Kaos - O Encontro Com Eris escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 12
O Rei Pirata


Notas iniciais do capítulo

A Corte da Irmandade precisava de um Rei Pirata, quem sabe Kaos irá ganhar mais um título à sua longa lista de títulos?



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Todos os lordes se sentaram e eu continuei de pé perto de Elizabeth e Barbosa, enquanto Jack estava de pé na outra ponta da mesa. O Capitão Teague veio descendo as escadas. Era incrível sua semelhança com Jack Sparrow, o cabelo, o olhar, o jeito de vestir e de andar, ele era bem sério e bem mais velho que Jack.

Ele se aproximou de Jack, que continuava paralisado, sem olhar para o Capitão Teague.

– Está no meu caminho - disse Teague com a voz grave e séria.

Jack então foi para o canto ainda sem olhar para Teague. Teague vez um sinal com a mão e dois piratas velhinhos, de cabelos bem brancos, traziam um grande livro nas mãos. O livro do Código Pirata. Meus olhos brilharam de tanta curiosidade, eu não acredito que estava vivendo todo aquele momento pirata, não acredito que a cada dia a minha vida se tornava mais interessante. Então Teague assoviou para trás e então apareceu um cachorro carregando uma chave, espera, eu não conheço esse cachorro? Não era ele que guardava a chave da prisão de Port Royal? Cachorrinho, sua vida também deve ser muito interessante.

– Não, não pode... como ele...? - o olho de vidro que agora tinha um tapa olho e agora eu tinha que chamar ele por outro nome, começou a resmungar.

– Tartarugas marinhas, amigo - disse Teague.

Como ele sabia dessas tartarugas marinhas estúpidas do Jack?

Ele então abriu o grande cadeado que lacrava o código pirata e abriu o enorme livro em uma página aleatória e começou a resmungar passando os dedos sobre a enorme página, parecia que estava procurando alguma lei específica.

– Hum... Barbosa tem razão - disse Teague e Barbosa esticou a cabeça com orgulho.

– Só um minutinho - disse Jack entrando na frente do Teague e passando os dedos em uma linha da grande página. Meio atrevido você em Jack. - Quando o Rei declarar guerra... Parola... com inimigos comuns... - ele lia e fazia careta. - Hum... que bonito - disse ele ironicamente.

– Não há um Rei desde a primeira Corte - disse o maquiado. - Não há nada que mude.

– Pouco provável - disse Teague olhando para Jack e indo se sentar em uma cadeira enorme ao fundo que transmitia muito respeito.

– Por que não? - perguntou Elizabeth.

– É porque o Rei Pirata é eleito por voto popular - disse Gibbs.

– E cada pirata sempre vota em si mesmo - disse Barbosa.

– Exceto uma vez, que votei em Simbad - disse a japonesa com um sorrisinho e eu dei uma risadinha.

– Mas não adiantou nada, outro pirata havia ganhado dois votos também e ficou no mesmo - disse o maquiado com seu nariz em pé.

– Sim, que você fez questão de votar para que Simbad não fosse o Rei Pirata - disse a japonesa.

– Claro que não, fiz bem. Imagina se fosse? Hoje seríamos liderados por uma garotinha recém-nascida - ele deu uma gargalhada olhando pra mim e senti meus cabelos querendo levantar. Respirei fundo. Não ali, não agora. Me aguarde senhor maquiado.

– Sugiro uma votação! - disse Jack animado.

– Tá - disse Barbosa desanimado e Teague começou a tocar uma música suave em uma viola, como se aquilo não fosse nada importante.

– Voto em Di Aman, o Corsário - ou seja, ele mesmo.

– Capitão Chivalle, o Francês Sentinela - disse o maquiado, e então eu descobri o seu nome, seu ridículo insignificante... ai, acalme-se Kaos, disse para mim mesma.

– Sri Chunbaj vota em Sri Chunbaj - disse um pirata que falava pelo seu lorde.

