A Maka chorava como se tivessem arrancado sua pele, freneticamente, debruçada sobre o cadáver, já encharcado, dizendo pra ele voltar, que não era verdade, que a brincadeira podia acabar, que ela não existiria sem ele. Eu acho que eu também ficaria mal se o Soul morresse, mas se o amor da minha vida morresse eu estaria como ela, eu daria minha alma pela dele. Todos tentavam consolá-la, mas aquilo não podia ser resolvido com um eu lamento. Tudo ficou estranho, a outra Maka chorando, e seus amigos também, nós choramos imaginando como seria se fosse com a gente, como seria ser amigo de dois Souls. Eu não podia deixar aquilo como estava, tinha mesmo que fazer algo:
–Acho que nós devíamos fazer uma cerimônia para se despedir dele, para dar nosso adeus.-todos concordaram que algo devia ser feito, e que o Soul não podia passar despercebido.
À noite nós juntamos todos o tipo de material que poderia servir como lenha (bolas de feno, a autora ama bolas de feno, deve ser o conteúdo do CÉLEBRO dela) e formamos algo como uma pira funerária, então todos disseram algumas palavras, como a Maka:
–Eu sempre soube que você morreria por mim, a culpa é minha, eu sou tão fraca, e perdi você, o que mais valia na minha vida, por causa disso. Eu vou honrar seu sacrifício e vou ajudar nossos novos amigos, por você. Adeus, Soul.-e, entre lágrimas, sussurrou sem que ninguém ouvisse, disse- Perdoe o que sua Makaquinha vai fazer.- Então deu a ele um último beijo e incendiou tudo, deixando as colunas de fumaça subirem. Eu e o Soul tentamos ser solidários (ele do jeito dele), e a outra Maka parecia melhorar, aos poucos. De dia atravessávamos aquele lugar gigantesco sem nada, de noite tentávamos esquecer todos os problemas. Segundo eles o próximo lugar a ser atravessado era uma vila transformada em naghfirs, seria a primeira vez a encontrá-los. E por falar em primeira vez, tinha uma pergunta que estava me incomodando, e já era hora:
–Vocês sabem o que nos atacou naquele dia?-falei a última parte com a maior delicadeza que pude, com medo de levar a Maka a outra crise.
Kid respondeu, com delicadeza como eu:
–Eu achei que eram lenda, mas foi uma bruxa do tipo humanista, que modifica as emoções das pessoas para atacar como quiser, elas acreditam que a presa dá mais poder e é mais saborosa assim.- pouco tempo depois ele percebe sua indelicadeza, e a outra Maka sai correndo, até a perdermos de vista.