Após terminar de escrever mais uma de sua cartas diárias, Violetta fez o de sempre, a amaçou e jogou na lixeira ao seu lado, suspirou eram, tantas coisas...talvez um novo começou fosse bom, ou talvez apenas novamente partisse seu coração, que já encontrava partido o suficiente.

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Violetta rapidamente abriu seus olhos, seu celular tocava, tinha 3 chamadas perdida e som continuava a soar, era a mãe de Leon, Vilu olhou o relógio, ainda eram onze horas na noite, ela respirou fundo e atendeu.

–Senhora Vargas, aconteceu algo ? -Indagou mesmo já sabendo a resposta.

–Querida, desculpe fazer isso mais uma vez, é que...Leon novamente está com febre e chamando seu nome e...-Violetta cortou-a.

–Já estou indo para aí -Respondeu cansada.

–Obrigada.

Violetta abriu seu armário, pegou uma roupa pouco distinta da que usará naquela manhã, a trajou, após pegar sua bolça, abriu lentamente a porta de seu quarto, não imaginava que seu pai ouviria, mas era melhor assim, desceu sem animo a longa escadaria, mas encontrou-se com um dilema: onde teria deixado a chave de seu carro. Sem resposta, preferiu ir a pé, depois de tudo o que aconteceu não temia mais nada, e também a residência dos Vargas ficava a menos de dois quarterões de distância, não demoraria a chegar.

A rua estava deserta, tudo o que se via era um breu, o céu estava sem estrelas, provavelmente o brilho delas fora encoberto pelo da Lua que tinha o brilho transmitido pelo do Sol. Enquanto caminhava observava as casas que tinha seu condomínio, a residência dos Ferro não tinha mais cor, a dos Vidal havia sido vendida e eles haviam se mudado, ou melhor voltado para a Espanha após a morte, de Natália, a filha mais velha. Os Pontes quase nunca saíam de sua Residência, Violetta somente os via em basares beneficentes, que eles contribuíam todo o ano, Maxi ela só viu uma vez, ele estava com o irmão menos no parque, ele estava lendo um jornal, enquanto o garoto fazia de tudo para chamar-lhe a atenção .

Logo chegou a uma casa que conhecia bem, nem quando namorava Leon passou tanto tempo lá, como passava agora, parou em frente a mansão dos Vargas, e levou seu dedo indicador ao interfone, nem precisou falar nada, a porta logo foi aberta, e lá ela adentrou, passando pelo extenso jardim, antes era mais florido. Logo se encontrou de cara com a porta, apenas bateu duas vezes, e a ela foi aberta.

–Querida ! -Exclamou a senhora Vargas sorrindo singelamente para Violetta.

–Olá -Murmurou Violetta sorrindo, mas sem mostrar os dentes, ela adentrou na Residência de seu...bem...nem ela sabia ao certo.

–Vilu -Chamou-lhe senhora Vargas docemente, e a mesma virou-se -Leon está terminando de tomar o medicamente, aguarde um pouquinho -Violetta apenas assentiu.

Violetta andou pelos corredores, quando deparou-se com um grande espelho, mas nunca havia o notado, o olhou, e observou seu reflexo, ela estava muito diferente...seus cabelos não tinham mais nenhum sinal de loiro, estavam castanhos, a cor natural deles, e não eram mais curtos como antes, eles quase chagavam a metade de suas costas, não tinha mais ondulações, agora era liso, e continha uma franja, sorriu, seus dentes estavam mais brancos, mas o sorriso não era mais verdadeiro como antes.

–Violetta querida -Chamou a Senhora Vargas, a mesma virou-se como de costume. -Já pode subir -Afirmou com um sorriso mais sem mostrar os dentes, com muito esforço, Violetta o retribuiu.

A escadaria era longa, era um escadaria de vidro azul em forma de espiral, o corrimão era preto, parecia ter sido recentemente pintado, porque da última vez que Violetta havia visto o preto dele estava desbotado. Logo chegou ao quarto de Leon, bateu na porta e sem esperar uma resposta a abriu e o encontrou deitado na cama. Pela primeira vez Violetta observou o quarto dele, antes era azul, agora é verde, as milhares de fotos de motocroos haviam sido removidas, assim como as fotos de amigos e bandas. Apenas havia um porta-retrato, com a foto dela e de Leon, ele a abraçava por trás e sorria, ela também sorria, o sorriso de Leon era de felicidade e o dela demonstrava que estava encantada, perdeu-se admirando aquela antiga realidade, mas voltou a prestar atenção com Leon falando.

–Também gosto de olhar essa foto, parecíamos muito felizes juntos -Violetta, não sabia o que dizer, apenas sabia que Leon havia percebido para onde ela estava olhando.

