Lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto refletia o que havia acontecido a pouco.

''Que ótimo lugar para morar, além de quase ter sido estuprada ainda consegui meter o Castiel em confusão, mas se bem que ele já consegue fazer isso sozinho e ...''

Alguém começou a me empurrar, a porta estava começando a abrir, eu faço força contra ela para que não consiga entrar no banheiro.

– O que você está fazendo aí? - Ele grita - '' Cê tá '' cagando? - Ele começa a rir.

– O quê? Não, você é louco!

– O que está fazendo então, qual a desculpa?

– Nada.

Ele empurrou com mais força e acabou abrindo a porta e me jogando no chão.

– Não consegue fazer nada sozinha. - Ele disse isso estendendo a mão para me ajudar.

Eu fiquei quieta olhando para baixo.

– Olha pra mim quando falo com você! - Ele colocou a mão em meu queixo e levantou meu rosto. - Seus olhos estão vermelhos... Você estava demorando... Estava fumando drogas? - Ele levantou a sobrancelha e deu um sorriso com seus lábios maliciosos.

– Cala boca.

– Não acredito, você deveria estar mais agradecida porque você não foi estuprada ou ter apanhado igual a mim. - Ele disse num tom arrogante.

– Você deveria ser mais compreensivo. - Eu disse isso enquanto abria o armário e pegava as faixas e alguns analgésicos. - Você viu o que eu acabei de passar seu ignorante?!

Ele se calou e eu levei - o novamente para o quarto dele, ele deitou eu sentei ao seu lado enquanto fazia os curativos, porém ao ver o corpo machucado dele acabei não me segurando e comecei a chorar. Ele pareceu estar incomodado e parou de me olhar.

Após terminar eu me levantei e fiquei na porta do quarto, observando ele.

– O que foi? Pode ir embora. Não gosto de te ver chorar.

– Não vai ao menos me agradecer? - Eu cruzei os braços.

–Não fez mais que sua obrigação.

– Seu mau agradecido.

Eu sai do quarto morrendo de raiva e bati a porta da frente da casa com brutalidade.

''Aquele idiota, mau agradecido,tudo bem ele me ajudou e me salvou de ser estuprada, mas um obrigado não mata ninguém. Ele vai acabar sozinho, por isso ninguém gosta dele, por isso todos preferem o Nath do que ele.''

Andei em direção a minha casa, enquanto chorava de raiva dele. Virei a esquina, e me deparei com um loiro de olhos sedutores.

– Olá Lynn - Ele disse sorridente.

– Oi, Nath - Falei meio desanimada, mas com um sorriso. - É bom ver você fora da escola. - Eu passei a mão no meu rosto para poder secar minhas lágrimas.

–Lynn você está bem? - Seu sorriso desapareceu e em seu lugar uma expressão de preocupação surgiu. - O que aconteceu?

– Eu posso te contar tudo, mas primeiro poderíamos ir para outro lugar?

– Tudo bem, se não me engano tem uma sorveteria aqui perto.

Eu assenti com a cabeça. Nós andamos Lado - a - lado durante todo o trajeto até que o garoto pegou na minha mão. Eu fiquei envergonhada e acabei soltando sua mão da minha.

– Desculpas, eu não queria assusta - lá- Ele disse corado.

– Não, está tudo bem é que não sou muito acostumada com contato, minha mãe e meu pai nunca e deram muita atenção.

Após dizer isso eu segurei a mão dele, e nós dois coramos, Nathaniel deu um sorriso e me levou até a sorveteria.

(...)

– Pode me contar o que aconteceu agora ? - Ele olhou em meus olhos esperando uma resposta.

Eu virei o rosto em outra direção evitando olhar em seus olhos e corei.

– Se não quiser me contar eu vou entender.

– Não, tudo posso te contar só estou um pouco constrangida.

– Por quê?

Eu respirei fundo e comecei a contar o que havia acontecido resumidamente.

– Bem, eu estava indo ao piquenique e de repente surgiu um cara do nada e me levou para um beco ele tento me estuprar, mas Castiel chegou a tempo e acabou lutando contra um cara, o homem acabou fugindo e o Cassy ficou ferido, ele mal conseguia andar e acabei levando ele para casa e ...

– Você foi à casa dele, fazer o quê? - Ele me olha intrigado.

– Ele estava machucado e fui fazer alguns curativos e tive que aguentar suas reclamações e ele nem mesmo me agradeceu, além de ser o maior insensível comigo.

– Sinto por isso Lynn, esse cara é um problema, entenda isso. Ele só arruma confusão.

– Mas por que ele é assim?

– Se eu soubesse. - Ele deu os ombros.

Depois que tomamos sorvete ele me acompanhou até em casa, porque estava um pouco tarde, mas chegando ao portão da minha casa apareceu uma figura.

– Plume! - Eu saí correndo atrás dele e o loiro veio junto. - O que está fazendo aqui fora? - Ele me lambeu.

Nathaniel ficou com uma cara de ''Nossa como é fofo'' . O garoto correu e pegou -o e minha mão e começou a acaricia -ló.

– É... Nath?

– Desculpe, não resisti gosto muito de gatos. - Ele me devolveu o animal.

– Lynn! - De repente alguém grita por mim. - Lynn, eu estava preocupada com você. Quem é esse?

– Esse é o Nath ou melhor Nathaniel. - Disse sorrindo.

– É seu namorado? É um gato.

– Meu Deus tia, é só meu amigo! - Eu abaixei a cabeça morrendo de vergonha.

– P-Prazer em conhecer. - Ele disse gaguejando e muito corado.

– Vamos comer alguma coisa? - Ela sai arrastando Nathaniel.

Minha tia ofereceu alguns doces, e o engravatado acabou comendo de tanta insistência.

– Vocês formam um belo casal, se vocês tivessem um filhos seria um verdadeiro deus grego.

– Tia Agatha! Já chega! - Eu disse totalmente surpresa e envergonhada.

O rosto do loiro ficou levemente abrasado, porém ele ri.

– Assumam logo o namoro, é obvio que vocês se gostam!

– ''Ah''– O loiro põe a mão na testa e geme.

– Já está bom, né tia? - Eu pego a mão de Nathaniel e puxando ele para fora.

– Obrigado por tudo Agatha, até mais. - Ele disse constrangido.

– Desculpe por isso Nath, ela fala muita besteira as vezes.

– Não, está tudo bem. Eu tenho que ir agora.

Eu fico na ponta dos pés e dou um leve beijo em seu rosto.

Ele se vira e começa a caminhar indo para a sua casa, ele olha para trás e sorri de canto e finalmente some de vista.