Kaos - O Encontro Com Eris escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 8
O Renascer do Kraken




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– Ventos vindos do oeste! Voltamos! - disse Gibbs.

– O nascer do sol - disse Elizabeth.

Olhamos para o horizonte e vimos o sol nascendo bem devagar. Então de repente Barbosa apontou a arma para Jack e Will e Elizabeth apontaram para ele. Jack apontou a arma para Will e Will apontou uma segunda para Jack. Jack então apontou para Elizabeth uma segunda arma e Elizabeth apontou outra para ele e Barbosa também apontou uma segunda para Will. Era um círculo armado. E então Barbosa começou a rir e eles foram rindo sem abaixar as armas, até que Elizabeth abaixou e eles começaram a abaixá-las devagar. Até que Barbosa voltou a apontar as armas e todos eles apontaram de volta.

– Pois bem, a Corte da Irmandade vai se reunir na Baía Naufrágio e Jack, eu e você vamos, não vai ter nenhum argumento.

– Ah vai ter argumento sim. Onde piratas se reúnem eu aponto o meu navio para outro lado.

– Os piratas vão se reunir para derrotar Becket e você é um pirata - disse Elizabeth apontando as duas armas para Jack.

– Lute ou não, você não vai fugir Jack - disse Will apontando as duas para Jack também e ele dividido entre Will e Elizabeth e com Barbosa apontando outra pra ele.

– Ficamos juntos ou eles vão nos caçar um por um, até que só tenha sobrado você.

– Eu gostei da ideia - disse Jack. - Capitão Jack Sparrow, O Último Pirata - ele disse de maneira sonhadora e orgulhosa.

– Sei... e vai lutar contra Lorde Becket sozinho... já pensou nessa parte do plano?

– Eu ainda estou matutando... mas eu não volto para aquele baú, amigo. Acredite - Jack então puxou o gatilho e sua arma pifou.

Todos então dispararam seus gatilhos e nada saiu, prendi o riso.

– Molhou a pólvora - disse Gibbs decepcionado que então eu percebi que apontava para Barbosa.

Então todos saíram decepcionados. Will abriu o mapa e começou a dizer:

– Tem uma fonte de água potável nessa ilha - ele apontou um lugar no mapa. - Reabastecemos lá e atiramos um no outro depois - lindo plano, pensei.

– Você leva o grupo à terra e eu fico no meu navio - disse Jack para Will.

– Eu não vou deixar o meu navio sob o seu comando - disse Barbosa e eu revirei os olhos, começou de novo.

– Por que não vão os dois à terra e deixam o navio sob meu comando? disse Will.

– Pelos deuses - comentei alto, seria a pior ideia que eles teriam.

E eles encararam Will da mesma forma, ainda bem que eles sabiam que seria uma péssima ideia. Barbosa olhou através de sua luneta e Jack arranjou uma luneta tão grande que ele não conseguia segurá-la. Saí de perto deles, era infantil demais aquela situação. Então de repente Jack pegou meu braço e me levou para a cabine do Capitão, fechando a porta.

– Okay, agora você vai me explicar esse negócio de poderes dos deuses - ele disse balançando as mãos.

– Não são poderes dos deuses. É de Eris, a deusa do caos e eu só tenho um quinto do poder dela.

– "Só" um quinto - ele repetiu irônico. - O que você pode fazer com esse um quinto?

– Eu não sei... até agora o que sei que consigo é respirar debaixo d'água.

– Você está do meu lado, certo?

– Sim. Até o momento não tenho porque não confiar em você.

– Até o momento...

– É... porque até pouco tempo eu confiava em Will e agora... bom, não preciso dizer nada, não é mesmo? E Jack... o que é essa Corte da Irmandade? Eles me deixaram de fora nesse plano.

– É uma reunião de piratas que seria ótimo se evitássemos.

– Por que?

