Não Vou Controlar escrita por Stewartnic


Capítulo 2
“Bem-Vindos!”


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capítulo 2 – “Bem-Vindos!”

Pov Marina

Como sempre, quando despertei eu não estava nem um pouco satisfeita em ter de acordar tão cedo. Vesti uma calça jeans preta e colada ao corpo, uma camiseta regata de tecido fino branca e larga e All Star preto cano médio. Penteei superficialmente os meus longos cabelos castanho escuro, que ora estavam mais ondulados, ora estavam mais lisos. Por último coloquei os meus óculos de grau com armação preta. Depois de bebericar um pouco de café e de comer um pão com manteiga, saí de casa e me encaminhei até o ponto de ônibus. Foi só aí que me dei conta de que a noite passada não havia sido só um sonho, apesar de eu ter quase certeza de ter acabado sonhando com o acontecido. Ao passar pela casa da frente onde antes eu havia visto a tal garota misteriosa, vi que a residência se encontrava vazia e sem graça novamente. Apenas um fato chamou a minha atenção antes de passar pela casa por completo, a placa de “Vende-se” que antes costumada estar logo ali sobre o portão, não estava mais.

Já um pouco adiante, um pouco antes de chegar ao ponto de ônibus, ouvi o rangido do motor já tão conhecido. Puta merda! Corri feito uma louca pelo resto do caminho sem nem me importar com quem poderia estar vendo aquela cena já tão rotineira e patética.

— Atrasada de novo dona Marina! — O motorista tentou fingir um tom de bravo ao me ver subir, mas como aquela cena já acontecia se não sempre, quase sempre, o homem já tinha deixado de se importar com os meus atrasos.

Em todo o trajeto de ida para escola fiquei ouvindo algumas músicas e refletindo sobre o acontecimento da noite anterior que não saía da minha cabeça. Eu só podia ter enlouquecido de vez, porque pelo o que eu sabia até então, aquela casa desde sua construção estava desabitada. Eu desconfiava que o motivo fosse o preço tão alto que cobravam pelo imóvel.

O decorrer da manhã na escola foi tediosamente normal. Cada aula que passava inacreditavelmente conseguia se arrastar ainda mais que a aula anterior. Já na volta para casa, em frente à casa da frente, percebi uma movimentação estranha. Havia um carro e algumas pessoas em volta. Dentro destas tinha uma mulher arrumada formalmente, já a outra, nem tanto, mas ainda assim um tanto quanto conservadora. Acho que havia mais gente dentro do carro, mas que já fugia do meu campo de visão. Logo em seguida se juntou a pequena movimentação um velho caminhão de mudanças. Entrei depressa para casa na tentativa de descobrir novas informações.

— Oi mãe, você já tinha visto que tem gente se mudando para a casa ali da frente? — Perguntei ao entrar na cozinha e ver minha mãe terminando de preparar o nosso almoço.

— Olha quem já chegou em casa... e falando! — Minha mãe disse esboçando um sorriso e eu apenas a olhei com uma feição pouco paciente. — Não tinha visto nada não, estão é? – Ela perguntou.

— É... Parece que sim. — Falei encerrando o assunto, já que pelo o que parecia, eu não iria descobrir mais novas informações. Depois do almoço fui para o meu quarto fazer as lições de casa, mas era inútil, eu não conseguia me concentrar. Estava agitada de mais, coisa que há muito tempo não me acontecia. Eu queria muito que as minhas suspeitas estivessem certas. Queria muito realmente ter visto aquela garota na noite anterior. Queria muito não estar à beira da loucura... Mas acima de tudo, inexplicavelmente, eu queria muito que aquela menina viesse a morar a pequenos metros de mim. Escutei uma batida na porta, tirando-me de meus devaneios.

— Entra! — Falei quando vi Diogo, meu pai. — Oi pai, não tinha visto que você já tinha chegado!

— Oi Mari, acabei de chegar e estou a fim de fazer algumas compras lá na cidade, quer vir? — Seria ótimo para me distrair, já que a tentativa de fazer as lições foi completamente frustrada. Aceitei.

— Claro!

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Já voltando para casa, quando estávamos abrindo o portão, eu a vi, linda e radiante vindo em minha direção. Eu não acreditava! Como era possível tanta beleza? Meu coração estava a um milhão! Ela era real, eu não estava louca! Ela realmente existia!

