Eve escrita por BibiBennett


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Cantem comiiigo: "Aaaaleluia! Aaaaleluia! Aleluia, aleluia, aleluiaaa de nooovo"
Eu sei, eu sei, dessa vez eu extrapolei e parece que tem uns 100 anos desde que eu postei pela última vez, mas agora as coisas devem melhorar!
Isso mesmo*voz de locutor de mercado*, melhorar!
Eu explico tudo direitinho lá nas notas finais, por favor não joguem tomates em mim enquanto isso. >.
Beijos e queijos :*



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E se as minhas memórias nunca voltassem?

Tick.

Até aquele momento, a possibilidade nunca havia me afetado tanto.

Tick.

Seis dias morando na Torre, seis dias sem progresso algum.

Tick.

Nenhuma memória, nenhum flash, nenhuma dor de cabeça.

Tick.

— Você está pensando alto demais. — A voz de Steve soou de repente pela sala, me fazendo abrir os olhos para encará-lo. Ele levantou uma de suas sobrancelhas assim que pus os olhos nele, sentado bem à minha frente em uma das almofadas que espalhamos pelo chão, uma expressão brincalhona em seu rosto.

Suspirei derrotada, levantando-me do chão.

— Eu não consigo fazer isso. — Reclamei, indo em direção ao sofá e me jogando em sua superfície macia. — É muita coisa na minha cabeça, tantas coisas pra pensar... E ainda tem esse maldito relógio que não deixa eu me concentrar.

Steve franziu o cenho, levantando-se do chão e seguindo meus passos até o sofá.

— É só questão de prática. — Ele disse, tentando sem muito sucesso me animar.

Fazia dois dias desde que Steve mencionou a meditação pela primeira vez. Ele estava se esforçando para me ajudar, e desde que me perguntou se eu ainda queria minhas memórias de volta ele parecia ter se colocado em uma missão: Pesquisar tudo sobre a minha condição.

Ele passou horas lendo livros, artigos na internet, procurando especialistas e se embaralhando entre os papéis que aos poucos se acumularam na mesa da sala, mas mesmo assim não havia encontrado nada remotamente parecido com o quê eu estava passando.

Minhas memórias haviam sido apagadas e, segundo Steve, tiradas de mim pela mesma máquina que haviam usado por anos em seu melhor amigo. Era uma coisa forçada, não causada por um acidente ou doença, e certamente algo que nenhum especialista havia encontrado antes.

Então como descobrir mais sobre o quê eu havia passado se ninguém havia vivido alguma experiência parecida? Ninguém que estivesse ao nosso alcance, pelo menos.

Foi no quarto dia de pesquisas que eu pedi para que ele parasse um pouco, desse uma pausa e tentasse relaxar. Mesmo com a minha ajuda, era visível que ele estava ficando estressado com aquilo tudo, com tantos “Desculpe, mas eu não posso ajudar.” que recebia durante as ligações e becos sem saída que encontrávamos nas pesquisas. Aquilo estava afetando a nós dois, e o clima no apartamento logo já não estava tão leve quanto antes.

Foi aí que Steve sugeriu a meditação, que talvez não me ajudasse com as minhas memórias, mas que pelo menos iria me ajudar a tirar um pouco do estresse que durante aquela semana aos poucos se acumulou sobre os nossos ombros. Bem, isso em teoria.

Certamente a meditação o ajudava, mas comigo já era outra história. Eu não era que nem ele, não conseguia limpar meus pensamentos e muito menos relaxar. Toda a vez que eu fechava os olhos minha mente era bombardeada de dúvidas, pensamentos e das poucas e terríveis lembranças que eu tinha. Eu não queria ficar parada desse jeito, não conseguia.

— É aí que está o problema, eu não quero ter prática. — Disse, virando-me para olhar pra ele e suspirando antes de continuar. — Eu acho que nós precisamos de ajuda.

Steve franziu o cenho, confuso por um momento.

— Eu sei que você está tentando me ajudar a recuperar minhas memórias, e eu sempre vou te agradecer por isso, mas nós não estamos encontrando nada sozinhos. — Esclareci. — Precisamos de ajuda.

Foi a vez de Steve de suspirar, e logo ele assentiu, desviando o olhar para a janela.

— Todos os médicos com quem falamos disseram as mesmas coisas. — Ele relembrou, uma expressão cansada surgindo em seu rosto enquanto observava a manhã de Manhattan.

— Sim, que eles precisam de mais informações. — Disse, franzindo as sobrancelhas no momento que uma ideia surgiu em minha mente.

Levantei-me do sofá, animada.

— HYDRA, as memórias que já tenho, minhas asas... Não podemos falar sobre isso com qualquer um, não tem como saber a reação de alguém que não conhecemos. — Comecei, andando de um lado para o outro.

