Rude escrita por Ray


Capítulo 5
Call me...


Notas iniciais do capítulo

GENTE EU NÃO MORRI NÃO OK?
Quem é vivo sempre aparece né? Desculpem ter sumido, espero que tenha sobrado alguém por aqui ainda, eu meio que tinha perdido o interesse por essa fic um pouco e eu também tenho outras histórias aqui e no Spirit (Heart on Fire por exemplo, eu escrevo no Spirit e tenho me dedicado muito mais a ela, é Camren sabiam?). Enfim, eu vou concluir a história e não vou sumir tanto mais visto que tenho algumas histórias ótimas para essa história.



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Eu estava praticamente com a mente em outro universo enquanto estava sentada na cama e Quinn deitada em minhas coxas apreciando o carinho que fazia em seus cabelos. Pensava em tudo e ao mesmo tempo, em nada. Estava ansiosa, sim eu estava, por que?

Bem... Você já pediu alguém em casamento? É assustador! Eu teria que pedir duas pessoas! Como duas? Eu tinha que pedir a mão de Quinn em casamento a Russel e a ela ao mesmo tempo. Por que eu pediria permissão a Russel para me casar com sua filha? Eu não faço ideia, só sei que tinha que fazer isso.

Sim, provavelmente a porta seria fechada na minha cara e minha resposta seria um grande NÃO, mas eu precisava tentar. Rachel Berry nunca desiste.

...Não até tentar três vezes pelo menos.

–Rae? – escutei minha loira me chamar e a encarei com um sorriso contido. – O que houve com a Char?

–Ahn?

–Ela saiu com vocês e voltou parecendo que tinha visto um fantasma.

Gargalhei com vontade e encarei minha namorada sorrindo de canto antes de começar a contar a historia para ela. Dez minutos depois Quinn estava gargalhando comigo.

–É verdade, mas... Sério que eles falaram isso? – perguntou minha loira divertida e eu assenti sorrindo.

–Com todas as letras – confirmei e ela riu.

Ela riu mais e depois se virou em direção a minha barriga a abraçando. Ela gemeu de forma manhosa e eu soltei um riso nervoso porque aquilo me acendeu totalmente.

–Amor... – ela ronronou e eu fiz um som nasal para ela saber que estava ouvindo. – O que vocês faziam no shopping?

Merda! E agora? Se eu mentir ela vai saber... Droga, droga... O que eu falo?

Pensa Rachel! Rápido!

–Não fala pra ela, mas a Char esqueceu seu presente e nos arrastou pra lá – disse sorrindo nervosa e Quinn riu contra minha barriga, ela virou para cima para me encarar e eu devolvi o olhar com admiração. Eu era muito sortuda por tê-la. – Você é linda, eu já disse isso?

Uma leve coloração rosada atingiu suas bochechas e eu sorri divertida, sabia que ela nunca se acostumaria com meus elogios.

–Não hoje – murmurou baixinho e eu ri.

–Você é linda – repeti e Quinn revirou os olhos rindo com as bochechas em chamas.

–RACHEL!

–PRINCESA JUDIA!

–HOBBIT!

–QUE PORRA É ESSA CARALHO? EU ESTAVA DORMINDO!

Três malucos entraram no quarto berrando e arrastando uma Charlie descabelada e possessa junto.

Quinn me olhou com as sobrancelhas franzidas e eu dei de ombros, já havíamos nos acostumado com isso. Encaramos as caras desesperadas de Noah, Santana e Finn e a cara de puta de Charlie confusas enquanto eles respiravam fundo (os garotos para recuperar o folego e Charlie para não cometer algum homicídio). Me sentei corretamente e puxei Quinn para o meu colo, ela me olhou séria porque da ultima vez que estávamos em uma situação parecida eu a deixei cair (e fiquei sem sexo por uma semana), sorri amarelo para ela e lhe beijei a bochecha.

–O que aconteceu? – perguntei calma.

–Raeeee, esse putos me acordaram e ainda são duas da tarde! – disse Charlie manhosa vindo até a cama e engatinhando até mim e Quinn antes de descansar a cabeça nas coxas da irmã. – Porra, eu cheguei de viagem a pouco e mal consegui dormir...