– Dona Xing - disse a japonesa que, infelizmente não votou em mim dessa vez, também me achava imatura? Não... ela só tinha uma queda enorme pelo meu pai e isso me fez dar um risinho interno.

– Cavalheiro Jokar - disse o africano votando em si mesmo.

– Elizabeth Swan - disse Elizabeth.

– Capitã Kaos - eu disse, já que todos votavam em si mesmos.

– Barbosa - disse Barbosa achando aquilo patético.

– Sicueva! - disse um que parecia mexicano, ou espanhol, eu não sei.

– Elizabeth Swan - disse Jack e todos olhamos para ele sem entender aquela escolha.

– O quê? - nem a própria Elizabeth acreditou. Okay, eu fiquei um pouco surpresa porque ela o matou e eu trouxe ele de volta da terra dos mortos, praticamente com uma chance enorme de morrer e ainda tive que dizer que o amava, o que é patético e ele ainda a escolhe, mas tudo bem, sei porque ele a escolheu, ele quer o plano dela e só será aplicado se ela for a Rainha Pirata, tudo bem, seria legal ter mais esse título, mas estou com tantos recentemente que pode ir esse para Elizabeth.

– Eu sei, curioso, não é? - disse Jack com a voz suave.

Todos começaram a achar ruim e eu achei engraçado todos ficarem com raiva por finalmente terem uma Rainha Pirata. Todos começaram a reclamar que Jack devia ter votado neles. Ele olhou pra mim e eu olhei para ele com um sorriso, achando engraçado ele ter provocado aquele tumulto. Ele sorriu de volta, ele percebeu que eu entendi o plano dele.

– Eu devo compreender que não vão respeitar o Código então? - Jack disse isso e Teague parou de tocar a sua música suave de forma brusca, o que fez todos se calarem e se sentarem.

– Pois bem - disse Dona Xing. - O que me diz Capitã Swan? Rei da Corte da Irmandade.

– Prepare todas as naus que flutuem - ela disse com aquela cara de convencida que me dava nos nervos. - Amanhã, vamos à guerra.

– Então à guerra nós iremos - disse Sri Chunbaj com a voz mais fina que já ouvi na vida, estava explicado porque ele não falava na Corte.

Os outros piratas vibraram pela decisão. Como piratas são bipolares, num momento não queriam guerra, agora vibravam querendo a guerra. Juro que nunca vou entender tal bipolaridade. Todos começaram a sair do recinto. Eu ia saindo com Kyle e Rato, mas percebi que Jack parou para conversar com Teague. Falei com Kyle e rato para seguirem para o navio e eu fiquei ali no canto.

– Você viu tudo, fez tudo, você sobreviveu. É o truque, não é? Sobreviver - disse Jack.

– Não basta apenas viver para sempre Jack - disse Teague colocando a viola de lado e se levantando. - O truque é viver com si mesmo para sempre.

– E a mamãe? - disse Jack após um tempo. Mamãe? Fiquei realmente surpresa agora. Teague lhe mostrou uma cabeça que levava pendurada consigo. - Tá conservada - ele disse.

– É isso o que você deve fazer meu filho. Levar consigo aquela pessoa importante pra você, onde quer que vá, passe o tempo que passar, assim como todos os piratas fazem com as pessoas que amam. E devo dizer que fez uma boa escolha.

– Boa escolha? - Jack o olhou sem entender, eu também confesso que não entendi. Então Teague apontou para mim que tentava ser discreta, mas parece que não consegui. Jack se virou e olhou pra mim. Dei um sorrisinho sem graça.

– Achei que falava da escolha para Rei Pirata - eu disse sem jeito e Teague balançou a cabeça negativamente. - E... Jack não me escolheu, nós só... só... - nós só o quê?, pensei.

– Kaos - olhei para Jack e ele me chamou com a mão. - Eu já te escolhi há um tempo atrás, tarde demais.

