Casa da vovó 06:12pm

Jack estacionou seu carro em frente a uma casa bem perto de uma praia. A casa da avó de Anna e Elsa era bem afastada dos arranha-céus, no entanto era perto do centro e perto da universidade.

A casa não era extravagante e sim aparentava ser humilde. Ela tinha dois pavimentos e como a maioria das casas de praia, havia um quintal com um gramado belíssimo e uma piscina perto de uma estufa que protegia uma hortinha de legumes. Na sacada havia um parapeito de madeira como o resto das paredes. A porta principal era toda detalhada e parecia ser esculpida a mão. Realmente a casa era muito bonita.

Anna tocou a campainha e logo uma senhora de 64 anos, cabelos brancos, olhos verdes e pele pálida abriu a porta e um sorriso brotou em seus lábios.

— Olá minha cerejinha - Fala a velha vovó recebendo um abraço apertado de Anna.

— Oi vovó - Cumprimenta Anna e a mais velha fita Elsa que sorria.

— Minha bejusinho - Elsa dá um beijo na bochecha de sua vó e Jack apenas segura o riso do estranho apelido que acabara de ouvi.

— Que bom que vieram, eu até fiz Brownie - Fala a vovó que trajava um vestido florido rosa com um avental branco por cima.

— Eba! - Grita Anna indo em direção a cozinha, enquanto Jack e Elsa foram entrando.

— Quem é ele minha querida? - Pergunta ela visualizando Jack que logo se apresentou.

— Sou Jack Frost, colega de suas netas - Fala Jack gentilmente.

— Sou Rosemary, mas pode me chamar de vovó Rose - Fala a doce senhora com um sorriso amigável no rosto. Jack já sabia quem era ela, pelo fato de ter estudado sobre a árvore genealógica da família - Fique a vontade que eu vou verificar se Anna não comeu todos os Brownies - Depois dessa fala a senhora caminhou até a cozinha onde estava Anna, deixando na sala apenas Jack e Elsa.

— Bem eu vou tirar essa areia do meu corpo e como minha vó disse, fique a vontade - Fala Elsa subindo as escadas e Jack ficou apenas observando se não havia ninguém por perto, então falou pelo microfone implantado em sua blusa onde estava.

— Por que você tá aí? - Pergunta North a milhares de quilômetros distante.

— Porque hoje elas sofreram um atentado de atropelamento e eu salvei as duas - Explica Jack.

— Mas elas estão bem? - Desta vez foi Tooth que se pronunciou.

— Estão. Eu trouxe elas para a casa da avó delas - Fala Jack vendo algumas fotos penduradas na parede.

— E ninguém te seguiu ou tentou atacar novamente? - Pergunta North.

— Não - Responde Jack.

— Ótimo. Aproveitando que você está ai, procure algo que possa facilitar o trabalho de desvendar o criminoso.

— Beleza. Mais tarde nos falamos - Jack desliga o fone e visualiza a sala. Então ele caminha até a cozinha e vê Anna sentada no balcão e sua vó cozinhando algo que pelo cheiro parecia ser algo de chocolate.

— Oi Jack, quer leite? - Pergunta Anna.

— É talvez um copo - Fala Jack e Anna serve um copo de leite e um pedaço de Brownie para o jovem que se sentou em uma cadeira da mesa de jantar - Anna, vocês vão dormir aqui?

— Sim - Responde Anna bebericando seu leite - Amanhã minha vó pode me levar para a UM. Né vó?

— Claro querida - Responde Rose dando seus toques finais no seu famoso brigadeiro.

Cautelosamente, Jack aproximou-se de Anna, com o intuito de não falar alto para que a doce vovó Rose escutasse.

— Você está bem mesmo? Digo, vocês já foram atropeladas antes? Isso costuma acontecer por aqui? - Anna abaixou o olhar, parecia ter se perdido em lembranças. - Anna? Pode confiar em mim. É que fiquei pensando se deveria notificar a polícia.

