Filha do Olimpo escrita por Any Queen


Capítulo 4
Monto uma firma alimentícia


Notas iniciais do capítulo

OI PESSOAL MIL DESCULPAS POR DEMORAR QUASE UM ANO!!
Eu sei que não existe tanta desculpa para isso, mas terceiro ano é barra pesada e foi dificil, mas agora estou entrando na faculdade e talvez eu tenha mais tempo... Ou não, bem eu tambem estava sem Word durante todas as minhas férias e consegui recuperar agora, então está ai mais um cap, bem grande. Beijos e espero que gostem!



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— Ares, o que você faz aqui? – o deus tirou o capacete e sorriu.

                - Não posso nem visitar a minha irmã querida?

                - Claro, tirando a parte que eu não sou sua irmã preferida.

                - Que mentira mais horrenda...

                - Fale logo – disse cortando-o – Eu tenho uma missão importante no mundo do seu tio.

                - Eu só quero demonstrar que posso ser bondoso...

                - Você realmente está gastando o meu tempo.

                - Vou te dar uma carona direta para o seu destino, sem precisar passar pelo Caronte.

                Pisquei, Ares nunca fazia nada sem um preço.

                - Agora desembucha, o que eu vou precisar fazer?

                - Nada mais do que já faz parte da sua missão... Preciso que salve meu filho.

                - Seu filho é o nerd viciado em mito-magia?

                - O quê?

                - Nada... – disse abanando o ar – Só isso?

                - Você vai fazer qualquer coisa para levá-lo me segurança para o Acampamento Meio-Sangue. – Ares falou em um tom sério.

                - Você se preocupando com um de seus filhos? Essa é nova, mas tudo bem... Prevejo alguns membros cortados.

                - Vamos, maninha, suba na moto.

                - Sabe se algo acontecer comigo – disse subindo e pegando um capacete que surgiu na mão do deus – Hera vai picotar você.

                - Ora, ora, Lia – Ares deu a partida – Não é mais corajosa?

                O que aconteceu em seguinte foi uma mistura uma escuridão, enjoo matinal e um grito de uma garotinha de oito anos. Tudo sumiu e por mais que eu quisesse esquecer, eu tive que apertar Ares com todas as forças para não cair, o que só o fez aumentar a velocidade.

                - Estamos chegando, maninha! – Ares riu, mas sua risada era abafada pelo vento que passava zunindo pelo ouvido. – Lia? – ele me chamou, mas só o que eu conseguia fazer era apertar sua barriga ainda mais forte e fechar os olhos como se não houvesse amanhã. – Eu deveria tirar uma foto disso – um segundo depois eu escutei um som do obturador da câmera.

                Abri os olhos indignada enquanto Ares morria de rir com a foto que havia tirado, quando olhei para frente para ver o que estava segurando, percebi que estava abraçada a um grande boneco do deus que mais parecia uma pele de cobra velha. Pulei da moto enquanto segurava para não vomitar... O que? Eu não fazia ideia do que tinha comigo para jogar fora, na verdade não lembro de ter comido nada no dia que vinha correndo mais rápido do que deveria.

                Ares estava digitando no telefone, rindo enquanto eu alisava a minha calça.

                - Apolo é demais para legendas!

                - O que você fez? – gritei – Ares! Você não mandou essa foto para os Olimpianos, mandou?

                - Não, claro que não. – bufou o deus da guerra, estava começando a me tranquilizar quando ele continuou – Mandei para todos os deuses que pude lembrar. – continuou a rir.

                - E eu acho que posso muito bem trazer seu filho de volta com alguns dedos a menos. Olha que conveniente: um filho de Ares que não pode nem segurar uma espada!

                - Justo. – olhei para ele indignada – Mas eu tenho certeza que não fará isso. – o deus balançou os dedos e sua casca de cobra sumiu, ele subiu na moto e deu partida. – Escute, quando estiver lá em baixo, lembre-se o quanto é parecida comigo. – assim o deus da guerra sumiu, deixando marcas no chão vermelho.

                 Eu nunca estive no Mundo Inferior, imaginei que se eu fosse uma filha de Hades eu não me sentiria desse jeito, então eliminei mais um deus. Talvez eu tivesse que começar a pensar nos deuses menores, porque os Olimpianos não pareciam se importar comigo. Logo, meus pai ou mão deveria ser Hebe ou Nêmesis, eu era bem vingativa.

