S.O.S. Coração escrita por Anatomia do Conto


Capítulo 14
Uma Fotografia Perdida.




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– Você está bem? – Perguntou Nick, vendo a garota mudar de expressão.

– Ah... Estou. Estou sim. – Respondeu Verônica, percebendo que não estava com o controle de suas emoções. Passou discretamente um dedo no rosto, limpando uma pequena lágrima.

– Ah... Bem, é que você está com uma cara estranha...

– Não é nada! – Interrompeu Verônica, mentindo. – Então... Que bom te ver!

– É! – Disse Nick, logo em seguida a olhando com preocupação. – Tem certeza que está tudo bem?

– Tenho! – Respondeu Verônica. – É que... É que lembrei que... Vim pra cá e deixei uma pessoa me esperando. Tenho que ir.

Nick olhou para Verônica com uma cara de Que conversa mais estranha essa?

– Tá ok! – Falou o garoto. – Mas foi bom te ver!

A garota, mesmo sentindo que ia desabar, deu um sorrisinho, se esforçando para que ele não percebesse que ela estava sem graça.

– Você estuda aqui? – Perguntou Nick. A garota virou-se novamente a ele.

– Sim.

– Legal!

– É.

– É... Te vejo por aí, então. – Disse Nick, em seguida se virando e voltando a encostar-se em sua moto.

Verônica deu as costas ao garoto e foi saindo do lugar, completamente incrédula com tal situação.

Aquele garoto com quem falou agora a pouco não era Nick. Pensou, sentindo tamanha decepção. As lágrimas, agora que Verônica não estava mais na presença do garoto, corriam fáceis pelo seu rosto. O garoto que havia conhecido anos atrás parecia não existir mais. Como alguém um dia pode amar outro alguém e depois se mostrar quase que totalmente alheio?

Verônica entrou em um banheiro chorando. Olhou-se no espelho, e viu seus olhos vermelhos. Então se pôs a pensar, em voz alta.

Meu Deus! Fui uma idiota. Sofri esses anos todos em vão! Nick veio para Londres e seguiu sua vida sem nem lembrar que me deixou pra trás. Como puder ser tão boba a ponto de deixar de viver por causa de alguém que nem deve se lembrar de como eu o amei.

A garota puxou então um lenço de papel e tentou secar as lágrimas. Olhou-se mais um momento pelo espelho.

– Droga! Tenho que voltar pra o stand. – Mordeu o lábio. – Mas não posso deixar que Henry me veja assim, nesse estado. Ele não pode saber que eu reencontrei o Nick. Ele não pode saber!

Verônica ficou mais um momento secando as lágrimas, até que chegou a uma conclusão.

– Não posso voltar! – Jogou o lenço fora. – Vou pra casa e invento alguma coisa. Uma dor de cabeça, cólica, sei lá. É! Vai ser isso!

E saiu.

Passado alguns segundos, uma pessoa saiu de dentro de um dos boxes do banheiro, de boca aberta e com uma expressão de alegria. Era Cecily.

– Não acredito! – Falou a garota, sorrindo, sozinha no banheiro. – A idiota reencontrou um ex. E parece que ainda sente algo por ele... Sim, porque pela conversa... Claro! E não vai contar para Henry. Menininha má. Que feio! Coitadinho do loiro gatinho. Ele ficaria super chateado com a namorada.

E gargalhou, olhando-se então no espelho.

– Mas se ela não contar, eu conto. – A garota mordeu o lábio. – Agora... Como eu vou contar sobre isso? Eu sabia que eu ia conseguir de algum jeito uma informaçãozinha pra colocar meu plano em prática. E você, Henry, vai ser meu.

Cecily riu novamente. Começou a ajeitar os cabelos, e num instante depois parou, pensativa.

– Agora eu tenho de ficar bem perto dessa mosca morta pra descobrir mais coisas. E da Annie. Essa pode me dar informações valiosas.

A garota, então, voltou a mexer nos cabelos, cantarolando. E algum tempo depois saiu do banheiro.

Verônica chegou por volta de sete horas em casa, e percebeu que a tristeza, a revolta, a decepção não haviam passado por ter saído do local aonde falara com Nick.

Pegou o diário, escreveu tudo. Mas a dor não passava. Era como se todo o esforço para se libertar daquilo que sentia pelo garoto tivesse ido pelo ralo. Como pode ter acontecido tudo isso? Era só no que conseguia pensar.