–Calma bebê, vamos deixar você dormir – garantiu Quinn fazendo carinho nos cabelos de Charlie que ronronou contente.

–O Nick... – começou Noah ofegante. – Aquele canalha filho da puta... Idiota... Ele...

–Ele tá fora – disse Santana de uma vez.

Senti meu rosto esquentar e minha respiração acelerar. Quinn suspirou e saiu lentamente do meu colo junto de Charlie que logo se aconchegou no abraço da irmã e enterrou a cabeça entre as mechas loiras.

–Como assim ele tá fora? – perguntei me levantando tentando permanecer calma.

–Ele tá fora – disse Finn com o rosto completamente vermelho. – Ele disse que conseguiu contrato com uma banda melhor e que já tem a vida garantida, ele nos largou e a gravadora está em cima da gente.

–Aquele... Porra! – exclamei levando as mãos aos cabelos, mas atrás eu escutava alguns sussurros das duas irmãs na minha cama. – Eu já tenho problema demais e agora vem isso... EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO!

–Sacanagem... – ouvi Charlie gemer baixinho e logo em seguida a risada melodiosa de Quinn.

–Mais uma aposta maninha, eu falei que ela ia pirar – ouvi a voz da minha namorada.

–Merda Rach, você não podia ser um pouquinho mais calma agora eu vou ter mais dois trabalhos extras – gemeu Charlie e nos viramos para encarar as gêmeas Fabray.

–Do que estão falando? – perguntou Finn. Quinn riu e Charlie fechou a cara.

–Bem garotos, deem as boas vindas a mais nova integrante e empresaria da banda – disse Quinn divertida enquanto jogava Charlie para o outro lado da cama consequentemente a fazendo cair no chão em seguida.

Charlie se levantou com a expressão fechada e nos encarou bem.

–Perdi outra aposta – disse a rosinha simplesmente.

Rachel não sabia bem qual era a complicação em tocar uma campainha, mas ela estava tendo esse problema para tocar a campainha dos Fabray.

Respira fundo, respira, nada vai dar errado...

Quando finalmente criou coragem para tocar a campainha a porta foi aberta antes que concluísse a ação e uma Charlie sorridente a puxou para dentro da casa.

Rachel arregalou os olhos, meio assustada, mas se deixou ser puxada pela amiga notando que a mesma estava arrumada também.

–Vai sair? – perguntou confusa.

–Sim, com vocês – respondeu dando de ombros e Rachel encarou a Fabray mais nova franzindo o cenho. – Lógico que não para o encontro né Hobbit, vou me encontrar com Santana e os meninos e vamos num show de The 1975, mas papai não deixaria a Q. sair com você sem ter certeza que seria apenas como amigas, vamos dar a ilusão para ele que é.

Rachel acenou positivamente com a cabeça de forma frenética ainda mais assustada, sabia que Russel era meio recluso para o assunto de homossexualidade, só não sabia que ele não ia com sua cara.

–E onde ele está? – a Berry perguntou engolindo em seco, Charlie olhou ao redor e viu seu pai se aproximando por trás de Rachel e fez sinal para a garota se virar. Rachel arregalou os olhos e se virou lentamente como se tivesse um assassino atrás dela. – O-oi se-senhor Fa-Fabray.

–Olá Berry – Russel cumprimentou com um aceno e de cara fechada, não gostava que suas garotinhas estivessem saindo com a filha dos maricas. – Quinn já está descendo.

Rachel acenou e mais atrás Charlie fez um sinal de positivo com os dedos com um sorriso nervoso, Russel estreitou os olhos desconfiado e deu de ombros em seguida saindo da sala.

As duas adolescentes suspiraram juntas em puro alívio.

–Hey Berry, tá gata – Charlie elogiou fazendo Rachel dar uma voltinha. A morena não achava que estava usando algo extraordinário, na verdade, estava vestida como se vestia quase todos os dias, apenas um pouco mais arrumada: calça justa rasgada e escura, uma blusa com uma estampa dos The Beatles um pouco folgada, uma jaqueta por cima e coturnos. Nada demais.

Mas isso não a impediu de corar perante o elogio de Charlie.

–Obrigado, eu acho – respondeu simples.

–São para minha irmã? – Charlie apontou para o buquê que estava nas mãos de Rachel que assentiu corada. – Legal, gardênias, amo você em secreto.

