído no chão. A comandante acertou um soco no rosto da guerreira, fazendo escorrer um filete de sangue, respingando no soalho.

 

— Não previu esse golpe não é? Está longe de ser a antiga Diana que me fez isso - apontou para a cicatriz feita em sua pele anos atrás pela guerreira em sua primeira e última luta com Diana. 

 

Diana limpou o sangue do canto de seus lábios, cuspindo o pouco de sangue que ainda continha. A guerreira abriu um sorriso e contra atacou Valquíria de súbito, que desviava com sua espada em forma de sabre, devolvendo dois socos no rosto de Valquíria que abriu um largo sorriso.

 

— Nada mal, isso foi divertido - gargalhou de forma insana. - Divertido demais. Você está enferrujada, mas ainda faz jus à sua antiga reputação, é assim que gosto! - disse a comandante sacudindo sua espada - Está pronta?

 

Diana confirmou com um sacudir de cabeça de forma positiva e retomaram aquela batalha lendária.

 

Enquanto isso, os exército de Pátraco o noivo de Íris caminhavam com seu batalhão em direção as montanhas do norte. Boatos de uma luta lendária nessas montanhas estava se espalhando, até chegar aos ouvidos do povo de Corinto. O rapaz seguia com a cavalaria de frente, onde alguns soldados seguiam a pé com suas lanças, espadas e escudos em mãos. Os elmos eram de ouro com gravações desenhadas, sem plumas, os guerreiros não poderiam ser identificados, pois só possuía abertura para seus olhos e boca, enquanto todo o resto ficara oculto dentro daquele capacete. Os estandartes azuis com linhas douradas eram carregados com orgulho. Mantinha uma marcha harmônica, pé ante pé. Tudo estava correndo bem, não havia nenhum sinal de inimigo ou emboscada, porém, ainda faltava muito para a montanha do norte, isso explicaria a ausência de qualquer ser naquelas redondezas. Contornaram o lago que ali havia, de manhã poderia ser uma linda paisagem, com os grandes pinheiros ao redor e a grande colina sendo refletida sob o lago que deveria ter um brilho intenso com uma coloração azulada. Deveras seria lindo pela manhã. Mas não poderia refletir sobre as paisagens, pois uma batalha sanguinária ocorria lá no alto, entre aquelas colinas. Íris havia explicado onde se situava mais ou menos a localização. Os rumores diziam que Diana estaria indo resgatar Sapphire. Poderia ser um reino antigo, mas como em toda época as más notícias voavam como animais alados. Íris se perguntava como pode estar naquelas bandas e não ter encontrado a irmã? Insistiu em acompanhar Pátraco e seus homens, porém o mesmo negou, afirmando que lugar de uma mulher não era em batalhas. Ele estava certo, ao menos ela pensaria isso antes e não se deixaria envolver. Porém, sua irmã estava em jogo e dessa vez não sairia sem ela. Além do mais, precisava ter uma conversa com Valquíria, por quê havia ludibriado? A comandante deveria se explicar, era isso que ela pensava. Quando o exército de seu noivo partiu, ela conseguiu sair as escondidas pegando um cavalo do estábulo e partindo novamente para as montanhas do norte. 

 

De volta a base de Valquíria as duas mulheres estavam começando a ficarem ofegantes, Sapphire se encontrava ainda algemada observando aquela luta sem fim. Todo o ambiente ao redor estava completamente destruído. Se aquele salão estava assim com elas duas, imagina a situação do lado de fora, pensou. Ali de dentro, podia ouvir os soldados gritando: Fogo, não podemos perder!, matem eles! era o que poderia ser ouvido e compreendido, uma boa parte os gritos eram sem sentido, outra parte, eram gritos de dor e muita agonia. Sapphire observava Diana com alguns cortes superficiais no corpo, não eram graves para atrapalhar sua luta, alguns já estavam coagulando de tão pequenos que eram, simples arranhões. Enquanto Valquíria exibia-se da mesma forma, com pequenos arranhões. Uma luta demasiadamente equilibrada. Estavam a dez metros uma encarando a outra de forma compenetrada. Diana foi a primeira a quebrar o silêncio das duas, perguntando por quê Valquíria havia retornado para o lado de Némesis, por quê destruir tantas vidas inocentes em prol de um deus ambicioso e destrutivo? O quê sobrará no final, quando todas as vidas tiverem sido pisadas em prol de nada? Diana falava e Valquíria a encarava respondendo que isso não atingiria a ela em nada, não compreendo suas palavras, disse a comandante. 

