Yes, I dance escrita por Larissa Megurine


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente ^^ desculpa a demora pra postar, a semana foi bem corrida..... Eu ia postar ontem, mas cheguei muito tarde em casa e acabou não dando tempo. Como fiz isso com os primeiros capítulos, to pensando em continuar postando nas sextas feiras, o que vocês acham?
Ah, e pelo amor dos céus, comentem kkkk tão gostando da história? Shippando algum casal? Odiando alguém? Falem, é muito importante pra eu saber inclusive que rumo a fic deve seguir.
de qualquer forma, espero que gostem ;) boa leitura



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Como ele havia previsto, às nove horas em ponto, quando entrava na BHS, Michele veio ao seu encontro perguntar sobre Sarah. Simon, como de costume, se manteve bastante confiante, apesar de não ter nada certo com Sarah. A intensa curiosidade pela vida amorosa de Simon, porém, servia principalmente para esconder a ansiedade de Michele sobre o festival de dança da Dance-I. Douglas, seu professor de balé já havia alertado a turma para que os interessados em um (bom) papel no festival se inscrevessem com a diretora Light. É claro que Michele se inscreveria, nessa mesma tarde se possível.

No final da tarde, por volta das 5:10, Michele foi até a sala da diretora. Esta deu um sorrisinho ao ver a loura entrando. Já esperava que a novata fosse querer participar do festival... Apesar de já estar fazendo testes, a história ainda não havia sido divulgada para os alunos. Isabella só revelaria qual era após os testes, que podiam ser com músicas a escolha dos alunos. Os protagonistas deveriam ser das turmas de jazz ou de balé e os outros estilos seriam distribuídos pela apresentação, que totalizaria três atos. Michele pegou com Isabella a folhinha que dizia “inscreva-se aqui” no topo, seguido da data em que seriam os testes para os personagens.

Michele já começava a escrever seu nome, quando seu olhar voltou-se para o primeiro que havia sido escrito, na primeira linha. Nathalie Rose Hudson, dizia a caligrafia escrita às pressas, porém bem decidida.

Nathalie Hudson era bailarina, da turma de Michele, porém já estava na escola de dança há uns bons anos. Era ótima e sempre dançava na primeira fila, provavelmente para que notassem como era boa. Ela tinha cabelos castanhos escuros ondulados que, quando não estavam presos durante a aula, caíam até uns quatro dedos abaixo dos ombros e seus olhos acinzentados eram sempre cheios de determinação. Agora, essa determinação devia-se ao fato de que, no fim do último semestre, Hayden Silvester, a consagrada solista e campeã de todas as competições internas e externas de balé, formou-se e saiu da academia. Com isso, Nathalie, que estava sempre no segundo lugar, já que não chegava aos pés de Hayden, subia agora para a primeira posição.

E quando Michele entrou na sala naquela tarde, encontrou Nathalie com um sorriso confiante no rosto, um coque bem arrumado prendendo os cabelos escuros e seu habitual lugar na primeira fila. Se Michele quisesse ter alguma chance de conseguir vencer Nathalie, teria que se esforçar bastante. E teria que arriscar. Deixou sua bolsa no canto da sala e postou-se ao lado de Nathalie.

***

Analu puxou Michele para o lado, a fim de deixar Sarah e Simon sozinhos. Michele correspondeu um olhar cúmplice com Anna, que entendeu rapidamente a expressão da outra e fez a pergunta que rodava suas mentes – não só das duas como também a de Sarah:

– Quando acha que Simon vai fazer alguma coisa?

Michele olhou para os dois e revirou os olhos. Estavam os dois encostados ao lado da escada e o rapaz encarava a mão da garota, que estava apoiada em um degrau da escada, claramente desejando por sua mão sobre a dela. Finalmente, Michele olhou novamente para Analu, respondendo:

– Eu não faço ideia... Simon costuma mesmo deixar claro para as garotas quando está a fim, mas nunca se sabe quando ele vai de fato parar de só fazer esse charme...

– Bem, a Sarah está começando a ficar impaciente com esse joguinho. – Analu disse como se fosse muito óbvio ou como se falar aquilo para Michele fosse fazer Simon tomar uma atitude. – Ele está mexendo com ela, diferente de todos os outros... Ela nem precisou vir me falar, eu a conheço há quatro anos, então é como se estivesse estampado na testa dela!

