Avatar: A Lenda de Kay escrita por Sammi


Capítulo 2
Noite no Pântano




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/562871/chapter/2

Um clarão fora visto ao longe iluminando o véu da noite. Kay segura seus punhos com velocidade quando escuta ao longe. “Ei! Quem está ai?”. Ele corre o mais rápido que pode para longe do acampamento, seus pés desnudos se ferem ao pisotearem algunas pedras pontudas e ele cai ao chão. Ao sentir seu corpo deitado, ele pensa por um minuto em falar a verdade, porém, por um segundo, um instinto dentro dele brilha e o dá um pouco de forças, o suficiente para se levantar. Kay deixa um rastro de sangue até uma densa floresta, parecía um mar de raizes e escuridão sem fim.

Um time de cinco dobradores de terra estava sendo liderado por Quen, uma tenente oficial do reino da terra encarregada por Matt do perímetro.

– Se há um dobrador de fogo aquí, nós temos o dever de achá-lo – seus cabelos negros caiam por seu rosto negro e seus olhos onixados – ele não irá escapar…

– Tenente, com todo o respeito – um dos soldados levanta a voz por um segundo – Nós não temos permissão de adentrar este perímetro

– Me ilumine sobre a razão – Ela o olha com certo desprezo - É nosso dever proteger o acampamento de espiões

– Madame – Outro falara atrás dele – Este é o dominio do pântano dos espíritos, quando o avatar morreu, diz a lenda, que apenas um espírito se recusou a sair do mundo material, um espírito muito poderoso chamado Rahan…

– Mê dê um motivo para acreditar no seu folklore no lugar do que estou vendo aquí na minha frente…! Eles se calaram.

– Madame – O outro voltara a falar – O avatar Wan por si mesmo proibiu qualquer pessoa de desrespeitar este espírito

– Wan está morto! – Ela olhara com uma chama em seu olhar – E ele nos deixou com o péssimo legado de carregar guerra por onde formos…

Ele desvia o olhar.

– O avatar nos deu guerra, todos sabemos dos boatos da outra garota avatar vivendo na escuridão mas ninguém nunca a viu, boatos… se querem saber minha opinião, nós estamos sozinhos nesta batalha!

Ela toma um passo e uma brisa quente acaricia violentamente a sua pele, o que a dá um curto sentimento de apreensão. Ela baixa a cabeça.

– Acamparemos aquí e esperaremos a luz do dia, e quando amanhecer, caçaremos o maldito espião!

Na floresta, Kay continuara a correr com rapidez, ouvira sons estranhos e um barulho oco. Caira ao chão com força.

– Afaste-se – Kay golpeou o ar com os braços com força, uma rajada de fogo mostrou uma sombra na escuridão – Por favor! Me deixa em paz! – O ar em volta do avatar entrou em combustão espontânea pela alta presença de gases comburentes, e tudo em sua volta pegou fogo, uma silueta na escuridão se revelou com rapidez.

– Um viajante com o espírito do fogo, eu vejo…

– Quem é você?

A voz toma uma forma humana. Dando um riso opaco – Eu não sou nada, nem ninguém, eu sou um espírito

– Mostre-se!

Um homem com feições simpáticas e cabelo espado se mostra, ele tinha um sorriso torto e olhos castanhos, quase vermelhos, vestia uma túnica simples de cor marrom.

– Há muito tempo não nos vemos, velha amiga.

– Do quê você está falando… espere só um minuto – Kay têm alguns reflexos em sua mente de um mosaico que havia visto no palacio imperial, um homem de cabelo espetado dobrando os quatro elementos e separando uma fronte de guerra – Você é Wan! Você está vivo!

Ele ri novamente.

– Por favor, avatar, você têm que nos ajudar! A- A nossa nação está em guerra civil e eu temo pela… - Ele pensa por um segundo – Eu temo pela vida de todos que eu tenho amor

– Altruísmo… esta é uma ótima qualidade! – Wan se senta ao lado de Kay por um segundo – Eu não posso te ajudar, jovem espirito, eu sou somente um espírito que tomou a forma do primeiro humano que conheci…

– Huh?