 

— É o que ocorre com pessoas fracas Diana, elas caem. 

 

— Não há ninguém com quem você se importe? Não consegue ter sentimentos por ninguém a ponto de querer proteger aquela pessoa com a sua vida? 

 

Valquíria arregalou os olhos, contraindo o maxilar, imagens surgiam em sua cabeça, porém, o que significava estarem aparecendo naquele momento? O rosto de Íris parecia se moldar diante de seus olhos, porém a voz de Némesis ecoava em sua cabeça, lembrando que isso não deveria atrapalhar seus planos. Némesis a acolheu quando toda a sua família foi morta por aquele massacre de orcs, ela havia ido atrás do famoso clã dos assassinos e aquele deus havia lhe dado um novo lar, um teto e ajudado a aumentar suas habilidades prodigiosas. Não poderia voltar atrás, não poderia abrir mão de tudo que havia conquistado. Respondeu secamente que não havia ninguém importante em sua vida, tais sentimentos o qual a guerreira falava não se aplicara a ela. Viveu unicamente para aquele momento, para aquela batalha. Valquíria fez um movimento repentino surpreendendo Diana, dando um golpe em suas costas, fazendo a outra cair sem ter a chance de se defender. A mulher pisou no abdômen da guerreira pressionando, fazendo a outra deitada no chão contrair com a dor.

 

— É só isso que você tem? - disse Valquíria. - Ainda não conseguiu me ferir de fato. Eu a respeitava como assassina, esperava mais de você.

 

Diana segurou seu pé empurrando, fazendo a outra cambalear para trás, enquanto saía debaixo de seu pé rolando, tornando sua posição de ataque. 

 

— Você não me deixa escolha! Chega de brincadeiras. - Saber adquiriu um brilho avermelhado, como se a ira de Diana estivesse refletida em sua lamina. - Eu já tirei inúmeras vidas com essa espada, já vi tantas mortes, tanta dor, angústia, medo, pesar e enfrentei cada uma delas. Não foi pelo acaso que Saber me escolheu, ela sabia que eu tinha uma vingança para ser concretizada. Seguiu comigo em minhas missões, partilhou do sangue que arranquei de cada vítima. Eu não fugirei mais do meu passado, sou uma assassina e acabarei com a sua vida, incluindo você a mais um número na minha espada e depois, com a lendária espada dos elfos eu, Diana, tirarei a vida de seu senhor, aqui e agora! 

 

Sapphire mantinha seus olhos vidrados nas duas guerreiras, os movimentos de Diana pareciam ter ficado ainda mais ágeis, não parecia uma humana. Era notório a dificuldade que Valquíria tinha para bloquear cada golpe que parecia estrondar o salão como um trovão enviado por Zeus. Em alguns momentos ela estava na direita, outros surgia atrás de  Valquíria. A guerreira conseguiu acertar um golpe na comandante fazendo suas botas deslizarem para trás no assoalho, os braços de Valquíria formavam um X na frente do corpo pela tentativa de diminuir o impacto do chute da guerreira. Sua força e agilidade pareciam ter aumentado, Valquíria achava tudo aquilo divertido. Em tempos atrás quando haviam tido seu primeiro duelo, lembrou de que havia sido a luta mais emocionante que já tivera. Diana tinha força de vontade de aprender a lutar e sonhava em se libertar das amarras do clã e por isso cada vez mais ela se dedicava a ficar mais e mais forte, por isso, no fundo Valquíria tinha grande respeito pela guerreira. Quando tiveram seu duelo para decidir quem vivia e quem morria, a outra havia polpado sua vida, porém dessa vez, dessa vez uma sairia morta dali.

 

— Parece que resolveu mostrar do que é capaz. Está finalmente levando isso a sério.

 

— Nada melhor do que uma boa luta para animar, não é? - concluiu Diana.

 

— Sim. Por quê não deixamos as coisas mais interessantes? - Sapphire gritava para Diana não ouvir aquela mulher. - Silêncio! Vamos resolver isso de uma vez, vamos envenenar nossas laminas e quem for ferido primeiro, terá um destino certo.

 

— Diana não escute ela! Por favor.

 

Diana a encarou dizendo para ela não se preocupar.

