A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 46
Stopped World


Notas iniciais do capítulo

OAHHHH Oies, gentes!
Novo capítulo pros meus fãs!
Boa leitura!



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HERMIONE

A despedida antes de voltarmos para nossa escola foi um tanto difícil, dados os acontecimentos recentes.

Lutar ao lado de Durmstrang e Beauxbatons na batalha contra Rodrick e os Comensais fortaleceu muito nossa relação com as outras escolas, e não dava para deixar de ver, em cada rosto deles, a imagem de um irmão ou uma irmã. Todos haviam lutado e feito sacrifícios conosco e por nós.

A cerimônia feita por Maxime em memória de Madelaine me fez chorar até não poder mais. Lembrar da minha pobre e avoada amiga francesa, que andava tão feliz com o novo namorado – que também havia partido – fez meu coração doer de pesar.

Eu só me consolava com o fato de que Simas e Madelaine provavelmente agora estavam juntos, onde quer que estivessem.

Em contrapartida, todos os feridos da batalha se recuperaram fisicamente, embora eu achasse que as cicatrizes internas – incluindo as minhas – nunca se curariam.

A despedida de Dare, Nyree e Tamahine também não foi fácil.

Tive que abraçar a coitada mais de um minuto para que acalmasse a crise de choro.

– Vamos sentir tantas saudades... – ela fungou.

– Nos também, seus doidos – Rony riu, abraçando Darel.

Tirar Gina e Luna de cima da bebê foi quase impossível. Se não fosse Neville tascando um beijo assustador em Luna para desviar – com sucesso – sua atenção, e um empurrão meu em Gina, as duas tinham ficado ali o resto do ano.

– Tem certeza que não querem ficar por aqui na Europa? – perguntei, apertando as mãos de Darel.

– Acho que ficamos longe o suficiente de casa, Hermione... mas vamos manter contato, eu prometo.

– Visitem a gente qualquer hora em Tokonga. Mere e Akahata estão morrendo de saudades de vocês.

– Nós iremos sim – Rony disse – obrigado por tudo, gente.

– Não foi nada... – Nyree sorriu – dê um tchau para eles, Tamahine...

Ela pegou a mãozinha da bebê e balançou-a num aceno, fazendo todos rirem.

– Ela vai ser uma grande bruxa – sorri, afagando os cabelos negros de Tamahine – cuidem bem dela...

– Pode deixar – Darel piscou, me dando outro abraço.

Não pude deixar de sentir um vazio bobo no peito quando eles desapareceram em meio á multidão de pessoas que estavam se despedindo.

– Que droga... vou sentir falta desses três encrenqueiros – Rony sorriu para mim.

Antes de embarcamos na carruagem voadora que nos levaria de volta á Hogwarts, enquanto Rony se despedia de Andrey, senti alguém me cutucar.

Arregalei os olhos ao me deparar com a silhueta troncuda familiar do diretor da Durmstrang.

– Krum... – guinchei, surpresa.

Ele estava horrível. Havia conseguido uma grossa cicatriz no rosto, fruto de um embate dele com um Comensal da Morte em meio á guerra, e um tanto abatido.

Olhei assustada para o rapaz ruivo á alguns metros, ficando ligeiramente tensa.

– Só querria falar com focê... – ele murmurou, baixando os olhos.

– Ahn... tudo bem... - – vi o que focê fez na batalha e no Torneio... só querria dizer que focê foi incrível, salvando todos aqui... Durmstrang nunca poderrá pagar essa dívida.

– Não tem dívida alguma... – arfei, me sentindo sem graça com o olhar fixo dele em mim – Vitor, quanto à... bem, quanto á nós dois...

– Andrey me falou – vi, chocada, um sorriso torto enrijecer a cicatriz de seu rosto – focê foi uma parte marravilhosa de minha vida... mas agorra focê tem alguém que te ama de verdade... – ele riu, me deixando ainda mais desconcertada – fou seguir seu conselho... esperro que focês fiquem bem...

Ele estendeu a mão para mim. Apertei-a, ainda me sentindo meio tonta pelo rumo inesperado da conversa.

– Foi bom te ver de novo – dei de ombros, completamente sem graça.

– Digo o mesmo, Hermionini... – Krum acenou antes de se virar e ir embora – boa viagem para focês...

Juro que quase tive um derrame quando Rony surgiu ao meu lado, encarando Vitor sumindo na multidão.

– Rony, seu vagabundo! Quase me mata do coração!

– Ele ainda te chama de “Hermionini”? – Rony riu.

– Parece alguém que andou me chamando daquela palavra com G – funguei, enquanto entrava na carruagem.

– Gostosa?

– Ronald Weasley! – joguei-o conta o banco da carruagem, dando um tapa em sua cabeça, enquanto me indignva com a risada descarada dele.

– Parem com isso – Gina murmurou, empurrando nós dois para o canto enquanto sentava com Harry – se querem coabitar de novo, ao menos esperem chegarmos em Hogwarts.

Fuzilei-a com os olhos, enquanto sentia a carruagem dar um solavanco e se erguer do chão.