–Eramos muito felizes -Afirmou e logo suspirou.

–Como era nossa relação ? -Indagou Leon.

–Não sei explicar, mas tínhamos muito ciumes um do outro, discutíamos com uma certa frequência, mas...nada que não poderíamos resolver, nos amávamos e isso era o suficiente -Concluiu Violetta, ele estava prestando atenção a cada palavra que ela havia proferido e isso era evidente.

–Você ainda me ama ? -Indagou Leon. Ela ficou sem reação não sabia o que afirmar, sim o amava, mas não podia bagunçar ainda mais a cabeça dele.

–Você gostava muito de motocross -Contou-lhe tentando escapar da pergunta anterior.

–Não foi isso que lhe perguntei -Disse Leon prontamente.

–E você tinha uma banda ela se chamava "Boy Band", você adorava música, seus instrumentos favoritos eram o teclado e a guitarra, mas na minha opinião você ficava melhor no vocal -Novamente fugiu da pergunta.

–Vou entender isso como um "Sim eu te amo, mas não quero fazer bobagem" -Afirmou Leon, sorrindo vitorioso.

–Você está sem memória Leon, não coloque palavras na minha boca -Afirmou.

–Querida desculpar-me você sempre tem que vir aqui -Leon sorriu sem graça e coçou a nuca, típico do antigo Leon.

–Está tudo bem...mas eu gostaria de lhe perguntar...com o que você sonha comigo ? -Violetta a tempos queria lhe fazer essa pergunta mas não queria confundi-lo, mas ele já parecia bem melhor.

–Eu não sei o certo -Respondeu Leon prontamente, Violetta o conhecia o suficiente para ter a certeza que ele estava mentindo, ele estava olhando curioso para uma de suas mãos -O que é isso ? -Indagou mexendo com o anel de seu dedo -Digo, por que o uso ?

–É nosso anel de compromisso -Explicou Violetta, mostrando que tem um anel em seu dedo bem parecido. -Você me deu ele quando fizemos um ano de namoro -Completou.

–Hum -Murmurou Leon -Que horas são ? -Leon indagou mas ele mesmo respondeu -Meu Deus já são duas da manhã -Se espantou e continuou -Dorme aqui, já é de madrugada -Leon deu espaço em sua cama para Violetta.

–É melhor não, é que....-Violetta foi cortada por Leon.

–Eu insisto -Violetta suspirou derrotada, tirou seu sapato e deitou-se ao lado de Leon, ele murmurou -Boa noite Vilu.

–Noa noite Leon -Respondeu Violetta, cerrando suas pálpebras havia sido um dia cheio, só que infelizmente não no bom sentido.

Na manhã seguinte...

Violetta abriu seus olhos de vagar, mas os fechou pela claridade que adentrava, logo os abriu de novo, até acostumar-se. Olhou para o lado e não encontrou seu celular, aí que lembrou-se havia dormido na casa de Leon, ao olhar para o lado o encontrou dormindo, os braços dele rodeavam a cintura de Violetta, a mesma sorriu abobada, relembrando, que várias vezes acordou sentindo-se completa nos braços dele, isso, claro, antes do acidente.

De forma lenta e singela, Violetta separou-se de Leon, olhou o relógio dele que estava na mesa de cabeceira, ainda eram sete e quinze da manhã, os pais dele deveriam estar dormindo, assim levantou-se colocou seus sapatos e dirigiu-se a saída, e rumou para o parque o mesmo parque de sempre. Naquela bela manhã de primavera, Violetta ando até o banco de sempre, tão tardou e lá chegou, sentou-se e pegou de sua bolça papel e caneta e começou a escrever.

Querida Francesca,

Ontem novamente visitei Leon, pela primeira vez conversamos, sinto muito a falta dele, ele me perguntou o que era o anel que ele usa, contei-o que era o que simbolizava nosso um ano de namoro, a mãe dele me ligou em plena onze horas da noite dizendo que novamente ele teve febre e chamou meu nome, não entendo o porque ele tem isso, eu perguntei o que ele tanto sonhava e percebi que ele mentiu. Paramos de conversar as duas da manhã, e eu dormi com ele, acordei com ele me abraçando, amanhã pretendo ligar para Camila, não há vê desde que ela saiu do hospital. Estou assustada, não sei o que fazer passei para estudar em Julliard, nos Estados Unidos, precisava que alguém falasse comigo.

Violetta levantou-se do banco em que estava sentada e rumou para sua casa, iria procurar em suas coisas o endereço de Camila, precisava de alguém paar conversar sobre a faculdade de música. Ela amassou a carta e jogou-a na lixeira ao lado.