 

— Lembre-se do que eu disse, é necessário mais do que vinte homens e uma sádica homicida com um veneno para me matar.

 

— Veremos.

 

Valquíria retirou do seu bolso um frasco escuro que continha algumas curvas e espalhou por sua lamina jogando em seguida o frasco para Diana que pegou no ar e repetiu o mesmo gesto, jogando-o fora. As duas laminas continham o veneno chamado Argentum, que causaria uma morte lenta e dolorosa com um único corte, invadindo a corrente sangüínea. Sapphire encarou as duas, elas haviam ficado loucas. Implorou para que parassem com aquela insanidade, ambas terminariam morrendo, gritou. Valquíria saltou girando duas vezes no ar atacando Diana com força; a outra defendeu com um pouco de dificuldade, as laminas se roçando produziam algumas faíscas diante delas. Era uma defesa tremula devida a força produzida. A guerreira saltou para trás, atirando seu punhal que estava guardado em uma de suas botas, na direção da outra que o pegou com agilidade e jogou de volta quase acertando a perna de Diana que fora rápida o suficiente para sair do caminho da arma, saltando.

 

Valquíria havia surgido em sua frente dando um forte chute nas costas da guerreira que afundou no chão levantando alguma poeira devido o impacto. Diana começava a ficar dolorida, devia admitir que Valquíria havia ficado muito mais forte do que antes. Ela só podia ouvir os gritos de Sapphire ao longe dizendo para ela reagir, para levantar, os saltos da comandante ecoavam no salão ela estava caminhando em sua direção. A guerreira continuava no chão e quando viu a silhueta de Valquíria em sua frente apontando a lâmina envenenada, ela girou desviando do golpe. Valquíria havia acertado o soalho e sua lamina estava presa naquele monte de madeira, Diana aproveitou sua chance para chuta-la. Com Valquíria desarmada deveria aproveitar a oportunidade. Correu para atacar a comandante que desviava de seus ataques, indo para direita, esquerda, um passo para trás. Valquíria segurou o braço da guerreira que carregava a katana, desarmando-a. A lâmina caiu deixando as duas lutando com chutes e socos. As duas estavam ofegantes, a fronte da guerreira sangrava, um líquido viscoso carmesim que teve que ser barrado com as costas de sua mão. Valquíria limpava o sangue que escorria de sua boca. 

 

Enquanto isso, a cavalaria de Pátraco havia chegado no cenário central da luta. Muitos homens que não soube distinguir de que lado pertenciam jaziam no chão, ao redor deles, seu cavalos. Humanos, elfos e alguns trolls mortos. Porém, o combate ainda continuava fervoroso. Uma dama que achou ser fruto de sua imaginação, montava em um cavalo alado, disparando flechas douradas em homens altos e robustos cobertos por peles. Aquele frio da montanha favorecia aqueles homens grandes que acabara de ver. Duas criaturas elfas loiras com seus arcos e flechas atiravam nos soldados ao seu redor com uma velocidade impressionante. Ele ergueu sua espada e ordenou que seus homens atacassem, deveriam invadir e derrubar aquela muralha. Íris que havia seguido eles, adentrara em uma parte desconhecida da floresta, que fora por onde Valquíria a conduziu para fora de sua base. Aquele caminho estava livre da batalha que ocorria e a levaria direto em uma passagem secreta da base, uma rota de fuga conhecida por poucos daquele lugar. Íris desmontou de seu cavalo e entrou naquela base outra vez. Seguiu a longa passagem de pedras e alguns archotes acessos. Se deparou com um pequeno camundongo que corria as pressas para sua toca com um minúsculo pedaço de queijo nas patas. Deveria ser o visitante de algum prisioneiro, que devido ao tédio adotava alguns bichos asquerosos como animais domésticos. Ela continuou a caminhada por aquele lugar e sons de lâminas eram ouvidas, perguntava-se se estaria no pátio próxima de onde os guerreiros lutavam? Porém deveria ser impossível, pois aquela passagem não passava perto do pátio e sim para longe dele. Os ruídos se intensificaram e ela pode ver a silhueta de uma pessoa algemada, aqueles cabelos pretos, aqueles olhos azuis, sim, só podia ser ela. Sapphire estava ali, acorrentada naquela parede como um animal. Correu desesperadamente para socorre-la, Sapphire ela gritou o nome da irmã que olhou de súbito para o rosto vermelho de Íris que começava a conter as lágrimas nos olhos. Valquíria dirigiu o olhar na direção da voz daquela pessoa, sim, era ela, Íris estava de volta. Foi o seu erro, Diana não achava que ela iria baixar a guarda, não, aquele golpe não teria acertado a comandante se ela não tivesse virado sua atenção para a princesa mais nova de Corinto. Era um golpe simples de ser bloqueado, porém, aquela mínima distração fora fatal para Valquíria. Seus olhos se arregalaram, a lâmina havia perfurado seu abdômen, Diana estava surpresa, pois não esperava que acertaria. Um grito fora ouvido, era um grito feminino com toda certeza. Íris correu de forma inconsciente para a mulher que começava a se ajoelhar no chão segurando onde havia sido atingida. Olhou as mãos sujas de sangue. Diana se apressou até Sapphire para libertar as algemas de seus pulsos. As duas mulheres não entendiam, porque Íris havia corrido para Valquíria, porque ela estava se importando com a morte daquela mulher? Era isso que Sapphire queria saber, porém, no fundo começa a ter um pouco de ideia. Diana havia libertado seus pulsos e abraçou apertado a jovem.

