Conto De Fadas Moderno escrita por Letícia Matias


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Oii gente. Sei que demorei um pouquinho para postar o capítulo novo, mas, eu estive lotada de trabalhos da escolha para fazer. Mas, aqui está um capítulo novinho para vocês. Vocês vão se surpreender.
Espero que gostem!
Boa leitura!!


Trilha sonora: Everytime - Britney Spears. ( no final do capítulo).



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Surpreendi-me com o horário que acordei, ainda mais porque acordei sem sono. Olhei no relógio e vi que eram quatro e quinze da madrugada. Estava tudo silencioso. Virei a cabeça para o lado para ver se Noah estava dormindo, ele estava.

Eu estava com fome e ansiosa e não sabia o porquê eu estava ansiosa, não tinha um motivo. Sentei-me na cama jogando meus pés para fora dela e peguei o suéter preto de Noah e vesti. Ficava bem maior para mim. Fui até o bolso da calça dele e peguei o maço de cigarros, tirando um de lá.

Abri um pouco a porta da sacada e saí para o lado de fora. Estava nevando constantemente, mas a ventania tinha parado.

Acendi o cigarro e dei uma tragada leve. Fazia muito tempo que eu não fumava; desde que eu tinha terminado com Noah. Eu ás vezes costumava a acreditar que eu só fumava porque ele me deixava ansiosa demais, nervosa demais e porque ele fumava também. Mas de fato, fumar me acalmava.

A paisagem a minha frente era maravilhosa. Tinha uma luz no horizonte bem sutil, que estava escondida por entre os prédios. Parecia que todas as pessoas da Philadelphia estavam dormindo. O silêncio era tudo o que se podia ouvir.

Olhei para dentro do quarto e analisei Noah dormindo. Ele estava sem camisa e o edredom só estava cobrindo suas pernas. Tornei a encarar a paisagem a minha frente. Acho que Noah mudou mesmo. Eu torcia para que ele tivesse mudado de verdade dessa vez.

Terminei de tragar o cigarro e voltei para o quarto, fechando a porta de vidro com cuidado.

Fui para o banheiro escovar os dentes. Olhei meu reflexo no espelho e revirei os olhos e reprimi um sorriso ao ver outros dois chupões roxos e novinhos no meu pescoço. Filho da mãe.

Prendi meu cabelo num coque bagunçado e peguei a escova de dente, coloquei pasta e comecei a escovar os dentes.

Quando saí do banheiro, fui até o frigobar e peguei um cappuccino pequeno. Esse se bebia gelado. Eu estava com muita fome, então decidi beber mesmo não gostando muito de cappuccinos gelados.

Fui até o sofá pequeno em frente à TV e liguei-a baixinho. Fui mudando de canal, procurando algo interessante. Não havia nada de interessante na televisão. Decidi desligá-la e voltar para a cama e tentar dormir novamente. Não foi algo difícil.

***

Espreguicei-me debaixo do cobertor e ouvi o som da televisão. Sentei-me na cama ainda sonolenta e vi Noah sentado no sofá com um cobertor enrolado nas pernas, assistindo a uma partida de jogo americano.

Franzi o cenho. Quem diabos estava jogando no dia do Natal¿

Olhei para minhas pernas descobertas e lembrei-me que tinha pegado o suéter de Noah e colocado. Eu estava cheirando a ele. Levantei-me e andei cuidadosamente para não fazer barulho. Cheguei atrás do sofá e inclinei-me para dar uma mordida no pescoço dele. Noah se virou e sorriu.

– Bom dia. – ele disse me dando um beijo.

– Bom dia. – sorri.

– Belo suéter, mas digo uma coisa, você tem suas próprias roupas, então use-as.

Belisquei seu braço.

– As suas são mais confortáveis, o que posso dizer¿ - me virei para ir em direção ao banheiro, mas, Noah me puxou e me derrubou no sofá, em cima dela.

– Estava fumando hoje de manhã. – não era uma pergunta e sim uma afirmação. – Estava nervosa com alguma coisa¿ - ele perguntou.

Franzi o cenho.

– Não. Só... Me deu vontade. Eu estava sem sono.

– Ah. Sabe o que eu estava pensando¿ Podíamos sair hoje. Ir num cinema ou fazer qualquer outra coisa.

Assenti.

– Tudo bem. Vou tomar um banho e me trocar, aí nós vamos.

Levantei-me do sofá e fui em direção ao banheiro.

***

Eu queria relaxar então decidi tomar outro banho de banheira. Certifiquei-me de trancar a porta desta vez para que Noah não entrasse de cueca box com uma garrafa de champanhe estragando os planos de sair do hotel. Não demorei muito porque apesar da água quente, estava muito frio.

***

Vesti uma calça jeans, minha bota, um cachecol branco, um sobretudo cinza – graças a Deus por ter trago ele na mala pois ele era muito quente – e vesti minha touca de lã cinza.

Saí do banheiro e Noah disse:

– Por que você trancou a porta¿

– Para você não entrar e me impedir de tomar banho em paz.

Ele sorriu maliciosamente e apertou meu queixo.

– Ai! – eu disse empurrando ele. – Isso dói!

Ele riu e entrou no banheiro, fechando a porta.

Revirei os olhos. Quando ele ia crescer¿ Acho que nunca.

