Fogo escrita por Juru


Capítulo 12
Me liga assim que estiver pronta


Notas iniciais do capítulo

Me liga assim que estiver pronta



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POV Alice

Capitulo 11 – Me liga assim que estiver pronta.

Salvar uma vida é a coisa mais emocionante que alguém pode fazer, todo mundo deveria ter a chance pelo menos uma vez.

Cheguei ao hospital com Jasper, ele insistiu em visitar a Luisa comigo.

- Ola – Sorri colocando a cabeça dentro do quarto que ela estava com a bebê.

Ainda não sabia qual seria a decisão dela quanto ao bebê, pelo que tinha dito dentro do elevador ela não tinha intenção em ficar com ela, mas talvez tenha sido a dor e o medo falando, afinal de contas ela estava amamentando o pequeno bebê e não faria isso se não tivesse a intenção de cuidar dela.

- Alice – Ela sorriu tirando os olhos da filha e olhando para nos dois – Ola, Jasper.

Ele sorriu e parou ao lado de sua cama, olhando para a menina nos seus braços.

- Como você esta se sentindo? – Perguntou olhando para ela ainda sorrindo.

- Bem – Ela respondeu depois de um breve suspiro – Você quer segura-la?

- Claro – Ele sorriu ainda mais esticando os braços para pegar o pequeno embrulho.

Luisa ficou olhando Jasper embalar sua filha enquanto resmungava uma suave melodia, de repente o seu rosto mudou e ela perecia ter trinta anos a mais do que realmente tinha.

- Qual é o problema? – Perguntei me aproximando dela e segurando levemente sua mão.

Respirou fundo, novamente, e tirou os olhos da filha. Quando finalmente me olhou seus olhos estavam marejados.

- Eu não posso ficar com ela – Respondeu quase como uma suplica.

- Vai ficar tudo bem – Afirmei procurando pelo olhar do Jasper para que ele pudesse me ajudar com isso.

- Não tem como ficar bem – Ela negou com a cabeça e as lagrimas rolaram por sua face – Eu não tenho nem onde morar.

Jasper colocou a menina no berço ao lado da cama da mãe e se aproximou para me ajudar a confortar Luisa.

- E os seus pais? – Ele perguntou sério.

- Eles me enxotaram de casa assim que souberam que estava grávida – Ela chorava tanto que seus ombros tremiam com os soluços.

- O pai do bebê? – Perguntei tentando soar o mais simpática possível.

- Não sei onde ele se meteu, assim que contei sobre a gravidez, ele desapareceu sem deixar rastros – Respondeu sem parar de chorar um segundo – Eu tinha um plano, e era um bom plano, teria o bebê e na maternidade mesmo entregaria para a adoção, mas tudo aconteceu e ela nasceu de forma tão inesperada, jogando meu plano pela janela.

- Talvez seja um sinal que você deva ficar com ela – Tentei argumentar.

- Talvez – Disse virando a cabeça para olhar a filha no berço – Mas o que vou fazer?

- Eu vou te ajudar – Disse sem pensar, no instante que as palavras saíram da minha boca percebi que não sabia como poderia ajudá-la.

- Você vai? – Perguntou me olhando cheia de esperança.

- Claro que sim – Sorri para confirmar e ela seguiu – Por enquanto vocês duas podem ir la pra casa, e depois pensamos em alguma coisa.

- Obrigada, Alice – Ela voltou a chorar e me abraçou – Você é um anjo.

Olhei para Jasper, enquanto Luisa ainda me abraçava, ele estava parado atrás do berço da bebê e sorria balançando a cabeça em concordância.

- E o nome? – Ele perguntou quando Luisa me soltou.

- Ela ainda não tem nome – Ela disse me olhando andar em direção ao Jasper, que tinha pegado a bebê no colo novamente – Alguma sugestão?

Jasper me olhou, também sem saber da resposta.

- Tem que ser algum nome forte – Disse olhando para a pequena menina no colo do Jasper.

- E de personalidade – Ele completou também a olhando.

- Christina – Ela falou sorrindo.

- Eu gosto – Concordei a olhando.

- Eu também – Jasper também sorriu e voltou a embalar a pequena Christina – Ola, Christina.

Depois de nos despedirmos das duas para que pudessem descansar, Jasper ofereceu para me levar para casa.

- Você vai mesmo levá-la para sua casa? – Ele perguntou quando andávamos para a saída.

- Ela precisa de algum lugar para ficar, ate que possa pensar em alguma solução para o problema – Joguei os ombros como se não tivesse importância – Alem do mais, minha casa é bem grande, as duas ficarão confortáveis lá.

- Acho muito nobre da sua parte – Ele sorriu abrindo a porta do hospital como um perfeito cavalheiro.

- Obrigada – Respondi passando pela porta.

O caminho ate minha casa foi silencioso, mas confortável. Nenhum de nos estava com vontade de falar.