–O que?

–Gardênias significam isso idiota, amo você em secreto – a Fabray mais nova revirou os olhos. Rachel soltou um pequeno “Ah” de entendimento e sorriu amarelo. – Você não sabia, não é? – negou rapidamente. – Quem escolheu para você?

–Papai achou que seria bom trazer flores e sugeriu gardênias – admitiu envergonhada.

–Foi uma ótima escolha, eu amo gardênias – a voz de Quinn surgiu do topo da escada fazendo as duas garotas se virarem rapidamente em direção a ela.

O queixo de Rachel foi ao chão e Charlie começou a bater palmas para a irmã enquanto a loira descia as escadas. Quinn vestia um vestido simples, mas vermelho e para Rachel aquilo era suficiente para deixa-la incrivelmente sexy, nós pés uma sapatilha preta delicada, os cabelos em ondas, brilho labial e os olhos destacados com maquiagem. Simplesmente perfeita.

Rachel estendeu sua mão quando Quinn estava no último degrau da escada a “ajudando” a descer e a fazendo girar em torno do próprio eixo.

–Você está linda, Quinn Fabray. Você já é linda naturalmente, mas essa noite está magnifica, não há palavras para descrever o quão maravilhosa você está – Rachel disse de forma maravilhada fazendo Quinn corar e sorrir envergonhada.

–Se você não ficar com ela, eu fico – Charlie murmurou um pouco mais atrás e Quinn riu revirando os olhos.

–Não, tudo bem Char – Quinn sorriu e suspirou em seguida. – E obrigado Rachel, você também está linda.

–Não estou usando nada demais – Rachel contrariou com as bochechas coradas.

–E é exatamente por essa razão que está esplêndida – Quinn sussurrou envolvendo o pescoço de Rachel com os braços e beijando-lhe a bochecha. – Porque é você.

Quinn riu negando com a cabeça vendo que Rachel estava ainda mais vermelha, deu um último beijo na bochecha vermelha da morena e pegou as flores de sua mão.

–Vou colocar em um vaso e então saímos – a loira informou e as outras duas assentiram.

Rachel suspirou, encarando a loira se afastar graciosamente se perguntando como podia estar gostando tão rápido e intensamente daquela garota, mas depois se questionando como não iria.

Charlie riu, atraindo a atenção da garota para si.

–Você está tão caída por minha irmã, Berry... Que triste.

–Na minha nada humilde opinião, isso parece perfeito. Sua irmã é a pessoa mais incrível que eu conheci, não confiaria meu coração a mais ninguém.

–As pessoas geralmente se apaixonam por mim – Charlie sorriu egocêntrica e Rachel riu a encarando, Charlie era realmente linda e com toda aquela pose de bad girl tinha todos aos seus pés, mas não Rachel, Rachel não queria a Fabray rebelde, queria sua Fabray.

–Eu entendo, olhe para você – Rachel apontou para a garota e riu quando ela realmente olhou para si mesma e deu uma voltinha. Os jeans claros abraçavam suas curvas, a blusa do The 1975 preta era folgada, mas não a deixava menos atraente; os cabelos rebeldes e sexys, o sorriso torto e os lábios marcados pelo batom vermelho. – Mas você não é a Fabray que eu quero, não me apaixonei por você e não me apaixonaria nem se a tivesse conhecido primeiro que Quinn. Por que você não é ela entende? Você é a gêmea dela, mas não é ela. Eu não me apaixonei só pela beleza de Quinn, eu me apaixonei por ela toda, pelo sorriso envergonhado, pela pose superior, pelas brincadeiras que me fazem rir, pelo jeitinho dela... E nem mesmo você e sua pose de bad girl sexy é capaz de mudar isso, não me apaixonei por isso ou por você, me apaixonei por Quinn e somente por ela.

Charlie sorriu orgulhosa, era exatamente aquilo que queria ouvir de Rachel. Quinn mais atrás sorriu feliz com os olhos lagrimejando um pouco, sentindo seu coração bater acelerado com as palavras da Berry.

E mesmo sem saber, ali estava Rachel passando em mais um teste das irmãs Fabray.

