POV VIOLETTA

Hoje o dia foi maravilhoso. Tirando a parte em que eu sujei a cozinha toda quando tentei fazer panquecas, e ainda por cima, acabei fazendo o papai e a Angie acordarem por culpa de todo barulho que fiz.

Esse foi o melhor Natal que eu já tive. Amei os presentes que ganhei, mas o papai e a Angie estarem juntos é o melhor presente que eu poderia ter ganhado. Somos uma família completa agora.

Vilu escreveu no diário sobre o dia que tivera e depois acabou adormecendo.

                  POV ANGIE

Hoje o dia foi incrível, foi muito bom passar o Natal com o German e a Vilu. Eu nunca tive um Natal tão feliz como esse. German e Violetta trouxeram para a minha vida a alegria que faltava. Cada momento que compartilhavamos juntos como uma família era especial. E eu esperava que pudessemos ter vários outros momentos como esse.

Angie acabou adormecendo com as lembranças do dia feliz que tivera com sua sobrinha e o homem que amava.

                 POV GERMAN

Desde que a Maria morreu, eu e a Violetta nunca tivemos um Natal tão especial como esse. Éramos sempre só nós dois. Mas esse foi diferente. Com Angie aqui, tudo parece se encaixar outra vez. Ela trouxe a alegria que faltava para nós. O amor que eu nunca achei que sentiria novamente.

Ver os sorrisos de Angie e Violetta ao receberem os seus respectivos presentes, não teve preço. Vê-las felizes me fazia feliz. E eu sempre me esforçaria para vê-las bem. Elas eram os melhores presentes que eu poderia ter ganhado.

Não demorou muito para que ele também adormecesse.

                          (...)

No dia seguinte, Olga, Ramalho e Frederico voltaram de viagem e todos tomaram café juntos.

Depois do café, Angie a fim de relaxar, foi para o jardim e sentou-se num banco que havia lá.

Ela fechou os olhos e deixou a calmaria do local a envolver. Era bom ter momentos de paz como esse.

Quando ela abriu os olhos, percebeu que German a observava.

GERMAN: Oi amor, o que está fazendo? — Ele sentou-se ao lado dela e passou um braço ao seu redor.

ANGIE: Estou apenas relaxando um pouquinho. Vou aproveitar minha folga do Studio. — Ela apoiou a cabeça no peito dele.

GERMAN: Posso ficar aqui com você?

ANGIE: Não sei nem porquê você pergunta se já sabe a resposta. Mas sim, eu quero que fique aqui. Adoro passar o meu tempo com você. — Angeles sorriu.

GERMAN: E eu com você amor. — Ele depositou um beijo no topo da cabeça dela. — Você se lembra dessa parte do jardim?

ANGIE: E tem como esquecer? Esse lugar me lembra a vez que nós quase nos beijamos, mas a Violetta e as amigas dela acabaram atrapalhando. E também à aquele dia que nós ficamos observando as estrelas. — Angie guardava essas memórias com carinho.

GERMAN: Sim, podemos dizer que esse jardim contribuiu para o nosso relacionamento. — Foi a vez dele sorrir.

ANGIE: Tem razão. — Angeles riu. — Mas acho que a cozinha contribuiu tanto quanto.

GERMAN: Ah, sim. A cozinha, o cômodo mais memorável da casa. Como eu poderia me esquecer do local da casa em que eu te beijei pela primeira vez?

ANGIE: Impossível esquecer. — Ela brincou.

GERMAN: Vou aproveitar que você está de folga hoje e perguntar uma coisa. — Ele disse ao se lembrar do motivo pelo qual precisava falar com ela.

ANGIE: E o que é que você precisa me perguntar? — Questionou, curiosa.

GERMAN: Não sei se você se lembra, mas eu estou em dívida com você. Eu tenho que cumprir uma promessa que eu fiz à você já faz algum tempo. Então que tal nós sairmos juntos hoje depois do almoço?

ANGIE: É claro que eu aceito sair com você. Mas de qual promessa você está falando? — Por mais que ela tentasse se lembrar de qual promessa ele estava falando, não conseguia recordar.

GERMAN: Você só vai saber na hora em que sairmos. — Mesmo ele querendo contar, sabia que não poderia fazer isso, pois assim, acabaria com a surpresa.

ANGIE: Tudo bem, mas você pode me contar pelo menos aonde vamos? — Ela esperava que ele pudesse responder ao menos isso.

GERMAN: É surpresa. — Ele respondeu, apenas.

ANGIE: Já que você está decidido a não me contar nada, você pode me dizer que tipo de roupa eu devo vestir para estar adequada pra ir onde você me levará?

GERMAN: Você pode se vestir casualmente. Da forma que você sempre se veste.

ANGIE: Okay, mas tem certeza que não vai me dar nem uma única dica? — Ela fez sua melhor cara de cachorrinho que caiu da mudança.

GERMAN: Fazendo essa carinha você até parece a Violetta. Mas eu não posso ceder, senão vou acabar estragando a surpresa.

ANGIE: Tá bom. — Ela acabou por concordar. — Que horas devo estar pronta? Porque você sabe que eu preciso de um tempinho pra me arrumar.

GERMAN: E como sei! Ontem foi um exemplo perfeito disso. Achei que você e a Vilu não ficariam prontas nunca. — Ambos sorriram com a afirmação dele. — Depois do almoço nós já podemos sair. Quando for uma hora, pode ser?