 

— Acho que não posso tirar os olhos de você, que já se mete em encrenca - disse Diana.

 

— Achei que não iria notar minha ausência e nem sentir minha falta - respondeu Sapphire olhando-a.

 

— Mesmo que eu tivesse todos os dias, lutas e aventuras, eu ainda sentiria sua falta. Eu errei em ter deixado você pra trás. Eu errei em muitas coisas.

 

— Desde que não erre mais, podemos dar um jeito quanto ao resto.

 

Sapphire sorriu depositando um beijo nos lábios da guerreira que retribuiu, apertando com um forte abraço. Enquanto ainda ali naquele salão, Íris tentava ajudar a outra mulher com o ferimento. Valquíria segurou suas mãos que tentavam conter o sangramento. Ela sacudiu a cabeça negativamente. 

 

— Por quê voltou? - indagou a comandante. - Eu havia deixado você livre.

 

— Eu voltei para saber se era verdade, se você estava com a minha irmã aqui, - explicou a princesa - eu queria conversar com você. 

 

— Agora sabe que mantive sua irmã presa e ainda sim, você tenta salvar a minha vida? Eu sou uma assassina Íris, fiz coisas que você nunca poderá me perdoar se souber. Que tipo de pessoa é você? - a comandante falava com um pouco de dificuldade.

 

— E daí? Todos nós temos um passado Valquíria. Até mesmo você tem bondade em seu coração. 

 

— A bondade é para os fracos - continuava a reclamar.

 

Íris a calou com um beijo terno nos lábios que a outra retribuiu afundando sua língua na outra. Diana e Sapphire se entreolharam surpresas: "Eu estou realmente vendo isso não é?" pensou Diana. Aos poucos Valquíria encostou-se no chão, ela olhou para Diana dizendo que deveria reconhecer, havia perdido duas vezes para ela, parabenizou pelo duelo incrível que havia proporcionado. Diana respondeu com um aceno de cabeça solene.

 

— Eu perdi, não fui forte o suficiente. De toda forma, é uma derrota. É chegado a minha hora - ela encarou Íris acariciando o rosto da garota a sua frente, a princesa segurava a mão da outra com carinho até ver a morte vim buscar com agrado a alma da comandante.

 

— Parece que os sentimentos que ela disse não ter, se aplicaram a ela e a responsável por isso está em nossa frente - comentou Diana para Sapphire.

 

Um bater de soar de palmas fora ouvido, ecoando em todo salão. A gargalhada era sonora, quase musical. Diana conhecia aquela risada infame. Némesis saía das sombras com um largo sorriso no rosto. Comentando que era muito bom ver todas reunidas. A primeira missão começara com elas e terminaria com elas, isso deve ser o quê os humanos chamam de... doce ironia, disse ele com um largo sorriso. Diana postou-se a frente de Sapphire franzindo o cenho. De certo a batalha com Valquíria havia sido desgastante, porém, mesmo que sua fonte vital chegasse ao mínimo daria tudo de si para eliminar Némesis de uma vez por todas de todo o planeta. 

 

— Acho que vamos nos divertir muito - disse ele com uma falsa bondade na voz, mostrando um sorriso gentil e irritante no rosto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eita, o que estão achando?? Némesis deu as caras, finalmente.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diana's The Adventures" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.