Michele riu.

– Não é só porque você a conhece por mais tempo que percebe isso. Mas ela é meio misteriosa, então sei que os garotos não devem notar.

Felizmente, Sarah não ficou sabendo que seu jeito a entregava e para Simon, bem, para ele não fazia diferença. Mas Analu acertou em cheio quando disse que ela estava “começando a ficar impaciente”, se bem que isso era na verdade um jeito insignificante de expressar como Sarah estava. Tudo bem, não fazia nem uma semana que se conheciam, mas ela já havia conseguido garotos decentes e bem bonitinhos em metade desse tempo. Eles se viam todos os dias e já cruzavam olhares nas aulas. E ele nada! Por que os garotos têm que ser tão idiotas, por que nunca percebem que é terrível quando ficamos nesse meio termo, só no “se gostando”?

“Relaxa, Sarah. Você prometeu a si mesma que deixaria rolar dessa vez. Para de se preocupar”, sua consciência lhe gritou, quando ela percebeu que não aguentaria outro desses momentos de silêncio, que ocasionalmente apareciam, nos quais – ela sabia – a atenção dele se voltava para seus lábios marcados de batom cor de boca. Fala sério, já fazia dias que eles estavam nessa paquera, nenhum dos dois querendo ceder aparentemente. Eles nem mesmo haviam se beijado ainda! Nem um selinho.

Para sua surpresa, porém, e para aumentar suas esperanças, Simon moveu sua mão até a dela, ainda apoiada no degrau da escada. Seus olhos se cruzaram – mais uma vez –, mas a confusão e a dúvida da garota não estavam no rapaz, que a olhava decidido, como ela muitas vezes já olhara para outros rapazes. Ele tinha total certeza do que fazia enquanto entrelaçava sua mão na dela, somente por alguns segundos, para depois soltá-la, estudar todos os detalhes de seu rosto amorenado, lançar um olhar sedutor e ir embora.

Sarah mexeu os dedos, encontrando em sua mão um pedacinho de papel, rasgado de uma folha de caderno qualquer, onde se lia somente:

Namora comigo?

Simon podia ser tão namoradeiro quanto Sarah, mas se tinha algo que ele havia aprendido era a como deixar uma garota feliz. Nisso, ele havia aprendido a ser bastante romântico. O rosto de Sarah se iluminou e ela se virou para onde Analu e Michele estavam. As duas se aproximavam, enquanto a loura jogou uma mecha do cabelo para trás e entregou um dólar à de cabelos negros. Elas haviam apostado pela união dos dois e, aparentemente, Analu ganhara.

Sarah mostrou o papel às duas, cobrindo a boca para não gritar. Olhou em volta. Não havia ninguém por perto, fora alguns alunos na cantina, do outro lado da escada e outros saindo de uma das salas no andar superior. Ela viu que as garotas já haviam lido o bilhete e em seus rostos surgiam sorrisos. Em uma sincronia repentina, as três deram-se as mãos e riram, Sarah tentando jogar para fora a felicidade que não a deixaria se concentrar na aula. Logo depois, Sarah soltou as mãos das duas quando viu a hora no relógio de parede, na parede de frente para ela. 6:15. Já estava atrasada. Abraçou-as mais uma vez, pôs a enorme bolsa cor-de-rosa debaixo do braço e correu escada acima, onde o namorado a esperava na porta. Analu e Michele foram para a frente da escada, onde puderam ter uma bela vista de quando Simon abraçou Sarah e a beijou.

***

Mesmo agora passando mais tempo com Simon, Sarah fazia questão de passar bastante tempo com Analu entre as aulas. Agora Michele sempre ficava com elas. Mal fazia uma semana que se conheciam, mas parecia ser bem mais tempo que isso. Na segunda-feira, o dia começou como qualquer outro para Analu: Ela foi para o colégio, foi com Sarah para a Dance-I e entrou na sala, onde o professor Taylor já ia começar a aula, o que o fez olhar acusador na direção dela. Apesar da merecida fama de durão, todos adoravam sua aula. Dean Taylor não era muito velho, deveria ter uns trinta anos, talvez trinta e dois, possuía cabelos cacheados um pouco crescidos e barba rala. Era meio gordinho e não era mais alto que metade da turma, o que lhe conferia um aspecto, no mínimo, engraçado. As garotas o achavam simpático e era um dos poucos professores de quem os garotos não faziam piadinhas.

