A Maldição da Wicca escrita por FireboltVioleta


Capítulo 27
Joys and Desires - Part 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu sei que a Sala Precisa não conjura comida (uma das cinco exceções á Lei de Gamp, bla, bla, bla) mas vamos fingir que desta vez conjura... rs
Aviso dado, podem ler...



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HERMIONE

“Ai, meu Deus!”, ganiu minha mente.

O quê? Ele tinha levado á sério aquela brincadeirinha?

Olhei de novo para a mesinha. Chantilly!

Pelas cuecas de Merlim! Por que diabos Rony precisaria daquilo?

Quando pensei numa ideia, corei tanto que sabia o quanto devia estar vermelha. Não precisava ser gênio para entender o conceito de Rony sobre “castigo”.

Para minha surpresa, ele pareceu ler minha mente, me observando cautelosamente.

– Nem todo castigo precisa ser ruim, não acha?

Eu não estava entendendo mais nada. Mesmo que aquilo fosse realmente uma brincadeira... mas Rony parecia querer fazer aquilo, não só por uma desculpinha boba como ciúmes.

Mas eu sabia que Rony nunca faria nada de ruim...

Então por que meu couro cabeludo pinicava enquanto eu me prendia ao seu olhar aterrador?

Ele se aproximou, e, por um reflexo ridículo, meu corpo se encolheu, batendo minhas costas contra a parede.

Minha consciência levantou o olhar de seu exemplar de Hogwarts, Uma História e me encarou com a sobrancelha erguida. Aquilo não ia prestar. Não mesmo.

Minha boca queria dizer meia dúzia de coisas – algumas em voz alta – mas meus lábios pareciam remendados com cola.

– Lembra-se da nossa brincadeira dos limites? – Rony sorriu, segurando meus pulsos – as regras são as mesmas, está bem?

Assenti, hipnotizada com seus olhos em mim. Mesmo que eu tivesse consciência da insanidade que parecia que nós faríamos, eu simplesmente não conseguia me manifestar. Estava ao mesmo tempo fascinada e paralisada com o absurdo da situação.

Para meu susto, Rony virou-me de costas para ele. “Ei!”, fungou minha mente, “Devagar, seu bruto!”.

– Rony? – finalmente consegui balbuciar, quando senti suas mãos em minha cintura.

– O que foi? – ele riu em minha orelha, beijando meu pescoço.

– Eu posso fugir?

Senti sua risada em meu ombro. Não pude deixar de sorrir.

– Eu não faria isso... – ele deu a volta em meu pescoço, pousando a boca na minha nuca – se fosse você... está num castigo, esqueceu?

Num movimento rápido, Rony segurou e desceu o zíper nas costas do meu vestido. Minha medula se arrepiou quando senti seus dedos em minhas pele.

Ah, não. A coisa ia ficar feia...

Á medida que ia descendo o zíper, ele beijava o ponto em que terminava de abrir. Os arrepios se expandiram ao redor de minha cintura. Caramba, aquilo era bom. Muito bom. Era suave e ousado ao mesmo tempo.

Senti suas mãos afagarem carinhosamente minha perna. Meu corpo se contorceu involuntariamente, arrepiado e dormente com seus contatos.

– Parada... – ele alertou, segurando meu pescoço com a mão.

– Para... – murmurei sem querer, arfando.

– Acho que não – mordi levemente o lábio quando senti sua boca em minha perna.

Meus joelhos estavam doidos para fraquejarem. Céus, eu não ia aguentar aquilo. Era insanamente bom, carinhoso e prazeroso. O ponto médio entre a brutalidade e a brandura.

Com as mãos cruzadas na parede, senti o vestido escorregar delicadamente pelas minhas pernas. Meu rosto esquentou de vergonha.

– Rony... – murmurei, choramingando.

Rony voltou á se erguer, me abraçando de costas.

– Vire para trás.

Voltei o corpo em sua direção, ainda em seus braços, abaixando minhas mãos e pousando-as em seus ombros. Abaixei o rosto, envergonhada.

– Tão bonita... – Rony sussurrou, parecendo se divertir com minha timidez avassaladora.

Desci minhas mãos até segurar sua lapela, brincando com o tecido distraidamente.

– Sua vez – ele riu, piscando para mim.

Parei de mexer em sua lapela. O quê? Ele queria que eu tirasse sua roupa?

Eu ia abrir a boca para protestar, mas ele fez questão de tampa-la com a mão.

– Ande – bufou – já me fez ir todo chique nesse Baile. Quero tirar esse conjuntinho de rico.

Mordi o lábio para não rir. Conjuntinho de rico?