                Olhei para os lados para sentir um arrepio pela espinha. Como quando você vê uma sombra passando no canto do olho, mas é tudo da sua imaginação, porém você continua cismado. Eu me sentia do mesmo jeito, com a exceção de que se realmente passasse uma sombra no canto do meu olho eu deveria correr. Era tudo sombrio, eu sentia as almas gritando por liberdade, o Tártaro estava ao longe, o Elísio estava mais perto, me chamando para ele. Decidi começar por ele, afinal, me parecia mais atraente do que a escuridão sem fim.

                Você pode estar pensando: como assim, Lia, você nunca esteve no Mundo Inferior? Ele é sempre badalado nessa época do ano. Por mais incrível que seja, eu nunca nem vi imagens do Reino de Hades, então eu não fazia ideia do que me esperava por lá. Desembainhei a Píton por precaução e mantive meu olhar atendo. Rodeie o Elísio três vezes para ter certeza que o viciado em mito-magia não estava lá. Não conhecia esse menino, mas já estava irritada o suficiente com ele para ser a briguenta que irá enfiar sua cabeça na privada. Eu nunca tinha feito isso, então seria uma novidade bem-vinda.

                Estava prestes a ir para o Asfódelos quando uma dracnea me atacou. Sim, aquele bicho horrível que se acha bonita, ou seja, minha definição da Kim Kardashian. Seus dentes pontudos quase alcançaram meu pescoço, porém eu rolei para o lado e bati com o braço em uma pedra. Gemi horrivelmente e tentei ficar de pé.

                - Outro ssssemi- deussss. – cuspiu ela – SSSSerá uma ótima entrada.

                - Meus deuses – disse indo atrás da espada – Quantos monstros viciados em semi-deus existe? Penso seriamente em abrir um grupo de apoio – peguei a espada e investi no demônio – MA, Monstros Anônimos. – ela esquivou, porém eu era mais rápida de consegui cortar um de seus dedos, logo mais a dracnea me atingiu um sua calda e eu voltei para o chão – Posso ganhar um bom dinheiro com isso. – levantei com um impulso e chutei a cobra, ela caiu no chão e eu encravei minha espada no seu peito – Posso ganhar um bom dinheiro – falei enquanto ela sumia – E assim abrir uma linha de alimentos aromatizados sabor meio-sangue para vocês nos deixarem em paz.

                Um barulho de outro monstro morrendo me fez recuar, olhei para traz a tempo de ver outra dracnea morrendo com um golpe no coração. Quando o bicho se desfez, vi o seu matador, e ele quase me matou do coração.

                Eu geralmente não tenho um “tipo”, quero dizer, não sou muito exigente quanto a garotos e como eles devem ser, mas acho que se eu tivesse seria inteiramente o meio-sangue que matou a dracnea. Ele tinha cabelos negros, olhos negros e uma pele incrivelmente clara, ele parecia ter saído de algum filme antigo dos anos 60. Tinha ombros largo e músculos definidos, usava uma blusa preta e calça preta. Ele sorria de lado, um sorriso que desmontaria todas as garotas que olhassem para ele.

                Como eu disse, não tenho um tipo, mas seria difícil imaginar uma garota que não cairia aos pés da beldade que estava na minha frente, parecia que a própria Afrodite tinha o abençoado. Ele limpou a espada na calça como se não fosse nada e a embainhou.

                - Sangue de meio-sangue, – disse ele com uma voz forte – o sabor da morte nunca sairá da sua boca.

                Suas palavras não me fizeram sentido algum, mas depois me toquei que ele poderia ter me ouvido lutar com a outra dracnea e escutado meus comentários irônicos durante a luta.

                - Vamos sair daqui. – ele não tinha me dado tempo para responder na mesma sagacidade e como havia me salvado, decidi que era melhor ficar quieta e seguir o garoto, que mentalmente eu tinha apelidado de Apares, um belíssima junção da beleza de Apolo e atitude perigosa de Ares.

                Apares apressou o passo por pedra e grandes colunas antigas até chegar em uma caverna, ele olhou para os lados antes de entrar. Estava tudo escuro, porém meu colar de Poseidon começou a brilhar e o local logo apareceu, era pequeno, porém tinha uma mochila um saco de dormir e uma fogueira apagada. O garoto sentou-se no chão e tirou a blusa.

