A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 28
News and Scares




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RONY

O que me levou á fazer a loucura da noite anterior? Nunca irei saber.

Se me perguntassem por que eu fiz o que fiz, eu não saberia responder. Simplesmente estava aéreo e animado com tudo que estava acontecendo no Baile de Inverno, e, subitamente, me veio essa necessidade insana de estar á sós com Hermione.

Minha teoria era que, pelo menos uma vez na vida, eu queria me sentir no controle de alguma coisa. Queria me sentir, no mínimo, á altura daquela garota maravilhosa que estava ali comigo. Sentir sua reações á mim, fazê-la mostrar que sentia por mim o mesmo que sentia com ela.

Foi insano, sim, Mas também foi maravilhoso.

Acordei sonsamente durante a manhã, sentindo um corpo quente em meus braços. Abri os olhos, me deparando com a silhueta angelical e adormecida de minha namorada.

Passei levemente os dedos pelos seus cabelos, admirando sua expressão serena. Ela havia dormido encolhida em meu peito, como um gatinho.

Passei os olhos, maravilhado, pelo seu lindo corpo. Hermione tinha tudo na medida certa, sem curvas exageradas ou medidas planas. Parecia o corpo de uma adolescente que crescera demais.

Assustei-me quando ela abriu os olhos repentinamente, abrindo um sorriso.

– Bom dia, sádico.

– Ahn, bom dia... sádico? – murmurei, arregalando os olhos. Hermione riu.

– Huhum... – ela subiu u pouco pelo meu corpo, abraçando meu pescoço – você acabou comigo ontem...

Senti, surpreso, meus pulsos paralisarem-se acima da minha cabeça. Olhei, chocado, uma corda prender minhas mãos.

– Hermione!

Hermione balançou a varinha entre os dedos, rindo.

– Minha vez, não acha?

O quê? Ah, não...

Hermione nem me deu tempo de mastigar a situação, e já foi plantando pequenos beijos pelo meu tórax. Ah, não...

– Hermione... – murmurei, sentindo meu corpo estalar como uma corrente elétrica por dentro com seus beijos – eu sei que está querendo, hã, retribuir o favor... – puxei a corda, espantado – mas pode ser outro dia? Acho que já vamos ter barraco o suficiente em Beauxbatons com nosso sumiço...

Hermione franziu a testa, mas desatou a corda, com os olhos estreitados.

– Vou cobrar – ela falou, se jogando de volta na cama.

– Não se preocupe, vamos ter outras oportunidades – esfreguei as mãos uma na outra, fazendo-a rir. – acho melhor voltarmos, não?

Hermione assentiu, saltando da cama. Tive uma visão muito satisfatória de suas curvas, destacadas pela bela lingerie preta que estava usando.

– Dá para o senhor Weasley parar de me olhar assim? – ela fechou a cara enquanto eu a via se trocar.

– A culpa não é minha – funguei, enquanto começava á repor as roupas também – quem mandou nascer gostosa?

Hermione até parou de colocar o vestido, me encarando boquiaberta.

– Você não falou essa palavra.

– Falei.

– Ah, não.

– Ah, sim – ri – bota na conta da vingança do outro dia.

Hermione mordia o lábio, como se não soubesse se ria ou se me xingava.

Por via das dúvidas, deu as costas para mim após se vestir e lá ficou, me esperando para que deixássemos a Sala e aparatássemos de volta.

___________________________O___________________________

Graças aos céus, não fomos vistos por ninguém nem em Hogwarts nem em Beauxbatons enquanto retornávamos para a Torre de Noble.

Bom, por quase ninguém.

Por que só foi virar o quadro da Torre que nos deparamos com a figura espantada de Gina.

– Onde... vocês... estavam? – ela sussurrou, de braços cruzados.

– Não interessa – Hermione cortou, me deixando pasmo. Elas eram tão amiguinhas... – dá licença...

Gina abriu um sorriso “acho-que-já-sei” quando encarou o vestido amarrotado de Hermione.

– Passaram a noite longe daqui, não é?

– Sai – empurrei-a, puxando Hermione atrás de mim. Se Gina tivesse a mínima idéia de como passamos a noite...

Hermione foi correndo para o dormitório feminino se trocar, e eu fui para o masculino, rezando aos deuses do mundo inferior para não encontrar ninguém.

Tentamos deliberadamente evitar nos olharmos durante todo o café da manhã, para não levantar suspeitas.

Mas Harry olhava de mim para Hermione com uma expressão tão espantada que eu desconfiava que Gina já dera seu bedelho para todos os nossos amigos.