Mais tarde todos chegaram. Henry estava junto com a turma.

– Verônica! Porque você sumiu? O que aconteceu? Você nem apareceu para apresentar o trabalho no teu stand. – Henry foi até a garota, com uma expressão preocupada.

– Verdade! – Disse Lion, que estava com Annie, Ryan, James e Kathy, logo atrás de Henry. – Procuramos você pela escola toda. Ficamos preocupados, prima.

– Obrigado Henry, Lion. Todos vocês. Mas não fiquem mais preocupados comigo. – Disse Verônica, sentada em sua cama. – Estava sentindo dor de cólica, dor de cabeça... Daí vim pra casa...

– E porque não ligou avisando? – Interrompeu James. – Nos deu um susto, prima.

– Desculpa, James. – Respondeu. – Mas meu celular descarregou e não sei onde coloquei o carregador. Por isso não deu de ligar.

Verônica percebeu que Annie estava a olhando muito atentamente.

– Tá ok! – Começou Annie. Voltando-se para os garotos. – Então meninos... Vamos deixar Verônica descansar. Ela não está bem. Vamos!

– Melhoras, meu amor! – Desejou Henry, dando um beijinho na garota. – Qualquer coisa me liga, tá?

– Tá ok! Obrigada, Henry.

– Eu te levo até a porta. – Prontificou-se Ryan. – Vamos!

Henry então se despediu de todos. E foi embora. Os meninos também saíram e deixaram as garotas no quarto. Kathy foi pegar algo em suas coisas.

– Acho que tenho um remedinho para aliviar as dores.

Annie ainda observava a irmã, um pouco intrigada.

– Não precisa, Kathy. Acho que Verônica não está precisando de remédio. Ela está precisando falar o que realmente aconteceu.

– Do que você está falando, Annie? – Perguntou Verônica. Kathy pegou uma caixinha de remédios e, em seguida, olhou para Annie.

– Verônica, te conheço muito bem. – Começou Annie, olhando nos olhos da irmã. – Sei quando você está fingindo. Tá certo que você não está bem, mas é por alguma coisa que você viu. Ainda não me esqueci de hoje à tarde quando você estava nervosa, como se tivesse acabado de ver um fantasma.

– Annie me contou disso mesmo. – Falou Kathy olhando para a amiga. – O que foi que aconteceu?

Verônica então decidiu contar a verdade às garotas. Tinha de desabafar mesmo com alguém, e as garotas eram as únicas que sabiam sobre a história com Nick.

– Annie, Kathy... – Começou, respirando bem fundo. – Eu reencontrei hoje à tarde... Lá na feirinha da escola... O Nick.

Annie tapou a boca com uma mão. Kathy deixou cair a caixinha de remédio. Verônica agora olhava para o chão.

– O Nick? – Perguntou Kathy, incrédula. – Aquele cara por quem você estava sofrendo há um tempo atrás?

Verônica confirmou com a cabeça, mantendo-se em silêncio. Annie e Kathy perceberam que a garota estava começando a chorar. Foram então até ela.

– Agora tudo faz sentido! – Concluiu Annie. – Você estava tão atordoada. E saiu atrás de alguém. Era ele.

– Mas porque está assim então, menina? – Perguntou Kathy, sem entender o porquê do choro.

Foi aí que Verônica chorou descontroladamente. As garotas se entreolharam, logo em seguida Annie correu a pegar uma garrafinha de água, que se encontrava em cima do criado mudo, e a ofereceu a irmã. Kathy segurou a mão de Verônica.

– Ele não me reconheceu. – Revelou a garota, tristemente. Mas uma lágrima corria em seu rosto. – Eu sofri esses anos todos por um garoto que já deve estar namorando uma garota daqui. Que não lembra mais dos dias que passamos juntos. Que não sabe o quanto minha vida foi triste. Não sabe o valor que ele tem pra mim. Ele não me reconheceu.

– Ah, Verônica... – Começou Annie, começando a chorar. Ela e Kathy, então, abraçaram a garota. – Não fique assim! Me corta o coração te ver nesse estado.

– Mas ele não te reconheceu de jeito nenhum? – Perguntou Kathy, voltando a se endireitar. – Mas como? Você foi o primeiro amor dele.

– Ele não me reconheceu como o grande amor da vida dele. – Respondeu Verônica, enxugando uma lágrima. – Ele apenas se lembrou de mim como uma “namoradinha de Surrey”, como ele mesmo disse. Conseguem pesar o meu amor por ele e o dele por mim?

