Um Amor Definitivamente Inumano escrita por Carol Potter Greymark


Capítulo 24
Dominadora versus Dominada - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Hey! Não morram com esse cap, pois logo postarei a parte 2. Aproveitem!



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Eu chego em casa e solto as inúmeras sacolas, entre elas algumas da Victoria´s Secret, no chão da sala. Agora são sete e meia da noite, e surpreendentemente minha mãe ainda não chegou. Isso é bom. Vou poder ter a casa inteirinha para mim. Scott marcou de me pegar as oito e meia para me levar ao seu (em breve nosso) apartamento, e eu disse a minha mãe que ela não precisaria me esperar para dormir. Acho que ela também não irá dormir em casa hoje...

Imaginar minha mãe tendo uma relação com alguém, principalmente esse alguém sendo o Detetive Basso, me causa uma certa aflição. Primeiro porque ela não sai com alguém há dezessete anos e devem ter teias de aranha em sua boca... E segundo porque ele é imortal, e minha mãe é... Minha mãe. Mas Scott está certo. Ela é grandinha e sabe se cuidar. Acho que é difícil que seu coração se abale...

Eu pego uma sacola da Imaginné, que contém um vestido de veludo o qual comprei especialmente para hoje a noite, uma da Prada, com botas novas de camurça com cano longo, e uma sacola média listrada de rosa e branco, com a logomarca da Victoria´s Secret.

Subo as escadas apressada. Tenho pouco tempo e quero que esta noite seja perfeita e ... prazerosa. Mordo o lábio inferior diante ao pensamento do corpo de Scott contra o meu. Algo me diz que esta noite vai ser particularmente espetacular.

Tiro as roupas e as jogo de qualquer jeito no cesto de roupas sujas. Entro no chuveiro, minha pele agradecendo ao contato quente da água, e esfrego meus cabelos vigorosamente com shampoo de baunilha e laranjas que comprei hoje. Ensaboo meu corpo com um sabonete líquido misto de chocolate e rosas, a névoa perfumada do banho inundando o banheiro.

Raspo as pernas, as axilas e a virilha, e passo mais uma camada do sabão cremoso.

Por fim, me seco com minha toalha rosa felpuda, a mesma que Scott amarrou em seu corpo nu alguns dias atrás. A lembrança, que antes me parecia cômica, agora me excita. Esfregar algo em meu corpo que tocou nas partes delicadas deles faz com que um calor extremo se apodere do meu ventre. Eu respiro fundo enquanto espalho creme hidratante, também de baunilha, por todo o meu corpo. Tenho que me concentrar em outra coisa. Se eu chegar ao apartamento dele nesse estado ele vai achar que sou ninfomaníaca...

Calça minha pantufas, e entro em meu closet, fechando a porta e a janela. O vento lá fora é gelado, apesar do calor que emana de dentro de mim. Abro a sacola da Victoria´s Secret. Eu nunca usei algo tão ousado quanto esta peça, mais Nora insistiu tanto para que eu levasse, que eu desisti de contrariá-la. Eu nunca pensei que nós duas iriamos a seção vip da loja, principalmente a Nora, que nunca usou nada mais vulgar do que uma blusa com as costas de fora. Mas afinal, não é ela que vai vestir isso. Sou eu.

Analiso as pequenas peças mais uma vez. O sutiã rosa é feito de tela transparente, então é como se eu não usasse nada na parte de cima. A calcinha, se é que esse pedaço de seda pode ser considerado uma peça de roupa, não tampa nem dois quartos da minha bunda. Na frente tem alguns detalhes em renda branca, e as laterais são da grossura do meu dedo mindinho. Mas atrás, onde apenas um trapo de seda não deixe com que eu entre para a categoria completamente nua, é a parte que mais me preocupa. Eu quase desisto da ideia, quase.

Scott vai gostar disso. E o que deixa ele excitado, me dá potencial.

Depois de colocar a micro lingerie, e desembalo meu novo vestido. É um exemplar feito completamente em veludo negro que se amolda ao corpo, fechado na frente, com mangas compridas e um pequeno decote em formato de coração nas costas, estrategicamente posicionado acima do fecho zíper. Eu o sinto grudar a minha pele de maneira confortável. Minha roupa de baixo é tão estreita que parece que não estou usando nada. Calço minhas botas de camurça cor de avela e ela sobe até alguns dedos acima do joelho.

Me olho no espelho. Nunca me vesti tão bem em minha vida, nem de maneira tão... sexy.

Prendo os cabelos em um rabo de cavalo alto e solto algumas mechas para emoldurar o rosto. Passo um batom vermelho matador e uma camada leve de rímel transparente. Excelente. Antes que eu pegue minha bolsa, porem, a campainha toca.

Sinto meu coração acelerar a medida que desço as escadas. É como se estivesse indo para o primeiro encontro novamente. Verifico meu reflexo uma ultima vez na geladeira prateada e abro a porta. Ele está lindo.