–Como foi? – perguntei assim que Quinn e Charlie saíram da sala de reuniões da gravadora. As Fabray eram boas nessa coisa de negócios.

–Normal – Charlie deu de ombros. – Ainda acho que deveria assumir a gravadora dos seus pais, sei lá, não gostei dessa.

–A Epic é uma boa gravadora – resmunguei cruzando os braços e as duas gêmeas reviram os olhos.

–Conseguiram? – Santana me interrompeu e as irmãs assentiram com a cabeça ao mesmo tempo.

–Sim, sou a nova empresária de vocês – Charlie sorriu.

–E Imagine tem duas novas integrantes agora – Quinn resmungou.

–Duas? – Finn perguntou confuso.

–Não acharam mesmo que eu faria tudo isso numa boa, não é? – Charlie perguntou risonha e apontou para Quinn que tinha os olhos pregados em mim. – A Q. vai entrar nessa comigo.

Encarei minha namorada de olhos arregalados e ela riu movendo os lábios em um: “Surpresa amor!”.

–Só temos um problema... – Charlie murmurou, receosa, nos fazendo voltar a encará-la. – A gravadora que que troquem as músicas “Alive”, “Cannonbal”, “Human”, “Magik”, “I Run To You” e “Round & Round”... Aparentemente eles não gostaram.

–Mas são seis músicas, temos que entregar o cd completo no sábado, como vamos fazer isso tão rápido? – Puck perguntou nervoso.

–Eu... eu... – Charlie suspirou encarando Quinn e depois me encarando meio duvidosa, Quinn assentiu com um sorriso tranquilizador e eu logo lembrei que Charlie também compunha e como suas músicas eram extremamente pessoais. – Eu tenho algumas músicas, posso ajudar... Eu não sei... É meio pessoal, não sei se são boas.

–Eu tenho certeza que são – garanti sorrindo e minha melhor amiga me encarou sorrindo de forma fraca.

–Então mãos a obra! – Santana exclamou sorrindo e levantando os braços.

–Imagine? – Finn perguntou colocando a mão no centro, reviramos os olhos colocando nossas mãos em cima da dele antes de gritarmos em conjunto.

–IMAGINE!

[...]

Show me how to fight for now [Me mostre como lutar agora] | Cause I don't wanna lose you now [Porque eu não posso te perder agora] – Charlie finalizou a música “Mirrors” enquanto tocávamos os últimos acordes, eu finalmente entendia agora o que aquela tatuagem dela na coxa significava e só queria saber em que aquela música era baseada. Céus, aquela música era incrivelmente linda.

–Isso ficou perfeito garotos – Simon Cowell aplaudiu de fora do estúdio de gravação, o cd estava basicamente pronto, só faltava uma música. – Vejo que o acréscimo na banda só fez bem, estão ainda melhores.

–Sabemos, Cowell – Puck resmungou se jogando sobre um sofá que havia ali.

–Ainda não nos disse em quem essa música foi baseada – Santana murmurou a Charlie e a mesma negou.

–Em ninguém, não preciso estar apaixonada para escrever uma música romântica – a rosinha respondeu e Quinn a encarou com uma sobrancelha arqueada, ela deveria saber de algo que não sabíamos.

–Isso é verdade, mas você não faria uma tatto com algo que não significasse nada – Finn rebateu e Charlie rosnou irritada antes de suspirar.

–Okay, era para uma garota que eu conheci no Texas, satisfeitos? – a rosinha perguntou irritada.

–Se apaixonou por ela? – eu que perguntei dessa vez dedilhando minha guitarra como não quer nada, mas ansiosa por aquela resposta.

–Na época eu tinha certeza que ela era o amor da minha vida – Charlie fez bico de choro. – Mas ela tinha namorado e partiu meu coração...

–E agora não tem mais certeza? – Santana perguntou e Charlie me encarou, seus olhos começando a lagrimejar me fazendo soltar a guitarra rapidamente ao mesmo tempo em que Quinn se levantava do banco e corria na direção da irmã como eu estava fazendo, mas não chegamos a tempo de impedi-la de começar um choro doloroso.

Nós nunca soubemos a resposta de Charlie porque ela nunca chegou a dá-la, mas não é como se fosse necessário, a resposta estava óbvia. Charlie já havia achado “sua Quinn”, mas a “Quinn” dela não a amava de volta.