Steve concordou, estreitando os olhos na minha direção em seguida. — Onde está querendo chegar?

— Clara. — Respondi, parando na frente dele. — Clara e o doutor Banner. Eles sabem sobre a HYDRA, não sabem?

Steve assentiu, parecendo seguir minha linha de raciocínio.

— E eles sabem sobre o seu amigo, Bucky. — Disse, ganhando a mesma confirmação em seguida.

— Então nós não precisamos ligar pra alguém do outro lado do mundo pra pedir ajuda, a ajuda já está aqui, na Torre. — Conclui, um sorriso esperançoso surgindo em meus lábios.

— Eles não são especialistas em perda de memória. — Steve me lembrou, também se levantando do sofá, a um palmo de distância de mim.

Inclinei a cabeça.

— Mas você confia neles? — Perguntei, procurando a resposta em seus olhos.

— Sim. — Ele respondeu sem hesitação.

— Então eu confio neles. — Coloquei uma das mãos em seu ombro, os cantos de minha boca se levantando em um leve sorriso.

Eu sabia que era um grande passo, contar tudo para pessoas que eu mal conhecia, mas eu fui sincera quando disse aquelas palavras. Eu confiava em Steve, mesmo o conhecendo por tão pouco tempo, então se ele confiava em Clara e em Bruce, eu estava disposta a arriscar e confiar neles também.

Steve respirou fundo e assentiu, um sorriso surgindo em seu rosto. Foi nesse momento, como se um trem me atingisse, que eu percebi o quão perto estávamos um do outro, e que se eu quisesse, dado o tempo, eu conseguiria gravar cada traço do rosto do homem à minha frente. Seus olhos azuis se arregalaram minimamente quase ao mesmo momento que os meus, e eu pude perceber que ele também havia notado.

Segundos se passaram e nenhum de nós saiu do lugar, assustados, tímidos demais para nos mexer.

Beep. Beep. Beep.

Foi como se o barulho do micro-ondas, que há muito já cozinhava o nosso almoço, tivesse feito de propósito. Dei um pequeno pulo de susto, seguido por um suspiro aliviado enquanto desviava o olhar para a cozinha.

— Eu, uh. — Tirei a mão de seu ombro. — Vou pro quarto, sabe, esconder minhas asas. Não tem como falar com eles assim, né? — Disse, apontando de forma desastrada para as plumas brancas atrás de mim.

— Você pode chamá-los enquanto isso? — Perguntei me afastando, indo em direção ao corredor.

Steve limpou a garganta, se recompondo.

— Sim, sim. — Ele franziu as sobrancelhas.

— Ok. — Respondi, indo em direção ao meu quarto. No corredor eu pude escutar Steve chamando Jarvis, mas eu não fiquei muito tempo por lá para ouvir mais.

Fechei a porta do quarto assim que passei por ela, tentando não pensar no momento que havia acabado de acontecer.

Pfft, momento? Que momento?

Não havia sido nada, só uma... Troca de olhares que definitivamente demorou mais do quê deveria, mas obviamente não havia significado nada.

Concentrei-me nas minhas asas, tentando limpar meus pensamentos como Steve havia dito para eu fazer durante a meditação – pare de pensar nele –, e me encontrei tendo mais dificuldade que o normal para retraí-las.

Passaram-se alguns minutos até eu sair do quarto, asas substituídas por duas grandes cicatrizes nas costas, essas que eu fiz questão de cobrir com um casaco, já que o vestido que eu usava deixava minhas costas nuas por razões óbvias. Eu não queria estragar mais uma roupa.

Assim que cheguei na sala, pude ver Steve andando de um lado para o outro com o celular na mão, sua postura geralmente relaxada substituída por uma seriedade que eu já não via há algum tempo.

—...Tem certeza? — Consegui ouvi-lo dizer antes de me aproximar, ainda surpresa por vê-lo no celular. Eu certamente não havia escutado nada tocar enquanto estava no quarto.

— Me mande o endereço. — Disse ele em seguida, passando a mão livre pelo rosto e só aí percebendo minha presença, observando-o perto do sofá. — Já estou a caminho.

— Steve? — Chamei assim que ele terminou a ligação, seguindo-o até a mesa da cozinha, onde a lasanha que comeríamos já estava posta em dois pratos. Ele pegou a chave em cima de um dos balcões e seguiu novamente para sala, comigo em seu encalço.

— Steve, o quê houve? Quem te ligou? — Perguntei preocupada, o quê finalmente fez Steve virar-se na minha direção.

— Hã... O Sam ligou. — Respondeu ele, nervoso, passando a mão pelos cabelos loiros. — Ele acha... Ele pode ter encontrado o Bucky.