— Acho que não há necessidade. - Bebericou o liquido branco, limpando o bigode logo depois. - Acidentes deste tipo acontece após festas como essa. Certeza que era mais um idiota embriagado ao volante. - Abriu um sorriso e acariciou o ombro do rapaz. - Obrigada por nos salvar.

— Não a de quê. 

—--

Depois de alguns minutos chega Elsa que já usava uma camisola branca de sua vó e por cima um roupão azul de dormir. E nos seus pés pantufas de boneco de neve. Seu cabelo em um coque.

— Humm. - Fala Elsa abraçando sua vó por trás enquanto mexia o doce.

— Querida mexe aqui pra mim que eu vou ativar os Sprinkles - Elsa anui e obedece sua vó que caminhou até uma parede que havia um pequeno painel com alguns botões.

Jack precisava procurar algo de suspeito, mas precisava distrair elas para que não levantassem suspeitas sobre o próprio. Então resolveu deixar para procurar mais tarde quando elas estiverem dormindo.

— Bem gente, eu vou indo. Amanhã tem aula e eu preciso dormir - Fala o garoto já se levantando.

— Mas por que? Ainda é cedo - Fala Rose.

— Não, eu realmente preciso dormir. Qualquer dia eu volto, tá bem? - Fala Jack dando um abraço em Rose. Nesse abraço Jack sentiu o carinho que a senhora lhe dava. Ele sentiu como é ter um carinho de uma vó que o ama. Isso chocou um pouco Jack, mas ele se separou calmamente para não deixar a senhora assustada.

— Pode voltar quando quiser. Considere esta casa como a casa de sua avó - Jack sorriu e se despediu das garotas que só deram um abraço curto, principalmente Elsa. Jack foi até seu carro e dirigiu para um canto afastado, com a intenção de voltar só que no modo invisível. Literalmente.

Casa da vovó 12:00am

Jack voltou com seu carro invisível e estacionou entre algumas palmeiras. Ele já estava equipado com trajes pretos, equipamentos com suas utilidades e óculos de visão noturna.

Ele caminhou até a área dos fundos e visualizou a parede que tinha uma janela entreaberta. Então ele ativou suas luvas que foi apelidado de Mãos de aranha, pelo fato de ter uma espécie de ima super potente que não só grudava em ferros ou metais e sim em qualquer tipo de massa sólida.

O agente escalou a parede e abriu a janela. Ele estava em um quarto que parecia ser de Elsa e Anna, porque havia duas camas e fotos grudadas em diversas partes das paredes brancas. Jack abriu um sorriso, pois era o cômodo que ele queria estar, no entanto. Onde estava as donas dele? Pensou o agente. Deu os ombros e vasculhou o quarto.

Depois de alguns minutos de procura o agente encontra uma escuta presa na cabeceira da cama. Ele verifica se era da agência e não era. Pois os equipamentos da R.O.T.G sempre continha um símbolo de um G. Mesmo se for pequeno tinha e aquele não tinha, levantando hipóteses de que o pequeno aparelho era do criminoso. Jack verificou se não havia câmeras no quarto e o jovem não encontrou nenhuma. Passou longos minutos vasculhando tudo, mas só conseguiu encontrar aquela escuta. Então por hoje era só. Ele precisava encontrar outros membros da agência e entregar a eles o pequeno equipamento que o próprio já havia desligado.

— Ponto para o Jack - Comemora Jack por ter completado uma parte de sua missão, no entanto sua felicidade acaba quando ouve uma barulho vindo da porta.

Elsa entra em seu quarto escutando música em seus fones. A loira estava exausta por ter acabado de jogar Just Dance com sua irmã e com sua avó. Nem sabendo que um jovem de cabelos brancos estava por cima de sua cabeça, literalmente.