- Obrigada pela carona – Virei para olhá-lo quando atingi a entrada da casa.

Sem resisti dei um passo para frente, e ficando na ponta dos pés depositei meus lábios nos dele. Jasper tinha se tornado uma força como a gravidade, era difícil resistir ainda mais quando ele me olha fundo e sinceramente nos olhos.

Logo suas mãos foram para a minha cintura, me levantando do chão para que ficasse da mesma altura que ele. Ficar tão próxima e contra o seu corpo firme e torneado estava deixando esse beijo ainda mais quente e intimo. Lacei meus dedos nos cabelos da sua nuca para trazê-lo ainda mais perto. Estamos em um mundo só nosso, onde nenhum dos problemas importa.

Droga. Afastei-me do Jasper, voltando a ficar nos meus próprios pés, e fazendo ele me olhar confuso.

- Desculpa – Pedi quase implorando – Mas tenho uma audiência em uma hora, então já estou atrasada.

- Tudo bem – Ele sorriu e abaixou depositando um beijo rápido nos meus lábios – Posso levá-la para jantar essa noite?

Sorri incapaz de conter a euforia que cresceu dentro de mim.

- Pode.

- Te pego as oito – Sorriu também e me beijou mais uma vez antes de se afastar.

Entrei em casa e tomei um banho rápido, em cinco minutos já estava na rua novamente para ir ate o tribunal.

James estava parado do lado de fora da sala de audiências e como sempre sorria presunçoso.

- O que esta fazendo aqui? – Perguntei para ele, enquanto procurava pelo senhor Thymot.

- Eu que deveria te perguntar isso – Disse sem parar de sorrir. Não consigo entender como fui capaz de namorar esse escroto – Afinal de contas o senhor Mosela, me passou o caso Thymot.

Não acredito.

- Ele não pode fazer isso – Disse já sentindo minha pressão arterial subir – Estou trabalhando nesse caso há dois meses e já tenho tudo pronto.

- Sim ele pode – James disse parando bem perto do meu rosto – Queria te agradecer, vou ganhar esse processo e não tive que trabalhar nada nele.

- Você é um cretino, James – Xinguei apontando um dedo para o seu rosto.

- Você sabe que me ama – Sorriu e se aproximou mais me forçando a dar um passo para trás.

- Vai para merda – Dei as costas para ele, saindo do prédio.

De repente um dia que tinha começado tão bem, tinha se transformado em uma tragédia grega sem previsão para um final feliz. Sentei nas escadarias do prédio, concentrando em minhas respirações para tentar organizar os pensamentos.

- Alice? – Uma voz perguntou atrás de mim.

Virei para olhar quem tinha falando e dei de cara com um velho amigo.

- Nahuel – Sorri ficando de pé e o abraçando – Quanto tempo.

- Desde faculdade – Ele sorriu concordando comigo – Como esta a melhor advogada desse país.

- Vai indo – Respondi soando nada convincente.

Ele estranhou e olhou o relógio de pulso.

- Você tem tempo para um café? – Perguntou voltando a sorrir.

- É o seu dia de sorte, estou cheia de tempo.

Andamos ate um café que ficava na próxima esquina e depois de pedir cafés no balcão sentamos em uma mesa perto da janela.

- E então meu amigo, como esta a vida? – Perguntei quando já estávamos acomodados.

- Corrida – Ele respondeu com um sorriso – Meu pai decidiu se aposentar depois de um enfarte e uma dupla de pontes de safena, então assumi o escritório.

- Uau isso é ótimo. Não a parte do seu pai, claro.

- Ele esta melhor que estava antes – Ele disse jogando a mão – Agora passa os seus dias jogando cartas no clube e tentando conquistar mulheres que tem um terço da sua idade.

Sorri concordando com ele.

- Mas e você? – Perguntou mudando de assunto – Da ultima vez que ouvi era a advogada mais jovem a se tornar uma senhor na Mosela-Waters.

- Ainda estou la – Pelo espero que ainda tenha um emprego – Mas as coisas se complicaram um pouco nos últimos tempos.

- Me atualize.

Depois de um suspiro longo comecei a contar a tragédia que minha vida tinha se transformado. Claro que Nahuel riu horrores quando contei do dia que fui carregada nos ombros pelo Jasper.

- E sim eu notei que estou interessada no cara que transformou minha vida em um caos – Disse assim que terminei de contar toda historia – Você não acha ironia uma coisa divertida?

- Nossa Alice, uma coisa não pode negar – Ele disse ainda rindo da minha trágica vida – As coisas são sempre interessantes quanto você esta por perto.

- Mas agora não sei como posso limpar minha imagem na Mosela-Waters.

- Talvez você não precise – Ele disse ficando mais serio e me olhando nos olhos – Poderia contar com a advogada mais brilhante que já conheci para me ajudar no escritório.

- Você esta me oferecendo um emprego, Nahuel?

