As Quatro Estações da Minha Vida... escrita por Elaine


Capítulo 10
Capitulo 09: Sonhos reconfortantes...?!


Notas iniciais do capítulo

oi tudo bem

Er... então, este é o ultimo capitulo do ano, acabou, agora só ano que vem, porque, né, eu vo viajar e é isso ai

Boa leitura ^.^



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Era exatamente três horas da manhã, fazia quase quatro horas que o medico tinha atendido ela, Natsu estava do lado de fora do quarto, apreensivo era bem o que ele estava naquele momento, Lucy teve uma crise respiratória, foi horrível pra ele, era a segunda vez que ele presenciava alguém sem conseguir respirar e ele não podia fazer nada, sem poder ajudar ou aliviar a dor dela, o sentimento de impotência era tanto que o deixava irritado consigo mesmo.

Ele parou de pensar em qualquer coisa quando a porta do quando foi aberta. Um homem de meia idade com um jaleco branco passou pela porta e a fechou logo em seguida atrás de si, Erza se levantou e correu ate o medico, com um pouco de lerdeza, o rosado também se levantou.

— Então, como ela esta? — perguntou a ruiva com pressa e preocupação.

O medico balançou a cabeça negativamente, deu um suspiro casado e um olhar pesado.

— O estagio dela avançou bastante desde a ultima vez que ela este aqui — a voz temerosa do medico só preocupava mais ainda o rosado — Considerando que já faz algum tempo que ela este aqui, receio que ela vai ter que vir me ver todo mês, sem faltas — concluiu.

— Mas ela vai...? — não terminou a frase, mas nem precisava, tanto Natsu quanto o homem entenderam do que se tratava.

— Bem, creio que, a partir de agora, o caso dela só piorar — esclareceu e um arrepio subiu pelas costas dele — A proposito, com a doença dela, ela não deveria fazer esforço, eu analisei e o resultado era que ela fez muitas coisas, mas quando eu perguntei, ela disse que não fez nada, diga-me a verdade, ela realmente não fez? — perguntou com serialidade.

Natsu desviou o olhar, ele estava se sentindo tão culpado, arrependido, com remorso, era culpa dele, desde que ele a conheceu, ela vinha fazendo tantas coisas, coisas que provavelmente ela nem poderia sonhar em fazer, tudo era culpa dele, ela estava sofrendo por sua causa.

O medico não perguntou mais nada, só de ver o olhar do garoto ele já teve a sua resposta, o medico levou a mão até os fios negros os bagunçando e deu um longo suspiro.

— Ei, garoto — chamou o menino — Você, por um acaso, é o Natsu? —perguntou e o rosado assentiu — Lucy pediu pra você entrar — avisou e saiu.

Erza deu uma breve olhada no menino e com um suspiro, saiu atras do medico, ela tinha certeza que o menino estava se sentindo culpado, mas ela não tinha o direito de dizer nada à ele, era preciso que Lucy diga a ele para que possa compreender.

Natsu com hesitação, abriu a porta, Lucy estava sentada na cama com os olhos fechados, algumas maquinas estavam ligadas à ela por meio de fios, um canulo estava nas suas narinas, a ajudando a respirar, antes que ela o visse, o rosado forçou um sorriso e desfez a expressão incomum. A loira, quando ouviu o som da porta se fechando, abriu os olhos e sorriu culpadamente pra ele.

— Eai, como se sente? — perguntou com a notável preocupação.

— Bem, considerando a minha crise — respondeu com tom de brincadeira e Natsu trincou os dentes, começando a se irritar — O medico disse que contando que eu não me esforce muito, estará tudo bem... por enquanto — sussurrou a ultima parte, quase como se não quisesse que ele escultasse.

Natsu se aproximou de uma cadeira ao lado da cama e se sentou, olhou fundo os olhos dela e suspirou.

— Lucy... por que... por que não me contou que estava doente?

A garota se remexeu na cama, desconfortável.

— Isso é porque eu não queria que você me olhasse com pena — confessou com pesar e Natsu se irritou um pouco.

— Não te olhar com outros olhos?! E quanto a sua saúde? — perguntou elevando um pouco mais a voz assustando um pouco ela — Você planejava me esconder até quando isso, hein? Sabia que você podia ter morrido se a Erza não estivesse com a gente naquela hora — disse irritado e depois escondeu o rosto com as mãos.

Lucy se surpreendeu, os olhos de estavam um pouco marejados, ela esticou os dedos finos para toca-lo, porem recuou, ela não se achava no direito de argumentar, sabia que estava errada, sabia que o que ele dizia era verdade.