Jack estava grudado no teto, quieto para não chamar a atenção da loira que agora trajava um short de tecido fino e uma blusa moletom. Ela não havia percebido Jack no teto, para a sorte do rapaz que rezava para ela sair do quarto ou logo pegasse no sono.

Elsa começa a cantar baixo enquanto tirava de seu baú cobertores e travesseiro. A música era Blank Space.

— Nice to meet you, where you been?... Love's a game, wanna play?" - A loira cantava e dançava arrumando sua cama e Jack vendo com um sorriso bobo e uma expressão encantadora. Então a "sorte" do garoto é que o ima desliga fazendo o cair no chão. Elsa se assusta com o barulho e se vira de imediato para se defender, mas então não vê nada de diferente. Jack estava de baixo da cama de Anna que era perto da porta.

— Elsa a vovó tá pedindo para você lavar a louça - Fala Anna adentrando o local com um gatinho branco em suas mãos.

— Por que não lava você? - Pergunta a loira de braços cruzados.

— Porque a vovó disse que eu ainda sou um bebê e não posso mexer com água fria - Argumenta a mais nova soltando o gato.

— E desde quando a idade tem algo a ver? - Isso gerou uma discussão entre as duas e o gato nomeado de Mashmellow farejou algo de estranho. Então ele foi para baixo da cama de Anna e ficou lambendo o rosto de Jack demonstrando carinho. O agente ficou paralisado ao ver aquela bola de pelos prestes a estragar a missão.

— Quer saber? Vou pegar o Mashmellow e contar pra vovó que você não quer lavar a louça - Fala Anna irritada e encara o chão a procura de seu gato - Mash? Cadê você coisa fofa?

— Sai, sai - Grita Jack sem som algum, então aproveitou a posição do gato e o empurrou para fora fazendo Anna o encontrar.

— Aí está você - Fala Anna pegando o gato e se retirando do quarto seguida por Elsa. Jack aproveitou o momento e pulou a janela.

Jack saiu correndo em disparada até o local onde seu carro estava, como o carro estava invisível Jack bateu no capo e foi deslizando até cair em uma poça de lama.

— Eu mereço isso - Fala Jack para si mesmo e entra em seu carro.

Casa Berk 01:23am

Jack estacionou seu carro e se dirigiu para a porta. A rua estava totalmente silenciosa, só se ouvia sons de grilos e cachorros latindo. As únicas iluminações que tinha era dos postes e dos gramados. A lua estava minguante e uma névoa encobria o céu escuro e sem estrelas. Jack girou a maçaneta e empurrou a porta, mas algo não o permitia entrar. Estava trancada. Então Jack foi até um lado da casa e escalou a parede. Ele destrancou a janela com uma chave especial e entrou na casa.

A janela que o agente entrou deu direto no corredor dos quartos, então sorrateiramente ele andou ignorando os roncos vindos dos quartos. Ele entrou no seu e fez o mínimo possível de barulho para não acordar Breu que dormia em sua cama. Jack foi até seu guarda roupa e pegou um pequeno objeto, ele apertou um botão e uma espécie de laser foi para o corpo do rapaz que logo ficou limpo. Então Jack tirou suas roupas e escondeu em seu armário falso.

— Jack? - Ele ouviu uma voz e encarou seu dono.

— Oi Breu - Fala Jack fechando a porta do closet - Tá acordado?

— Agora estou - Fala Breu ligando o abajur - Onde esteve? Já são...- Breu sonolento olhou em seu despertador - 01:30 da manhã.

— É que eu tive coisas pra fazer - Fala o albino deitando em sua cama - Sabe? A festa durou mais tempo do que eu pensava.

— Você acabou de chegar na universidade e já foi para uma festa? Que impressionante - Fala Breu totalmente acordado.

— Não foi uma festa, foi só um passeio - Explica Jack se cobrindo - Agora deixa eu dormir que amanhã tem aula.

— Tá legal, boa noite.

— Boa noite - Breu desliga seu abajur e se ajeita em sua cama.