Coisas que eu odeio em você... escrita por Nonna


Capítulo 15
Hyuuga Hinata versus Uchiha Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Não me crucifiquem pela demora! Eu tive que fazer uma viagem emergencial e passei uma semana fora, mais que o programado e então ficou sem cap. Mas estou de volta e com um cap emocionante, diga-se de passagem!!!
É de tirar o fôlego!
Leiam, aproveitem e até lá embaixo.



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Sasuke se demorava no espelho do banheiro masculino, admirando a alva tez cheia de arranhões. Parece que Naruto fora mais selvagem que o de costume e isso agradara o moreno, de modo que ele sorria abertamente, tocando lentamente cada marca em seu peito. Suspirou satisfeito e abotoou a camisa branca, vestiu um pulôver preto por cima e saiu sem grandes pressas dali. Chegara cedo ao programa apenas para fugir “de casa”.

Parou diante da porta do studio. Lá estava ela e era a primeira vez que ela ia por lá.

–Que faz aqui? – ele aproximou-se e recostou-se na parede – Seu turno ainda não acabou.

Naruto respirou fundo e sorriu.

–Sasuke... Não deveríamos continuar com isso.

–Lá vem você com esse papo de novo! – ele resmungou, abaixando-se e escorando os braços nos joelhos – Eu já te disse: da minha família cuido eu!

A loira encurtou o olhar e pôs as mãos na cintura.

–E de Uchiha Sasuke cuido eu! – ela falou puxando-o pelo colarinho, erguendo-o do chão – Você não pode viver contra seus pais! São seus pais, seu teme!

–Mas eles te odeiam! – Sasuke rebateu agarrando os ombros dela.

–E eu estou pouco me lixando para isso! Eu quero ver você bem, feliz – ele quis dizer algo, mas ela continuou confiante em suas palavras – Em todos os círculos de sua vida! Eu não aguento mais ver você sofrer por causa das brigas que você tem com Fugaku e Mikoto...

Sasuke apertou a garota num carinhoso abraço e ambos se beijaram com furor, sentindo as línguas brigarem por espaço, necessitadas por atenção. Queriam que fosse eterno, mas só o seria enquanto durasse. Os pulmões clamavam por ar, mas os corações precisavam ainda mais de amor. O físico prevaleceu e eles se soltaram. Respiravam ao mesmo tempo, com as testas encostadas, de vez em quando os lábios roçavam, querendo mais amor.

–Naruto... Minha vida inteira você esteve presente... Sempre me servindo de apoio quando mais ninguém me restava... – eles se fitaram. Aqueles olhos azuis enormes provocavam um sentimento apaziguador no corpo de Sasuke – Eu não consigo imaginar meu futuro sem você nele... Meu pai me ensinou que a briga vale a pena se a recompensa não é pequena, então eu vou lutar até o fim para ficar com você.

A garota ficou estática. Não sabia o que pensar ou que dizer. Como último recurso para expressar a alegria que explodia em seu peito, saltou no pescoço de Sasuke e circundou a cintura dele com as pernas, obrigando os corpos a se juntarem. Beijou-o como só o fazia quando ambos necessitavam “recarregar” as forças. Sasuke aceitou avidamente cada carícia como se elas fossem o próprio Maná dos deuses.

Se estivessem em casa fariam amor até queimarem pela paixão, mas estavam num local público, não poderia ir além daqueles gestos. Alguns minutos depois se soltaram e caminharam de mãos dadas até a lanchonete interna de Konoha. Conversaram amenidades até a hora de o programa começar. Naruto voltou ao Manicômio e Sasuke foi para o studio.

Quando chegou já estava tudo pronto, tudo absolutamente preparado como se fosse um chá inglês da tarde. Olhou quem seria seu entrevistador e quase caiu na risada. Se não seria a timidez em pessoa, a digníssima dama de Konohakagure Hyuuga Hinata. Lá estava ela, vestida num rodado modelo de época, organizando algumas flores, a plateia estava vestida a caráter e só Sasuke que ainda estava de jeans e tênis. Nada que Sakura e Ino não pudessem resolver.

Minutos depois estavam todos prontos, uma música instrumental tocava ao fundo, as pessoas murmuravam e Sasuke entrou a rigor.