ANGIE: Sim, por mim esse horário está ótimo. Mal posso esperar pra saber o que você está aprontando.

GERMAN: Espero que você goste. — Ele sorriu para a namorada.

ANGIE: Com certeza vou gostar. — Angeles retribuiu o sorriso. Sabia que qualquer coisa que ele fizesse, ela gostaria.

                         (…)

Horas depois…

German já estava esperando por Angie há alguns minutos quando ela desceu as escadas até ele.

Angie optou por usar um vestido branco florido de verão. Era leve, o que era perfeito para o dia quente que fazia em Buenos Aires. Vestiu uma sapatilha nude e deixou o cabelo solto. Já German, colocou uma camisa social azul com uma calça jeans básica, e para completar, um par de sapatos pretos.

Quando estava ao lado de German, Angie deu uma volta e perguntou:

ANGIE: Como eu estou? — Ela perguntou com um sorriso brincalhão emoldurando os lábios.

GERMAN: Está linda como sempre meu amor. — Ele tinha certeza de que ela era a mulher mais linda que já tinha visto.

ANGIE: Obrigada, você também está. Demorei muito?

GERMAN: Não, dessa vez foi rápida. — Ele sorriu. — Vamos?

German estendeu uma mão para Angie, que aceitou e entrelaçou suas mãos juntas.

ANGIE: Vamos. — Ela confirmou com um sorriso.

                           (…)

German estacionou o carro em frente a uma praça. Ele saiu do carro e abriu a porta para que Angeles saísse.

Eles deram as mãos e começaram a andar pelo lugar.

Angeles começou a olhar ao redor. A praça estava igual há anos atrás quando ela e German estiveram lá. Era incrível como tinha se mantido intacta desde a última vez que tinham ido até lá. Até o banco que tinham se sentado outrora estava ali. Ela não conseguiu evitar um sorriso.

GERMAN: Você se lembra dessa praça não é Angie?

ANGIE: Sim, é claro que eu me lembro. — Ela não se esquecia daquele dia por nada. — Foi aqui que uma vez nós comemos maçãs carameladas.

GERMAN: Isso mesmo. E você se lembra quando eu te levei pra jantar e disse pra você que um dia eu te levaria pra comer maçã-caramelada outra vez comigo?

ANGIE: Ah, sim. Agora eu me lembro da promessa que você me fez. — Ela ficou feliz por finalmente recordar qual era a promessa.

GERMAN: Sim, e é por isso mesmo que eu te trouxe aqui. Pretendo cumprir o que eu tinha prometido a você. Te trouxe pra esse lugar para comermos maçãs carameladas juntos. É algo simples, mas que é do coração. Você gostou?

ANGIE: Ah, German… Eu amei. É perfeito. Aquele foi um dia importante pra mim e poder relembra-lo é incrível. Obrigada, você é o melhor. — Angeles abriu um sorriso lindo de orelha à orelha. Ela passou os braços ao redor de German e o abraçou.

German também abraçou-a e depositou um beijo casto nos lábios dela.

GERMAN: Você não tem o que agradecer Angie. Vê-la feliz, me faz feliz. — Ele sorriu para ela. — Agora eu vou comprar as maçãs carameladas.

ANGIE: Okay, estou esperando. — Ela anuiu com a cabeça e sorriu.

Em questão de minutos, German voltou com duas maçãs carameladas nas mãos. Ele entregou para Angie a sua e começaram a comer.

Depois que terminaram, German perguntou:

GERMAN: Está gostando da surpresa?

ANGIE: Claro, eu estou amando. Não teria como eu não gostar. Você acertou em cheio em me trazer aqui. — Ela sorriu. — Nunca fui tão feliz assim German, e o tempo passa e o que eu sinto por você só aumenta.

GERMAN: Eu neguei por muito tempo o que sentia por você Angie, fui um covarde. Mas agora não tenho mais medo de dizer que te amo. — Ele tomou o rosto dela em suas mãos.

ANGIE: Eu também te amo German, e nunca tive tanta certeza de algo na minha vida.

Eles se aproximaram um pouco mais e German tomou os lábios de Angeles nos seus. No início apenas um leve resvalar de lábios, mas que evoluiu para um beijo incrível.

Não fora um beijo qualquer, mas sim um beijo doce e cheio de significado. Que conseguia refletir tudo o que eles sentiam um pelo outro. Tudo aquilo que negaram por tanto tempo, mas que agora eles não tentavam esconder.

Naquele momento o mundo poderia ter acabado, que eles nem teriam ligado. A ligação que eles tinham era muito mais forte do que eles poderiam imaginar.

Angeles nunca havia se apaixonado tanto por alguém, e nem imaginava como alguém poderia fazê-la tão feliz como German a fazia. O que sentia por ele não se comparava a nada que já havia sentido. Era único.

Com German não era diferente, ele nunca achou que depois da morte de Maria poderia amar de novo. Mas quando Angeles apareceu em sua vida ele simplesmente esqueceu isso e se apaixonou por ela tanto quanto um dia já havia amado Maria. Até mais. Angeles havia virado seu mundo de cabeça para baixo, mas havia modificado a sua vida da melhor forma possível.

Agora, nem eles mesmos saberiam dizer o porque de terem negado por tanto tempo o que sentiam...

                     (...)