– Consigo! – Respondeu Annie. – Imagino como está decepcionada, Verônica.

– E agora não sei o que vou fazer. Quero dizer, estou despedaçada com isso. Quanto tempo deixei de viver, quantos momentos deixei de curtir, por causa dele. A única interrogação que tenho é: O que eu vou fazer agora?

– Agora você vai deixar isso pra trás. – Respondeu Annie, abraçando mais uma vez a irmã. – Você tem a nós, papai e mamãe, Henry. Você tem uma vida toda pela frente.

– Mas...

– Mas nada! – Interrompeu Annie, agora olhando bem firme nos olhos da irmã e segurando uma de suas mãos. Kathy segurava a outra. – Você não é a primeira, nem será a última pessoa a sofrer uma decepção amorosa. Agora você pode dizer “Eu sou uma fracassada!”. Isso se escolher viver sofrendo por alguém que já mostrou não ter sofrido o que você sofreu por ela. Mas você pode dizer “Eu sofri. Mas sobrevivi!” se você virar a página de uma vez e dar uma chance a si mesma de ser feliz com outra pessoa que te ama. E ficar cercada só de gente que te quer bem.

– Amamos você, bobinha! – Sussurou Kathy, amigavelmente, rindo para a amiga. – Amamos você!

– Te amamos, Verônica! – Falou Annie, sorrindo para a irmã.

Verônica pensou em tudo o que a irmã e a amiga a haviam dito. Lembrou de todo o sofrimento vivido até então. Aquelas palavras de Annie e Kathy fortaleceram Verônica. Era o que a garota precisava para tomar uma grande decisão.

– Preciso falar com Henry!

E se levantou.

– Pra onde você vai? – Perguntou Annie.

– “Sobreviver”. – Disse, passando a mão mais uma vez no rosto e saindo então do quarto, apressada.

Annie e Kathy saíram correndo atrás de Verônica, e as três pararam na escada.

Perceberam que Henry ainda estava na casa. O garoto ainda conversava com Ryan. Conversavam sobre a feirinha escolar, e estavam perto da porta. Lion e James estavam assistindo televisão.

Henry percebeu que Verônica estava no topo da escada, o observando. Ele, então, sorriu meigamente para ela, que retribuiu com um sorriso carinhoso.

Verônica então desceu as escadas correndo e foi ao encontro de Henry, abraçando-o forte.

Todos assistiram a cena, sorrindo.

– Parece que ela melhorou, não foi? – Comentou James.

Verônica olhou para a irmã e a amiga, depois para o primo James.

– Remédio de efeito rápido, primo! – Respondeu sorrindo.

– Que bom você está bem! – Disse Henry. Verônica olhou nos olhos do namorado.

– Não poderia estar me sentindo mal, estando envolvida em seus braços.

E o beijou.

Todos na casa exclamaram um “Hummmmmmm...” bem alto, seguido de risos. Verônica decidiu naquele momento ser uma “sobrevivente”.

Longe dali, em um bairro de classe média alta, Nick pilotava sua moto. Parando em uma casa no final da rua. Era a sua casa. Ao entrar, o garoto logo avistou a garota com quem brigara mais cedo, sentada no sofá, conversando com outra garota de cabelos escuros, de traços semelhantes aos dele.

– Nick, a gente precisa conversar! – Disse a garota. Era bonita, cabelos tingidos de um vermelho bem vivo. Seus olhos castanhos eram expressivos.

– Olha aqui, Estelle. – Começou Nick, revirando os olhos e começando a sair em direção ao outro cômodo da casa. – Não tô com paciência pra discutir agora, ok? Dá licença!

– Mas você vai ouvir! – Disse Estelle, mostrando-se chateada. Ela se levantou e agarrou no braço do garoto, fazendo-o olhar para ela novamente. – Você achou certo o jeito como você tratou a mim e a meus amigos? Você achou certo se desfazer dos meus amigos, se levantando e indo embora sem nem ao menos dizer nada...

– Estelle, quantas vezes vou ter que te dizer que eu não gosto daqueles seus amiguinhos? – Bradou Nick, olhando para a garota. – Vocês são tão fúteis. Só falam besteira. – E continuou de modo teatral. – “Como tem gente pobre aqui!” “Ah, adorei sua roupa, de que marca é?” ”Próximo mês vou para a América, esbanjar meu dinheiro por lá!” “Temos de nos encontrar amanhã pra jogar papo fora. Naquele restaurante francês chiquérrimo! Combinado?”