– Como assim? - dei uma risada histérica. - Me escolheu uma ova, você me mantinha por conveniência.

– E é por isso que sou louco por essa mulher, pai - disse ele me abraçando de lado e dando uma risadinha.

– Você é louco - eu ri. Olhei para Teague. - Me desculpe, sou...

– Kaos, filha de Simbad, eu sei - ele disse sorrindo. Ele pegou meu queixo e olhou bem nos meus olhos. - Não tem nem como dizer que não é, seus olhos são idênticos aos dele.

– Você conheceu o meu pai? Quero dizer, além da Corte?

– Éramos membros ao mesmo tempo. Simbad era um pouco irritante, mas um bom homem e um excelente pirata. Me lembro quando ele conheceu sua mãe, Marina. Geralmente escolhemos a pessoa que queremos ter ao lado para sempre de uma maneira inexplicável. Marina era encantadora e você tem o jeito dela. Claro que possui suas próprias características, mas você lembra muito seus pais, de maneira inexplicável - ele pegou minha mão. - É um prazer conhecê-la, filha de Simbad, pelo menos pessoalmente - ele beijou minha mão.

– O que quer dizer com isso?

– Seu pai já havia falado de você antes - ele sorriu. - Falava de você como se fala do tesouro mais precioso do mundo - dei um sorriso enorme, que saudade do meu pai. - Jack, meu filho, você tem um tesouro valioso nas mãos, espero que não estrague as coisas.

– Por que eu estragaria? - ele perguntou.

Teague deu uma risada olhando para nós e eu dei uma risada para ele. Quem diria que o pai de Jack era amigo do meu pai, que mundo pequeno, por maior que ele seja. Jack me abraçou pelo pescoço e saímos da sala da Corte. Ele então parou e me puxou pelo braço.

– Espera um pouco - ele me colocou na parede e me fechou com seus braços ao lado do meu rosto. Nos olhamos nos olhos.

– Então, acabou essa coisa de ter me escolhido para aparecer pro seu pai? - eu perguntei de maneira sexy e divertida.

– Quem disse que foi para aparecer? - ele sorriu de maneira sexy também e isso disparava meu coração idiota.

– Para Jack, você acha mesmo que sou essas mulherzinhas idiotas que cai em qualquer conversinha romântica?

– Exatamente por isso que eu gosto de você pra caramba - ele foi se aproximando olhando para os meus lábios e eu olhei para os dele. - Mulherzinhas encontramos em qualquer lugar, agora uma mulher que sabe barganhar o que quer, que tem atitude, que não tem medo de qualquer imprevisto pirata, que ama a vida pirata, que ama o mar, que enfrenta os deuses como se fossem simples mortais, que consegue ganhar a afeição da deusa do caos... mulher, quanto mais eu falo de você mais louco eu fico.

– Então por que não me beija logo? - eu disse com um sorrisinho.

Jack então me beijou, seu beijo delicioso que disparava meu coração e eu senti que o dele também havia disparado, na verdade disparou assim que ele começou a falar as minhas qualidades, era incrível isso, como fui gostar pra caramba de um ser tão cheio de picaretagens, que só trás problemas em cada canto que vamos? Talvez seja exatamente por isso que gosto de Jack, porque raramente temos momentos de paz em nossas vidas. Então eu parei o beijo.

– Preciso resolver um assunto antes que o dia amanheça - eu disse.

– Que assunto? - ele disse achando que era uma brincadeirinha sexual.

– Não Jack - eu ri. - Preciso visitar o Capitão Chivalle.

– O quê? Pra quê? - ele pareceu ficar com ciúmes.

– Um pequeno acerto de contas, meu Capitão gostoso - eu disse mordendo o lábio inferior dele.

– Vai ter que acertar as contas comigo depois então - ele disse sem se afastar de mim.

– Com todo o prazer - eu disse sorrindo e ele sorriu de volta. Nos beijamos.