                Não estou mentindo leitoras que estão lendo isso neste momento, além de encontrar um semi-deus que é a própria definição de bad boy, ele ainda me levou para uma caverna escura e tirou a blusa. Morram de inveja porque eu sou a garota mais sortu... Vamos parar o pensamento sórdido por ai, o menino estava com um longo corte no peitoral... Quero dizer, na barriga, parecia ser muito feio. Ele esticou a mão para a mochila, porém após mexer por alguns segundos, Apares praguejou e respirou fundo.

                Eu agachei e puxei minha mochila.

                - Acho que essa é a deixa para eu poder salvar a sua vida, para finalmente colocarmos nossa empresa alimentícia no ramo. – ele sorriu, porém logo fez cara feia, o ferimento não parava de sangrar.

                - Então se adiante, porque dizem que começar uma empresa sozinho pode levar a falência.

                Peguei sua mochila e coloquei atrás do seu corpo, ele deitou, o que me possibilitou uma visão ainda mais incrível do eu tanquinho. Mas ele precisava dos meus cuidados e não da minha ótima noção de malhação. Tirei a blusa extra que tinha dentro da bolsa e molhei com um pouco de água do cantil, peguei um pouco de ambrosia e néctar e entreguei ao Apares.

                - Acampamento meio-sangue. – disse ele apertando os lábios quanto comecei a limpar seu ferimento. – Nunca estive lá, dizem que é cheio de meio-sangues.

                - Eu não sou expert, só fiquei lá por um dia, mas você ouviu certo.

                - Então eu posso confiar nas minhas fontes.

                - Para um garoto que está morando em uma caverna dentro do Mundo Inferior, eu provavelmente tenho que alertá-lo a não ouvir ninguém com que esteja conversando.

                - Primeiro, ai!

                - Desculpa. – tentei ir com mais calma, porém eu nunca tinha feito nada daquilo antes, ele não poderia me culpar.

                - Primeiro – voltou ele a falar – Meu nome é Max e não garoto, segundo você também é uma garota no submundo sozinha e que provavelmente teria morrido se o garoto aqui não tivesse te salvado.

                - Vamos jogar então – como eu comentei a algumas palavras atrás, eu posso ser bem vingativa, então quando ele começou a me irritar, eu já não estava limpando seu ferimento com tanta gentileza. – Meu nome é Lia, para seu bem entender. E eu acho, Max, que você está seriamente trocando os papeis. Eu estou aqui para salvar você.

                Pelo menos eu achava, por que, seriamente, quantos garotos de 16 anos andavam morando no Mundo dos Mortos?

                - Eu poderia até dizer que eu não preciso de salvação... Ai! – ele fez cara feia pra mim – Mas isso só faria você parar com esse ótimo tratamento que eu estou recebendo, ai!

                Soltei o pano e lhe entreguei a blusa preta que ele havia tirado, o ferimento já parara de sangrar e ficar focando no seu peitoral não me deixava muito concentrada para discutir com ele.

                - Ah, realmente, sou tão bruta! – joguei os braços pro alto – Por que não deixei você morrer mesmo?

                - Porque eu te salvei, garota ingrata. – ele voltou a sentar e a gritar comigo.

                - Achei que já tínhamos passado da fase de “garota” aqui.

                - Você é sempre tão irritante assim? Ou eu estou ganhando seu melhor tratamento?

                - Sou irritante com pessoas que estão sendo um porre com que está tentando salvar a sua vida, e.... Olha, você está bem no topo da minha lista, seu grande imbecil. – eu estava agachada na sua frente e não estava percebendo o quanto estávamos próximos.

                - Então é isso? Estamos descendo o nível aqui... Como que você, hipoteticamente falando, pretendia me salvar? Sendo grossa até eu desmaiar?

                Respirei fundo, Max estava certo, essa era minha primeira missão e eu estava fazendo um ótimo trabalho estragando-a. Por mais que ele fosse um pé no saco, eu tinha que controlar meus ataques e levar ele o Acampamento. Olhei pra ele com um pouco mais de calma e me afastei, meu braço estava doendo, provavelmente ficaria roxo, contudo, tinha que guardar o resto da ambrosia para outra ocasião.

                - Você está totalmente certo – disse mordendo a língua – Eu fui grossa e completamente fora do meu objetivo, me desculpa, Max, filho de Ares.

                - Como sabe de quem eu sou filho?

                Eu queria dizer: Porque você é simplesmente a cara do seu pai.

                Mas o que eu disse foi:

                - Eu tive instruções para vir até aqui e salvar um filho de Ares, então eu supus.