Tirei desajeitadamente a gravata vermelha de seu pescoço, desatando-a, Para a diversão de Rony, amarrei-a em meu próprio pescoço, como uma coleira bizarra por cima do colar prateado.

– Bonito... – ele riu – meio andrógino... mas bem sexy...

Dei risada. Rony e sua capacidade infindável de me fazer sorrir nas mais bizarras situações...

Ele jogou a gravata para trás de meu pescoço, tocando meio sem jeito o pingente do colar. Seus dedos desceram um pouco, até tocarem a parte superior do meu busto. Arfei, sobressaltada.

Rony permaneceu um pouco ali, acariciando minha pele, parecendo tão envergonhado quanto eu me sentia.

Continuei minha brava jornada pelas peças de seu conjunto, desabotoando o terno lentamente, até puxa-lo pelos braços de Rony, que, para minha satisfação e vergonha, não tirava os olhos de mim nem por um segundo. Em pouco tempo, a camisa também foi fazer companhia para o terno, deixando-o apenas com a calça do conjunto.

– Bom trabalho – ele brincou, terminando de tirar a calça.

Dei risada quando vi seu samba-canção azul, que ficava muito estranho se comparado com seus cabelos ruivos.

Ele fingiu – bom, eu acho que fingiu – fechar a cara para mim.

– Vai achar engraçado se eu te prender na cama?

Parei de rir, mais de surpresa do que de medo.

– Você não se atreveria...

Para meu choque, ele me puxou sem cerimônia para seu colo. Arfei alto, tentando me desvencilhar de seu abraço de ferro, mas fracassei miseravelmente, sendo jogada como uma trouxa de roupas no colchão.

Rony se deitou em cima de mim, impedindo-me de me mexer.

– Rony! – ofeguei.

– Ah, não... não, não... – ele balançou a cabeça, irredutível - incarcerous!

Eu decididamente me boquiabri de choque e indignação quando Rony realmente conjurou uma corda que amarrou meus pulsos na cabeceira.

– Rony! – repeti, afobada. Ah, como tudo aquilo podia ser tão constrangedor e tão maravilhoso ao mesmo tempo?

– Eu não queria fazer isso... – ele fungou – mas você não está colaborando...

Olhei apavorada para a tigela de cerejas ao meu lado.

– Tá bom, eu vou me comportar! Me solta!

– Não dá pra confiar em você... – Rony apanhou a tigela, parecendo deliciado com meu desespero. Pegou uma das cerejas pelo cabo, enfiando-a na boca e puxando a haste. Mastigou um pouco, sempre olhando para minha expressão apavorada.

– Quer uma? – ele inclinou uma das frutas para mim.

– Me solta que eu como – resmunguei, fazendo biquinho.

– Nada disso... – Rony levou a cereja até meus lábios. Fiz questão de mordiscar seus dedos quando puxei a cereja para dentro da boca. Rony sacudiu a mão, fingindo dor.

– Ai... que coisa feia, Hermione... – ele pegou mais um punhado, e, para meu espanto, despejou três delas em minha barriga. Uma delas se alojou justamente em meu umbigo. Gani, captando a intenção de Rony e corando ainda mais.

– Cereja – funguei, abrindo a boca.

Rony gargalhou com minha imitação de criança, colocando outra cereja em meus dentes. Mastiguei e engoli, finalmente começando á achar graça em toda aquela loucura que estávamos fazendo. Não era tão ruim se sentir aprisionada, com um cara podendo fazer o que quisesse com você...

Bom, pelo menos, não quando era alguém que você amava tanto.

Rony sorveu as cerejas em meu corpo, uma por uma, me fazendo arrepiar de prazer quando seus dentes relavam em minha pele alerta. Droga, aquilo era tão audacioso... como podia ser tão satisfatório? Sentia-me quase constrangida de estar gostando tanto daquilo...

Mas quando eu me lembrei da segunda “sobremesa”, meu coração saltou.

Nossa... aquilo ia ser muito quente.

– Rony, não faz isso... – pisquei, desolada, quando ele pegou a outra tigela – isso não, por favor...

– Você deixaria qualquer outro cara fazer isso? – ele perguntou, com o rosto repentinamente sério – deixaria?

– Não... só você... não faz isso, Rony...

Ah! Então era um pouco por ciúme mesmo... ah, Rony... autoconfiança mandou um beijo...

Quase revirei os olhos, mas estava ocupada demais vendo Rony olhar diabolicamente para o pote de chantilly. Ele nem tinha me tocado ainda e eu já estava entrando em combustão. Minha nossa. Arregalei os olhos, me retorcendo na cama.

– Não se mexa – Rony virou a tigela levemente, despejando um pouco do creme em mim.

Casseta... ela gelado. O chantilly escorreu um pouquinho até – essa não – pingar levemente em meu umbigo. Lá íamos nós de novo.

