Um Amor Definitivamente Inumano escrita por Carol Potter Greymark


Capítulo 1
Ciúmes Alcoólicos


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é onde ocorre o reencontro entre os personagens principais seis anos depois, visto que na minha história Scott se mudou de Coldwater quando tinha 11 anos.Uma música que acho que combina é How You Remind Me Nickelback Aproveitem!



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Eu escaneio a sala, procurando algum cara interessante, e quando não tenho sucesso volto meu olhar para o minha bebida. Deve ser meu sexto copo,não tenho tanta certeza.

A minha regra de escolha masculina é bem simples; se resume a DEFINITIVAMENTE não namorar caras baixos. Mas, infelizmente, por um motivo que eu desconheço, caras realmente altos (acima de 1,83) são raros aqui em Coldwater, e então quando você encontra um cara nesses padrões, só lhe resta atacar.

O Patch é um cara alto. E além de alto é gostoso. Mas você nunca me ouviu dizer isso, porque, bem... Apesar de eu ser aparentemente imortal, ter minhas unhas arrancadas pela força extrema da Nora não parece ser muito relaxante... Então teve aquela história do Rixon. Ele era alto, e cara, como beijava bem. Acho que todos os cretinos (e outros cuja nomeação adequada é inapropriada para menores) beijam bem. Talvez o Patch beije bem... Mas enfim... Ele morreu. Ops. Ele é um anjo caído então tecnicamente não pode morrer, mas para todos os efeitos, nosso ‘’breve romance de verão ‘’ (como isso soou Marcie Millar) está completamente interrado. E também teve o Jules. Aquele lá... Sem comentários...

Eu fiquei um longo tempo ( cerca de seis semanas) afundada em um feminismo cegante, onde eu me entupi de donuts de chocolate e tive como única presença masculina próxima o Treinador McConaughy, que insiste em manter um olho em mim , apesar de eu ter jurado que não vou mais roubar o seu apito e jogá-lo na privada... E então surgiu Scott Parnell. Ele costumava puxar meu cabelo no jardim de infância e molhar as calças, recebendo o carinhoso apelido de ‘’ Scott, o mijão’’. Quando tínhamos seis anos ele e Nora ficaram muito próximos e eu morri de ciúmes. Então na quarta série ele grudou um chiclete no meu cabelo e eu tive que cortar. E como se não bastasse, na sexta série, quando comecei a usar sutiã, ele se sentava atrás de mim e ficava puxando as alçinhas para que ricocheteassem nas minhas costas. Um dia eu não agüentei mais e dei um soco na cara dele. Ele mudou de cidade no ano seguinte e nunca mais nos vimos,felizmente. Então a Nora resolveu fazer uma festa de Hallowen e imagina a minha surpresa ao ver que ‘’Scott, o mijão’’ tinha passado a ser ‘’Scott, o gostosão’’. Uma parte de mim (a maior na verdade ) gritava ‘’Se afaste, Sky! ‘’ , enquanto uma porção mínima, movida pela atração que aqueles músculos definidos causavam , insistia que minha tigresa interior precisava caçar, afinal essa quarentena (literalmente) anti-garotos estava deixando meus instintos de conquista amortecidos. Por fim eu escolhi escutar minha voz feminina (que o treinador chamaria de ‘’hormônios sexuais’’) e partir para o ataque. Eu memorizei o ultimo lugar que o vi, e peguei minha bolsa de maquiagem, depois segui para o banheiro.

Meus planos são imediatamente anulados quando eu encontro ninguém menos que a Marcie Vadia Millar o agarrando no batente do lavabo. Eu sinto vontade de vomitar. Mais que isso. Eu sinto um ciúme irracional. Eu quero gritar, bater na Marcie e o pior de tudo, chorar. Eu não sei de onde esses sentimentos vieram. A última vez que eu tinha falado com o Scott fora a seis anos, e ele nem devia mais se lembrar de mim. Eu mal percebo que saí correndo até esbarrar no Patch e receber um banho de cerveja. Maravilha.

–Desculpa, loira. – ele dá aquele meio sorriso debochado que faz a Nora ( e confesso que há algum tempo, eu) desmanchar. Eu o encaro com minha carranca maligna, ignorando as lágrimas que contornam meus olhos. – O que? Você é que estava correndo igual a uma maluca. Eu não podia adivinhar que eu ia esbarrar em você. Espera aí... Você está chorando? – ele abandona a expressão cafajeste por um minuto, mas eu já estou subindo as escadas em direção ao quarto da minha melhor amiga. Que merda. Eu me enfio no quarto da Nora e fecho a porta com força, o que fez a maçaneta estilhaçar. ÓTIMO. Que droga. Primeiro esse choro ridículo, depois um banho de cerveja e agora ter que explicar para Nora que não consegui controlar minhas forças sobre-humanas. Eu me apoio na porta e depois de secar algumas lágrimas decido tirar meu vestido preto e curto e sexy, agora fedido e pegajoso. Eu caminho até a janela do quarto e abro o vidro. O vento frio do Maine em contato com minha pele nua cria uma sensação reconfortante e gelada ao mesmo tempo. Eu suspiro. Que diabos aconteceu comigo? Talvez seja essa coisa de ser nephilim... Falando em nephlim, acabo de sentir uma presença familiar no corredor. Eu suspiro quando Nora fecha a porta atrás dela.

