Kaos - O Encontro Com Eris escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 2
Corte da Irmandade


Notas iniciais do capítulo

Kaos está se sentindo excluída dos planos e como seu humor já não está dos melhores, parece que ela vai adorar fazer uma pequena brincadeira com os tripulantes.



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– Jack Sparrow - foi o que Will respondeu à pergunta de Sao-Fei.

Jack Sparrow, é o que vocês realmente procuram? Tenho certeza que não, pelo menos não por motivos bons. Will estava ainda amarrado de braços abertos no pedaço de madeira. As moças deram uma risadinha quando o nome dele foi falado. Quais safadezas você andou aprontando hem?

– Ele é um dos Lordes Piratas - disse Will e Sao-Fei começou a ficar muito nervoso e coçar a sua careca.

– A única razão, para eu querer Jack Sparrow de volta da Terra dos Mortos, seria para mandá-lo de volta pessoalmente! - ele disse chutando um balde que estava no chão.

Barbosa chegou bem perto dele.

– Jack Sparrow possui uma das dez peças de nove - okay, eles me excluíram de algum plano, porque nada de Corte da Irmandade, sobre dez Lordes Piratas e sobre peças de nove foi mencionado para mim antes. Até Will e Elizabeth estavam sabendo dessa reunião e eu não. - Ele não chegou a passar a um sucessor antes de morrer, daí temos que ir lá pegá-lo.

– Então você admite que me enganou? - perguntou Sao-Fei parecendo calmo, mas possesso em seu interior. - Armas!

Ele gritou puxando a dele e todos os outros saíram de suas banheiras ou de onde estavam "relaxando" pegando suas armas para lutar com nós três. Nós ficamos encurralados lado a lado de braços e mãos abertas.

– Garanto a você que nossas intenções são muito nobres - disse Barbosa.

E então seis espadas surgiram do chão, duas para cada um de nós. Peguei uma delas e girei para ficar ao contrário. Levei a espada ao contrário para trás e a outra eu apontei para frente. Sorri animada.

– Hora da diversão - eu disse com um olhar desafiador aos outros concorrentes.

Então Sao-Fei pegou um de seus homens com raiva.

– Mato este homem se não largarem as armas! - ele disse.

– Pode matar - eu disse.

– Pode mesmo, não é um dos nossos - disse Barbosa no mesmo tom insignificante que eu.

– Espera, se não é dos seus e não é dos nossos, de quem ele é? - Will perguntou e a porta foi arrombada por um monte de soldados, que pelas roupas eu sabia que eram das companhias de Port Royal.

Eles chegaram atirando de todos os lados enquanto nós só tínhamos espadas. Desviei de um tiro, empurrei a arma dele para o lado usando a espada ao contrário, o que já foi machucando-o e usei a outra espada para cortar seu braço, descendo-a com força. Enquanto o soldado gritava olhando o braço faltando, eu lhe dei um chute para cair em cima dos outros. Outro deles tentou me atacar com a lâmina na ponta da espada, o impedi com a espada ao contrário, usei a espada normal para afastá-la quando ele quis atirar e passei a espada ao contrário no rosto dele, partindo-o ao meio, o que fez ele largar a arma e tentar segurar seu rosto gritando de dor. Um estava vindo por trás de mim, virei sua espada para o lado usando a espada contrária e enfiei a outra espada em seu estômago, tirei a espada, girei ela uma vez e enfiei bem no coração do outro que vinha me atacando como se ela fosse uma faca. Girei novamente a espada para jogar a espada do outro soldado para cima e usei a ao contrário para cortar sua garganta. Aproveitando o giro, consegui tirar a espada de um outro, chutá-lo para a parede e enfiar a minha espada em sua cabeça, fazendo um corte atravessado e quanto mais eu enfiava, mais ele gritava e o sangue escorria pela espada e pelo meu braço.

Nós então corremos para a porta, para sair da sauna. Os soldados ficaram todos arrumadinhos mirando em nós cinco, sim, agora Sao-Fei estava com a gente. Eles fizeram contagem regressiva para atirar em nós, mas então uma explosão vinda do chão os atrapalharam e os fizeram cair para a parte debaixo da sauna. Aproveitamos a oportunidade para correr e lá fora também estava uma bagunça. Então eu me lembrei do mapa, eu não ia embora sem ele e consegui ver que ele estava nas mãos de Sao-Fei, comecei a segui-lo e a matar todos que apareciam no meu caminho, cortando suas gargantas, furando seus estômagos, cortando mãos, partindo caras ao meio, rasgando tórax. Até que ele pegou Will e o escondeu em um canto. Fui me esconder em outro canto para surpreendê-lo e pegar o mapa.

– Que estranho não? A Companhias Orientais me encontra no dia em que aparece em Singapura - ele dizia para Will.

– Foi pura coincidência - disse Will tentando matá-lo. - Se quiser um trato com Becket, precisa do que eu ofereço.

– Você traiu Barbosa, está pronto para trair Jack Sparrow, por que eu tenho que esperar o melhor?

– Porque eu preciso do Pérola para salvar o meu pai e você vai me ajudar a salvá-lo - disse Will tirando a faca do pescoço de Sao-Fei e eu coloquei a minha espada ao contrário logo em seguida, bem perto da pele dele.

– Mas o mapa vai ficar comigo - eu disse.

– Kay, isso não é necessário - disse Will.

– Eu vou ficar com o mapa - eu não tirava os olhos de Sao-Fei. - Sou a única que realmente se preocupa com o Jack.

– E você acha que isso fará eu te entregar o mapa? - disse Sao-Fei com cuidado de se virar.

– Eu acho que meu método de persuasão ajudará muito - comecei a enfiar mais a espada, dando um pequeno corte.

