Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 33
O Bêbado e a Equilibrista (Acharei conforto em teu amor) - Capitulo especial


Notas iniciais do capítulo

Gente, quase que vocês ficavam sem capitulo. kkkkkkkkkkk

O teclado do meu computador não queria pegar, e o carregador o meu notebook já era, ma graças a Apolo eu consegui arrumar aqui o teclado e fazer o capitulo, por isso tô postando tão tarde.

Mas tá aí, esse é um dos dois capítulos especiais que eu vou postar. Amanhã eu lanço o outro, e aí a gente já entra na parte 3 da fic.

Esse capitulo ficou muito bom, eu amei :D de verdade.

Então, divirtam-se, e comentem.

Beijos!



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Haymitch olhava para aquele copo cheio de água ardente, mas não tinha vontade de bebe-lo. Era engraçado, por tantas vezes ele tento parar de beber, tentou fazer parar os gritos em sua mente, tentou preencher o seu vazio. Por que agora era diferente?

Suspirou pela milésima vez desanimado, tudo o incomodava, o sufocava, lhe fazendo crescer uma ruga no meio dos olhos. A agonia era evidente nas suas mãos inquietas. Ele não era nada parecido com aquele rapazinho que ganhou os Jogos Vorazes a 25 anos atrás.

Só o que restara foi a esperteza e fibra moral que nunca deixou de ter. Haymitch fez suas escolhas, e aprendeu a enfrentar as consequências delas, não importasse o quanto ele sairia machucado no final, não se dobraria, não cairia sem lutar, e se caísse, levantaria com o queixo erguido.

Olho para o grande relógio na parede da sala; quase meia noite. Olhou para o canto, percebendo a presença dela ali, mesmo no escuro da sala ele reconhecia a silhueta, e a peruca acabava por se só entregar a mulher.

Haymitch sorriu de lado enquanto Effie saia das sobras arrastando uma mala ao seu lado. Estava com um vestido verde musgo, com plumas nos ombros, ele olhou para os pés tentando encontras na física uma explicação para ela conseguir se equilibrar nos soltos tão finos e estranhos.

– Quando Plutarch disse para você ser discreta, acho que não era isso o ele imaginava. – Haymitch apontou para o vestido e a peruca loira.

– Rum!. – ela revirou os olhos antes de bufar – Essa história de refugiada política nem começou, e já tenho que me livrar das minhas roupas.

– Ele disse que lá no 13, as coisas são bem... levadas a riscas. É mais para o bem do Distrito.

O rosto de Effie não estava nem um pouco animado com isso. Plutarch havia contado a ela – na presença de Haymitch – o plano de resgatar os Tributos na arena, e com isso uma Revolução estouraria no país, a deixando completamente chocada, claro. Segundo ele, iria faze-la uma refugiada da Capital, ela seria protegida assim como os outros membros da Equipe de Preparação, mas Effie teria que renunciar as regalias que se acostumou a viver.

Foi uma decisão difícil se se tomar em pouca horas, além de ser uma situação extremamente complicada e inesperada para ela, tinha também que pensar nos riscos. Se ficasse, e o plano desse certo, bem provavelmente ela seria presa pelos Pacificadores, e acharia que ela estaria envolvida com aquilo. Mas se ela fosse, ah se ela fosse estaria mudando completamente os rumos de sua vida, porque ele estaria lá.

Effie havia parado de fingir para se mesma a alguns meses que estava incomensuravelmente apaixonada por Haymitch, e se ele estivesse arriscando sua própria pele por uma causa incerta mas justa, ela estaria fazendo o mesmo também.

Se lembrou de quando era menina, ela tinha só dez anos de idade, talvez nem soubesse o que era amar direito, no entanto ela sabia que havia algo especial naquele garoto do Distrito 12, disputando o Massacre. Pode ser que tenha sido o cabelo loiro bagunçado, ou os olhos cinzentos, não sabe ao certo, mas ela suspirava ao vê-lo na televisão.

Quando conseguiu chegar ao posto de acompanhante de Tributos ela não imaginava que teria que começar tão de baixo, e isso a fez conhece-lo pessoalmente. Effie só não imaginava o que o seu coração lhe havia preparado.