–A todos uma boa noite e sejam todos bem-vindos a mais uma edição do Falando Abertamente – a voz suave de Hinata fazia milhares de corações se derreterem. O moreno olhou para o público, que parecia maior, e riu: estava composto, dessa vez, por mais homens do que mulheres. Hinata e seu poder inconsciente de sedução – Agradeço a presença do nosso notável entrevistado, Uchiha Sasuke.

Todos aplaudiram contidamente.

Sasuke cumprimentou a todos apenas com um aceno de cabeça.

Hinata sorriu docemente e voltou-se delicadamente para o telão.

–O tema de hoje é “O que é meu é meu”. – todo mundo lançou um furtivo olhar cheio de intenções para Sasuke. Tocariam no perigoso tema da “possessividade”. - Então, Sasuke, vamos as perguntas?

Sasuke suspirou. E lá vamos nós, pensou. Assentiu com brevidade e esperou.

–Uma fã quer saber – ela lia o cartão – Numa escala de 0 a 10, qual é o seu nível de ciúme de Naruto? – devagar ela levantou o olhar.

Sasuke exibia um preocupado semblante de desgosto.

–12 – resmungou desviando seu olhar para o telão – Sou muito ciumento. - e a plateia “Oh!”.

–Outra fã quer saber se você é um homem possessivo.

Sasuke moveu apenas os olhos, fitando lentamente a apresentadora. Sorriu sadicamente, provocando um sobressalto contido em Hinata, fazendo-a se recolher um pouco e esconder o rosto atrás dos cartões. Ele respirou profundamente e cruzou as mãos na frente do queixo.

–Sou bastante possessivo, ao ponto que devo confessar que aquele vídeo que foi mostrado em edições passadas de eu batendo num cara fora porque o idiota tentara beijar Naruto a força, eu, num acesso de raiva e ciúmes, espanquei-o... O resultado vocês sabem, não preciso mencionar... Eu sou absurdamente possessivo.

Um clima tenso se espalhou pelo ambiente.

–Mas esse ciúme e essa possessividade se resumem somente a Naruto? Ou tem mais?

–Não... É só com ela.

Hinata soltou um breve risinho debochado, chamando a atenção de Sasuke.

–Por isso que hoje você vai fazer valer o seu lado educado e comportado. – ela falou com um tom sombrio demais para Hyuuga Hinata. Os instintos de sobrevivência de Sasuke lhe avisavam que algo de muito ruim estava prestes a acontecer.

–Como assim?

–Todo mundo sabe o quanto “lord” Uchiha Sasuke é, mas todo mundo sabe também o quanto “pit bull” Uchiha Sasuke é, então... – Hinata soltou mais uma vez um risinho que só podia significar que iria aprontar coisas desagradáveis – A produção lhe propõe um desafio especial, o qual não pode negar, pois concordou participar de tudo.

Sasuke engoliu em seco.

Viu naqueles olhos perolados a certeza de que era invenção apenas daquela aparentemente doce jovem que lhe sorria. Sentiu que todo aquele palco montado era uma armadilha e que ele estava prestes a cair. O que faria? Esperar.

–Sasuke, por favor, olhe para a tela, sim? – aquela voz suave já estava irritando o Uchiha.

Ele o fez e quase teve um infarto ao se deparar com a falsa cara de Sai lhe sorrindo.

–Estamos ao vivo, inclusive o Sai, que nos veio fazer uma visita – a jovem se deliciou em ver em câmera lenta o rosto de Sasuke se transfigurar em surpresa e suas mãos se cravarem em garras nos braços da poltrona – Reconhece onde ele está? – não houve tempo para Sasuke pensar, em sua mente nublada um antigo sentimento rosnava, feroz e poderoso, fazendo as narinas inflarem aos poucos – Claro que conhece! Você vai constantemente para lá! Produção, é o Manicômio, certo?

Silêncio. Hinata riu outra vez e fitou o telão.

–Sai, está me ouvindo?

O rapaz assentiu com as mãos atrás do corpo.

–Então, diga-nos, o que faz aí?

–Me disseram que Sasuke seria desafiado e que eu faria parte do desafio, por isso estou aqui... – os olhos pequenos se abriram lentamente ao passo que seu sorriso se alargava – Eu tenho que fazer uma visita especial para Naruto e que tudo isso será gravado ao vivo.

O silêncio fora sepulcral.