Sao-Fei abriu os braços e eu peguei o mapa com a outra espada colocando ele em meu braço.

– Sabia que ia cooperar.

– Kay...

– Calma Will, no fim todos vamos para o mesmo lugar, mas com as minhas razões, todo mundo sai ganhando e quem sabe eu fico inclusa nos planos?

Empurrei Sao-Fei para cima de Will e saí correndo com o mapa em minhas costas. Houve então uma grande explosão em uma das casas onde estavam a maioria dos soldados de Port Royal. Vi Barbosa e Will frente a frente, com Dalma ao seu lado.

– Conseguiu o mapa? - perguntou Barbosa.

Pulei do telhado de uma casa para o meio deles.

– Está comigo - eu disse.

– Passe-o pra mim - disse Barbosa.

– Não. O Capitão fica com o mapa e eu sou a Capitã.

– Tudo bem, ela está com a gente de qualquer modo. Eu consegui navio e tripulação - disse Will.

Uau, o trabalho com Sao-Fei foi tão gostoso que conseguiu tudo, não é mesmo William?, pensei.

– Mas e Sao-Fei? - perguntou Elizabeth.

– Vai cobrir nossa fuga e nos encontra depois.

Os piratas começaram a andar. Elizabeth achou suspeito e eu também acharia se não soubesse das conversas entre eles. Andamos então até o navio com nossa tripulação de chineses. O navio estava bem conservado e era muito bonito, mesmo com suas velas negras, o que me fez lembrar do Pérola, mas claro que não chegava aos pés dele.

Coloquei minha jaqueta e meu chapéu de Capitã que estava com Rato todo esse tempo.

– Obrigada Rato - eu disse sorrindo e fui andando até a cabine do Capitão.

– Onde pensa que vai? - Barbosa perguntou.

– Para a cabine do Capitão - respondi como se fosse óbvio.

– E o que pretende fazer lá.

– Não sei, acho que descansar e dar uma olhada no mapa, ver o que ele tem de especial.

– Vou com você - ele disse mas Kyle o impediu de prosseguir.

– Vou dar uma primeira olhada sozinha.

– Kaos, qual a necessidade disso? - Barbosa deu uma risadinha.

– Estou num ninho de víboras traidoras que nem sequer me contam direito o que estão planejando com Jack Sparrow ou o Pérola.

– Nós entendemos que Jack, pra você, é muito mais importante de uma forma pessoal - disse Will. - Por isso não seria certo contarmos esses tipos de planos, você não concordaria, ou acabaria fazendo as coisas sozinha.

– Então me conte agora.

– Não é o momento Kay.

– Então não é o momento de analisar o mapa com vocês também. Se me dão licença. Kyle, não deixe ninguém entrar - Kyle assentiu e ficou na frente da porta vigiando.

Entrei na cabine e fiquei olhando-a. Olhei o mapa e o abri em cima da mesa. Ainda bem que você me ensinou a olhar mapas Jack, senão teria que confiar cegamente nesses traidores. Fiquei olhando o mapa, que era redondo, passei a mão nele e ele girava, era como um quebra-cabeça. Mas naquele momento eu não estava com a cabeça no lugar para decifrá-lo, fiquei pensando em tudo o que disseram na sauna de Sao-Fei. O que era a Corte da Irmandade, quem eram os dez Lordes Piratas? Por que meu pai nunca me contou sobre isso antes? Nesses momentos que fico triste por ter passado pouco tempo com meu pai e por não ter Jack para me ensinar de verdade as coisas, mesmo que zombasse de mim.

Escutei uma música suave numa voz feminina, que chamava pelo meu pai, era repetia: Simbad, Simbaaaad... oh... Simbad, Simbaaaad... era como se eu estivesse no fundo do mar enquanto a música era cantada, até que ouvi duas batidas na porta e só então percebi que tinha dormido em cima do mapa. Balancei a cabeça, apertei meus olhos e a porta bateu de novo.

– Kaos? - era a voz de Kyle.

Dobrei o mapa a coloquei ele de novo em minhas costas. Fui para a porta e a abri.

– O que? - perguntei e ele olhava para cima.

– Que lugar é esse? - olhei para cima e haviam rochas enormes e nosso navio passava no meio. Era um lugar bem silencioso e sinistro.

– Espero que saiba onde estamos - disse Barbosa me desafiando.

– É claro que eu sei - e dei uma risadinha, porque eu realmente sabia. - Estamos no lugar certo.

– Kaos, você não acha que...

– Pode ir Kyle. Se preparem - eu disse.

– Preparar para quê? - Barbosa perguntou um pouco assustado e eu sorri.

– Você verá amigo. E eu também.

Então chegamos numa parte cheia de restos de navio com caveiras amarradas em cordas.

– Kay, olha eu sei que você está nervosa com a gente...

– Calma Will... estamos no lugar certo. Como pretende chegar à Terra do Caos sem que o caos esteja no caminho?

– Que som é esse? - perguntou Elizabeth, então não era só eu quem estava ouvindo.

– Ssssh - fez Barbosa para Elizabeth e percebi que Will também prestava atenção.

E então, mulheres feitas de água começaram a sair das carrancas da ponta do navio.

– Kaos? - Elizabeth se aproximou de mim assustada.

– São sereias Elizabeth. Acho que vou para o timão. Você e Dalma podem cuidar dos rapazes, certo? - eu sorria.

– Você sabia, o tempo todo?

– Claro que sabia. Meu pai já esteve aqui, esqueceu?

Comecei a andar em direção ao timão enquanto a canção das sereias tomava posse do navio repleto de homens. Afastei o mudo do timão e o peguei, olhei para frente com um sorriso desafiador.

– Minha vez de enfrentar essas águas, mãe.


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