— Olá Senhor. — Disse um homem pançudo ao meu pai.

— Oi! — retribuiu meu pai sorrindo.

— Somos os seus novos vizinhos, nos mudamos hoje cedo para aquela casa ali — Apontou o homem para a casa que a partir daquele momento era a casa que eu mais amava.

— Ah, oi! Sejam muito bem-vindos... — Meu pai os cumprimentava, começando a tagarelar e eu já não os ouvia mais, pois tive a minha atenção toda levada por ela, que sem jeito se encontrava um pouco logo atrás do pai, carregando uma cestinha, como uma princesinha de contos de fadas. Ela estava vestindo um vestido florido que ia só até um pouco acima do joelho, sem nenhum decote, apenas realçando seu lindo corpo moreno. Calçava sapatos pretos e seus cabelos castanhos dourados estavam amarrados em rabo-de-cavalo, não muito alto, por uma fita verde escuro que combinava perfeitamente com a cor das folhas de algumas das flores de seu vestido. De fato, não tinha muito o que se mostrar ali e a maioria das pessoas passariam por ela sem demonstrar qualquer tipo de interesse, mas, por algum motivo, aquela garota não só chamava a minha atenção, como despertava algo em mim que nunca havia sentido antes. Estava completamente estonteada enquanto perdia o olhar nela, quando fui interrompida pelo seu pai:

— Trouxemos alguns biscoitinhos, foi a Clarinha mesmo quem fez.

“Clarinha!” Ela parecia estar em outro mundo assim como eu e demorou pra perceber que seu pai falava dela.

— Não vai dar as boas-vindas Mari? — Meu pai disse, sendo assim a minha vez de voltar a Terra.

— Aaah... Claro, seja bem-vinda. — Falei fazendo com que ela me entregasse a cesta. Ai meu deus, no que será que ela estava pensando?

Pov Clara

Não era da minha natureza concordar com as ideias cafonas e atrasadas do meu pai, mas quando eu descobri que era na casa dela que ele queria entregar uma cesta e dizer que nós tínhamos se mudado, eu logo concordei em fazer os biscoitos e ir até lá com ele mais tarde. Acho que nunca tinha feito biscoitos com tanto amor e dedicação antes em toda a minha vida. Eu simplesmente precisava ver outra vez aquela garota que eu tinha visto debruçada sobre a janela na noite anterior, aquela que despertou em mim coisas que eu nunca pensei que pudesse vir a despertar.

Eu estava super nervosa e minhas pernas tremiam só de tentar entender o por que de eu me encontrar daquela maneira. Não fazia sentindo algum. Foi aí que eu levantei a cabeça e a vi, logo em frente. Ela era linda! Como podia? Meu pai começou a falar com um homem que parecia ser o pai dela e eu juro que até tentei me concentrar na conversa, para não parecer tão idiota, mas a verdade é que eu só tinha os olhos e ouvidos para aquela que antes eu podia ver só de longe e no escuro e agora podia admirar, logo ali em minha frente. Ela vestia uma calça preta e super colada no corpo, uma blusa branca e soltinha e All Star preto. Seu cabelo era escuro e comprido, perfeitamente ondulado. Sua pele era branquinha como leite e ela usava um óculos de grau com armadura preta que caía perfeitamente bem nela. Ouvi o meu pai dizer o meu nome, o que me fez dar um pequeno pulo e ser obrigada a desviar a atenção para a conversa.

— Não vai dar as boas-vindas Mari? — O pai dela perguntou gentilmente a ela.

— Aaah... Claro, seja bem-vinda. — Ela disse dando um risinho e franzindo o seu narizinho, a coisa mais fofa do mundo! Fiquei tão hipnotizada que quase me esqueci de entregar a cesta a ela. Ai meu deus! O que estava dando em mim! O que estava acontecendo?

Pov Marina

— Oi! Meu nome é Marina! — Consegui dizer.

— Oi, o meu é Clara! — Ela disse toda sem jeito e dando o sorriso mais lindo que eu já vi, fazendo minhas pernas finas balançarem uma vez ou duas. Por algum motivo tive a sensação naquele momento de que aquele sorriso tinha sido apenas o primeiro de muitos que eu ainda iria ver saindo daquele rostinho moreno.


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Notas finais do capítulo

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