Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 6
Primeiro da lista


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como vão?
Bem, esse nosso sexto capítulo, espero que vocês estejam gostado da história, e se tiverem, continue acompanhado, favorite e recomende. Deixe também seu comentário com sugestões, elogios e reclamações, quero muito saber o que estão achando de Beyond para poder melhorar o que tiver faltando.
Beijos a todos, até a próxima!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/561095/chapter/6

Os treinamentos prosseguiram. Eu fui para a sessão de auto sobrevivência onde o instrutor ensinava como usar os elementos da natureza para se manter. Desde galhos de árvores, a plantas comestíveis, ou plantas que podem ser usadas como remédio. Umas até já conhecia graças aos meus pais.

Minha mãe era filha dos botânicos do Distrito. Quando conheceu meu pai, ela largou tudo que tinha por ele. Mas quando meus avós morreram, só sobrou ela para lhe dar com remédios naturais.

Mamãe é o mais perto de uma médica que nós temos. Não que falte médico no 12, só que nem todos podem pagar por um, então recorrem a ela. Meu pai sempre foi habituado com a floresta e no que ela oferecia, por isso tive como aprender muitas coisas com eles.

Já outras plantas eu nunca vi na vida, mas segundo o instrutor, contem nutrientes que podem nos manter em pé por mais de um dia. Ele também mostra como filtrar a água e captura-la com folhas caso chova. Ensina a como fazer um fogueira de diferentes proporções de tamanho, a fazer abrigos, curativos, e armas improvisadas.

Em seguida, fui para a sessão de escalada que tinha várias paredes com diferentes aspectos e tamanhos. Umas rochosas, outras mais lisas, outras pontiagudas. No início o instrutor nos prende com uma corda de segurança antes de começar a subida. Acho que não é bom um Tributo machucado antes dos Jogos. Quando já estamos ganhado conhecimento no que fazemos, ele retira a corda e subíamos da melhor formo possível.

Há um colchão embaixo para aparar a queda, mas o instrutor fazia questão de lembrar que não vamos ter nada disso na arena. Eu cai algumas vezes. Uma vez de uma certa altura e agradeci por ter aquele colchão ali.

***

Já se passou metade do dia, chegando o horário do almoço, e agradeço a Deus por isso, eu estava faminta. Um corredor longo com bandejas cheias de cômodas me aguarda. Faço do mesmo jeito que no café da manhã: comer o máximo que aguentava, e de tudo um pouco.

Gale e eu sentamos no canto da sala, observei o lugar e os outros Tributos. Vi que os carreiristas sentam juntos, conversando e gargalhando seja lá do que for. Em dado momento, um deles se levanta indo até a mesa do garoto do 11, um cara grande e sério que no mesmo instante se levantou intimidador.

Eles falaram algo e logo o outro garoto volta a sua mesa. Noto a garotinha do 11 que é bem pequena, me olhando, ela desviou o olhar rapidamente, fugindo de mim. Eu já havia a pego me espiando antes, durante o treino.

Eu deveria estar mesmo com sede, pois tomei três copos de suco e um de água, foi aí que eu percebi que não havia ingerido nada até aquela hora. Recebemos 30 minutos de intervalo depois do almoço para descansar, o que resolvi aproveitar bem tirando um cochilo.

Pequei um dos colchonete disponíveis, indo para um canto mais afastado e escuro. Livro-me das botas antes de deitar, repousando minha cabeça sobre meus braços cruzados. Gale se aproxima sentando encostado na parede perto de mim. Ele está com um arranhão na mão direita, deve ter arranjado enquanto escalava. Também machuquei meu dedos.

— O que tá achando do treino? – perguntei ao fita-lo.

— Eu estou até aproveitando. Descobri coisas que dar para fazer com um simples galho de árvore, que eu achava impossível. – ele responde gesticulando as mãos – Você aprendeu algo novo também?

— Eu gostei de fazer nós, o instrutor é bem legal.

— Acho que vou para o treinamento de luta agora. Vou tentar aprender como se bate em alguém – ele ri.

— Pode aprender a dar golpes fatais em pessoas. - falo lembrando do seu desentendimento com Peeta no term.

— É! Acho que vou testar com um certo aí de nariz empinado quando aprender.

— Certeza? Da última vez ele fez você ficar quietinho. – digo rindo debochada e Gale fecha a cara.

— Não tem graça. – ele faz bico.