–Vee? – ela pergunta. – Em primeiro lugar porque você está aqui em cima enquanto está tocando Jay-Z lá embaixo? – ela se aproxima ao ver que eu não quero falar. - Me conte tudo. A parte do vestido Patch já explicou. Mas acho melhor você vestir alguma coisa. Não quero que fique resfriada.

Eu pego o vestido no chão e sôo meu nariz nele. Depois visto o robe de seda lilás que Nora me estende e me sento ao seu lado na cama.

–Eu estou com ciúmes. – eu a encaro seriamente. Ela ergue uma sobrancelha.

–Certo. – ela me avalia cuidadosamente. – Posso saber de quem, exatamente?

–Scott Parnell. – eu digo, e seu nome soa extremamente familiar na minha voz. Sinto um calafrio estranho...

–Você está bebada? – Nora pergunta. – Você e o Scott meio que se odeiam, lembra? E porque você estaria com ciúmes dele?

–Eu não consigo explicar. – eu suspiro. – Eu vi ele e Marcie se agarrando e foi um sentimento involuntário.

–Eu acho que você enlouqueceu de vez. – ela me encara, provavelmente ainda considerando a hipótese de eu estar bêbada. Talvez eu esteja. Agora porém, só consigo pensar na cena nojenta e no ódio pela Marcie... Que pena que ela também é imortal...

Eu sinto outra presença no corredor, algo poderoso. Não é Patch, tampouco. É algo um tanto mais... nephil. Eu apostaria em Marcie, mas tenho certeza de que ela não iria se aventurar em território tão perigoso; apesar de que desde que descobri que eu, minha melhor amiga e a esnobe detestável não somos humanas , e que além disso Nora e ela são meio irmãs, tudo pode acontecer...

Simultaneamente a esses pensamentos eu escuto batidas na porta.

–Pode entrar. – Nora grita por cima do som que vem lá debaixo. E então assim que a porta abre eu congelo. Suponho que o olhar vidrado que Scott Parnell está me lançando agora é o mesmo em meu rosto.

Ele é gostoso. Isso é inegável. Mas a atração que sinto por ele nesse momento supera os desejos carnais. É como um laço que nos puxa em direção um do outro. Ele é um nephil. E isso não é tão anormal quanto parece, visto que provavelmente cinqüenta por cento das pessoas lá embaixo não são humanas. Eu sinto um outro calafrio repentino. Seus olhos castanhos não desviam de mim. Então eu olho para minhas mãos, e elas estão tremendo. Por Deus, o que é isso que estou sentindo?

– Vee Sky, certo? – Scott pergunta e seu tom é quase amigável. – Uau. Você fica bem melhor sem aquelas trancinhas.

Eu ruborizo e fico aliviada por estar escuro.

–E você é... Scott Parnell, certo? Também acho que você fica melhor com as calças secas. – ‘’Dez pontos para o time da casa.’’ Ele sorri com o meu comentário irônico. Esse é um jogo que mais de um pode jogar.

–Não sabia que você também é nephilim. – ele prossegue, cruzando os braços sobre o peito em uma posição descontraída. – Como o mundo dos imortais é pequeno. Quem sabe um dia possamos dar uma volta por aí ; relembrar os ‘’bons momentos’’ da infância.

Eu queria dizer ‘’ Não, obrigada. Nunca beijaria alguém que já mastigou algo podre.’’ Mas me limito a murmurar:

–Quem sabe um dia? A vida é cheia de possibilidades. – Eu desvio o olhar para a janela aberta, onde as luzes lá debaixo refletem na névoa sinistra que cisma em circundar a casa de fazenda. ‘’ Não, Srta. Sky. Aquele ali é Scott Parnell, o garoto que cuspia no seu suco de morango no jardim de infância. Você está apenas bêbada e confusa. ‘’ Os copos de Cherry Coke™ misturados com vodca começam a vir a tona. Definitivamente eu não estou pensando com coerência.

–Hm... Desculpe interromper o ‘’momento reencontro’’, mas... – Nora desvia minha atenção para a porta, onde Scott se apóia desleixadamente. – O que exatamente você veio fazer aqui em cima, Scott?

–Bem... A cerveja acabou, então...

–Ah. – Nora faz um gesto indiferente com a mão. – Fale com o Patch, ele vai saber o que... – ela não precisa concluir a frase. Ele já foi.

–Certo... – ela me encara soltando um suspiro. – Onde estávamos?

–Você está certa. – eu digo, caindo de cabeça no travesseiro rosa em formato de coração escrito PARA A MELHOR AMIGA DO MUNDO’’ em letras garrafais; um presente meu. – Eu bebi demais.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. E lembrem-se : são os comentários que motivam o autor.P.S.: Na minha primeira fic, que fala sobre a primeira vez de Nora e Patch, recebi três comentários fofos. Obrigada, leitoras. Que um anjo da guarda guie o caminho de cada uma de vocês. Beijinhos da Tia Carol ♥



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