Minhas Férias De Verão escrita por Liz Mar


Capítulo 2
Ótimas ferias de verão. É você ironia?


Notas iniciais do capítulo

--Hey, como eu fiquei bastante feliz pelo comentário que eu recebi, eu resolvi postar :))
Primeiros capítulos são sempre chatinhos, mais são necessários. Esse principalmente. Vocês vão saber como a azarada se enfiou nessa enrascada.
Fiz um trailer para a fic tambem. Quem estiver interessado, vou deixar nas notas finais.
Boa Leitura



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Uma nota vermelha.

Uma notinha vermelha no meu boletim.

Esse foi o motivo para minha mãe não deixar que eu passasse minhas férias com Jessica e Bruna, em uma ilha paradisíaca fora do país.

Em pleno fim de ano mamãe me apronta uma dessas.

Uma bem grande.

Minha adorada mãe é mestra em dar castigos diversificados.

Ela tem o dom de dar castigos - não me perguntem como - com lições de moral. Tipo uma fabula.

Com esse poder paranormal, criatividade sem limites, essa coisa que só mães têm.

É serio, não sei sinceramente COMO ela fez isso, mas inexplicavelmente ela consegue.

Uma vez, ela me fez ver que ler revistas não era bom e então me obrigou a ler livros da Jane Austen por meses. Ler e reler.

Qual foi a lição desse castigo?

Que Jane Austen era a melhor escritora do milênio, com seus clichês fantásticos e textos inteligentes que mostravam que as mulheres do século 19 também precisavam ser reconhecidas e não perfeitas. Mulheres pobres também precisavam de reconhecimento.

Eu aprendi que ler Jane Austen é bem mais produtivo do que ler revistas com testes do tipo "como beijar bem" ou “será que ele está afim de mim”? '

Mas voltando o assunto inicial...

O castigo de mamãe não poderia ser pior.

Minha mãe é amorosa e estável. E eu a amo, demais. Sempre pronta para conversar sobre um assunto qualquer, e rir de alguma coisa da minha escola.

Ela era minha amiga. Tão jovial que eu me assustava com ela às vezes.

Mamãe não ia às festas comigo não. Mas, sempre ficava ansiosa para eu contar tudo a ela no outro dia. Detalhes por detalhes.

Mais, minha mãe não era perfeita. Ela tinha um defeito.

Mamãe era maníaca por notas. Totalmente louca nesse quesito.

Então quando ela viu aquela nota vermelha em Física-matéria particularmente odiosa e chata - ela pirou.

Resolveu que com a improdutividade das minhas notas no colégio, eu devia das mais valor ao seu dinheiro e a vida que eu queria levar.

Ela teve a brilhante -diga olá ironia- idéia de me mandar para a casa da minha vó Betina.

Só havia um problema.

Vovó Betina, mora em uma fazenda no interior do estado vizinho.

Tipo bem F-A-Z-E-N-D-A mesmo. Com direito a curral, cavalos e estradas de chão, com poeiras que quando agarram no seu cabelo só saem depois de três lavadas.

Eu amo a vovó Betina, amo mesmo. Principalmente quando ela faz as panquecas mais deliciosas provadas, ou quando ela limpava meus machucados e dava beijinhos singelos na minha testa.

Mas eu não suporto mato.

Tudo que envolva terra-mato-bichos-mosquitos para mim dava nervoso e coceira.

Eu parecia ter algum tipo de alergia a mato. Que era só ver o verde que eu me coçava.

Tentei argumentar esse ponto com minha mãe, dizendo nessas exatas palavras e ela apenas negou dizendo que não iria mudar de idéia e que essa alergia minha ao verde era tudo fruto da minha imaginação fértil.

Eu também disse a ela que minha imaginação não era assim tão inteligente, e ela concordou.

Ou seja, eu iria para a fazenda.

–Você não me parece feliz com isso.

Rolei os olhos como se Jessica pudesse ver enquanto entocava os meus exemplares de Jane Austen na mala.

–Claro por que eu amo demais a fazenda da vovó Betina Jessica.

Ela resmungou algo ao telefone que eu não ouvi e Bruna riu.

–Deixa ela Jess, ela ta com raiva por que vai para a roça, enquanto eu e você estamos aqui, curtindo a praia.

Eu gostaria que Bruna estivesse ali agora. Iria enforcá-la e cortar seu corpo em pedacinhos com a faca da cozinha.

–Bruna, eu também amo você.

Bruna deu uma risadinha pelo telefone e suspirou.

–Carolina, eu só estou brincando, eu queria muito que você estivesse aqui.

Suspirei fechando a minha segunda mala e sorri mesmo que ela não pudesse ver.

–Eu também Bruna. - Olhei o relógio e quase gritei de frustração, faltava 1 hora para o meu vôo. E até o aeroporto a viagem era longa. - Meninas eu tenho que desligar.

–Já? -Jessica deu um gritinho de frustração.

–Sim. - suspiro de desgosto- Meu voo é daqui à uma hora.

–Que dorga, pensei que íamos conversar mais.

Ri fraquinho, com o vocabulário novo de Bruna que consistia em não falar mais palavrão.

–Amo vocês. Quando eu chegar pode deixar que as primeiras pessoas a terem noticias minhas serão vocês.

Elas riram e mandarem um beijo audível quando desliguei.

Odiávamos despedidas.

Bruna, Jessica e eu éramos inseparáveis. Desde o primeiro ano do ensino médio.

Eu adorava demais elas. Era uma parte de mim que eu não conhecia. Eram minhas melhores amigas.

Sorri com esse pensamento e desci as escadas levando minhas malas com ajuda do empregado.

***

Eu odiava aviões. Mas muito mesmo. Aquele troço balançava tanto que eu podia jurar que toda vez que isso acontecia eu estava caindo.

Era uma viagem longa até o estado vizinho. E sinceramente eu não estava afim de me sentir sacolejada a viagem toda.

Resolvi tirar um cochilo. Tinha que estar pronta para chegar lá. Tinha que parecer que eu estaca adorando o fato de que iria passar as ferias com a minha vó. Afinal não era culpa dela o fato de minha mãe ser tão... Incrivelmente chata quando queria.

Eu me imaginava na casa de minha avó, as férias toda, sentada, sozinha e entediada lendo Jane Austen.

Ótimas férias. Pensei. Ótimas férias.

E assim eu dormi o resto das quatro horas de longa viagem que eu ainda tinha.


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Notas finais do capítulo

https://www.youtube.com/watch?v=qKKKuHr5Mk4&feature=youtu.be



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