Haymitch estendeu a mão que ela apanhou de bom grado. A puxou para junto de se, para a cadeira ao seu lado, ao se sentar ela soltou o ar que estava guardado em seu pulmões, os olhos de tempestade lhe varriam o rosto com uma adoração tamanha que Effie se constrangeu.

Ele não fedia a álcool como das outras vezes. Estava sóbrio, com os pensamentos e atitudes intactos, seja lá o que aconteceria nesta noite, tinha a certeza de que suas pernas não ficariam tão bambas como estavam agora.

Os pequenos pelos de sua nuca se arrepiaram quando ele pousou os dedos sobre o seu rosto, lhe fazendo um carinho com o polegar em sua bochecha esquerda. Foi inconsequente deixar os lábios de escancararem em um sorriso, mas ela não ligava, abriria aquele sorriso mais uma eternidade se possível.

A outra mão de Haymitch foi para a peruca, tirando da cabeça de Effie com delicadeza. Na mesma hora ela reagiu tentando faze-lo para com o que fazia, porém Haymitch não permitiu. Ela acabou baixando a cabeça de vergonha quando ele terminou. O cabelo era bem ralinho, quase raspado, mas ainda dava para ver que era loiro.

E quem disse que Haymitch se importava com aquele cabelo ralo?

Não, ele não estava em aí para isso.

– Prefiro você sem essa peruca, e sem tanta maquiagem. – comentou bem baixinho perto da boca dela.

– Também prefiro você sóbrio. – ela não poderia deixar essa passar.

Os dois acabaram rindo de se mesmos, e foram se perdendo no olhar. Effie mordeu o lábio de ansiedade para aquilo de ela imaginara que aconteceria nos próximos segundos. Haymitch passou o nariz no dela como um toque suave, vendo ela fechar os olhos lentamente à espera do beijo.

Quando estavam quase lá alguém entrou no cômodo fazendo os dois se separarem subitamente. O homem parecia agoniado então certamente nem havia notado o clima do momento. Ele parou de frente para os dois que desviaram o olhar um do outro, fazendo o homem perceber que atrapalhou alguma coisa entre eles.

– Oh, mil perdões! Mas já são quase meia noite. As meninas estão tendo uma síncope lá em cima, acho melhor vocês dois iram também para lá.

– Claro, Cinna... – Haymitch de levantou apressado, nem percebera a hora passar – Vamos para os terraço, Plutarch já deve estar vindo nos buscar. Não queremos sem um contra tempo, não é?

Cinna fez sinal de negativo, pegou a mala de Effie levando para o “ponte de resgate”, que era no terraço da cobertura. Tanto Haymitch quanto Plutarch deram uma duro para esconde-lo depois de deixar Katniss no elevador da arena. Eles ficaram sabendo por infiltrados – espiões – que Snow queria a cabeça do pobre Cinna depois da sua insinuação ao Tordo com a roupa de Katniss.

Ele só saiu do esconderijo a algumas horas, para ser resgatado junto com o resto da Equipe.

Effie continuava paralisada na cadeira, apática ao que acontecia ao redor, sua cabeça girava e ela estava quase se enterrando em um buraco de tanta vergonha. Nunca pensou em beijar Haymitch, mas quando isso quase aconteceu... nem aconteceu.

– Effie? – ouviu seu nome ser chamado pela voz dele, olhou para o lado e viu sua mão estendida novamente – Precisamos ir.

Respirou fundo e pegou na mão dele mais uma vez, agora para partirem. Não demorou muito e um aerodeslizador surgiu sobre suas cabeças, estavam todos lá, Venia, Flávius, Octavia, Cinna, Portia e as meninas que lhe ajudavam, toda a Equipe, como ela queria, como ela imaginou, todos unidos.

Subiram rapidamente encontrando Plutarch na porta do aerodeslizador para ajuda-los. Effie sentou na poltrona prendendo o cinto em seguida, ela olhou pela última vez pela janela a cidade onde ela nasceu, o lugar que ela amava, e que talvez nunca mais visse.

Contudo, estava na sua esquerda o único futuro que ela queria de hoje em diante, o único que ela desejava, assim como Haymitch igualmente desejava.


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