Shino olhou para a entrevistadora. Sabia que não deveria ter colocado Hinata ali, pois sabia dos prazeres sádicos que a menina tinha em ver os outros sofrer, camuflando esse comportamento com olhares e sorrisos doces. Respirou fundo e lembrou-se de quando Sasuke surtara. O que fosse acontecer hoje poderia ser mil vezes pior. Shino, nas suas atribuições de editor-chefe, poderia mandar parar o programa, mas isso seria suicídio profissional para todos, então esperou, acreditando na falsa esperança que nada daria errado.

–Sasuke – chamou Hinata, mas esse não a encarou, estava cego, cego pela raiva – Seu desafio é assistir ao encontro especial entre Sai e Naruto daqui do studio, sem fazer ab-so-lu-ta-men-te nada! – ela sorriu como se derramasse a última gota de seu veneno mortal.

O vídeo mostrou Sai entrando naturalmente no Manicômio e indo diretamente a sala de Naruto. Pela hora em que o programa estava rodando, não haveria mais ninguém lá, só Naruto, que adiantava seus trabalhos enquanto esperava por Sasuke. Sai entrou sem cerimônia no recinto visivelmente abandonado e passou a procurar pela garota.

Hinata riu. O barulho dos dentes de Sasuke rangendo era tão audível por causa do silêncio. A plateia não ousava se pronunciar, pois sabiam o que acontecera da última vez que Sai fora mencionado. Ninguém queria ser vítima de um acesso de fúria.

O moreno rogava aos céus que Sai não encontrasse a sala onde Naruto ficava depois que o expediente se encerrava.

–Diga-me Sasuke – Hinata o fitou – Por que odeia tanto o Sai?

O Uchiha parecia estar em transe.

–Na secundária eu tive que me afastar... – ele falava mecanicamente, assistindo cada movimento de Sai – Porque meu pai queria me ver longe de Naruto, então eu pedi que Sai cuidasse de Naruto porque eu a amava muito e confiava nele... Ele se dizia meu melhor amigo... Então...

–Então? – Hinata insistiu.

–Um dia eu retornei – ele já estava de pé e parecia desesperado. Sai estava perto da porta do escritório da loira – Não os encontrei na sala de aula... Sakura me disse que eles estavam no ginásio treinando e quando eu cheguei lá eu vi... – ele engoliu em seco, engasgando-se com os próprios sentimentos que borbulhavam em caos.

–E viu?

–Sai tentando transar com Naruto a força... – a resposta saíra baixo demais. Todos os movimentos de Sasuke pararam quando Sai entrou na sala de Naruto. Lá estava ela, cabisbaixa, fazendo algumas anotações quando foi surpreendida pela presença do rapaz.

A respiração do Uchiha acelerou, seu sangue fluiu quente pelas veias, um piado se apossou de seus ouvidos, seus olhos ficaram misteriosamente vermelhos e seus punhos apertaram-se ao ponto de as unhas ferirem a pele interna. Kiba e Shino preparam suas câmeras de mão, sentia que a qualquer momento teriam que correr atrás do moreno. O instinto antigo, o instinto que lhe fez sobreviver aos anos de tormento no colégio interno, apoderou-se de seu corpo e Sasuke já não via mais nada, exceto Naruto sorrindo para Sai.

–Boa noite Naruto. – falou educadamente Sai.

–Boa noite! – ela se levantou e apertou a mão do outro – Fazendo uma visita aos reles mortais?

Sai riu curtamente.

–Mais ou menos... Eu vim ver você.

–Eu? O que eu fiz para merecer a honra da visita? – ela sentou-se sobre a mesa.

–Você sabe. – lentamente se aproximou. – Nós temos algo especial e sabe disso.

–Não, não temos. – Naruto sorria sinceramente, levando tudo na esportiva – Nunca houve e nem vai ter, cara pálida, você sabe que eu meio que já tenho dono.

–Sempre achei que você era dona de si. – falou colocando-se ao lado dela – Quem diria que Uchiha Sasuke podia mudar tanto você... Quero dizer, você...

–Antes que continue – ela interrompeu e apontou para a câmera – Isso faz parte do programa que o Sasuke participa?

–Mais ou menos. – Sai tomou a mão de Naruto com delicadeza e afagou as costas dela – Eu vim aqui te pedir uma coisa, que faça algo por mim, só para ter certeza de que você realmente não sente nada por mim.