– Que foi, casseta? – murmurei para ele, com a boca cheia de torta.

– Nada – ele voltou á se virar para o próprio prato, mas pude ver seus olhos continuarem em mim de relance.

Hermione não deu um pio durante o resto da manhã. Assim que o café acabou, ela me lançou um olhar assustado e se esquivou de mim pelas duas horas seguintes, só ressuscitando ao meio-dia.

Encontrei-a molhando os pés no lago, sentada na terra e olhando distraidamente para um objeto pequeno em suas mãos.

– E aí, Messalina? – brinquei, sentando ao seu lado – que bagaça é essa?

– Ganhei de uma selkie – ela disse, me inclinando o caninho prateado em forma de apito.

– Bizarro... isso funciona? Pra quê?

Hermione deu de ombros, levando o estranho objeto aos lábios e assoprando.

Um som parecido com um grito de animal saiu pelo orifício da frente. Hermione se assuatou, deixando o apito cair.

– Nossa...– apanhei-o do chão, limpando na barra da blusa.

Olhei, curioso, uma movimentação bizarra na base do lago. A água borbulhou ruidosamente, até que, para meu espanto, uma foca saiu dali, vindo em nossa direção por terra, desengonçadamente.

– Ah – Hermione piscou, sorrindo para a foca.

O animal puxou as nadadeiras com os dentes, tirando – para meu choque – sua pele e revelando uma moça bonita de cabelos loiros.

– Olá – Hermione cumprimentou-a, batendo de leve em meu braço.

– Ah, olá – funguei, estranhando a situação.

A moça olhou para o apito em minhas mãos, erguendo a sobrancelha em indagação.

Hermione deu de ombros de novo.

– Estava testando... desculpa...

A selkie – era esse o nome? – se aproximou de mim de gatinhas no chão, erguendo a mão em direção ao meu rosto, com uma expressão fascinada. Olhou para Hermione comum sorrisinho no rosto.

– Meu namorado...

A selkie riu, mordendo o lábio.

Para nossa surpresa, porém, ela tocou minhas bochechas com as mãos, me olhando fixamente como se analisasse algo. Hermione se virou para mim, espantada.

A mulher arregalou os olhos, arfando. E, em seguida, abriu um sorriso maravilhado para Hermione.

– Amor – ela pôs a mão na boca, intrigada – ama você...

Hermione corou, assim como os neurônios do meu encéfalo. Ela era o quê, uma sensitiva? Mulherzinha enxerida...

– Ah, bem... – Hermione piscou, curiosa – acho que sim...

– Acha? – ergui a sobrancelha para ela, enquanto a selkie ria - bom... – girei o apito em minhas mãos – é tipo um pedido de ajuda, então?

A selkie assentiu.

– Salvei a vida dela- Hermione explicou, dando de ombros – a... qual seu nome?

A selkie sorriu.

– Io... – ela sussurrou, ajoelhada na terra.

– É, da Io...

Ouvimos novamente um gorgolejar na água. Só que, agora, era uma pequena e fofa foca bebê, de pelagem branca, ganindo para Io como se a chamasse.

Io meneou a cabeça, piscando para nós.

– Adeus – ela nos sorriu uma última vez, antes de se virar, cobrir-se com a pele em suas mãos e mergulhar de volta no lago.

– Simpática sua amiguinha – comentei, me erguendo assim que as duas selkies desapareceram de vista.

– Parece legal mesmo – Hermione também se levantou.

– E então... preparada para a segunda tarefa?

– Nem um pouco – ela brincou, segurando minha mão – é muita coisa pra digerir, sabe? Bruxos maus soltos por aí, criaturas querendo me devorar, meu namorado me beliscando toda hora...

– Como é? – arfei com sua última afirmação.

– Ah, vai dizer que não anda – Hermione riu – cerejinhas mandaram lembranças...

Senti minhas orelhas esquentarem. Não podia culpá-la... não fui exatamente um cara ingênuo na noite passada...

Alguns minutos mais tarde, quando já estávamos no castelo, Madelaine conseguiu mais ouro para nós: descobriu que a próxima tarefa seria dentro do bosque de Beauxbatons.

– Onde você consegue essas fofocas, menina? – Hermione sorriu, surpresa.

Madelaine abriu outro sorriso misterioso.

– Tenho meus contatos.... – ela deu de ombros.

Harry surgiu no Salão Comunal portando um grosso exemplar do Profeta Diário, com uma expressão de quem foi ler e não gostou do que leu.