Becky surgiu do nada na nossa frente, quase se desequilibrando na carruagem em vôo.

Peguei no colo, sentando-a em minhas pernas e afagando sua cabecinha pelada. Para minha agradável surpresa, Becky adormeceu em alguns minutos.

Vi McGonagall do outro lado da carruagem, conversando com Hagrid, e me lembrei da decisão que estava tentando tomar no dia anterior.

Fiquei ali, momentaneamente pensativa, tentando decidir o que faria da vida – aliás, da Maldição – agora. Será que eu conseguiria viver com isso sem problemas, legando isso aos meus descendentes? Ou era melhor repassar isso para alguém com mais capacidade de regê-la e, que iria extirpá-la da História após sua morte?

Decisões, decisões... balancei a cabeça, agoniada. Ainda era cedo para decidir.

– Hermione...

– Sim, Rony? – indaguei.

– O que é coabitar?

Tirando Draco Malfoy e Mila Bulstrode, foi impossível não perceber a cara abobada de todos ao redor. Nem Hagrid parecia saber aonde enfiar a cara para esconder o riso.

Ri, tentando me impedir de dar um sacode em Rony ali mesmo.

Em vez disso, deitei a cabeça em seu ombro, enquanto ele me encarava confuso. Para sorte dele, teve o bom senso de não insistir, e apenas me abraçou, enquanto admirávamos a paisagem lá fora. Permanecemos assim, em silêncio, até o fim da viagem.

____________________________________O________________________________

Quando finalmente chegamos, não pude deixar de sentir uma insana alegria ao ver de novo as torres majestosas de minha escola.

O desembarque foi um estardalhaço só, já que havia nada menos do que duzentas pessoas nos esperando no pátio, provavelmente ávidas para colher informações sobre a batalha de Beauxbatons e do Torneio Tribruxo.

Fiquei emocionada ao ver a pequena Laisa se sobrepondo á multidão e atingindo Jeniffer num abraço absurdamente fofo.

– Maninha! Você tá bem!

Jeniffer soluçava de dar dó, enquanto apertava a irmãzinha nos braços. Laisa era uma bonequinha minúscula comparada com a irmã.

– Tô sim, La... tô sim.

Vi vários abraços e lágrimas ao meu redor, enquanto a comitiva de Hogwarts descia da carruagem e era engolfada por amigos, colegas e familiares ansiosos. A família de Cho era a que mais chorava, quando recebeu a garota de rosto todo arranhado – culpa de um salgueiro que trombara nela no meio da batalha.

Previsivelmente, todos os Weasleys também estavam ali, o que me impossibilitou de ver Rony e Gina por longos dez minutos, depois que Molly e Arthur apanharam os dois.

O que me surpreendeu foi ver a senhora bondosa de cabelos ruivos se virar para mim e me abraçar chorando.

– Sra. Weasley? – arfei, surpresa.

– Estou tão feliz que está bem, querida... ah, seus pais vão ficar tão preocupados...

Engoli em seco, enquanto tentava acalmar a pobre mulher. Ah, se meus pais tivessem a mínima idéia de como fora aquele ano...

– Estou ótima...

– E você salvou meus filhos de novo! Nunca vamos conseguir agradecer o suficiente por isso...

– Eu não fiz nada sozinha, Sra. Weasley – murmurei, envergonhada.

Ela me olhou, séria.

– Mas não teria sido a mesma coisa sem você.

– Verdade, mãe – senti alguém me puxar; não precisei olhar para trás para saber que Rony revirava os olhos – agora deixa a coitada respirar...

Podia jurar que a vi rir enquanto Rony me arrastada para dentro do castelo.

– Coitada da sua mãe, Rony... – comentei, rindo.

– Ela devia é estar acostumada, depois de quase sete anos em que nós tentamos nos matar – ele brincou, beijando minha testa.

VI ele arregalar os olhos quando o prendi na parede.

– Em que você tentou se matar – corrigi, cutucando o queixo de Rony – só fui mais uma vítima das encrencas de vocês...

– Ninguém mandou você ir destruir horcrux nenhuma, gracinha.

Ele não tinha medo de morrer, não?

– Como é? – fiz minha melhor imitação de inquisitora.

– Não, quinto elemento não vale! – ele guinchou, rindo, estremecendo e arregalando os olhos, quando pousei minha mão em seu peito – tá bom, parei, desculpa...

– Ainda te dou umas pauladas, moleque...

O sorriso de Rony se desmanchou repentinamente.

–Vou sentir falta disso também quando os elementos se forem... – ele me encarou – tem certeza que quer se livrar da Maldição?

Baixei a cabeça. Santa Wicca, eu nem sabia mais o que realmente queria... por um lado, talvez me manter com esse poder absurdo não seria tão ruim. Pelo outro, talvez também acabaria sendo uma carga pesada demais para eu suportar.

– Não sei... não depende só de mim... não ia querer arriscar a vida dos nossos filhos...

