A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 9
Inheritance - Part 1




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RONY

Li e reli a carta que estava nas mãos de Hermione, sem acreditar no que via.

Prezada Srta. Granger,

Venho através desta expor-lhe o processo de distribuição de bens do Sr. Harold Granger, trinta e oito anos, solteiro, que se declarou como seu tio paterno em testamento feito há cinco anos no cartório do Ministério da Magia.

O Sr. Harold faleceu recentemente, no dia quinze de janeiro, de causas ainda à serem esclarecidas, e, devido à isto, o processo de herança foi iniciado, após cuidadosa verificação do histórico do Sr. Harold. Constatou-se que, nos arquivos trouxas, o Sr. Harold, antes conhecido como Sr. Gerald Granger, foi, na verdade, dado como morto em 1987, devido à um acidente num incêndio. As divergências e o acidente nos arquivos trouxas e bruxos ainda estão sendo apurados.

No entanto, já foi aprovado o repasse dos bens do Sr. Harold Granger à senhorita, após confirmação dos laços parentais e de propriedades do falecido. Solicitamos sua presença no dia sete de setembro, às nove horas, no setor de Divisão de Bens do Ministério da Magia para apuração, apresentação e oficialização do repasse dos bens do testamento do Sr. Granger, à saber:

– Uma casa de veraneio à oeste de Hogsmeade;

– Cinquenta mil galeões da conta bancária de Harold Granger;

– Um agoureiro de cinco anos, legalmente adquirido em documentação;

– Uma elfa doméstica de vinte anos, nomeada como Becky.

Esperamos ansiosamente sua vinda.

Atenciosamente,

Oliviene Stark

Setor de Divisão de Bens e Propriedades do Ministério da Magia

Junto com a carta, havia uma credencial para acesso no MInistério.

Olhei para ela, abismado.

– Hermione...

Hermione puxou a carta das minhas mãos de um jeito tão assustado e brusco que quase me desequilibrei.

Ela estava corada, com os olhos saltados, engolindo em seco.

– Isso... - ela fungou - não faz sentido algum....

– Caramba... - segurei seu ombro - o seu tio que você achou que tinha morrido estava vivo, e agora morreu... de verdade? - eu quase que ia fazer a besteira de completar com "de novo?".

Aquilo estava ficando muito bizarro. Era muita coincidência o falecimento e essa herança aparecer justo agora, com toda aquela ladainha de Wiccas e profecias.

Hermione apertou a carta nas mãos, dobrando-o e colocando-o no bolso da capa.

– Parece que sim - ela começou a andar ansiosa pelo corredor, enquanto eu a seguia - vou tentar esclarecer essa loucura no dia sete... - ela balançou a cabeça - isso é... insano...

Com certeza... cinquenta mil galeões não eram bem uma quantidade modesta de dinheiro. Como se aquela criatura precisasse ser ainda mais rica.

Mas uma casa de veraneio, um agoureiro e um elfo? Aquilo já era esbanjar luxo à moda dos Malfoys.

– Como...? - Hermione arfou - isso não faz sentido algum... por que meu tio se escondeu no mundo bruxo? Como... como ele morreu?

Muitas perguntas sem respostas, na minha opinião. Suspirei.

– Anda - murmurei - vamos voltar pro dormitório... acho que Harry vai querer ouvir sobre isso...

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Quando chegamos na Torre da Grifinória, repassamos tudo que acontecera à Harry e Gina - exceto, no caso de Gina, sobre todo o envolvimento de Hermione com a história dos Wiccas. Não queria deixar minha irmã preocupada por antecipação.

Quando acabamos, Gina parecia chocada.

– Um elfo doméstico? - desgraçada, ia botar lenha na fogueira do assunto "trabalho escravo".

Hermione fechou a cara para ela.

– Nem me lembre. Vou fazer questão de dizer à Oliviene que não quero essa elfa. Aliás - ela acrescentou, amarrando a cara - que não quero nenhuma desas coisas.

– Você quer que eu te acompanhe quando você for? - indaguei.

Hermione devia estar à beira de um piripaque naquele exato momento. Eu estaria, com toda aquela bizarrice paranormal acontecendo.

Ela assentiu, aparentando estar bem assustada com a rodada de acontecimentos.

– Eu queria continuar conversando sobre isso - bufou Hermione - mas temos que ir para a próxima aula. Anda, Rony...

Nem me atrevi à discutir. Me levantei e segui Hermione, deixando para trás meu amigo e minha irmã, completamente absortos em seus próprios pensamentos.

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Por intervenção divina ou pura sorte, os dias seguintes foram muito mais tranquilos. Hermione não tacou fogo em ninguém e o dia do encontro com Oliviene se aproximou e chegou sem nenhum imprevisto.