–Para aonde iremos? – Quinn perguntou depois que deixaram Charlie na casa de Santana e Rachel arrancou com o carro para longe dali.

–Sei que parece brega, mas... – a morena sorriu envergonhada e encarou brevemente a loira ao seu lado antes de voltar seu olhar para a estrada. – Eu estava pensando em fazer um piquenique no parque, a noite não está tão fria e o céu está estrelado, a essa hora não deve ter muitas pessoas por lá e não sei, parece uma ideia legal, desculpa se...

–Parece ótimo para mim – Quinn interrompeu Rachel suavemente antes que ela tivesse um ataque, com um sorriso gentil no rosto.

–Desculpe, estou nervosa – a morena murmurou se encolhendo ligeiramente no banco de couro do carro.

–Eu também estou, acredite – Quinn riu pegando suavemente a mão de Rachel e colocando sobre seus seios a fazendo sentir seu coração acelerado (e também se perder nos seios da Fabray). – Consegue sentir?

Meu Deus, eu tô segurando os peitos da Quinn...

Que peitos lindo, Jesus...

Certo, não usar o nome de Deus em vão...

Mas não é em vão! Olhe esses peitos!

Seria muita ousadia dar uma apertadinha?

Quinn riu tirando a mão de Rachel de seus seios e negando com a cabeça.

–Tudo bem, acho que você sentiu até demais – a loira murmurou e Rachel corou forte. – Você fica bonitinha corada.

–Cala a boca, Fabray – Rachel resmungou fazendo Quinn rir ainda mais.

A loira se inclinou sobre seu banco, se aproximando do corpo de Rachel e dando uma leve mordida na bochecha vermelha da morena.

–Fofa.

[...]

Rachel estendeu a toalha no capô do seu carro e se deitou olhando para as estrelas sentindo Quinn se deitar sobre seu peito em seguida e sua mão migrar imediatamente para o cabelo da loira e começar a fazer uma leve carícia.

Já haviam comido, agora queriam apenas apreciar as estrelas e o tempo que lhes restava ao lado da outra.

–Acabei de perceber que não sei muito sobre você – Rachel murmurou e Quinn riu levemente contra seu pescoço a causando arrepios.

–Coincidência, não sei muito sobre você também – a loira rebateu e foi a vez de Rachel rir. – Tudo bem você começa, o que veio fazer em Lima?

–Meus pais morreram num acidente de avião e minha mãe morreu a muito tempo de câncer, como eu não tinha ninguém com quem ficar lá em New York e ainda sou melhor de idade vim morar com a família de San que é meio minha parente e o pai de Noah é meu tio, mas foi bom já que conheci você – Rachel sorriu de forma tímida encarando brevemente a loira ao seu lado.

–Sinto muito – Quinn sorriu de forma fraca.

–Não sinta, já passou, não posso reverter – a morena deu de ombro. – Algo mais?

–Sim, me fale de sua vida, toda sua vida.

–Bem, não há muito que falar. Meu nome completo é Rachel Barbra Berry por causa da personagem de Jennifer Aniston em “Friends” e Barbra Streisand, tenho 17 anos, sou herdeira de uma gravadora que será minha quando completar 18 anos, mas acho que não sirvo para os negócios. Não tenho irmãos. Sou metade judia, amo cantar, tocar e tenho uma banda com meus melhores amigos que também são seus... Hmmm... E ah, sou apaixonada por Quinn Fabray, acho que só.

Quinn riu, dando um leve tapa no ombro de Rachel.

–Idiota. Não pode ser só isso.

–Mas é, não tenho muito que falar de mim. Agora sua vez.

–Meu nome completo é Lucy Quinn Fabray, mas eu não muito do Lucy...

–É um belo nome.

Quinn corou.

–Não me interrompa. Tenho 17 anos também, não sou herdeira de nada, quer dizer, até que sim, mas não quero entrar para a empresa do meu pai. Planejo fazer artes cênicas na faculdade, mas meu pai quer que eu faça administração...

–Para assumir a empresa e ficar dentro de um escritório? Seria muito desperdício de beleza, apesar de que eu morreria de ciúmes de você quando tivesse que fazer algum filme com um cara e tivesse que beijá-lo no final, você só pode me beijar!

