Annabeth

Não falo com Percy desde o dia da festa, já que ele pegou um resfriado e não atende os telefonemas de ninguém. Contei para Piper sobre o que ele me disse, Thalia tiraria sarro e Hazel não parece ligar para esse tipo de coisa, então só me restou Piper. A garota, assim como eu, ficou chocada (do lado positivo, foi o que ela disse).

Agora, estou em casa, conversando com ela pelo Skype.

– Pipes, por favor abaixe o volume da música, é difícil me concentrar com a Taylor cantando.

Atrás de Piper, um rádio toca a música Blank Space.

– Prontinho - Fala, após abaixar - Conseguiu falar com Percy?

– Não. Ontem encontrei Poseidon no Starbucks, mas minha mãe não deixou que eu me aproximasse dele.

– Ela sabe sobre o filho dele disse na festa?

– Não, nem sabe que eles estavam na festa.

– Quem diria, Annabeth Chase sabe mentir.

Mostro a língua para ela. Escuto o telefone de casa tocar.

– Já volto.

Saio de meu quarto e pego o telefone , que está no quarto da minha mãe, quem fala alô é Luke.

– LUKE! - Berro

– Calma garota, assim me deixa surdo.

Dou risada.

– Desculpa, mas não falava com você há décadas.

– Exagerada.

Conversamos durante um longo tempo, até que percebo que já se passaram duas horas.

– Ai, Piper vai me matar. - Falo

– Quem?

– Minha amiga, podemos conversar mais depois? Ela de estar uma fera.

– Claro, até mais Annie.

– Até,Luke.

Desligo o telefone e vou correndo até o computador. A tela mostra o quarto de Piper, e lá no fundo a cama da garota. Uma figura dorme sob a cama, se trata de Piper.

– Pipes, acorda. - Falo

Ela não responde, deve realmente estar dormindo. Pego meu celular e deixo uma mensagem pedindo desculpas pelo whatsapp, desligo o computador e vou até a cozinha. Escuto o barulho da porta sendo destrancada.

– Oi - Fala minha mãe, empurrando a cadeira de rodas para dentro do apartamento.

– Oi, veio almoçar?

– É,mas também precisava pegar uns papeis que estão aqui.

– Ah.

– Já ia comer besteira?

– Ia pegar uns biscoitos e...

– São meio dia e meio, hora de almoço, não de besteiras.

Mãe é mãe, só muda o endereço.

– Tá legal.

Ela vem arrastando a cadeira, no seu colo tem uma marmitex.

– Comida chinesa.

Sorrio. Pego dois pratos, facas e garfos e, em segundos, estamos comendo Yakissoba, yakimeshi e outras iguarias que vêm na marmita.

– Como foi o trabalho? - Indago

– O mesmo de sempre, mas May me ligou.

May, a mãe de Luke havia ligado para minha mãe?

– O que ela queria?

– Luke vai vir passar umas semanas aqui em Nova York, ela me pediu se ele podia ficar aqui em casa.

– Ué, ele ligou e não disse nada.

– Só sei isso.

– Quando ele virá?

–Não sei, ela ficou de me ligar ainda hoje para confirmar isso.

Uma onda de felicidade me invade, tenho que apresentar Luke para todos os meus amigos. Será que ele vai gostar de Percy? Será que irão se dar bem? Será que vai gostar das pessoas?

Minha mãe percebe minha apreensão.

– No que está pensando?

– Nada.

Ela faz uma cara esquisita, e logo depois leva seu prato até a lava louças recém comprada.

Vai até o banheiro e alguns instantes depois retorna, com as chaves do carro na mão.

– Já vai trabalhar?

– Sim.

Ela dá um beijo em minha testa.

– Não esqueça de passar aspirador na casa.

– Tá bom.

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Percy

Como se não bastasse pegar um resfriado, eu ainda tinha que ter perdido meu celular.

Tudo bem , isso é ruim, mas não tanto quanto ir para a praia com meu pai e não poder usar o computador, surfar e nem nadar na água. Resumindo: fico 24 horas do dia dentro do quarto de sua casa de praia, olhando para o teto.

"Ah , se pelo menos Annabeth estivesse aqui.." penso

Fico tentando encontrar atividades para fazer, mas quase tudo me deixa cansado (como eu já disse, estou resfriado) ou é entediante. Tudo o que eu queria era estar em casa, junto de minha mãe ,de meu celular, de meus amigos e dela, Annabeth.

Aliás, se eu estivesse em casa, Não teria perdido o celular, já que Anfitrite não teria invocado em ver minhas mensagens e um maluco não a teria quase atropelado e,consequentemente, ela não teria derrubado o aparelho.

Sinceramente, minha vida está um saco,pior que as aulas de matemática. Além de tudo isso, não pude conversar com Annie depois de deixa-lá intrigada com a frase "será que passou mesmo", já que na festa não deu tempo. A garota deve estar querendo me matar agora.

– Querido, fiz chá. - Diz Anfitrite, entrando no quarto.

–Meu pai Não está aqui, não precisa ser falsa.

– Sally não te educou, percebo.

– Sua Mãe não te ensinou a respeitar a privacidade das pessoas,percebo.

Ela revira os olhos e coloca uma bandeja com uma xícara sob o criado mudo.

– Se quiser tome, se não quiser não tome.

E sai do quarto.

Viro de lado e adormeço.