Estelle largou o braço do garoto.

– Comecei a namorar você, mas não sabia que você era tão fútil. Policie-se! Perceba que você e seus amiguinhos só falam besteiras. Eu não tenho paciência pra aquele tipo de conversa. A gente não falou uma única vez sobre nós dois. A gente não riu junto. Percebe como está nosso relacionamento? A gente é muito diferente.

– E por isso você tem de ser estúpido? – Perguntou Estelle. – Sair de lá, sem usar da boa educação que seus pais lhe deram?

– Uso minha boa educação com quem merece!

– A gente está prestes a noivar. – Estelle, mostrou-se indignada. - A gente namora desde os 14 anos. Isso não é coisa que se fale a namorada.

– Estou sendo sincero com você! – Rebateu Nick, falando bem sério. – E se não está gostando... Ainda está em tempo de terminar tudo.

Estelle olhou para o namorado, incrédula.

– Então é assim, não é? – A garota ficou quieta um instante, ainda olhando para Nick. Depois continuou. – Jessica... Fala alguma coisa!

A garota que estava sentada no sofá não havia se levantado. Olhava para um e para outro, assistindo boquiaberta a discussão. Só quando Estelle falou com ela, foi que a garota se levantou, indo em direção a Nick.

– Nick, acho que você está sendo precipitado. – Disse Jessica, um pouco nervosa com a situação.

– Precipitado? – Nick olhou para a irmã. – Não vou deixar de falar o que sinto pra agradar ninguém. Nem que seja ela.

– Sua namorada. – Disse Jessica.

– E futura noiva. – Completou Estelle.

– Isso! – Continuou Jessica. - Vocês tem de conversar. Não ficar como cão e gato, brigando por tudo. Ao invés disso, sentem-se e conversem. Um bom diálogo ainda resolve muita coisa.

Nick olhou para a irmã, depois voltou-se para a namorada.

– Está bem! – Concordou, enfim.

Estelle, que estava muito nervosa, se acalmou. E se abaixou para apanhar sua bolsa, no chão da sala.

– Depois dessa discussãozinha, acho que vou pra casa, ligar para a massagista, porque fiquei super tensa. Preciso de massagem tailandesa.

Nick deu um olhar significativo a Jessica, que sorriu debochando da cunhada.

Estelle foi até o garoto e o beijou.

– Prometo que ficarei mais calma.

– Pelo bem da humanidade, por favor! – Falou o garoto, virando-se para a irmã. – Cadê os velhos?

– Foram jantar com um casal de amigos. – Respondeu Jessica.

– Bom. Eles merecem. – Disse Nick. O garoto então lembrou da garota que viu à tarde. – Jessica! Você lembra de uma... Verônica Watson?

– Hummm... – Disse Jessica, pensativa. – Sim, eu lembro! Morava perto da nossa casa em Surrey. Vocês eram muito amigos.

– Sim. Eu a encontrei hoje à tarde. – Comentou Nick, franzindo um pouco a testa. – Mas eu não me lembrava muito dela. Já faz tanto tempo que a gente se viu.

– Que Verônica é essa, Nick...? – Perguntou Estelle, olhando para o namorado.

– Uma garota que conheci há muito tempo, lá em Surrey. – Respondeu Nick.

Estelle olhou atentamente para o namorado, levando um dedo ao queixo.

– Como ela está? – Perguntou Jessica.

– Bem. – Respondeu. – Só não conversamos direito, eu até achei que ela estava um pouco estranha. Nem lembrava mais dessa garota. Ela está bonita!

– Como é? – Perguntou Estelle, interrompendo-o. – “Ela está bonita!” O que significa isso, Nicholas? Quer dizer que você deixou a mim, pra conversar com uma “conhecida”. É isso?

– Ahh! – Exclamou Nick, se mostrando chateado, e em seguida saindo do lugar.

– Espera, Nicholas! – Bradou Estelle. – Você vai me explicar isso. Volta aqui!

– Me deixa, Estelle! Depois a gente se fala. Hoje não!

Entrou em seu quarto fumaçando. Estelle tinha conseguido o deixar novamente transtornado.

– Como aguentar uma chata neurótica dessa? – Falou a si mesmo, indignado.