— Tem sim. – eu continuo rindo.

— E você? Achava mesmos que iria fazer algo contra ele com uma faquinha de manteiga?

— Ah, você é meu melhor amigo Gale. – vejo ele retorcer a cara com o que digo – Eu não ia deixa ele te machucar.

Lembra desse episódio me faz por um estante refletir sobre uma coisa: Peeta insinuou que Gale gostava de mim, o que o fez ficar bem irritado e ir para cima de dele para brigar.

Mas o "gostar" que ele falou, não é no sentido do "gostar de uma amiga" que nós somos, e sim no "gostar" de outra forma. Tá certo que de uns tempos pra cá, Gale anda falando umas coisas estranhas, de fugirmos juntos do Distrito e recomeçar uma nova vida longe das regras de Panem. Porém, como eu havia dito a ele na manhã da Colheita, eu tenho a Prim para cuidar, e ele os seus irmãos mais novos, não podíamos simplesmente ir.

Acho que ele ficou mais irritado com o comentário de Peeta sobre mim dizendo que sou muito boa do que o suposto fato dele gostar de mim. E mesmo que fosse verdade, como Peeta saberia disso? Ele mal vive no Distrito 12.

Decido apagar isso da mente, não vai me levar a nada. Foco nas próximas seções de treinamento que posso fazer, quero ter o máximo de proveito nesse primeiro dia.

Os instrutores nos chamam novamente, e eu me encaminho para a seção de lançamento com facas. Sei que Haymitch disse para não mostra o que sabemos fazer, por isso erro de propósito alguns lançamentos. Vi que a garota do 2 treinou boa parte da manhã nessa seção. Provavelmente essa deve ser a habilidade principal dela. Com certeza  não quero ser paga desprevenida por ela.

Estou atenta a dica que a instrutora passava quando ouço uma confusão vinda do fundo do ginásio. Me viro para ver o que está acontecendo lá vendo dois garotos rolando no chão. E para o meu desespero, um deles é Gale.


P.O.V Gale

Após o almoço fui para a seção de treinamento de alto defesa, mas com a cabeça na conversa de alguns minutos atrás. Como eu queria que ela não tivesse lembrado do que o imundo do Mellark falou. Ele não tinha o direito de fala de sentimentos se não tem nem um. Afinal, Katniss e eu somos só... amigos.

Na sessão de alto defesa, o instrutor me ensina alguns golpes para começar. Chutar, socar, defender, e assim eu fui. Machuco a mão algumas vezes por golpear errado o saco de pancadas, mas depois de um tempo, até que eu estava me saindo bem.

O instrutor me chamou para o centro do tablado para me mostras como me defender numa luta corpo a corpo. Por certo, os Idealizadores querem que os Tributos estejam preparados para lutar da melhor maneira possível, para garantir o espetáculo dos Jogos.

Eu estava me esforçando para aplicar os golpes que ele me ensinava, só que o cara era muito grande e pesado até mesmo pra mim que não pequeno. Fica difícil levanta-lo. Parei um pouco para descasar e me encosto ao lado de uma plataforma, até que vi o garoto do 2 vindo em minha direção.

— Cadê minha faca? – ele grasna empurrando meu peito – Em? Você a pegou não foi seu morto de fome? Me devolve minha faca!

— Eu não peguei nada, você é que tá louco. - revidei já de punhos serrados.

— Chega! – grita o instrutor se ponde entre nós dois – Vai andando 2, deixa o garoto em paz.

Ele assenta com um sorrisinho pretensioso no rosto. Todavia ao passar por mim, ele deixa bem claro o que pretende.

— Eu vou atrás de você e da sua amiguinha, aí eu vou cortar ela em um monte de pedacinhos e dar para os bestantes na arena, e você vai ver eles a devorarem. – a voz dele é fria a ponto de congelar a alma, me fazendo engolir em seco - Depois eu vou te bater até que você não consiga mais ficar de pé. Eu vou te quebrar por dentro e por fora 12.

Ouvir aquilo desperta em mim um raiva que nunca senti antes. Ele poderia até me ameaçar, mas não a Katniss. Desde que chegamos aqui coloquei na cabeça que ela deveria voltar para casa. Ela é mais importante que eu. Seria mais benéfica para nossas famílias, e eu vou ajuda-la ao máximo para isso acontecer.

