— Sr e Sra Potter, sejam bem vindos ao nosso humilde estádio! — exclamou o bruxo do Ministério devolvendo os ingressos. — Preparem seus corações, que o jogo de hoje vai arrebentar a vassoura de vocês!

— Obrigado. — responderam gentilmente.

Ambos entraram pelos portões, ansiosos com a final da copa de Quadribol. Explosões, gritos e alegria. A algazarra era geral. Torcedores do Egito e Bulgária trocavam ironias e chacotas, enquanto percorriam o corredor que se ramificava logo à frente. Os Potter uniram seus gritos aos da multidão, eufóricos e ansiosos, enquanto procuravam seus lugares na imensa arquibancada, que se erguia em vários níveis ao redor do campo oval.

Fogos de artifício iluminavam o céu noturno. Uma torcedora búlgara incitou a multidão atrás de si a cantar o hino de seu país. De repente metade do estádio, cerca de 100 mil pessoas, entoavam a canção juntas. Era algo emocionante de se ver.

Bruxos passavam pelos dois, cumprimentando-os com apertos fortes e calorosos. Kingsley Shacklebolt, o Ministro da Magia, os avistou e correu para abraçá-los, como um velho amigo faria. Depois foi ao lado oposto, conversar com os Malfoy, que pareceram perceber o casal e acenaram educadamente. Poderia jurar que vi o loiro sorrir brevemente.

— Harry!! — gritaram duas vozes familiares em uníssono. Hermione e Rony acenavam euforicamente do andar superior.

Wesleys e Potters se abraçaram e se acomodaram nos bancos dourados, conversando sem parar. Outros se juntaram a eles, e logo Gina, Harry, Rony, Hermione, Neville, Jorge, Luna e outros ex-alunos, estavam juntos, brincando, conversando e zoando como nos velhos tempos.

“Senhoras e Senhores... bem-vindos! Bem-vindos à final da quadricentésima vigésima quarta Copa Mundial de Quadribol!”

Uma voz forte interrompeu os torcedores agitados, dando inicio ao evento. Expectadores assoviaram e bateram palmas, enquanto a voz continuava a falar, apresentando os times e seus mascotes. Quando os jogadores apareceram, triunfantes sobre suas vassouras, Gina não se conteve e cutucou o irmão:

— Olhe Rony, seu amor está aqui! Krummmmmmm!!! Olhe seu maior fã aqui!! — gritou o mais alto que pode, fazendo os bruxos a sua volta caírem na gargalhada e deixando o irmão igual a um pimentão.

“COMEÇOOOOOOOOOU a partida!”

A voz masculina continuou a narrar o jogo, acompanhado pela torcida que agitava suas bandeiras animadamente.

Jogadores egípcios e búlgaros se enfrentavam como se fosse o jogo mais importante de suas vidas. Com apenas dez minutos de jogo o placar mudava constantemente, enquanto os batedores tentavam atingir os dois apanhadores a todo custo. Krum estava empenhado, perseguindo o pomo praticamente invisível aos olhos da torcida agitada, Zaghloul estava logo atrás.

Harry estava feliz. Amava o Quadribol e estar com seus amigos, apreciando o evento trazia lembranças de sua última Copa, antes da guerra. Uma pequena lágrima escorreu pelo lado direito de seu rosto e levantou o óculos disfarçadamente e enxugando-a.

***

Os amigos se reuniram na barraca, eufóricos com a vitória do Egito.

— Depois dessa, Krumm vai ter que se aposentar. — murmurou Rony desanimado.

— Provavelmente. — Jorge concordou. — Mas veja pelo lado bom! Agora que ele está meio mal, a concorrência vai diminuir. Essa é sua chance Rony! — zombou fazendo Angelina, sua namorada, gargalhar alto.

— Não seja tão mau com Rony! — defendeu Hermione, contendo-se para não rir também.

Gina aproximou-se do ruivo, sorrateiramente. Tinha algo escondido nas mãos.