– Rony... – solucei. Eu não ia aguentar. Não aquilo... era capaz de explodir ali mesmo, igualzinho uma bomba.

– Já vai acabar... – Rony sorriu antes de inclinar-se sobre mim outra vez. Ele beliscou levemente minha pele com os lábios enquanto sorvia o chantilly. Choques elétricos saíram dos pontos onde ele me beijava, indo parar direto em minha coluna, fazendo meus estômago tremer e meu coração disparar.

– Rony... – tinha vontade de chorar. Aquilo era bom demais pra aguentar sem reagir. Ficar presa, sentindo tudo aquilo, era um porre. Eu ia até estar entrando naquele joguinho se não fossem as malditas cordas.

Ele me ignorou, continuando sua trilha de beijos.

– Quer fazer isso mais vezes? – ele riu, me levantando o olhar.

– Rony... quero, mas... por favor... me solta...

– Com quem você quer fazer isso?

Ah, Deus, que sadismo daquele garoto. O que acontecera com o Rony fofinho e brincalhão de minutos atrás?

Funguei, finalmente estremecendo quando senti sua língua tocar levemente meu umbigo. Ele ainda beijou um pouco minhas pernas antes de eu responder.

– Você – bufei – por favor...

Ele se ergueu, subindo pela cama até plantar um beijo completamente inesperado e apaixonado em minha boca.

Sem poder abraça-lo, tudo que eu pude fazer foi retribuir sofregamente seu beijo. Seus lábios estavam com gosto de creme, o que, literalmente, deixou tudo ainda mais doce.

– Me solta... – implorei pelos seus lábios, encostando minha testa na sua.

Rony continuou me beijando, mas atendeu minha súplica, desatando as cordas com um aceno da varinha que estava na mesinha.

Ergui-me, enlaçando seu pescoço em meus braços, enquanto Rony me prensava contra a cama com o corpo, com cuidado para não me machucar.

Meu Deus... eu queria Rony. Muito...

O amor absurdo, insano e inesperado que brotou em meu peito naquele momento foi tão forte que me arrancou lágrimas dos olhos.

Eu simplesmente adorava todas as suas personalidades. Mas também amava o verdadeiro Rony. O garoto que derrubou um trasgo para me salvar. O menino que me visitou centenas de vezes na Ala Hospitalar no segundo ano. O rapaz que tentara me defender de um gigante, o moleque insano que salvara minha vida tantas vezes no último ano. O homem maravilhoso que agora estava em meus braços.

– Hermione... – seu sussurro não passou de um suspiro que abalou minhas estruturas.

Abracei-o com mais força, afagando seus cabelos.

Foi quando ele percebeu que eu estava chorando.

– Hermione! O que foi? – Rony paralisou, assustado.

– Nada... – sorri, envergonhada – eu...

Ele levantou meu corpo, parecendo apavorado.

– Eu machuquei você?

– Quê? Não... – era verdade. Mesmo as cordas não haviam me machucado.

Foi por isso que corei, pasma, ao ver meus pulsos avermelhados. Essa não...

Tentei esconder, mas Rony apanhou meus braços, arfando baixinho. Parecia horrorizado.

– Hermione... eu... – sua expressão ficou angustiada e chocada. Ele pareceu murchar – desculpe... eu... sinto muito...

– Ei, Rony, tudo bem – ri, meio sem graça, erguendo seu queixo para que olhasse para mim – não foi nada, nem sinto nada – pisquei, meio marota – caramba, isso foi divertido! Não estou machucada...

Um meio sorriso cortou seu rosto.

– Divertido? – ele disse, testando a palavra.

Fiquei ruborizada.

– É... insano, doentio, pervertido, completamente fora de hora e inesperado. Mas foi legal – sorri para ele – e você, um docinho de coco como sempre.

Rony gargalhou.

– É sério?

– Sim – voltei á deitar no travesseiro, enquanto Rony deitava ao meu lado, aninhando minha cabeça em seu peito.

. Está aí uma noite que não vou querer esquecer... – Rony disse, brincando, acariciando com carinho minha bochecha. Fechei os olhos, sentindo meu corpo relaxar com seus carinhos.

– Rony...? – murmurei, sentindo o sono finalmente me dominar, deixando minhas pálpebras pesadas.

– O que foi? – senti seus braços cercarem meu corpo.

Não tive tempo de ver sua reação. Antes de adormecer, só consegui dizer mais uma frase, bocejando.

– Acho que preciso... te irritar mais vezes...

Mergulhei num sono profundo, adormecida nos braços do melhor porto seguro que eu poderia estar em minha vida.


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Notas finais do capítulo

Comentários, gentes...



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