— Eu sei, me desculpa, de verdade, me desculpa.

Natsu levantou o rosto e tirou as mãos, era notável o caminho das lagrimas, dessa vez, ela não conseguiu se conter, levou os dedos ate as marcas e limpo o que restava das lagrimas, quando ia retirar a mão, o rosado a segurou e puxou pra frente, lhe abraçando.

— Eu fiquei com medo, Lucy, fiquei com muito medo mesmo de te perder, por favor, nunca mais esconda nada de mim, eu não quero te perder, não você, não agora, eu sou egoísta e não suporto nem a ideia de você sumir da minha vida agora, por favor, por favor, por favor, não me assuste assim mais — implorou.

Lucy sentiu os olhos se encherem e antes de chorar, ela afundou o rosto no ombro do garoto e correspondeu ao abraço.

Um silencio acolhedor e calmo se formou no quarto, o contato do abraço foi quebrado por ela, que o afastou, Natsu mirou o rosto da loira, vendo um tipo se tristeza e magoa no seu olhar, isso o deixou temeroso, muito temeroso.

— Ei, Natsu — chamou, a voz arrastada e chorosa deixava-o apreensivo, de algum modo estranho, o deixando aflito — Você me perdoaria se eu... morresse?

A voz dela quase morreu antes da ultima palavra, mas ela terminou e o assustou de modo que ele ficou apavorado, ele odiava, acima de tudo, quando se tratava de morte, ele só tinha Lucy agora, não tinha mais ninguém, todos que amava e o amavam sumiram, morreram, desapareceram, e era o mesmo com ela, mesmo que o pai estivesse vivo, não era como se realmente fossem uma família, ela só tinha Natsu e ele só tinha Lucy.

Ele se levantou rapidamente da cadeira e correu até o seu leito, se abaixou diante dela e pegou a sua mão, apertando com as suas contra o peito.

— O que esta dizendo, Luce? — perguntou nervoso e juntou as sobrancelhas — Você não vai morrer! Não vou deixar que morra — exclamou de forma impulsiva e sorrindo nervosamente.

Lucy olhou ele e puxou a mão, levou os dedos finos até o cânula e retirou, para que pudesse falar direito, fechou os olhos e quando os abriu, seus olhos mostravam uma grande ternura e sorriu de forma estranha e abatida, como um pedido de desculpa.

— Natsu, eu estou doente — fez uma pausa e respirou fundo, tentando reunir forças pra continuar — Meus pulmões estão doentes e não há maneira de melhora-los, uma hora ou outra eles vão se cansar e pararão... pra sempre — disse num suspiro profundo e olhou novamente pra janela, observando as estrelas brilhantes — Não é você que vai ser capaz de cura-los, mesmo que eu quera que isso pare, mesmo que você deseje que isso pare, não há o que fazer, só esperar e ver no que isso vai dar.

Natsu tentou formular um contesto, mas nada lhe ocorria, ele deu uma breve olhada nas maquinas e seguiu o olhar pelos fios conectados nela, tudo aquilo que a estava mantendo viva, que a estava mantendo sua consciência com ele naquele momento. Ele desviou olhar dos fios e tentou mirar os olhos chocolates, mas quando olhou, ela já os tinha fechado.

Ele se desesperou e puxou o braço dela, checando o pulso, ele suspirou aliviado quando sentiu a pulsação constante embaixo dos seus dedos, mas não ficou de todo aliviado, ela não estava bem, e não ficaria de novo, dali em diante ela só pioraria.

Natsu deu mais uma espiada no rosto dela, ela estava dormindo serenamente, sem dor alguma, imersa no seu sonho, ele tinha certeza que ela não o ouvia e que se continuasse desse jeito, ela deixaria de ouvi-lo.

Ele flexionou os joelhos, os dobrando, apoiou os cotovelos sobre a cama e juntou as mãos, ele fechou os olhos e encostou as mãos na boca.

Natsu não rezava, ele não gostava de rezar por qualquer coisa, ele, na vida toda, só tinha rezado uma vez, quando seu avô estava preste a morrer, ele rezou e fez seu primeiro e único pedido egoísta até.aquele dia, ele tinha pedido, rezado desesperadamente para que ele melhorasse, que não morresse, que não o deixasse sozinho, mas não funcionou, seu desejo egoísta não tinha sido atendido, mas ele se conformou com isso.

Naquela noite, na beira da cama de Lucy, ele rezou pela segunda vez.