— Uau. Isso-Isso é bom, não é? — Arregalei meus olhos, surpresa.

— Sim. — Ele respondeu, um suspiro saindo por sua boca logo em seguida. — Mas não seria a primeira vez que chegamos tarde demais.

— Oh. — Franzi minhas sobrancelhas, encarando os olhos angustiados de Steve.

Quantas vezes ele já havia quase encontrado Bucky? Quantas vezes ele havia se enchido de esperança, achando que iria reencontrar se amigo, só pra se decepcionar?

Resisti ao impulso de abraçá-lo, e assisti enquanto ele balançava a cabeça e se dirigia em direção ao arsenal. De lá, ele saiu de jaqueta de couro e escudo nas costas, apressando-se para sair logo da Torre. Segui-o até a porta, onde ele parou e virou-se na minha direção.

— Você vai ficar bem aqui sozinha? Eu posso demorar.

Assenti rapidamente, meus olhos se arregalando novamente com sua pergunta.

— É claro que sim.— Disse, pegando a chave de sua mão e abrindo a porta.

— Vá, encontre seu amigo e não se preocupe comigo. Quando vocês chegarem eu vou estar aqui esperando com refrigerantes e... Bem, a lasanha já vai ter esfriado, e eu ainda não tenho certeza se consigo fazer algo mais quê um café da manhã. — Fiz uma careta, relembrando do desastroso dia em que tentei fazer o almoço. — Mas eu vou pensar em alguma coisa. — Conclui assentindo.

Steve sorriu com minha tentativa de animá-lo, e eu coloquei a chave de volta em suas mãos.

— Obrigada, Eve. — Ele agradeceu, guardando a chave no bolso e logo se dirigindo ao corredor.

— Boa sorte. — Desejei baixinho, observando-o da porta do apartamento. Ele andou rapidamente até o elevador, que como se sentisse sua pressa, se abriu quase que imediatamente.

— E tome cuidado! — Gritei assim que as portas começaram a se fechar, meu coração se apertando em meu peito com o olhar esperançoso que Steve me lançou antes de seu rosto sumir por trás das portas de metal.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim!
Eve e Steve finalmente tiveram um momento(mesmo que a Eve se recuse a pensar no quê aconteceu como um momento) mais ou menos romântico e aos poucos a história ta avançando pra onde eu quero chegar. =D

Enfim, eu queria pedir desculpas pela demora quase infinita pra postar esse capítulo! Sorry mesmo, eu tentei postar mais rápido, só que não deu. ;-;
Mas como eu disse lá nas notas iniciais, as coisas vão melhorar daqui pra frente! =D
Como eu já respondi em alguns comentários, minhas aulas finalmente acabaram(e pra sempre! Acabei o ensino médio! *--*) e os vestibulares finalmente passaram(to só esperando os resultados, torçam por mim D: ), então por algum tempo eu não vou ter que estudar pra mais nada e nem me estressar, ou seja, mais tempo pra escrever!
As esperas infinitas devem diminuir agora, até pq eu tenho uma meta de avançar a fic pra um certo ponto do plot em menos de seis meses, e pra isso eu vou ter que postar capítulos beem mais rápido. =D
Ok, seis meses parece muito, mas pros meus planos nem tanto aushaus. Pls não desistam de mim no meio do caminho, as coisas vão ficar boas! (Eu acho.) =D

Ah, outra coisa... Civil War! Vocês viram o trailer não viram? *---* Eu surtei demais! Parece que vai ser muito bom, né? *---*
Mas eu não citei Civil War só pra surtar, eu queria mesmo é avisar que eu não vou estar seguindo o plot do filme por duas razões:
1. O filme só sai na metade do ano que vem.
2. Tenho outros planos pro Bucky e pro plot, como vocês puderam ver nesse capítulo. =3

O Bucky está na capa e no trailer da fic, mas até agora não apareceu, e já está mais do quê na hora de citarmos um pouquinho esse lindo, não é mesmo?
Não que o Steve vá encontrá-lo agora... Só saberemos no próximo capítulo se tudo deu certo. =P #porummundosemspoilers

Aaaanyway! Acho que isso é tudo o quê eu queria falar por hoje.
E aaah, eu também queria agradecer pelos comentários do capítulo anterior! Vocês são uns lindos, comentando mesmo com a demora dos capítulos, e por isso eu quero agradecer muito! Cada palavrinha de incentivo deixa o meu dia muito mais feliz!
Ainda hoje devo responder os comentários de todo mundo, ok? =D

E é isso, muitos beijos e queijos procês! Espero que tenham gostado do capítulo e que não tenham desistido de mim. ;-;