- Não, estou te oferecendo sociedade – Respondeu sem pensar.

- Eu já tenho um emprego.

- Você acha mesmo que ainda pode conseguir a sociedade na Mosela-Waters, porque pelo que me parece o senhor Mosela esta mais inclinado a dá-la ao James – Disse fazendo uma carreta ao dizer o nome do James.

Nahuel tinha sido um grande partidário da campanha Alice termina com James. Só perdia para Bella.

- Ele passou todos os meus grandes casos para o James – Confessei encarando minha xícara.

- Estou ciente que nosso escritório não se compara a Mosela-Waters, mas estamos em grande expansão, e se pudermos contar com você no time chegaremos ainda mais longe.

- Eu trabalhei tanto nos últimos anos por essa promoção.

- Talvez não fosse para ser.

- Teria que começar tudo de novo.

- Com uma diferença – Ele disse levantando o dedo indicador na frente do rosto – Dessa vez estará investindo no próprio futuro e não em uma possibilidade.

- Não sei – Disse colocando o rosto nas mãos – Preciso pensar.

- Tudo bem – Ele sorriu e bebeu o resto do café – Me liga assim que estiver pronta para assumir sua sala.

Ele me beijou no rosto, colocou seu cartão pessoal na mesa perto do meu braço e saiu para rua.

Depois do café com Nahuel e sua proposta inesperada, fui para o escritório tentar entender o que tinha acontecido.

- Ola, Alice – Cintia sorriu assim que me viu, seguindo ate minha sala passando os recados do dia.

- Antes de tudo, Cintia, preciso ligue para o senhor Mosela e veja se ele pode me atender – Falei colocando minhas coisas em cima da mesa.

- Quando? – Ela perguntou anotando na agenda.

- O mais rápido possível.

- É sobre o caso Thymot? – Ela perguntou em tom cauteloso.

- Entre outras coisas – Respondi com um suspiro – Agora vá, ligue para ele e me diga logo em seguida.

- Precisa de alguma coisa antes?

- Não, só dessa ligação.

- É para já.

- Obrigada, Cintia – Agradecia antes que ela fechasse a porta atrás de si.

Olhei para minha mesa sem saber quais dos meus casos ainda eram meus, já que aparentemente sua a ultima a saber quando o patrão decide bagunçar com tudo.

- Alice – Cintia me chamou entrando na sala com um café – Ele estará disponível em uma hora, por dez minutos.

- É mais o que preciso – Sorri para ela e peguei o café que me ofereceu.

- Alice – Ela chamou mais uma vez e parecia incerta do que deveria dizer.

- Sim.

- Só queria que soubesse que sou leal a você, serei sua secretaria enquanto me achar competente para o cargo – Ela sorriu sincera e não consegui evitar fazer o mesmo.

- Obrigada, Cintia – Agradecia ainda sorrindo – É bom saber que posso contar com você.

Ela confirmou com a cabeça antes de sair da sala.

Agora tudo que tenho a fazer é conversar com o chefe e colocar minha situação dentro dessa empresa em panos limpos. Cansei de esperar que o todo poderoso decida quando e qual brinquedo quer se divertir. Se perceber que não tenho chances de conseguir a sociedade tão cedo, a primeira coisa que farei é pedir demissão e ligar para o Nahuel.


Alice: Esta acabando.

Jasper: Só mais três para o fim.

Alice: Nossa historia é linda.

Jasper: Você é linda.

Alice: Você esta muito romântico ultimamente.

Jasper: Você esta reclamando ou só fazendo uma observação?

Alice: Só uma observação. Adoro quando esta todo romântico.

Jasper: Fui inspirado pelo nosso beijo.

Alice: Nosso primeiro beijo de verdade.

Jasper: De verdade por quê? Porque ficou se agarrando em mim?

Alice: Convencido.

Jasper: Consciente.

Alice: Convencido.

Jasper: Consciente, e todo mundo vai concordar comigo quando ler o próximo.

Alice: Eu não gosto do penúltimo capitulo.

Jasper: Porque não?

Alice: Eu fiquei muito assustada e com medo por você.

Jasper: Eu estou bem.

Alice: Agora.

Jasper: Isso que importa.

Alice: Tem razão. Então conte, porque estou ansiosa pela reação de todos ao nosso jantar.

Jasper: Adoro lembrar desse jantar.

Alice: Você não toma jeito, Jasper.

Jasper: Confessa, é assim que você gosta de mim.

Alice: Culpada.

Jasper: Então vamos ao jantar.


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Notas finais do capítulo

N/A: Ola amorecos

Esta acabando, snif snif snif. Só mais três capítulos para terminar. Alguém vai sentir saudades? Espero que todo mundo.

Sem a betagem da Bruna (Bruh) Cullen, porque não tive tempo de passar para ela, mas obrigada sempre linda.

Beijos e ate a próxima leitura.