Harry abriu os olhos lentamente. Sentia sua cabeça pulsando, como se fosse explodir. Viu Gina, um pouco atrás de si. Ela estava de pé, mas parecia inconsciente, como se estivesse paralisada. Assim como Hermione, Rony, Draco, Jorge e Neville. Estavam todos na mesma posição de antes, como se alguém tivesse pausado a cena e apenas Harry conseguisse se mexer.

Hermione estava com o rosto enterrado no braço de Rony e o segurava fortemente, já o ruivo parecia prestes a gritar. Gina estava com os olhos arregalados e seu braço estava estendido, como se tentasse alcançar Harry. Logo atrás dela, seu irmão Jorge com um grande sorriso, como se estivesse prestes a aprontar. A sua frente estava Draco, que cobriu o rosto com o braço direito e por último Neville que olhava fixamente para o chão em desespero.

Harry estava confuso, sua cabeça girava e tudo que conseguia lembrar era do vira-tempo se espatifando no chão. Mas eles não pareciam estar no mesmo lugar. Eles estavam envoltos por uma espécie de fumaça, que parecia rodeá-los como uma barreira de proteção. Tentou sair dali, mas a fumaça era muito densa e quando entrava nela aparecia no lugar de inicio. Resolveu esperar que os amigos despertassem.

Primeiro Hermione acordou e começou a despejar suas preocupações sobre o amigo. Estava abeira de uma ataque e estava levando Harry para o mesmo lugar, quando Rony acordou e conseguiu acalmá-la. Gina, Jorge e Draco acordaram ao mesmo tempo, e logo todos estavam tagarelando e discutindo sobre a situação. Gina mandou todos calarem a boca e nesse exato momento Neville acordou. A fumaça começou a se dissipar e todos ficaram surpresos ao notar que estavam na plataforma nove e três quartos. Todos estavam embasbacados e mais confusos ainda.

A frente deles estavam Harry e Gina alguns anos mais velhos, estavam rindo e acenando, distraídos.

— Temos que nos esconder agora! — alertou Hermione, imaginando a confusão que seria se fossem vistos. Imediatamente todos correram para o Expresso de Hogwarts.

***

Tinha sido uma longa viagem com os sete espremidos dentro da cabine que Hermione havia protegido com alguns feitiços que conhecia. Quando o expresso chegou, esperaram a última carruagem e se deixaram levar para a escola. Apesar de tudo, poucas coisas mudaram, o castelo havia sido reconstruído de modo a ficar como o original. Subiram as escadas e foram em direção ao salão comunal da Griffinória. Roubaram as roupas de alguns alunos, apesar dos protestos de Draco e Hermione. Rony a convenceu que precisavam delas e Harry prometeu que achariam a roupa de um aluno da Sonserina mais tarde.

— Precisamos achar um esconderijo. — sussurrou Harry. Era horrível ter que agir daquela forma, como se fossem criminosos procurados, mas só poderiam respirar tranquilamente quando tivessem um esconderijo.

Rony e Draco ficavam constantemente brigando com Neville, o que fazia Gina brigar com os dois. Aquilo estava deixando todos malucos. Até que Neville teve um ideia:

— Eu já sei onde podemos nos esconder! — falou entusiasmado.

Um brilho de esperança passou pelos olhos de Hermione, mas antes que ela pudesse falar alguma coisa, Neville terminou:

— Na Sala Precisa!

— Ela pegou fogo, lembra? — murmurou Malfoy revirando os olhos impaciente.

— Mas talvez não tenha sido completamente destruída... — Gina disse pensativa. — Talvez ainda por aqui! — terminou com entusiasmo.

Todos se reuniram e se dirigiram ao sétimo andar do castelo e se dividiram em dois grupos, procurando pelos corredores de Hogwarts. Após algum tempo andando, o grupo de Harry, que consistia em Gina, Neville, Draco e ele mesmo, encontraram uma porta.

— Essa porta não estava aqui quando passamos pela primeira vez. — observou Neville esperançoso. Esticou a mão e abriu-a, encontrando um pequeno dormitório, com camas, baús com roupas e uma pequena mesa cheia de comida. As paredes realmente pareciam ter saído de um incêndio, mas os móveis estavam perfeitos.

Rony que estava na frente do outro grupo estava vindo pelo mesmo caminho e quando viu a mesa correu para ela, enfiando na boca a primeira coisa que sua mão alcançou.

— Isso está delicioso!

Continuou mastigando até encontrar o olhar de desaprovação de Hermione:

— O que foi? Eu estava com fome! — falou com a boca cheia, fazendo Harry, Jorge e Gina rirem e Draco torcer o nariz com repulsa.

Todos comeram até não aguentarem mais e foram dormir, pois estavam completamente exaustos.

Rony e Jorge foram os primeiros a pegarem no sono, seguidos por Neville. Draco, Harry, Gina e Hermione permaneceram acordados, imaginando que época seria aquela, a única certeza que tinham é que estavam no futuro.

— Como vamos fazer para voltar? Não deve existir mais nenhum vira-tempo por aqui. — Draco disse enquanto lançava um olhar de ódio para Neville que dormia feliz.

— Não sei, mas enquanto estivermos aqui precisaremos nos disfarçar. — respondeu Harry. — Não podemos andar por Hogwarts assim, muitos nos reconheceriam!

— Você esta certo, Harry. Mas estamos com poucas opções, uma simples roupa não vai adiantar. Precisamos de maquiagens... Ou poção Polissuco.

— Hermione, você é um gênio! — Harry estava eufórico. Agora sabia o que fazer, ou melhor, quem procurar.

***

Os quatro deixaram os outros dormindo e saíram da Sala Precisa.

— Tem certeza que vamos conseguir voltar, né?! — perguntou Gina à Hermione, um tanto receosa.

— Tenho. — Hermione estava confiante. Ainda mais agora que pelo menos conseguiriam permanecer em Hogwarts sem ter que agir como criminosos fora da lei.

Correram até a porta de Dumbledore e bateram várias vezes. Quando ela foi aberta, Minerva apareceu com seu vestido verde e o costumeiro chapéu pontudo, que sempre usara.

— Mas... O que vocês estão fazendo aqui? — A professora estava com os olhos arregalados e deu um passo para trás, respirando pausadamente.

— Aconteceu um pequeno acidente... — Harry tentou explicar tudo a ela. Sabia que não deveriam ser vistos por ninguém, mas precisavam da ajuda da diretora.

Após explicarem tudo e receberem um longa e severa bronca, Minerva concordou em ajuda-los, com a condição de que fariam tudo que ela dissesse.

Todos aceitaram, menos Draco, que resistiu um pouco, mas acabou concordando também.

— Voltem amanhã a noite, que vou arrumar seus disfarces. Enquanto isso, fiquem escondidos e não aprontem nada! — disse autoritária e ao mesmo tempo temerosa. Sabia o quanto eles eram capazes de atrair confusão.

E ela estava certa em temer.