A loira riu, sentindo suas bochechas ainda mais vermelhas.

–Já disse para não me interromper. Sei falar francês também, sabia?

–Oh, isso é maneiro! Deve ser ótimo te ter gemendo em francês...

Quinn revirou os olhos suspeitando que suas bochechas deveriam estar roxas a essa altura do campeonato.

–Cala a boca. Meus pais são separados, eu tenho duas irmãs, também gosto de cantar. Minha irmã gêmea é totalmente meu oposto, mas mesmo assim a gente se parece muito não só na aparência. Meu filme favorito é Grease, eu sei, brega, mas eu gosto. Eu adoro pintar, desenhar e ler nas horas vagas. E só.

–Você esqueceu-se de algo.

–Esqueci?

Quinn franziu o cenho, confusa, e encarou Rachel.

–Sim, do “e estou apaixonada por Rachel Berry” no final.

A loira riu, revirando os olhos.

–Eu não preciso dizer.

–Claro que precisa!

–Não, isso está mais que óbvio.

–Não está, diga. Diga logo Quinn!

Quinn gargalhou.

–Eu estou apaixonada por Rachel Barbra Berry! – a loira gritou, sua voz preenchendo o silêncio da noite e fazendo Rachel sorriu grande.

–Agora sim.

[...]

–Então... – Quinn começou de forma acanhada quando as duas já estavam na porta de sua casa. Rachel sorriu de forma fraca sendo retribuída por Quinn. A loira puxou delicadamente a barra da jaqueta de Rachel que estava repousada sobre seus ombros já que começara a sentir frio e a morena lhe dera sua jaqueta.

–Eu amei sair com você, essa foi uma das melhores noites da minha vida – a morena sussurrou como se confidenciasse algo fazendo o sorriso de Quinn aumentar.

–Da minha também... – a loira respondeu no mesmo tom de voz se aproximando lentamente da Berry.

–Então... – Rachel murmurou baixinho.

O momento de repente foi quebrado com a porta se abrindo rapidamente e de forma brusca fazendo as duas meninas se separarem de forma assustada.

–Cadê sua irmã? – Russel apareceu na porta de cara fechada e Rachel de repente ficou pálida.

–Ela quis ficar mais um pouco, vai voltar com Santana – Quinn respondeu. – Rachel voltou comigo.

–Certo, para dentro – Quinn assentiu, se virando para Rachel e dando um leve beijo em sua bochecha antes de acenar e entrar para dentro. Russel encarou Rachel de forma séria e estreitou os olhos para a morena. – Fique longe da minha filha, Berry. Eu conheço sua fama e também não quero que minha garota se envolva com uma garota quando pode muito bem ter uma ótima vida com um bom homem e ter uma família.

–Você vai me desculpar senhor Fabray, mas acho que isso é ela que decide. Além do mais eu nunca machucaria a Quinn, eu sou apaixonada por ela e se me permite dizer eu posso muito bem dar a ela o que quiser e uma boa vida, nós podemos ter uma família, sermos duas mulheres não impede que isso ocorra – Rachel respondeu sem deixar se intimidar mais pelo homem. – Se ela quiser ficar comigo, ela vai ficar, não creio que seja o senhor que venha impedir isso.

–Você está me desafiando garota? Eu nunca permitiria isso!

–É uma pena, sua opinião realmente importa para a Q. E não estou te desafiando, estou apenas dizendo o que acho.

–Fique longe da minha filha, eu estou ordenando!

–Eu não recebo ordens, lamento. Eu só ficarei longe dela se ela mesma me pedir por isso, enquanto isso não acontecer vou tentar conquista-la todos os dias para que ela nunca venha sequer cogitar a ideia de ir para longe de mim. Eu não vou deixa-la ir.

Russel rosnou irritado antes de dar as costas para Rachel e entrar para dentro da casa batendo a porta com força. Rachel suspirou começando a se virar para ir embora quando a porta novamente e uma mão delicada a puxou pelo pulso para logo em seguida lábios macios tomarem os seus.

A morena gemeu em satisfação relaxando antes de puxar o corpo de Quinn para mais perto pela cintura se entregando a aquele beijo. Era doce, apaixonante, delicado e ao mesmo tempo desesperado e sensual. Era o melhor beijo que já dera em sua vida.