– Te vejo na cabine - ele piscou pra mim e eu pisquei de volta.

Hora do acerto de contas Chaville. Andei com calma até o navio de Chaville. Abri um caminho até a cabine do Capitão. Ele estava tirando a peruca e a maquiagem ridícula para dormir. Tranquei a porta e abafei o som para que ninguém ouvisse nada. Fiquei a um canto com meus cabelos voando como os de Eris.

– Olá Capitão Chaville - eu disse sorridente e ele se assustou.

– Ora, veja só se não é a garota imatura do insignificante Simbad - ele disse sorrindo e me olhando de cima a baixo. Seu sotaque francês me dava nojo e eu comecei a sorrir. - O que veio fazer? Me matar?

– Não - eu ri. - Fácil demais - passei o dedo na mesa e ela começou a rachar enquanto eu passava. Eu o olhei enquanto fazia isso e ele parecia bem assustado, o que me deixou ainda mais feliz.

– O que você fez? - ele perguntou se afastando de mim e eu ri.

– Está com medo Chaville? Talvez eu tenha esquecido de contar que meu pai me conectou à deusa Eris ao me dar o nome de Kaos quando eu nasci e que a deusa gostou muito disso e decidiu me dar um quinto de seus poderes, para que eu pudesse me divertir - eu disse sorrindo e delicadamente enquanto meus cabelos voavam magnificamente.

– Você é um demônio! - disse Chaville com os olhos arregalados e gritando.

– Demônio? Não... eu prefiro uma semideusa - eu disse sorridente e me divertindo muito com os batimentos cardíacos acelerados dele. - E sabe o que vai acontecer com você? - me aproximei dele rapidamente, com meus cabelos caindo no rosto dele. - Vou chamar um amiguinho para te visitar essa noite. Te desejo uma ótima noite Chaville, assim como eu terei - me afastei dele gargalhando. Abri a porta e abaixei meus cabelos. Ele veio correndo atrás de mim.

– Ataquem-na! - ele gritou e eu ri, nenhum deles conseguia tocar em mim e nem eles mesmos entendiam.

Subi na borda do navio e balancei a cabeça negativamente para Chaville.

– Adeus Capitão - eu disse e pulei de costas na água. Todos vieram à borda para me procurar.

Comecei a empurrar o navio deles para fora da Baía Naufrágio. Chaville pediu para descer a âncora, mas eu travei a âncora ao navio, de maneira que a corda não descia, eles entraram em pânico e eu estava rindo horrores debaixo d'água, era como brincar com bonecos em uma bacia de água. Continuei fazendo o navio ir até o mar aberto, numa parte isolada da Baía Naufrágio e de repente parei o navio. Ouvi o desespero deles no navio.

– O que está acontecendo Capitão? - um marujo perguntava desesperado.

– Nós vamos morrer? - perguntou outro.

– Não, não vamos morrer - ele disse. E não iam mesmo, eu ia só criar um pequeno caos em suas vidas meus pequenos marujos, tudo por culpa do seu amado Capitão de bosta.

– Kraken, meu querido? Pode lanchar dois ou três marujos, mas deixe o Capitão vivo e traga bastante caos ao navio, bagunce, quebre, jogue as pessoas para os lados, divirta-se - eu disse juntando as minhas mãos e praticamente sentando na água enquanto via o meu bebê se aproximar vindo do fundo do oceano.

Kraken me entregou um de seus tentáculos e eu fiz carinho nele. Ele se acoplou ao navio e eu fechei os olhos para ouvir os gritos. Eram músicas para os meus ouvidos. Pude ver ele comer um deles, tadinho do meu bebê, devia estar com fome... ah não, espera, seres mitológicos do mar não sentem fome, apenas matam e enviam para o Tártaro. Então aí vão umas alminhas de presente.

Era um espetáculo vê-los e ouvi-los sofrer. Era quase... poético.


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