– Hum... digamos que você me conhece o suficiente pra saber que arranjo problemas com certa facilidade - ele deu um sorriso.

– Ah... mas com todos?

– Não me lembro no momento, mas tenho medo de relembrar. Minha semideusa - ele me deu um beijo.

– Eu não sou uma semideusa. Sou uma humana com um quinto dos poderes de Eris...

– Dá no mesmo - disse Jack saindo da cabine do Capitão e eu saindo logo em seguida.

– Então Jack... pronto para irmos? - disse Barbosa.

– Vamos mesmo deixar com William? - perguntou Jack.

– Sim.

– Eu fico aqui com o Will - eu disse.

– O que me leva a confiar em você? - perguntou Barbosa.

– Sou mais confiável do que Will, afinal Jack estará lá com você.

– Faz sentido - disse Barbosa e ele e Jack partiram em botes com quase toda a tripulação. Ficando no navio Kyle e Rato.

Foi então que eu olhei para o canto da ilha e vi algo grande, caído, cheio de pássaros voando por cima. Vi Jack, Barbosa, o careca e o olho de vidro se aproximarem. Olhando um pouco mais atentamente percebi que se tratava do Kraken e arregalei os olhos.

– O que fizeram com você?

– Kay? - Will me chamou.

– William, posso confiar em você pelo menos uma vez? - falei com ele.

– Bom, você me chamando de William é estranho, mas... - eu o encarei. - Tudo bem, pode confiar em mim.

– Ótimo - eu disse.

Respirei fundo, corri e pulei no mar, sem dar mais avisos. Na água eu me movimentava facilmente, nadei até o Kraken morto, os marujos e os outros já não estavam mais perto dele. Saí da água e andei pela praia. O Kraken estava morto, o que feriu meu coração.

– Pobre Kraken, o que fizeram com você? - andei até os olhões laranjas dele que estava arregalados e sem vida. - Oi Kraken - coloquei a mão em sua pele viscosa e fechei os olhos e pude ver os culpados da morte dele. Eram as companhias orientais. O tal Lorde Becket, Bench... aposto que Bench está louco para ter o prazer de me matar, não é mesmo? - Isso não vai ficar assim Kraken.

Fiquei com muita raiva, eu precisava devolver Kraken ao mar, mas como eu faria isso? Pense Kaos, pense... Ahá... isso! Corri de volta para o fundo o mar e no meio do caminho peguei a ponta de um tentáculo dele que era gigantesco. Esqueci de mencionar que o olho dele era do tamanho do meu tronco, então imagine o tentáculo. Comecei a puxar com o máximo de força que eu pude e estava dando um pouco de efeito, fui chegando no fundo do mar e puxando-o cada vez mais. Ele veio lentamente com o máximo de força que eu fazia. Segurei o tentáculo dele com apenas uma mão, com a outra comecei a movimentar a água para me ajudar a puxá-lo, o que adiantou muito. Devo confessar que ficar na água era muito confortável, era leve, era como voar e ter o controle da água era mais legal ainda. Assim que o Kraken entrou por completo, sua cabeça estava afundada na areia. Nadei até os olhos dele ainda abertos olhando para o vazio.

– Kraken? - eu o chamei. - Acorde meu querido.

Fiquei olhando profundamente em seus olhos, tentando encontrar sua alma ou a sua essência, sim, a sua essência. A essência do Kraken estava acolhida, com medo e eu a acolhi, era como se eu tocasse nela e a trouxesse de volta. Então o olho dele se mexeu, me enxergando e eu me afastei devagar e ele me acompanhava.

– Oi Kraken - eu sorri para ele. Ele era como uma lula gigantesca. Ele começou a mover os tentáculos. - Não precisa ter medo. As companhias orientais nunca mais vão tocar em você. Você agora recebe as minhas ordens e eu jamais te enviarei para a morte - o tentáculo dele se aproximou de mim e eu o toquei como se fizesse carinho nele. - Você pode ir descansar, onde quiser, quando eu precisar do seu trabalho eu te chamo - eu disse e ele me olhava atentamente e passava os tentáculos em meus cabelos flutuantes. - Pode me levar de volta ao navio?

