Parei. Alguma coisa em meu subconsciente me mandou parar, então, parei. Lembrei do havia-me sido dito, "ninguém saberá quem você é". Ou algo do gênero, mas com o mesmo significado.

Nassiane não lembrava de mim, ninguém lembrava de mim, e ninguém saberia quem eu era, se eu continuasse nesse mundo idiota. Bom, mas isso tem algumas vantagens. Se eu voltar posso provar a todos que Deus não existe, e que a teoria de Albert Einstein está correta. Mas... Quem acreditaria em mim?

Chutei a calçada, mas logo fui devolvido por uma dor mais forte voltada a mim. Nossa. A calçada parecia incrivelmente mais dura do que estava antes, parecia mais resistente. Quem se importa com essa maldita calçada Henry?! É o que vocês devem estar pensando. Pois é, é só a falta de assunto que me faz falar disso.

Virei-me e segui novamente em direção a Nassiane, mesmo que ela pensasse não me conhecer, irei prová-la que eu a conhecia, irei falar tudo que soube enquanto fui seu amigo. Espero que nesse mundo essas coisas ainda sejam verdade.

Percebi que meus pensamentos haviam me distraído bastante, pois não lembrava mais onde Nassie estava. E nem tinha completa certeza de que ela permaneceria lá. Naquele lugar que eu não conhecia. Em uma cidade com pessoas que eu conheço, mas elas não me conhecem, em um outro Universo onde as coisas podem ter mudado. Ou não.

Eu me encontrava novamente confuso, apenas tentando descobrir o que havia de diferente nesse mundo que eu não conseguia identificar. A calçada era mais dura, as pessoas não me conheciam e elas são muito inseguras, pelo que percebi com Nassiane. Na verdade ela é muito insegura.

Eu estava andando para o nada, sem a menor noção de onde ir, onde chegar, onde ficar. Queria saber o que eu fiz de errado... Por que eu estou em um lugar que eu não deveria estar? O que o meu pai tem haver com isso? Minha mãe ficará bem comigo ausente por esse tempo?

O céu começou a faiscar, fogo começou a surgir nele, e nuvens começavam a ir e vir carregadas pelo vento, mas elas se locomoviam no chão, e começaram a chover para cima. As nuvens choviam do chão para cima, apagando o fogo dos céus, brabos e escuros, queimados e derrotados por simples nuvens que choviam para cima. O céu é mais corajoso no meu universo, e no meu universo, o chão também era vítima.

Depois de um tempo, as nuvens apagaram totalmente os céus vermelhos com suas chuvas para cima. O céu ficou roxo, totalmente roxo, e borboletas roxas cercavam os céus, e grandes estrelas começavam a se destacar nesse céu roxo. Essas estrelas eram as mesmas que estavam naquela folha com o título: "Um artista que pintou as estrelas". Por que tudo se encaixa?

Estava escurecendo nesse mundo, pelo que eu estava entendendo, mas eu continuava andando perdido, sem rumo algum. As estrelas são as mesmas da imagem que me trouxe aqui, isso deve significar alguma coisa, isso significa que... A mudança da imagem das estrelas aos olhos dos seres humanos, mudam todo o Universo que existe ao redor, ou seja os olhos das pessoas ao sentirem essas estrelas, fazem com que eles interpretem o Universo de um jeito mais criativo, que para esses cidadãos já é visto como normal! Por que eu não pensei nisso antes! Pode ser apenas uma hipótese mais eu tenho quase certeza que eu estou certo.

As estrelas do céu roxo começaram a cair no chão até então normal. O chão começou a ganhar cores em um tom de dourado muito lindo, quem visse de longe confundiria com mel. O chão choveu uma árvore com folhas azuis e um cobertor dourado, agora eu já sabia onde passaria essa noite. Logo depois as estrelas começaram a surgir no chão, e o dourado nos céus.

Começou a ficar frio, então me encolhi e fui em direção a aquela linda árvore, escalei-a, deitei sobre um de seus grossos galhos, e me cobri sobre o cobertor dourado que parecia ter sido feita de estrelas, assim como o céu que brilhava lindamente. Eu não quero mais entender, eu só quero descobrir o que aconteceu com meu pai...

Essa era a imagem dos céus desse Universo.