Scott está vestindo uma camisa social azul escura, calças pretas e tênis marrons caros. Em uma mão ele segura um blazer da cor dos tênis e na outra um enorme buquê de petúnias brancas. Elas não são minhas flores preferidas, mas isso não importa quando tudo o que quero é aproveitar todos os momentos possíveis ao seu lado.

Ele parece paralisado. Seus olhos passeiam pelo meu corpo repetidas vezes, até que ele fita meus olhos. Eu sorrio.

–Estou bonita? – pergunta, trancando a porta atrás de mim.

–Bonita? – ele balança a cabeça incrédulo. – Vee Sky , você não está bonita. Você não está nem mesmo linda. Você parece um anjo saído dos portões do paraíso, só que numa versão bem mais sensual...

Ele abre aquele sorriso malicioso e eu ruborizo. De onde ele tira essas palavras?

–Você humilharia Helena de Troia e tomaria o lugar de Afrodite no Monte Olimpo... – ele continua. – O brilho de seus olhos mataria a pálida lua de inveja. – reconheço as palavras que Romeu disse a Julieta a centenas de anos atrás e sorrio. – Seus lábios são como...

Eu não aguento e o agarro ali mesmo. Quem mandou ser tão ... Scott? Ele joga o blazer e o buquê na porta de entrada e segura minha cintura. Eu entrelaço nossas línguas com fervor. Hoje ele está com um gosto exótico, uma mistura entre a tradicional canela e algo que não consigo distinguir. Manjericão, ou pimenta-do-reino, talvez... Mas de qualquer maneira, é um gosto delicioso.

Ele me solta de repente e eu o encaro sem entender.

–Você não quer gastar todo o combustível agora, quer? – e com uma piscadela me conduz até o Mustang, o buquê esquecido no hall de madeira. Minha mãe vai achar isso um pouco estranho, mas o que me importa?

Eu ligo o rádio e a musica que está tocando é alguma do Will.i.am, a qual esqueci o nome. Eu sorrio. Nora uma vez disse que eu tinha hip-hop carimbado em minha alma, e ela não mentiu. Começo a mexer meu corpo de maneira insana, ignorando as risadas e os olhares que Scott me lança. Em pouco tempo chegamos ao prédio de dois andares que só visitei uma vez, em uma operação investigativa comandada por Nora. Nunca entrei lá dentro, mas posso afirmar com toda certeza que o pequeno prédio passou por uma boa reforma desde a ultima vez que estive aqui. Luzes de Natal enfeitam todas as janelas, e algumas guirlandas feitas com pinheiros naturais estão espalhadas aqui e ali. É acolhedor...

–Patch me ajudou. – ele diz, colocando um braço sobre meus ombros de forma protetora.

–Está lindo. – eu sorrio sinceramente. – Agora, se pudermos entrar... Estou morrendo de frio...

Ele tranca o Mustang e juntos entramos no prédio. Uma breve escada separa a parte debaixo, cuja moradora idosa faleceu recentemente, da parte de cima, cujo corredor iluminado indica a presença de um ser vivo. A mãe de Scott se mudou para Nova York há um ano, na época que a Guerra teve inicio. Na verdade, poucas mortes, incluindo a de Dante Materazzi , ocorreram, e foi firmado um acordo de paz, em que os anjos caídos não poderiam mais possuir nefilins. Mas mesmo depois de a Guerra ter terminado, minha sogra não quis retornar. Ela disse que conheceu um artista plástico vinte anos mais jovem em N.Y. e que os dois estão muito felizes juntos. Scott não discordou. Na verdade, suspeito que ele ficou muito satisfeito com isso.

–Bem vinda, Sky. – ele abre a porta e eu piso no carpete macio, grata pelo calor que vem da lareira no canto. Estou em uma pequena e aconchegante sala de estar, com uma lareira a direita, uma televisão de tela plana em frente a uma janela ampla, e um sofá bege para três pessoas. A esquerda há um pequeno corredor, pelo qual Scott me conduz. Existem aqui três portas. Uma delas sei que está o quarto dele, a outra um cômodo vazio, onde outrora a Sra. Parnell dormia, e a outra o banheiro. Mais a frente está a pequena copa, com uma mesa de jantar arrumada para dois e uma parca iluminação a base de velas. Uma cortina de miçangas descombinadas, no estilo hippie, divide a copa da cozinha. Eu examino a decoração. Há varias rosas vermelhas espalhadas pelo chão, e uma sobre um dos pratos, com um bilhete selado com o nome : Vee H. Sky. Scott atravessa a cortina me lançando um sorriso e eu me concentro em meu bilhete. A caligrafia corrida de Scott é claramente identificável. Diz assim:

Minha bela dama,

Esta noite, você está sob minha custodia, de modo que sou eu quem irá ditar as regras aqui. Seja uma boa convidada e siga minhas ordens.

Carinhosamente, S. Parnell

Eu sei o que isso significa. Eu fui dominante da ultima vez, agora é a vez de eu ser dominada...


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Notas finais do capítulo

Ui... Momentos calientes se aproximando... Bezitos dulces para usteds, chicas ! *-*



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