Se isso for arriscar minha vida atraindo os carreiristas para mim, eu farei. Sei que minha mãe e irmãos ficarão seguros, Katniss vai cuidar bem deles.

Antes que ele me der as costas, eu o empurro para o lado, que em logo investe contra mim. Vem na minha direção e tenta acertar meu rosto que consigo esquivar. Ponho em pratica o que aprendi hoje e o atinjo na barriga, mas não adianta muito, ele parece não sentir o soco.

Não tenho tempo de raciocinar quando ele acerta bem no meu nariz. Minha visão fica turva e com um monte de pontinhos brancos flutuando. Os outros Tributos começam a se aglomerar a nossa volta, gritando com anarquia ao verem a briga.

Sinto um peso me puxar para baixo, e quando percebo o garoto do 2 está sentado no meu peito me socando. Tento me defender colocando as duas mãos no rosto. Tento atingir seu rosto também, acertando a ponta do seu queixo, mas ele não saiu de cima.

Eu bato nele desesperadamente da melhor maneira que consigo, mas parece em vão. O garoto acerta minha barriga bem no meu estômago, me deixando sem ar. Levei mais um chute no rosto antes que os instrutores nos separassem.

— Os dois! – grita o instrutor chefe enfurecido – Subam agora. Estão proibidos de treina por hoje.

— Eu vou te pegar. – ameaça o carreirista sendo levado para longe de mim – Você vai ser o meu primeiro.

Permaneço deitado no chão frio enquanto tudo em mim dói. Ponho a mão no rosto e ela logo se enche do sangue quente que escorre. Não consigo me mover direito, meu corpo todo reclama quanto tento levantar. Eu devo ter apanhado feio.

— Gale, você tá legal? – Katniss pergunta se abaixando até onde estou.

— Olha, acabei de apanhar. Parece está legal? – digo um pouco grosso, mas estou muito irritado agora para perguntas idiotas.

— Tudo bem. Quer ajuda para levantar? – de maneira frígida ela estendendo a mão e eu aceito.

Me apoio nela para andar que me conduz pacientemente até o elevador. Não ouso levantar a cabeça para encarar os outros tributos que devem estar rindo de mim agora. Subimos até a cobertura em silêncio. Katniss não é alguém fácil, sei que ela só queria me ajudar.

Ah! tenho que pedir desculpas a ela depois.

Assim que chegamos ao nosso andar, nos deparamos logo com Effie que ao perceber meu estado, forma uma expreção de choque no rosto.

— Pelos céus! O que houve? – ela pergunta desesperada.

— Gale arrumou briga. – Katniss se adianta por mim.

— Obrigado. – digo irônico e ela dar de ombros, está chateada pela maneira que falei com ela.

— Oh, Deus! Gale por que você fez isso? Haymitch pediu tanto para vocês serem discretos!

— Eu sei Effie. – sento no sofá com dificuldade – Mas eu não tive culpa, tá? Eu não fiz nada, o cara do 2 é que é um idiota, e me...

— Do...dois? Distrito 2? – ela pergunta meia atômica, mas eu assento com a cabeça confirmando – Oh, Gale!

Effie me repreende mais um milhão de vezes, e como não me sinto nada bem, peço a Katniss para me ajudar a ir ao quarto, o que faz sem reclamar. Ela me ajuda a sentar na ponta da cama, mas antes que vá eu seguro sua mão.

— Me desculpe por ter sido tão grosso com voc. Sei que só queria ajudar.

— Já disse que tá tudo bem, Gale. – ela então suspira cansada – Vou pedir a Effie que consiga gelo para você.

— Obrigado.

Quando ela sai me forço a levantar e ir até o banheiro. Olho meu rosto no espelho e vejo o quanto está machucado. Tem um corte no meu super-cílio, e meu queixo está bem inchado, assim como o meu nariz. Queria sinceramente jurar o garoto do 2 por isso, contudo, não estou muito afim de arriscar. Ele já está de olho em mim e isso é o bastante.

Tiro a camisa como se fosse a minha própria pele devido a dor que sinto ao levantar os braços. A região das minhas costelas está avermelhada, não quero nem pensar se estiver com uma delas quebrada, também não acho que é para tanto.

Vou para o chuveiro, deixo a água corre. Tudo arde quando ela atinge os machucado. Começo a passar mal e vomito ainda no banho, mas isso me deixa um pouco mais aliviado as dores.