–Wow – a morena exclamou quando se separou da loira em busca de ar. – Essa com certeza é a melhor noite da minha vida agora.

Quinn riu, mordendo o lábio inferior.

–É, a minha também – a loira concordou com um sorriso no rosto. Ela se afastou lentamente da morena ainda com um sorriso gigante no rosto. – Boa noite Rae, te vejo amanhã na escola.

–Vou poder te beijar amanhã? – a morena perguntou incerta.

–Pode tudo – a loira brincou antes de lançar um beijo para a judia e entrar dentro de casa.

Rachel sorriu antes de socar o ar em uma comemoração com um sorriso gigantesco no rosto ainda sentindo seus lábios formigando pelo beijo e seu coração acelerado.

Do outro lado da porta Quinn levou a jaqueta de Rachel até o nariz aspirando o cheiro da morena que tinha nela e sorrindo boba se permitindo escorregar até o chão sentindo seu coração se aquecer de um jeito estranho.

Ambas as duas pensando a mesma coisa:

Eu vou ficar com essa garota até o último dia da minha vida, ela vai ser minha.

–Ai! – exclamei sentindo meu corpo colidir com outro bem pequeno levando-nos ao chão. Os meninos estavam um pouco mais atrás de mim, eles sempre enrolavam para sair da gravadora.

–Desculpa moça – uma menininha de no mínimo 5 anos pediu parecendo desesperada, ela tinha cabelinhos loiros lindos, olhos amendoados e pele branquinha. Parecia uma princesinha.

–Tudo bem linda – sorri me levantando do chão e a ajudando a se levantar também. – Perdida? Cadê seus pais?

–Perdida sim, onde estão meus pais eu também quero saber – ela respondeu, eu ri suavemente, aquela menina parecia inteligente demais para sua idade e lembrava-me estranhamente a uma pessoa, eu só não sabia quem ainda.

–Esperta, qual seu nome gracinha? – perguntei sorrindo.

–Elizabeth, mas todo mundo me chama de Beth – sorriu com a língua entre dentes de forma extremamente fofa.

–É um belo nome. Eu me chamo Rachel Berry. Elizabeth de quê? – olhei ao redor tentando procurar duas pessoas parecidas com a pequena. – Quer que eu te ajude a encontrar seus pais?

–Não moça, você não entendeu, eu não tenho pais – ela respondeu meio tristonha e eu imediatamente voltei meu olhar em sua direção.

–Como?

–Eu fugi do orfanato.

–O... O que? Por que fugiu? Veio atrás dos seus pais? Meu Deus Beth, você não pode fazer algo assim! Sabe pelo menos quem são seus pais?

–Não, mas a moça que cuidava de mim disse que meu avô que me deixou lá e que meus pais eram novos demais para me ter – a pequena fez bico de choro. – Só que ela sumiu de lá e agora eles me fazem mal.

–Ela dizia o nome do seu avô?

–Era alguma coisa com R... – a pequena fez uma carinha pensativa. – O sobrenome dele era Fabray.

Espera aí...

Ai meu Deus!

–Oh meu Deus... – murmurei de olhos arregalados.

–Rae? – a voz de Quinn me chamou e eu a encarei e depois voltei a encarar Beth me lembrando de com quem ela parecia assim que pus os olhos em Quinn. – Oi lindinha! – Q sorriu para Beth enquanto eu ainda sentia meu coração bater de forma descompensada. – O que faz aqui?

–A Ra... Rach... Rei... – ela começou tendo dificuldades em pronunciar meu nome.

–Pode a chamar de Rae também se quiser – Quinn disse de forma doce.

–A Rae me derrubou, aí a gente começou a conversar... – Beth disse com as bochechinhas coradas e meio acanhada, meu Deus ela era idêntica a Quinn!

–A estabanada da minha namorada te derrubou? – Quinn riu e Beth assentiu sorrindo de forma fraca. – Sinto muito pequena, eu sou Quinn, namorada desse desastre aqui, como é seu nome?

–Eu... Eu me chamo Elizabeth, mas gosto mais de Beth.


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Notas finais do capítulo

Como estamos?