"Deus, sei que o senhor poderá ouvir minhas preces, então, peço, imploro que envie seu anjo protetor pra ela, não a deixe morrer, eu só tenho a ela e ela só tem a mim, não quero ficar sozinho de novo, por favor, Deus, se pode me ouvir, mesmo que seja egoismo meu, por favor, não a tire de mim agora."

Quando abriu os olhos, contemplou algo lindo e magnifico, as asas brancas e cintilantes se estendiam e fechava, um anjo estava sobre eles, ele observou o rosto do anjo, uma mulher, celos alaranjados e era linda, seu rosto coberto por um véu, deixava apenas seus lábios rosados a mostra, lábios que lhe oferecia um belo sorriso.

O anjo o olhou e sorriu docemente, ela esticou as asas e cobriu Lucy e ele num abraço de plumas macias e gentis, com todo o cuidado do mundo, ela se debruçou sobre a cama da loira adormecida e beijou a testa dela, o anjo ruivo recolheu suas asas magnificas e deu a volta na cama, beijando a testa dele com tamanha ternura.

Ela caminhou até a janela e se apoiou nela, Natsu que até então estava entorpecido com tamanha graciosidade e formosura, quando o anjo ruivo estava pronto para tomar voou e desaparecer, ele despertou.

— Não, espere — pediu clamante, o anjo se virou pra ele mais uma vez — Por favor, me diga... me diga se ela vai ficar bem — implorou desesperado, o anjo sorriu mais uma vez pra ele com a mesma quantidade de gentileza e serenidade.

— "Não se preocupe, criança, acredite, apenas acredite" — disse e depois levantou voou, sumindo na noite, deixando pra traz apenas algumas de suas plumas brancas e macias pelo rastro do caminho que voou.

A voz do anjo era mais do que um timbre maravilhosa, ela também era reconfortante e calma, era tão calma que seria capaz de acalmar Natsu pelo resto da noite.

Natsu ficou um bom tempo observando a janela pela qual o anjo cintilante tinha entrado e saído, até que se levantou e caminhou até a janela, a fechou e quando olhou pra baixo, viu a tão linda pluma do anjo, ele a pegou e passou os dedos suavemente pela extensão, sentindo a textura macia, ele voltou para o lado de Lucy e colocou a formosa pena na comoda.

— Vai ficar tudo bem, você vai ver, Lucy, vai ficar tudo bem — sussurrou pra ele como se quisesse conforta-la e a si mesmo, e de certa forma, era isso mesmo que ele desejava.

(...)

— Natsu, ei, Natsu, vamos, acorde — Lucy sacudia insistentemente o rosado para que ele acordasse.

Aos poucos ele foi acordando, se espreguiçou e quando abriu os olhos, pode contemplar a fisionomia da garota, ele olhou em volta, ainda estavam no quarto de hospital, porem agora era dia.

Quando ele se lembrou do dia anterior, seus olhos se arregalaram e deu um enorme sorriso.

— Luce, olhe, Eu tenho que te mostrar uma coisa — disse um tanto eufórico e a loira o olhou com confusão.

Natsu desviou o olhar pra comoda e teve a surpresa, não havia mais nada lá, nem mesmo um resquício da pena.

— O que? O que é? — perguntou a loira mais curiosa ao perceber a expressão surpresa dele, o rosado abanou a mão em forma de desculpa.

— Ah, não é nada, eu me enganei, pensei que tinha visto algo, mas não, era só a minha imaginação — disse rindo tentando disfarçar e a loira deu de ombro.

— Se você diz... olhe, vou pegar a minhas coisas no banheira para irmos — disse se levantando e Natsu assentiu.

Ele se levantou e caminhou até a comoda, passou a mão onde, ontem a pena tinha estado e suspirou.

— Deve ter sido um sonho...?! — sussurrou pra si mesmo tentando fazer com que acreditasse nas suas palavras, mas ele sabia que tinha sido real demais pra ser um sonho, para ser um mero sonho.

"Naquele momento, mesmo sem saber, mesmo sabendo que aquilo que vi tinha sido um sonho, eu comecei a acreditar que tudo ia se resolver, assim como aquele voz gentil me pediu, e, bem, se resolveu, só que não do jeito que eu desejava, não da maneira que nós queríamos, foi doloroso, machucou muito, foi definitivamente uma cura amarga."


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Notas finais do capítulo

Nyhau

Comentem ta ^.^

Boas festas, bom Natal, Bom ano novo, bom tudo pra vocês e espero vocês ano que vem ^.^



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