Blind escrita por Valentinna Louise, Komorebi


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey!
I'm baack!!(ok, parei)
Sim, Blind está de volta. Havia decidido dar uma pausa nessa história por causa de tempo e inspiração.
Continuo sem muito tempo (rs), mas a inspiração voltou e dessa vez eu tenho ajuda :3
Obrigada pela ajuda, Komorebi.
Espero que gostem.



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Rachel

Chuva. Maravilha.

No meu 1° dia oficial de trabalho chove! Teria que ir para o Instituto nos túneis.

Peguei minha pasta e o casaco do Instituto e desci as escadas do prédio seguindo para os túneis. Respirei fundo. Segui na direção do instituto. O barulho das pessoas dentro dos túneis era enorme. Vi o grupo de crianças que seguia na mesma direção que a minha. Em pensar que há pouco tempo eu era um deles.

Quando saí dos túneis a chuva já havia passado. Corri para o toldo reforçado na frente da recepção do instituto.

John me cumprimentou e me entregou um crachá. Segui para dentro do prédio, direto para o anfiteatro. Antes de ir trabalhar efetivamente, eu teria que ver uma reunião, junto com todos os outros “novatos” do instituto.

O anfiteatro já estava cheio quando entrei. Olhei para algumas cadeiras a minha frente e vi rostos conhecidos. Mercedes, Sam, Kurt e Finn conversavam em um canto. Kurt acenou pra mim e fez sinal para que eu me aproximasse.

“Rachel! Bom dia querida...” Assim que me aproximei Kurt me puxou para um abraço.

“Bom dia Kurt, Finn, Sam e Mercedes.. como estão?” Acenei para os outros.

“Bem, ansiosos..” Mercedes respondeu sorrindo. Na seleção ela havia sido escolhida pra dar aulas de História, eu fui para música, Kurt para artes, Sam para Geografia e Finn para esportes.

O Instituto Pillsbury era uma grande instituição que surgiu no pós-guerra. Emma Pillsbury construiu, junto com um William Schuester, uma espécie de novo modelo educacional. Consistia em um instituto onde crianças e adolescentes ficariam em tempo integral até seus 20 anos, quando de acordo com suas habilidades, seriam mandados para trabalhar em diversos lugares na sociedade. Eu era um exemplo da 1ª geração de alunos e agora com 21 anos estava me tornando uma professora de lá.

Após a apresentação inicial dos diretores, fomos mandados cada um para seu setor. Quando cheguei à sala de música, fiquei extasiada, como todas as vezes que entrei lá como aluna. Enorme, com uma ótima acústica e um piano de cauda preto no meio da sala. Me sentei e fui ler o cronograma. Só teria aula no 2° horário e com os calouros, então fui organizar meu material.

Então o silêncio foi quebrado por um barulho alto de uma batida na porta. Na verdade, alguém sendo arremessado contra a porta. Corri para ver e abri a porta.

Uma menina de cabelos loiros e completamente vermelha entrou ofegante na sala e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela fechou a porta e se escorou atrás dela.

Esperei alguns segundos, pra passar o susto. A menina estava sentada no chão com a cabeça apoiada nos joelhos e o cabelo solto em volta.

“Olá?”

A menina levantou a cabeça abruptamente.

“Qual é o seu nome?” Perguntei, me abaixando delicadamente. A menina parecia ter chorado e corrido ao mesmo tempo. Os olhos estavam vermelhos e ela estava ofegante.

“B-Beth..” Um fiozinho de voz que mal deu pra entender. Ela estava nervosa.

“Beth, eu sou Rachel, professora de música. Você pode me dizer por que entrou aqui correndo dessa maneira?”

“Eu estava.. hum.. fugindo..”

Fugindo?

“Fugindo de quem? Por quê?”

“Dos meninos desse lado. Sou menina que vive do outro lado, eles acham que eu não mereço estar aqui.”

Olhei fixamente para a garota. Ela falou isso com uma raiva incomum para alguém tão jovem. Então ela era do outro lado da fronteira. Eu não conhecia, só ouvia as histórias. O olhar assustado, mas ao mesmo tempo duro, da menina fez com que de certa forma, eu me comovesse.

“Venha, levante-se. Vou te dar um pouco de água e aí você me explica isso direito, tudo bem?”

Beth assentiu, acanhada. Eu a ajudei a se levantar e seguimos para a minha mesa. Puxei duas cadeiras colocando uma de frente pra outra, e fui buscar um pouco de água. Beth se sentou e eu entreguei a ela o copo. Ela bebeu tudo em silêncio.

“Obrigada..”

“De nada Beth, agora me diga, os meninos te perseguiram porque você é uma menina que nasceu do outro lado da fronteira?”

“Foi o que eles disseram.” Ela deu de ombros. “Disseram que eu era uma pobretona e minha mãe uma mercenária... eles não têm ideia do que estão falando..” ela fungou e continuou. “Então disseram que me colocariam pra fora daqui a força. Aí eu corri e agora estou aqui.”

Olhei fixamente para a menina. Ela não parecia estar mentindo.

“Beth, você conhecia os garotos que te perseguiram?”

“Não... mas se eu os visse de novo, com certeza reconheceria. Tenho certeza que eles sabem quem é minha família, só não sei como eles souberam quem eu era.”

“Quem é sua família?”

“Minha mãe é Quinn Fabray.”

Engoli seco. Quem não conhecia a história da ex-premier que agora era uma reclusa do outro lado da fronteira. Devo ter demonstrado algo em minha expressão, pois Beth logo se enfureceu.

“Você é igual a eles não é?! Pensa que minha mãe é uma louca, mas não tem ideia do que ela passou ou passa.”

“Se acalme Beth. Fale mais baixo ou você quer que algum monitor te encontre gritando com uma professora?!” Ela respirou profundamente “Não sei do que você está falando. Conheço por alto a história da sua mãe, mas também nunca procurei me aprofundar.”

Beth havia se acalmado.

“Você é caloura certo? Fique aqui na sala... daqui a pouco é sua aula. E se puder fique mais um pouco depois. Quero te conhecer.. é uma surpresa pra mim saber que sua mãe tem uma filha..”

“Longa história.” Ela suspirou.

“Certo. Pode ir se sentar..”

Alguns minutos depois, o sinal da aula soou e vários alunos entraram. Nenhum deles reparou na menina loira sentada no fundo da sala. A aula foi só de introdução, mas eu não deixava de reparar em Beth. Em como ela prestava atenção na aula. Ao final, todos saíram e ela continuou lá. Me aproximei e me sentei ao lado dela.

“Me pediu pra ficar só por curiosidade sobre a minha história?” Ela perguntou.

“Não só por isso. Também porque me interessei por você, Beth. Não é todo dia que eu conheço alguém do outro lado. Com a realidade tão diferente da minha. Quero ser sua amiga aqui, é claro se você me permitir..”

Ela deu um sorriso tímido e eu sorri de volta.

Então ela começou a falar.


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Notas finais do capítulo

E então? Algumas coisas:
— A Beth é uma personagem muito importante na história. Se atentem a ela;
— Os capítulos geralmente serão alternados entre a narrativa da Rachel e da Quinn.
That's all folks...
Deixe seu review e diga o que achou.
Até o próximo :*