–O quê?

–Beije-me, beije-me como antes e só assim eu terei a certeza de que não tenho chance alguma.

Naruto apertou o olhar e deu de ombros. Um beijo não significaria nada. Aproximou o rosto, mas parou no ato, lembrou-se de que Sasuke era o entrevistado. Se ele a visse beijando outro homem, era morte para os dois. Desviou o rosto dos lábios de Sai e desceu da mesa.

–É melhor não. – falou com sinceridade – Se Sasuke descobre, ele...

–O Uchiha não confia em você, é isso? Quero dizer, ele ama você, mas não confia de que seus sentimentos são dele e que com um simples beijo tudo vai mudar? Patético!

Sai avançou contra Naruto e agarrou os braços dela, num ato feroz roubou os lábios da menor e obrigou-a a beijá-lo, empurrando-a contra a porta e usando o próprio corpo como forma de manter a garota ali. Suas mãos passeavam pelas curvas sutis da loira e ele não se importava com as mãos pequenas que lhe surravam os ombros.

Ter Naruto era tudo.

No Studio Hinata comemorava o triunfo de Sai, porém não vira quando um furacão chamado Uchiha Sasuke correu para fora do lugar. Shino e Kiba seguiram-no de perto, tal como previram. Depois que o moreno saiu, a plateia gritou alvoroçada, deixando todos os brados contidos escaparem ao assistirem o desespero dele pelo telão.

–Sasuke! – gritou Kiba – O que vai fazer?

–Eu vou matar os dois. – falou friamente.

–O quê?! – Kiba quase tropeçou – Como assim?

Sasuke retirou da parte de trás de seu paletó algo que ninguém acreditava que ele poderia ter consigo, pois sempre demonstrara ser tão calmo e de pouca conversa. Shino não soube o que fazer quando viu o objeto sendo empunhado pelo moreno e quando o clique metálico soou alto, soube que era real o que ele dissera que faria.

Ele andava firme, destravando, encaixando e preparando-se para matar e morrer se fosse preciso. O som dos seus sapatos pisando fundo no chão dizia que coisas ruins realmente aconteceriam, o vento frio era severo e avisava o fatídico fim. As árvores davam espaço para o homem decidido que subia os degraus com pressa, mas sem correr.

–Eu odeio isso nela. – resmungava Sasuke – Odeio! Ela é sempre gentil com todos, sempre sorrir para todos, sempre é legal com todos! Odeio essa maldita simpatia dela, eu odeio profundamente, ao ponto que eu explodiria se fosse um vulcão! Por que ela não pode ser só minha?! – nem Kiba, nem Shino sabiam se ele falava para si ou para eles – Eu odeio ter que dividir Naruto com o resto do mundo, odeio saber que nunca a terei cem por cento e odeio saber que as pessoas se aproveitam disso para me provocar!

Eles aceleraram o passo ao longo do pátio que antecedia o Manicômio.

–Odeio isso em você Naruto, odeio de verdade! – a voz embargada denunciava que Sasuke poderia estar chorando, mas não saberiam, pois tudo o que filmavam eram suas largas costas cobertas por um paletó preto – Isso me faz sofrer tanto que você nem faz ideia, Naruto! Eu sempre estive com você, sempre, aguentando tudo e todos, então por que você tem que distribuir gratuitamente amor e carinho, se as pessoas te negaram e eu fui o único que te dei de verdade? – viram-no esfregar o braço no rosto. – Droga! Como eu odeio isso!

Silêncio, eles entraram e correram para a sala da loira.

–Sasuke, acha mesmo que isso é necessário? – perguntou Shino, numa tentativa de evitar o pior. O Uchiha o encarou severamente e empunhou mais uma vez o reluzente objeto.

–Eu vou matar os dois e mato quem mais tiver em meu caminho! – Sasuke chutou a porta com força e entrou segurando com força uma semiautomática com capacidade para doze tiros.


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Notas finais do capítulo

Bando de peste!!! Lanço a primeira enquete do ano:
Se eu postasse um fic original minha, que envolva tudo o que vocês amam e que sempre tem nas minhas fics, mas que não seja Yaoi, seja normal, homem e mulher, mas que tenha lemon, vocês leriam?



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