Acordei de madrugada com Noah encostado na parede, olhando para a janela e fumando. Ele estava sem camisa, com sua calça jeans e com o cabelo bagunçado. Ainda estava chovendo e o céu estava escuro.

Olhei para o relógio que estava no criado mudo ao meu lado, eram três da manhã e eu não sabia o motivo do Noah estar acordado.

Apoiei-me nos cotovelos e disse:

– Por que está acordado uma hora dessas¿ - perguntei.

Ele olhou para mim acabando com o seu cigarro. Não disse nada e tirou o maço de cigarros do bolso tirando de lá outro cigarro. Pegou o isqueiro e ascendeu o cigarro dando uma tragada leve. Veio até a cama e sentou-se de frente para mim.

Eu estava preocupada com ele. Eu passava tanto por isso. Eu sempre estava preocupada com Noah. Ele era uma pessoa difícil de lidar. Era incrivelmente doce quando queria, mas podia ser muito rude também.

– Você está bem Noah¿

Ele tombou a cabeça para trás e soltou anéis de fumaça com a boca. Olhou para mim e sorriu.

– Estou sim.

Sorri murchamente. Ele parecia tão perturbado.

– Tem certeza¿

Ele sorriu e chegou mais perto de mim. Olhou-me nos olhos e passou a mão por meus cabelos soltos, passou o polegar suavemente por minhas bochechas e por minha boca.

– Estou bem. Só estava com uma ideia na cabeça.

– Que ideia¿ - perguntei pegando o cigarro de sua mão e colocando na boca, dando uma tragada leve.

Ele estreitou os olhos e sorriu.

– Gosto de ver você fumar. – ele disse.

Colei minha testa na sua. Ele fechou os olhos e eu também. Soprei a fumaça em sua boca e lhe dei um beijo perto da boca.

– Que ideia você estava na cabeça¿ - sussurrei.

– Quero sair com você amanhã.

Abri os olhos e vi que ele estava me olhando.

Eu estava surpresa.

Sorri.

– Ir para onde¿

– Vou te fazer uma surpresa. – Noah disse e contornou minha boca com o polegar de novo olhando para ela e depois para os meus olhos.

Sorri tímida e baixei a cabeça.

– Sabe que eu te amo, não sabe¿ - ele sussurrou.

– Sei. – respondi.

Ele puxou levemente meu queixo para cima para eu olhá-lo.

– Desculpe-me por magoar você sempre. Eu sei que ás vezes erro, mas não faço por querer. Eu te amo muito. – ele disse e puxou minha boca para a dele antes que eu pudesse dizer alguma coisa.

Seu hálito era de cigarro misturado com cerveja. Ele estava cheirando a perfume, cigarro e cerveja.

Passei a mão por seus cabelos.

– Você está suando Noah. Tem certeza de que está bem¿

Ele pareceu não me ouvir, só estava me olhando profundamente nos olhos.

Ah Jesus, só espero que ele não tenha se drogado naquela festa... – pensei.

Apoiei meu queixo em meus joelhos e fiquei sustentando seu olhar. Depois de um tempo me olhando ele disse:

– Deita comigo.

Ele se deitou e puxou-me para perto dele. Ficamos nariz com nariz, olhando nos olhos um do outro.

Eu sabia...

Meus olhos se encheram de lágrimas.

Ele ficou acariciando meu rosto até que minutos depois fechou os olhos voltando a dormir.

Suspirei e olhei para a janela onde pingos e mais pingos de chuva escorriam. Ele tinha prometido que ia parar de usar aquelas coisas. Era por isso que eu não gostava que ele fosse a festas.

Ele era tão doce, tão maravilhoso... Mas ao mesmo tempo era irresponsável e bruto.

Eu tinha milhões de motivos para deixá-lo, mas, eu não conseguia.