***

Por incrível que pareça, numa cidade grande daquela, nós não conseguimos pegar um táxi. Talvez podia ser a nevasca forte que estava caindo sobre nós. Parecia que o mundo Isa se acabar em gelo.

– Por que não voltamos para o hotel, Noah¿ - perguntei me encolhendo.

– Não, eu quero sair!

– Mas não tem táxi! Olha a nevasca que está caindo.

Noah revirou os olhos.

– Podíamos alugar um carro.

Franzi o cenho.

– Alugar carro aonde¿

– O hotel oferece carros para alugar por algumas horas.

Suspirei.

– Você quer tanto sair assim¿

– Sim, eu não viajei até aqui para ficar preso no quarto.

– Olha, não é uma má ideia com uma nevasca dessas.

Noah revirou os olhos.

– Vamos!

Entramos no hotel novamente e eu fiquei esperando sentada numa poltrona aconchegante e quentinha enquanto Noah falava com a moça loira da recepção.

Parecia que o destino não queria que saíssemos do quarto. E acredite, era melhor termos ficado lá.

***

Entramos no carro, morrendo de frio. Era um carro simples. Noah tinha alugado por três horas e meia.

– Vamos ao cinema! – ele exclamou.

Ri.

– Você nunca foi ao cinema¿

– Com você não.

Franzi o cenho e me dei conta de que era verdade.

– Que horror! – eu disse. – Nesse tempo todo você nunca me levou num cinema.

– Estou te levando hoje.

Sorri e lhe dei um beijo na bochecha.

Noah saiu dirigindo com cuidado por causa da neve. Eu confesso que estava com um pouco de receio, mas, nós fomos para o cinema.

Chegando lá, decidimos assistir um filme que estava dando o que falar e tinha sido indicado ao Oscar. Fui para a fila da pipoca e Noah pegou os ingressos indo me encontrar depois. Entramos na sala do cinema e as luzes foram se apagando lentamente enquanto pegávamos nossos lugares no fundo da sala.

***

O filme era muito bom. Falava de soldados que foram para a segunda guerra mundial. Não era o tipo de filme que me agradava, mas, no final acabei achando muito bom. Noah sequer piscava. Era o tipo de filme que ele gostava.

Quando saímos da sala do cinema, passei os braços pela cintura de Noah para tentar espantar o frio. Quando chegamos do lado de fora do cinema, vimos uma imensidão branca a nossa frente.

– Uau! – eu disse.

– Eu juro que eu queria morar num país tropical agora! – Noah disse. – Puta que pariu, que frio!

Um casal passou e olhou para Noah com um olhar espantado quando ele exclamou o palavrão.

– Noah! – bati no ombro dele de leve.

Ele sempre fazia com que eu passasse vergonha, era incrível!

– Vamos logo! – eu disse e comecei a andar na frente dele.

O carro estava do outro lado da rua.

Noah apertou o botão na chave do carro para destrancar a porta e eu entrei fechando a porta rapidamente. As janelas estavam cobertas de neve.

Franzi o cenho ao perceber que ele estava demorando muito para entrar no carro. Antes que eu pudesse abrir a porta para ver onde ele estava, vi um braço se mover para cima e para baixo sob a janela do carro. Lá estava ele tirando a neve da janela.

Eu estava morrendo de frio!

– Entra logo! – exclamei.

Ele sorriu e abriu a porta do carro e entrando rapidamente.

– Ai que frio! Eu não estou sentindo meus dedos. – eu disse rindo.

Ele pegou minhas mãos rindo e assoprou-as. Depois eu esfreguei-as uma nas outras.

– Vamos nessa. – ele disse ligando o carro.

***

As ruas não estavam cheias, muito pelo ao contrário. Não se via uma alma viva na rua. A nevasca estava extremamente forte e eu duvidava muito que conseguiríamos ir embora no dia seguinte. Os trens não deviam estar funcionando.

Alguns quarteirões depois, o semáforo se fechou. Eu quase disse para Noah ultrapassar, mas, me contive, já que tinha um radar logo do lado do semáforo.

Olhei para ele e disse:

– Eu estou com tanto frio! A culpa é sua por ter inventado de ir no cinema.

Ele riu.

– Minha culpa¿ A culpa não é minha de estar caindo neve de todos os lugares possíveis da Terra sobre nós!

Senti um calafrio percorrer minha espinha e meu corpo tremeu um pouco. Esfreguei minhas mãos uma nas outras e Noah sorriu.

– Eu te esquento melhor que as roupas.

Sorri e soltei o cinto de segurança. Curvei-me em direção a ele e passei a mão por sua nuca puxando sua boca para a minha. E foi aí que tudo aconteceu muito rápido.

Antes que ao menos eu pudesse sentir seus lábios nos meus, um estrondo ensurdecedor invadiu meus ouvidos e uma força enorme e inumana atingiu meu corpo. Tudo pareceu ocorrer rápido demais, mas aos meus olhos, tudo estava muito lento. Eu fui arremessada para frente, atravessando a janela do carro enquanto milhares de pedacinhos de vidro caiam sobre mim junto com a neve gelada. Eu não tive tempo de sentir nada ou de ver alguma coisa a não ser a neve escorregadia e cortante antes de tudo ficar escuro.


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