Nick então foi tomar banho, e procurar algo para comer. E tempo depois, ainda chateado, foi para a garagem de casa, onde se encontrava uma pilha de caixas, um monte de outras coisas velhas, e uma mesa de pedra, onde estavam alguns vidros com essências diversas, óleos, álcool e outros vidrinhos vazios, além de um rádio. Ligou a luz do lugar escuro e foi até a mesa, desvencilhando da pilha de caixas. Ligou então o rádio, e começou a escutar a música “Turn” da banda Travis. Levantou um vidrinho pequenino com um líquido de cor alaranjada.

– Floral. Com notas de mandarina (tangerina), groselha negra, açucena branca, lichia e rosa búlgara, além de um toque sutil de almíscar e âmbar. – Disse sorrindo, olhando para o vidro.

Nick então deu um passo para trás, topando na pilha de caixas velhas que ali estavam. As três caixas do topo caíram, espalhando alguns papéis, fotografias, e coisas velhas.

– Droga! – Exclamou Nick, ainda com o frasquinho na mão.

O garoto então se abaixou pra apanhar tudo. E no meio de toda aquela bagunça viu uma pequenina fotografia, onde pôde ver um menino e uma menina, que aparentavam 9 ou 10 anos. O garoto era ele. E a garota?

Ele olhou mais um instante a fotografia. Estavam rindo, enquanto se balançavam num balanço velho, e ao redor haviam muitas árvores. Era o lugar onde havia morado anteriormente. Era Surrey.

O lugar, o balanço, sua antiga casa, tudo veio em seu pensamento.

Nick virou a fotografia. Havia algo escrito, com suas próprias letras de um lado. Do outro, algo escrito com uma outra letrinha.

Quando se sentir pra baixo, lembre-se que estou aqui para te fazer esquecer tudo o que te faz mal, e com um sorriso te mostrarei que vale a pena ser feliz.” Diziam as palavras com letras femininas.

Mais uma tarde na companhia dela. Minha melhor amiga. Meu grande amor. 02/09/98.” Diziam as palavras com as letras de Nick.

O garoto lentamente foi se lembrando de tudo. Dos momentos, e dos sentimentos, que antes sentia, quando morava em Surrey. Lembrara-se de tudo.

– Verônica! – O garoto pareceu atordoado. Então se lembrou da última vez que a viu. – Por isso ela estava daquela forma. Tão... Tão estranha! Parecendo triste, tensa... Meu Deus! Como não me lembrei disso? Acho que agora sei o motivo de tal comportamento dela. Acho que ela pensou que eu me lembraria.

O garoto olhou novamente para a foto.

– Eu não a reconheci como a garotinha da foto! – Balançou então a cabeça. – Eu vim para Londres, conheci outras pessoas, outras garotas, comecei uma nova vida. Acabei me esquecendo de que o garotinho da foto era eu.

Nick, então, tirou os olhos da foto e olhou para a mesa a sua frente.

– Como eu posso pedir desculpas agora?

A noite passou. E no dia seguinte, Verônica acordou se sentindo bem disposta. Tomou banho, escovou os dentes, vestiu uma roupa e desceu para tomar café.

Eram 8 da manhã e todos ainda dormiam. Com a exceção de Ryan e Kathy, que estavam na cozinha.

– Bom dia, pessoal! – Cumprimentou Verônica.

– Bom dia, amiga! – Cumprimentou Kathy. – Parece que a noite foi boa, não foi?

– Bom dia, menina radiantemente feliz. – Cumprimentou Ryan, sorrindo para a prima. – Antes de começar a tomar café e nos contar sobre o passeio noturno com Henry, tem correspondência pra você.

– Pra mim? – Espantou-se Verônica. – Onde está?

– Em cima do sofá. – Informou Ryan, apontando para uma caixa pequena. - É aquela caixinha.

Verônica foi até lá pegou a caixinha. Tinha seu nome e endereço no espaço do destinatário, mas não havia informação alguma no espaço do remetente. Mesmo assim, abriu.

Descobriu que havia dentro da tal caixinha um pequenino vidro com um líquido de cor alaranjada e um bilhete. Tudo embrulhado com um papel fino.

No bilhete estava escrito com letra masculina:

Quando se sentir pra baixo, lembre-se que estou aqui para te fazer esquecer tudo o que te faz mal, e com um sorriso te mostrarei que vale a pena ser feliz.


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