— Jorge está errado, não dê ouvidos a ele. — Rony arqueou a sobrancelha duvidando das palavras da irmã. — Você não terá chance com Vítor Krum, a não ser que use esse batom diva poderosa vermelho! — exclamou melecando a boca do ruivo, fazendo todos rirem ainda mais.

— Vocês são todos idiotas! — Rony berrou. Sumindo pela entrada da tenda, seguido de Hermione.

— Por isso que eu te amo, irmãzinha. — Jorge ria sem parar, batendo a mão na da irmã. Os dois continuaram confabulando, trocavam ideias e pegadinhas para mexer com o irmão.

Harry saiu também, encontrando o casal Weasley abraçado observando as pequenas torcidas que festejavam a vitória.

— E pensar que há oito anos estávamos todos aqui. Sinto saudades de nossa época em Hogwarts, Dumbledore, Minerva e até mesmo do Snape... — disse ele, refletindo.

— Sinto saudade da comida. O melhor suco de abóbora é o de Hogwarts, sem falar da cerveja amanteigada de Hogsmeade. — completou o ruivo.

— E eu da biblioteca. — Hermione afirmou sem nem precisar pensar.

Os três continuaram relembrando os velhos tempos e velhos amigos que haviam partido cedo. Saíram vitoriosos na guerra, mas as perdas foram imensuráveis. Tonks, Lupin, Sirius, Lilá, Fred e outros se perderam ao longo do caminho.

— Se eu pudesse, voltaria no tempo e salvaria todos. — Seus olhos carregavam o peso da culpa, de ter falhado com os entes queridos.

— Você não pode consertar tudo sempre, Harry... — ela murmurou, afagando as costas do amigo.

Os três deixaram-se levar pelos pensamentos, mas voltaram a realidade quando o loiro magro parou frente à eles:

— Como vai, Potter? — cumprimentou.

— Como vai, Malfoy? — respondeu simplesmente.

— Lá vem o Draco-cabelo-lambido-Malfoy. — o ruivo ironizou, fazendo careta.

Draco o encarou, com ar de desprezo:

— Não estou falando com você, Weasley. Muito menos com essa sangue-ruim que você chama de esposa.

— Cai fora, Malfoy. Ninguém te convidou. — Gina surgiu atrás deles, seguida por Jorge.

A tensão pairava no ar. Quando o loiro fez menção de retrucar, Neville chegou com algo em mãos:

— Lembram que eu tinha falado que achei algo em Hogwarts? Eu estava procurando o armário de vassouras, porque um aluno comeu algo da Genialidades Weasley — fez uma pausa e encarou Jorge com olhar de reprovação, recebendo um sorrisinho em resposta. — e fez uma bagunça na sala, enfeitou o chão inteiro! Estava um desastre e fedia muito e...

— O que você achou, Neville? —Harry interrompeu, tentando encurtar a história.

— Eu achei isso. — mostrou um vira-tempo enferrujado.

— Um vira-tempo? Mas... Como? Eles foram destruídos! — exclamou Hermione, tomando o objeto para si e examinando-o de perto. — Não é possível...

Estavam perplexos. Tanto que até esqueceram a situação que estava acontecendo há pouco. Um por um pegou o artefato e todos constataram que era legitimo.

— Guarde em um lugar seguro, Neville. Você não faz ideia do estrago que essa coisinha pode fazer. — Hermione disse cautelosa, devolvendo o vira-tempo.

— Não se preocupe! Ele está a salvo comigo. — sorriu fingindo que ia derrubar no chão e rindo da cara da garota, logo após. — Você se preocupa demais, Hermione. — piscou repetindo a brincadeira.

Mas dessa vez, não conseguiu pegar o vira-tempo, deixando-o se espatifar no chão. Rony gritou e Hermione se agarrou a ele. Os outros não tiveram tempo de fazer mais nada, pois as areias do tempo haviam escapado, envolvendo-os.

O cenário ficou borrado e eles foram sugados por uma força maior, que os arrastou para longe dali.