Mordi a língua, enquanto minha consciência finalmente fechava seu exemplar de Hogwarts, Uma História e me encarava alarmada. “Sua idiota, quem disse que ele vai ter filhos com você?”

Senti meu rosto esquentar. E não fiquei mais animada quando vi as orelhas de Rony avermelharem.

– Hermione... – Rony gaguejou, parecendo surpreso.

– Não que a gente vá ter filhos, minha nossa – tentei corrigir, sentindo o rubor aumentar – mas, enfim... eu...

Tentei não ficar em pânico quando senti seus lábios me calarem e seus braços me prensarem contra a parede.

Aquela onda aterradora já fazia meus braços tremerem antes mesmo que eu o abraçasse. Minha nossa, será que aqueles abalos de quando Rony me tocava nunca acabariam?

Ainda atordoada, me boquiabri quando ele recuou, gargalhando.

– Esse é seu problema, Hermione Granger. Você pensa demais. Preocupa-se demais.

–E o seu problema é que você não se preocupa – revirei os olhos.

Ele engoliu em seco, parecendo relembrar da minha frase impensada.

– Está preocupada com a sua... a... descendência? Só isso? – Rony devia ter achado que não o ouvi arfar baixinho.

A conversa estava tomando um rumo um tanto constrangedor. Minha consciência tacou o livro dela no chão e deu saltinhos, agoniada. “Que droga, Hermione... desembuche logo o que você sente e o que você quer! Pare de torturar o rapaz!

– Estou preocupada com nosso futuro... só isso... – me abracei, envergonhada.

– O que te preocupa no futuro?

– Não sei... eu sinto que, talvez, você se dê conta que não sou a pessoa certa... e... eu...

As mãos dele, exageradamente grandes em comparação com meu rosto, seguraram meu queixo, forçando-me á olhá-lo. Meu estômago se contraiu quando fui engolida pelo mar em seus olhos.

– Hermione... – ele estreitou os olhos – ainda tem alguma dúvida de que é a pessoa certa? Está falando sério? – me encolhi na parede – enquanto estou aqui, vivendo cada dia como se fosse o último, com medo de que você qualquer hora finalmente veja que não sou o cara certo para você... você está preocupada com essa idéia?

Arfei, chocada. Rony achava que eu iria abandoná-lo no futuro? Sério?

Fiquei ligeiramente enjoada.

Depois de tudo que havíamos passado... e ele ainda tinha esse medo...

– Tenho sim... – guinchei – caso não tenha notado, você quase morreu meia dúzia de vezes esse ano... todas por minha causa. Você tem motivos de sobra para arrumar um pouco de juízo, desistir de mim e... e...

Enquanto tagarelava, finalmente caiu a ficha.

Rony sentia o mesmo por mim. Tinha o mesmo temor. Nossas mentes, pelo menos nesses aspectos, funcionavam como uma só.

Enquanto pensava nisso, percebi que ele enrijecera e empalidecera repentinamente na minha frente, ainda com os olhos fixos em mim. Estava vasculhando algo nos bolsos, e, quando pareceu achar o objeto, engoliu em seco, mesmo com a expressão determinada.

Não conseguia tirar meus olhos dos dele. Era como um feitiço irredutível, hipnotizante e paralisante.

Pisquei surpresa quando ele apanhou minha mão.

– Rony, o que está...?

– Estou destruindo suas dúvidas... e as minhas... – Rony murmurou, parecendo assustado e convicto ao mesmo tempo.

VI-o ajoelhar no chão frio do corredor, ainda olhando para mim, e minha consciência somou dois mais dois, finalmente caindo desacordada em cima do seu livro.

Eu mesma senti uma vertigem quando entendi.

O quê?

Não, não...

Não podia ser...

Agora eu tinha uma amedrontadora idéia do que Rony procurara nos bolsos.

Quando? Como?

As perguntas sumiram de minha mente quando Rony continuou, finalmente erguendo uma assustadora caixinha de veludo preto e pousando-a no próprio joelho, enquanto abarcava minha mão.

– Hermione Jean Granger... eu não tenho a mais remota dúvida de que você é a garota da minha vida... você é tudo que um cara nunca quis, e tudo que um cara precisa ter. Eu simplesmente não vou conseguir viver nem mais um segundo se não souber que também vai ser a pessoa irritante que irá me aturar pelo resto de minha existência. Quero sanar qualquer indecisão minha agora... e talvez, um dia, ter a honra e a alegria de ser o pai de seus filhos, Wiccas ou não.

Minhas mãos tremeram contra a parede quando Rony abriu a caixa, de onde surgiu um brilho perolado.

Meu Deus...

Aquilo não podia ser real...

Não podia...

Ainda presa sob olhar de Rony, tive uma dificuldade imensa para continuar a raciocinar.

Foi quando ouvi a frase que fez meu mundo parar.

– Hermione... quer casar comigo?


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Notas finais do capítulo

AHHHHH
Comentários, que eu os mereço... ou não... rs
Beijos e até o pen(último) capítulo (por que vai ser o último ou penúltimo, de repente ESTE É O ÚLTIMO, sei lá... hehe)...
#FUI



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