Comecei a nadar de volta para o Pérola e o Kraken veio lentamente atrás de mim. Chegando no Pérola, o Kraken colocou seu tentáculo debaixo dos meus pés e começou a se erguer. Pude sentir as pessoas se afastarem com medo, até que me viram erguer da água e do tentáculo. Sorri ao ver a cara de medo deles. Pulei para cima do convés e fiz carinho no tentáculo dele.

– Vá descansar, meu querido - eu disse e seu tentáculo se recolheu e eu podia sentir ele se afastar.

– O que foi isso? - Rato perguntou boquiaberto.

– Nada demais, eu trouxe Kraken de volta à vida. Ele só precisava de água - eu disse dando de ombros.

– Por que você o trouxe de volta? Ele vai nos atacar e...

– Calma Elizabeth - eu a cortei -, ele não segue Davy Jones, ele segue a mim. Ele é meu, eu o acolhi, eu o trouxe de volta ao mundo, é como se eu fosse a mãe dele. Ele é tão doce, como puderam matá-lo dessa forma? Ah sim, é claro, foram as companhias orientais a mando de Lorde Becket! - eu disse nervosa.

– Entende porquê precisamos reunir a Corte da Irmandade agora?

– Se tivesse me falando antes, eu também teria entendido - eu disse nervosa e eles me olharam meio assustados.

– Capitana... seu cabelo... - disse Rato com os olhos tão arregalados quanto os de Kyle.

Não entendi porque ele falou do meu cabelo e então ele caiu sobre meus ombros. Meu cabelo estava flutuando? Como os de Eris? Então de repente um navio começou a se aproximar do nosso. Eram os piratas de Singapura, que facilmente nos capturou, por que eu não fiz nada? Simples, porque senão eles iriam me usar de alguma forma, quanto menos pessoas souberem que tenho mesmo um quinto dos poderes de Eris, melhor. Pelo menos até que eu descubra tudo o que eu posso fazer.

– Sao Feng - disse Barbosa chegando ao Pérola que estava completamente dominado. - Você aparecer aqui é mesmo uma coincidência notável.

Percebi então que Jack se escondia atrás de Barbosa. Aí está a primeira encrenca e eu me lembrei que Sao Feng queria tirá-lo do mundo dos mortos para enviá-lo novamente.

– Jack Sparrow - disse Sao Feng e Jack sorriu saindo de trás de Barbosa. - Certa vez você me insultou muito.

– Eu não sou de insultar.

Então Sao Feng lhe deu um super soco na cara que fez a maioria de nós dar um pulo de susto. Jack esfregou o nariz e depois o consertou na cara.

– Já podemos dizer que empatou? - disse Jack segurando o nariz.

– Liberte-a - disse Will que incrivelmente não estava preso pelos marujos e como sempre, tem que ter a liberdade da Elizabeth. - Ela não faz parte da barganha.

– Sabia, sabia, sabia, sabia que não dava pra confiar em você William! - eu disse com raiva e depois tentei acalmar para que meu cabelo não começasse a flutuar.

– E que barganha foi essa? - perguntou Barbosa.

– Ouviram o Capitão Turner - começou a dizer Sao feng.

– Capitão? - perguntei nervosa.

– Podem soltá-la - disse Sao Feng libertando Elizabeth.

– Capitão Turner? - perguntou Jack.

William, considere nossa amizade finalizada, esse momento foi capaz de apagar tudo o que vivemos na infância. Que droga, não quero usar meus poderes agora, seria idiotice, afinal, eu ainda sou mortal, na verdade não sei se sou imortal e não estou afim de descobrir isso agora. Ah William... estou desapontada com você...


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