Ouço Effie bater na porta avisando que havia trazido o gelo e remédios. Saio do banheiro, tomo meia dúzia de comprimidos e ponho o gelo contra o queixo. Deito-me na grande cama com a única intenção de esquecer esse maldito dia.


P.O.V Katniss

Volto para o Centro de Treinamento após ajudar Gale a subir até o apartamento. Espero que os ferimentos dele não sejam tão graves quanto aparenta. O nariz dele está realmente muito feio, talvez esteja quebrado.

O garoto do 2 não está mais aqui, assim como Gale. Aparentemente as coisas se acalmaram. Quando a confusão começou, metade dos Tributos saiu correndo para ver mais de perto a briga. Ainda bem que não há câmeras aqui para mostra a preparação, e ao contrário do que eu pensava, os Idealizadores pediram para que eles fossem separados. Não entendi bem o porquê, mas fizeram.

Ainda estão limpando a poça se sangue onde Gale ficou deitado. Todos já voltaram as seções treinado normalmente, dessa vez, sem transtornos.

Quis continuar a treinar o lançamento de facas, aproveitei que tinha pouca gente por lá, isso me ajudaria a relaxar um pouco. Gale é cabeça quente eu sei, mas ele não podia brigar com outro Tributo, muito menos se esse Tributo for um carreirista. Ele agora está lá em cima, todo machucado depois de ter levado uma boa surra.

— Fica esperta 12. – me viro assustada com a voz da garota– Da próxima pode ser você. Ou... já é você.

A Tributo do 2 fala com seu olhos negros e frios penetrando minha carne. Isso só me faz pensar que de alguma forma essas ameaças podem ser uma estratégia dos carreiristas. Tanto aqui quanto na arena, atingir aqueles que podem ser um elo frágil só para amedronta-los.

Não dou importância para ela e continua treinado. O resto da tarde passa lentamente. Fico tentada a ir até a seção de arco e flecha, mas fixo em outras coisas e acabo esquecendo.

As cinco da tarde somos liberados para os apartamentos. Corro para poder pega o elevador logo na primeira subida. As tributos do 3, o garoto do 4, 8 e os dois do 11 acabam indo junto comigo. A menina que descobri se chamar Rue, não para de me encara. Não sei bem o que ela tanto olha mas ignoro.

Como fico do 12º andar, sou a última a descer do elevador, vou direto para meu quarto e me jogo debaixo do chuveiro. Estou com tanta fome que posso comer qualquer coisa. O jantar só sai em duas horas, e eu passei a tarde sem nada além o almoço no estômago.

Depois do banho coloquei um roupa confortável que achei no luxuoso closet cheio de peças novinhas em folha feitas para eu usar. Fiquei deitada na cama olhado para o teto, quase morrendo de tédio.

Vou até a sacada do quanto, sentando-me numa cadeira que me dar acesso a uma bela vista da cidade. Não posso negar que a Capital é muito bonita de se olhar.

Finalmente da sete da noite e vou para a sala de jantar. Fico surpresa ao ver o quanto a mesa está cheia hoje. Cinna está sentado junto com Effie discutindo coisas de moda, enquanto Portia conversa com Haymitch, e ao seu lado está ele, emanado luz para todo o lugar com seu cabelo dourado puxados para trás, e seu olhos azuis, inquestionavelmente convidativos.

Peeta sorri pelo canto quando me ver chegar, e eu apenas reviro os olhos. Por que ele se acha tão irresistível, em?

Me sento a mesa, e logo após Gale chaga. Seu rosto não está mais tão inchado, e os cortes parecem ter quase se fechado em poucas horas. Ele caminha segurando as costelas e fazendo careta, senta-se ao meu lado e todos o encaram em silêncio.

— O que foi? – ele pergunta sem animo.

— Vamos, estou esperando. – diz Haymitch mais sério do que jamais o vi.

— O quer saber? Que eu briguei com um outro Tributo, é isso?

— Bom sendo esse Tributo um carreirista! Sim Gale, eu quero saber.

Gale engole em seco e respira fundo antes de continuar. Ele sabe que Haymitch não está nada feliz por ele ter se metido nessa briga.

— Eu não tive culpa Haymitch, o cara do 2 disse que eu tinha pego a maldita faca dele, me xingou, ameaçou ir atrás da Katniss na arena. Eu não pude me controlar, fui pra cima dele.