Para não falar que não houve problemas, encontramos Draco Malfoy mais meia pá de vezes durante as aulas.

O garoto estava cada vez mais perto de virar um zumbi, andando pálido e inexpressivamente pelos corredores. Mesmo com o antagonismo entre nós, não pude deixar de sentir uma pontada minúscula de pena. Afinal, o moleque quase morrera meia dúzia de vezes desde o sexto ano. E depois, morte por incineração era algo que eu não teria desejado nem para Rita Skeeter.

Quando o dia do encontro chegou, acordamos cedo, nos arrumando ansiosos e, em seguida, indo até o gabinete da diretora.

McGonagall havia ficado ciente da nossa visita ao Ministério e autorizara sem discussões nossa aparatação até o gabinete de Oliviene.

Porém, a professora parecia estranhamente ansiosa quando se despediu de nós na rede de flu, antes que as chamas coloridas nos engolfassem, fazendo seu rosto desaparecer de vista.

Quando as chamas se dissiparam, finalmente, eu e Hermione reaparecemos numa sala limpa e organizada de cor creme, circulada por dezenas de prontuários. Uma mesa retangular quebrava o padrão, afixada bem no meio da sala.

De trás de um dos arquivos que emolduravam o ambiente, saiu uma moça de uns vinte e poucos anos, elegantemente vestida, com cabelos pretos lisos e maquiagem leve.

– Bom dia, senhores.

– Bom dia - Hermione sorriu, apesar de parecer tensa - Oliviene Stark?

– Sim, sou eu - Oliviene se adiantou e nos cumprimentou - é um prazer conhece-los. Seria a srta. Granger?

– Acertou... - senti Hermione suspirar ao meu lado - esse é o meu namorado... ele poderia estar acompanhando o processo?

– Certamente - Oliviene sorriu - sentem-se, por favor.

Nos acomodamos de frente para Oliviene.

– Bom - ela começou - marquei esse encontro para discutir as pautas do testamento de seu tio, como você provavelmente deduziu pela carta que lhe enviei. A senhorita já sabia sobre o falecimento de seu tio, ou da existência de tal testamento?

– Não... eu não sabia de nada, Sra. Stark. Achei que meu tio já havia falecido há anos, e então... - Hermione algavariou, arfando - então recebi esta carta.

– Entendo - Oliviene meneou a cabeça - bom, como citei na carta, tudo isso ainda está sendo apurado, e daremos mais informações assim que pudermos. De qualquer forma, por ora, já foi aceito o repasse dos bens do testamento à senhorita. Gostaria que me acompanhassem para o reconhecimento dos bens, se não fosse incômodo. À partir de semana que vem, se fecharmos a papelada ainda hoje, tudo no testamento será legitimamente seu.

Hermione piscava demais ao meu lado. Fiquei com medo que ela tivesse um ataque cardíaco ali mesmo, mas ela balançou a cabeça, afirmativamente.

– Sim... tudo bem...

Oliviene deu outro sorriso cheio de dentes.

– Bom, de início, acho melhor já tratar dos bens vivos...

– Quanto à isso... - Hermione começou, mas Oliviene ergueu a mão, pedindo que esperasse.

A mulher bateu palmas, olhando ao redor.

– Becky! Becky!

Ouvimos um estalinho repentino ao lado de Oliviene. Hermione saltou, assustada. Pulei na cadeira, surpreso.

Uma elfa miúda, que parecia jovem - o que era impossível deduzir em se tratando de elfos domésticos - de orelhas arrepiadas e nariz longo e fino, encarava Hermione e eu com um misto de espanto e alegria. Amarrotava o vestidinho curto e bem cuidado que usava de roupa.

– Ah... - a elfa arregalou os olhos - a sobrinha do meu senhor! - ela deu pulinhos ao lado de Oliviene.

– Ela é... era... - murmurou Hermione - a elfa do meu tio?

– Sim - Oliviene assentiu - Becky pertencia ao seu tio, e Harold fez questão de frisar em seu testamento que houvessem todas as garantias de que Becky seria repassada à você, e somente à você. Por algum motivo, isso parecia ser vital em sua última vontade.

– Sim, sim, sim! - Becky pulou alegremente - meu senhor fez Becky prometer que seria a elfa da menina Granger! Que serviria e cuidaria dela, como meu senhor mandou! Becky está tão feliz de ter uma nova senhorita para servir! Becky vai cuidar da senhorita Granger assim como cuidou do meu falecido senhor!

Oliviene parecia compadecida e divertida com a declaração quase apaixonada da elfa.

Hermione não parecia menos encantada do que Oliviene. Becky era - como poderia dizer...? - empolgante. Contagiante.

– Bom... - Oliviene piscou - acho melhor começarmos, então...


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