Novamente, Analu fez par com o tal Daniel Banks. A aula de hoje era bolero e, mesmo não tendo feito aula com ele na primeira semana, os dois estavam perfeitamente sincronizados. Ela não podia deixar de fixar o olhar nos olhos azuis do rapaz e sempre enrubescia, o que era bem notável devido a sua pele clara, quando ele também olhava em sua direção.

Analu, apesar de ainda um pouco envergonhada, já começava a se acostumar com a presença de Daniel e em encontrar seu olhar, pois eles já haviam conversado nos dias anteriores e se conhecido um pouco. Ele contou que, quatro anos antes fez a prova para entrar na Olimpus High School, a atual escola de Analu e Sarah, mas não passou. Isso lhes rendeu uma tarde de conversa, na sexta-feira.

Agora, após cerca de vinte minutos de aula, o professor finalmente os liberou para um intervalo. Todos correram para fora da sala, com a promessa de voltar dentro de cinco minutos para o final da aula, a maioria em direção ao banheiro ou aos bebedouros. Analu, porém, saiu ao lado de Daniel, que a conduzia até perto de uma janela, num corredor que estava vazio, andando abraçado à garota. Os raios de sol de quatro horas da tarde entravam pela janela, iluminando o corredor.

Os dois se sentaram num dos bancos, de costas para a janela e, mais uma vez, ela se viu perdida no olhar dele, que agora também a encarava. Ele ainda segurava sua mão e, aos poucos, começou a aproximar seu rosto do dela. Ambos já haviam sincronizado os pensamentos e sabiam o que viria em seguida. Analu fechou os olhos...

Mas nada aconteceu, pois nesse momento, a voz grave e alta do sr. Taylor se fez ouvir, próxima à sala. Daniel também olhava para o professor quando Analu voltou-se para ele, com um olhar meio decepcionado. Ele deu de ombros, com um meio sorriso e, ainda segurando sua mão, começou a correr de volta para a sala.

***

Michele esforçava-se ao máximo para manter o sorriso no rosto, tentando deixá-lo natural, enquanto conversava com Sarah sobre Simon. Esta o enchia de elogios, que eram confirmados pela outra. Finalmente, Analu chegou da aula, ainda com a cabeça nos acontecimentos do dia. Para a decepção de Michele, que tinha esperanças de que a conversa mudasse para um assunto que não o namoro dos amigos, foi exatamente nesse rumo que continuaram.

Analu não falou para as outras sobre Daniel, ele era algo particular dela, que não tinha a intervenção de Sarah. E, por não tirá-lo da cabeça, o romance da prima parecia-lhe bastante romântico, algo que merecia ser comentado, de modo que as três continuaram a falar animadas sobre Simon. Michele, felizmente, não deixou transparecer o verdadeiro humor.

A verdade é que a loura não estava radiante como aparentava por fora. Pelo contrário, ela sentia uma inveja mortal da nova amiga. Não era culpa de Sarah, é lógico, mas Michele não parava de pensar que poderia estar em seu lugar... Afinal, seu primeiro beijo, no ano anterior, havia sido com ele. Ela sabia que ele era somente “garoto de ficar”, mas aquele jeito charmoso dele... Não resistiu! Haviam terminado tão de repente que Michele havia prometido para si mesma que ainda conseguiria beijá-lo de novo, mas agora ela via as chances de isso acontecer irem embora.

O que afinal faltava nela? O que havia nessa Sarah de tão especial? Provavelmente era o fato de ela ser magra e ter o busto bem avantajado. Também deveria contribuir o charme que ela exalava.

Droga, Michele! Será que pode parar de pensar nisso? Ela sabia que fazia isso para esquecer o ex-namorado, como já havia feito antes: ela conhecia um garoto que fosse decente e, ao menos, bonitinho e começava a pensar nele constantemente, induzindo uma paixãozinha. Era um jeito terrível de esquecer um rapaz, mas era o único que ela tinha e, no momento, ela estava se apaixonando por Simon Mitchell.


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