Nesse momento Peeta começa a gargalhar se dobrando na cadeira. Sinceramente eu não entendo o que se passa na cabeça desse garoto.

— Super inteligente, Gale! – Peeta diz em meio a gargalhada batendo palmas – Se torna o primeiro da lista deles! Super!

— Eu não tenho medo dele, tá?

— Não. Mas bancar o machão só porque falam mau da docinho não ajuda. – Haymitch está quase cuspindo as palavras.

— E o que você queria que eu fizesse? Nada?

— Não importa. Ele podia ameaçar de todas as formas, você só não podia ter caído na provocação dele. Era tudo o que esse cara queria.

— Haymitch tem razão Gale. – fala Cinna dessa vez mais gentil – Reagindo ao que ele fez, você não só se arriscou como agora também arriscou a Katniss.

Ele suspira pesado enquadro balança a cabeça em negativo, parecendo conciliar o que estão lhe dizendo.

— Peeta? – chama-o Cinna – Você sabe técnicas de luta, não sabe?

— Sei, por que? – ele parece pensar um pouco fazendo uma careta – Ah não... você não?... Cinna! O que?

Ai, essa não!

Entendi tudo agora. Cinna está mesmo sugerindo que ele nos treine? Só pode ser brincadeira passar horas no mesmo lugar que esse prepotente.

Me poupe da obrigação!

— Não, não. Estou falando sério. - Cinna continua - Os mentores podem ajudar os Tributos fora do Centro de Treinamento, e você como sendo um, tem que ensina-los Peeta. Eles precisam aprender a se defender. Talvez com um treinamento especifico eles apredam o básico antes da arena. Vão ter mais chances assim.

Peeta esfrega a testa com a ponta dos dedos. Olha para nós, olha para Haymitch que está meio que suplicando com os olhos, e então suspira.

— Tudo bem. – ele diz vencido – Mas com uma condição. Quero que vocês me peçam para fazer.

— Como é? Não! – desgraçado, ainda fica sorrindo torto assim.

— Deixa de ser idiota! - Gale retruca fechando a cara.

— Tá, então não treino.

— Sem essa, não vou te pedir nada Mellark. – agora meu amigo parece irritado com a gracinha de Peeta.

Haymitch olha para nós repreensivo. Essa é certamente nossa chance de conseguir algo melhor, e sabemos disso. Por fim, Gale bufa sem ter saida antes de pedir.

— Peeta nos treine.

— Ei! Não! Assim não tem graça. – fala segurando o riso – Quero que peça: "por favor, Peeta, nos treine! Você é nossa única salvação. 

— Ah fala sério?...

— Ou isso ou não treino.

— Tá bom, tá bom! – Gale trinca os dentes irritado – Por favor,Peeta, nos treine. Você é nossa salvação...

O canalha parece está finalmente satisfeito. Rindo as nossas custas.

— Ótimo. Sua vez coração. – ele se vira para mim dando uma piscadinha.

Argh, como ele é chato!

— Precisamos da sua ajuda Peeta, nos treine por favor. – digo revirando os olhos – Satisfeito?

— Não! Faltou meu beijo.

— O seu o que?!

— Aqui. – ele bate com o dedo indicador na bochecha, e eu não me mexo – Vamos lindinha, sabe quantas garotas gostariam de estar no seu lugar? Eu não posso espera o dia todo.

Mesmo bufando eu me levado e vou até ele, me abaixo até a altura onde está sentado para beijar sua bochecha, mas quando nossos rostos estão próximos o suficiente, ele se vira e eu acabo beijado sem querer sua boca.

Olho para ele indignada, me afastando rapidamente com os olhos esbugalhados e cheia de vergonha. Porém deixo de senti-la logo que vejo um sorriso cínico naquela cara de santinho de Peeta.

— Idiota.– o empurro, e ele apenas sorrir abertamente.

 

 

Depois do jantar ficamos conversando mais um pouco na sala, Cinna me falou o que está fazendo para usar na noite das entrevistas, e que essa roupa será tão radiante quando a primeira. Já posso imaginar o que vem por aí.

Quando já está ficando tarde, Cinna e Portia se dependem de nós e vão embora. Haymitch diz que é melhor irmos dormir também, e é o que vou fazes. Estava com os olhos pesados e bocejando na sala. Tiro apenas a calça e me jogo na cama. Estou exausta.

Não posso evitar parar de pensar em como será esse treinamento particular, e o que nos espera daqui pra frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!