– Precisam ver isso... – Ele inclinou o jornal para nós.

Desdobrei-o, virando-o para que Hermione e Madelaine também lessem.

– O que... – Madelaine algavariou – tantes mortes... todes em Paris....

Encarei, surpreso, a manchete intitulada Mal Invisível, que trazia uma foto perturbadora de corpos cobertos por um saco preto.

“Todos os corpos das cinqüenta pessoas, trouxas e bruxos, supostamente assassinadas nas últimas duas semanas foram encontrados em avançado estado de decomposição, e em diversos locais de difícil acesso da capital francesa. Alguns tinham marcas inconfundíveis de queimaduras; outras foram, pelo que se supõe, incineradas até a morte. Alguns corpos, após exame, constataram afogamentos ou sufocamentos que podem ter ocorrido antes ou depois do óbito. Tanto as autoridades trouxas quanto bruxas ainda não descobriram o responsável por esse massacre sem padrão definido, e apenas quinze dos cinqüenta corpos foram identificados”.... – Hermione leu, espantada – caramba...

Eu não estava gostando nada daquilo. Incineração, afogamento, sufocamento, sem o uso ou marcas de feitiços, contra bruxos armados...

Hermione arregalou os olhos para mim.

– Rony... seria possível...?

Uma sensação ruim tomou conta de meu estômago.

– Rodrick – minha voz saiu num rosnado baixo.

Hermione empalideceu, enquanto Harry engolia em seco. Madelaine parecia confusa, sem entender por que estávamos alterados daquele jeito.

Vi o rosto de Hermione se desmanchar. Foi doloroso de se ver.

– Não... – segurei seus pulsos – não pense nisso. Vamos ficar bem... você vai ver....

Ela apertou minha mão de volta, encostando o rosto em meu ombro.

– Rony... estou com medo... – ela sussurrou para que só eu ouvisse.

Abracei seu corpo, me sentindo aflito com sua angústia.

Meu Deus... quando aquilo ia acabar?

– Podem me explicar o que estam aconteçando aqui? – Madelaine bufou.

– Acho que posso – ouvimos alguém dizer, nos virando em direção á entrada da Torre. Das sombras, surgiu Leopold, com a expressão tensa e também segurando um jornal nas mãos – Senhorita Dubois, se puder me acompanhar...

– Leopold! – arfei.

Ele ergueu a mão.

– Não se preocupe, Rony... vou contar apenas o essencial.

Madelaine franziu o cenho, nos olhando desconfiada, mas foi em direção á Leopold, que à guiou para fora da Torre.

Ficamos só nós três á sós no Salão Comunal.

Hermione bambeou, segurando-se no braço do sofá para não cair.

– Hermione! – segurei-a pela cintura – o que foi?

Ela choramingou em meus braços, segurando meu pescoço.

– Rony.... eu... chame Becky...

Atônito, pousei seu corpo no sofá. Ela estava muito pálida.

– Becky!- bradou Harry, pondo a mão na testa de Hermione.

A elfa surgiu alguns segundos depois, parecendo apavorada.

– Menina Granger! Ah, não!

Becky segurou a nuca de Hermione, parecendo fazer algum tipo de magia própria surgir em suas mãos. O rosto de Hermione, que estava contraído, relaxou repentinamente, pousando inerte no braço do sofá. Parecia ter ficado inconsciente.

– Becky.... o que foi que...

– O emocional da menina Granger... – Becky ganiu – ele se alterou... o quinto elemento... coloquei a minha senhorita para dormir...

– O quê? – minha voz soou estressada – ela vai sintetizar o quinto elemento... agora?

– Sim... – Becky fungou, afagando a testa de Hermione com a mãozinha enrugada – o mais perigoso... ela não pode ser incomodada durante a síntese... ou então...

Becky estremeceu, o que me deixou nauseado. Tinha a péssima impressão que ela já presenciara os efeitos colaterais do quinto elemento com Harold. E não parecia ser coisa boa...

O poder de curar ou destruir um espírito ou corpo... senti minha medula se arrepiar.

Minha pobre garota...

Para meu alívio, McGonagall surgiu dentro do Salão Comunal, já com a varinha em punho. Nem ousei perguntar como já sabia o que estava acontecendo.

– Professora...

A diretora suspirou.

– Potter, Weasley... temos que levá-la para a Redoma...

Não havia o que discutir. Seguramos o corpo inconsciente de Hermione e, sem nos demorarmos, aparatamos em direção á Redoma da Wicca.


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Notas finais do capítulo

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