– Avatar Wan foi o primeiro e único humano que conheci, há mais de cento e setenta anos, ele me convenceu de que os humanos podem ter corações bons…

– Você é-

– Meu nome é Rahan, eu sou o espírito que deu vida a este lugar – Ele sorri – As criaturas aquí são minhas protegidas, assim como você… não se preocupe, você está seguro

– Então… você pode ao menos me explicar por quê eu, de repente, posso utilizar fogo?

Ele ri novamente.

– Perguntas simples não requerem respostas, meu caro… - Ele torna a se levantar – Como eu disse, eu não posso te ajudar

– Entendo – Kay encara o chão lamacento – O quê eu devo fazer agora?

– Eu acho que você já conhece a resposta para isso… descanse e, pela manhã, retorne para o acampamento… agora eu tenho asuntos a terminar! – Rahan desaparece na escuridão

Kay encostou-se em um tronco de árvore queimado por um segundo e tentou se movimentar em um local seco. Tomou uma gigante folha como cobertor e tentou relaxar. Por um momento ele sonhou, uma mulher, de cabelos negros, dançando com um dragão, ela parecia feliz, ao final da dança ela conseguia criar um fogo com cores dististas, em união com o dragão. O cenário mudou quando Kay caiu em uma corja escura, a mesma mulher estava com uma perna quebrada e o vestido ensopado de sangue, uma sombra a perseguia. Um feixe de luz invadiu o sonho e a mulher desapareceu.

Kay acordou com o sol batendo em seu rosto. Confuso e ainda cansado, pensando que tudo não tinha passado de um sonho.

– Talvez eu esteja ficando louco… talvez eu nunca tenha dobrado fogo afinal de contas… - Ele relembra os acontecimentos da noite passada em fragmentos – Eu preciso retornar ao equilibrio… - Ele põe o punho contra a terra – Eu preciso ir!

Ao seguir o rastro de vegetação queimada, Kay é capaz de encontrar a saída do pântano, ao chegar lá ele vê um acampamento vazio com uma panela ainda sobre uma fogueira apagada.

– O quê poderá ter assustado essas pessoas ao ponto de deixarem todos os suprimentos – ao ver a comida, o estômago de Kay se revira e implora pela mesma, ele olha para os lados e sorrateiramente coloca tudo que está dentro da panela na boca – Espera um minuto…

Ele percebe que o uniforme do exército está enrolado em um dos sacos de dormir.

– Eles enviaram uma patrulha até aqui?

Kay anda por alguns metros, escuta o barulho de alguns pássaros solitários na paisagem desértica. “Rhaava”. Ele escuta ao longe.

– Huh?

Ele olha para os lados e nada aparece. Olha para cima e para baixo. Decide então deixar as sacolas cairem de seus ombros e entrar em posição de batalha.

– Vamos lá… vamos ver se eu realmente estou louco… - Com todo o sentimento que arde em seu coração - Fogo! – Ele soca o ar…nada, ao trocar de posição ele tenta novamente com chutes circulares no ar... nada – É… definitivamente louco.

“Rhaava”, ele escuta uma voz feminina quase como um suspiro em seu ouvido.

– Quem é Rhaava?

Kay sente uma leve pressão na cabeça que o faz feixar os olhos.

– Por favor! – Havia uma mulher gritando – Rhaava! Me ajude!

Um clarão de luz, o ar começara a se tornar denso ao redor do avatar.

– Esta mulher, quem é… e por quê eu a escuto… sofrer…

Por um momento Kay lembra de alguns momentos da dança dos dragões, que vira a mesma mulher dobradora de fogo em seus sonhos, nem sequer sabia se era a mesma mulher mas, havia de tentar.

– Ela parecia feliz… - Ele arregaçara as mangas, visualiza em sua mente o capitão Matt, sorrindo para ele – Vamos lá – Ele tenta imitar os movimentos e ao final da dança, sente um enorme calor correndo seu corpo, como uma erupção de seu próprio shi, ao terminar a dança uma labareda elegante toma conta do ar, como um véu vermelho escarlate.

– Não acredito… - Ele olha para as próprias mãos – Eu sou o avatar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!