                - Acertou dessa vez, loirinha. – suspirou ele escolhendo outro chamamento.

                - Então vamos começar de novo. Sou Lia, filha de Zeus. Obrigado por salvar minha vida – estendi a minha mãe, ele não demorou para fazer o mesmo.

                - Sou Max, filho de Ares, obrigada por salvar a minha vida.

                - Ótimo, chegamos a uma relação amigável. Então... Max, podemos ir embora? Porque eu realmente desgosto desse lugar.

                - Eu não posso ir embora.

                - O quê? – por que aquele garoto insistia em tornar a minha vida mais difícil?

— Suas instruções não falaram que eu não posso abandoná-la?

                - Abandonar quem, garoto? Qualquer um esteja aqui embaixo já está morto, a não ser

eu e você é claro. – levantei e comecei a andar, ele estava dificultando a minha vida.

                - Anna, minha namorada. Ele morreu há alguns dias e eu prometi pegá-la de volta. – ele disse como se não fosse nada demais.

                - Eu não quero ser chata de novo, mas, pelo amor de Zeus, qual é o sentido de virar um filme da Disney ambulante e ir salvar a Meg? Você simplesmente não pode fazer isso!

                - Eu só entendi metade do que você disse... – ele levantou com dificuldade – Olha, eu não sei se você já amou alguém, parece que não, mas quando você perde a única pessoa que você tem, você é obrigado, por leis maiores das do que você conhece, a salvar essa pessoa.

                - Eu sei que você deve estar muito triste e furioso pela morte levar a sua amada e tal... Mas escuta a voz da razão, Max, você não pode pegar uma alma do Mundo Inferior e sair correndo como se fosse um pedaço de bolo. Hades não deixa ninguém sair de seus domínios se já estiver morto, nós já quase não vamos poder sair. Eu sei que você não quer dizer adeus, mas isso é impossível!

                - Não é! Tem uns guardas que ficam vigiando as portas do Elísio, eu tenho certeza que Anna foi para lá, ela morreu como heroína, eu posso acabar com todos eles e tirar Anna daqui.

                - Escuta o que você está dizendo – conforme eu me mexia, as sombras da caverna se agitavam, mostrando que eu estava me exaltando de novo. – Se você entrar no Elisio você nunca mais vai poder sair, nunca mais. Você estava certo, eu nunca amei ninguém como você amou sua namorada, mas eu sei que ela não morreu para você morrer também. Então pensa nela e vamos embora comigo.

                - Se eu entrar no Elísio eu nunca mais vou poder sair? – esse cara era impressionante, ignorou todo o resto do meu belo discurso sobre amor.

                - E se acharem que seu lugar não é lá, vão manda-lo para o Tártaro e assim você nunca mais vai vê-la, nem se morrer depois, de verdade.

                - Então eu nunca mais vou poder vê-la? – tenho que admitir, eu fiquei com muita pena do pobre menino, tinha perdido a única pessoa que amava e agora sua única esperança tinha morrido junto.

                - Eu não disse isso. – eu com certeza me arrependeria de dizer aquilo, mas algo nele me fazia querer agradá-lo, fazê-lo ficar melhor. – Eu disse que não poderia salvá-la, mas acho que posso dar um jeito na outra parte.

                - Como? – ele chegou perto de mim, agarrando meus ombros, tinha uma esperança doída em seus olhos, a luz do colar agora o iluminava completamente, fazendo aparecer cicatrizes de outras batalhas que só o faziam ficar mais lindo. – Não está mentindo pra mim, só para eu sair, certo?

                - Não, juro pelo Rio Estige. Se sairmos daqui, eu posso te ajudar a vê-la mais uma vez.

                - Você está sendo incrível, loirinha. – ele estalou um beijo na minha bochecha e começou a pegar as coisas no chão da caverna, eu teria ficado desnorteada pelo calor de seus lábios na minha pele se não estivesse tão atônita.

                - Você tem um jeito de sair daqui? – perguntei pegando as minhas coisas.

                - Sim. – ele se apressou a sair – Vamos logo.

                - Sabe, você aceitou isso muito fácil. – porém Max não respondeu – Max? – ainda sem resposta - Está tudo bem aí fora?

                Quando eu saí, o que vi era o completo o oposto de bem. E a única coisa que lembro ter dito antes de sacar a espada foi:

                - Merda.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Espero comentário hein



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