Kaos - O Encontro Com Eris escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 10
A Baía Naufrágio


Notas iniciais do capítulo

Onde um monte de navios em cima do outro, montam a cidade.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/557222/chapter/10

Jack e eu descemos para o convés e Will se aproximou. O careca e o olho de vidro seguraram Will e Kyle cruzou os braços atrás dele para que ele não quisesse fugir.

– Botem esse verme, traiçoeiro, covarde, para mofar na cela - disse Jack com muita raiva de Will.

Jack e eu fomos para a cabine do Capitão.

– Eu não acredito que William fez isso. Quero dizer, acreditar eu acredito porque eu vi, mas não acredito que ele foi capaz de nos trair a esse ponto. A ponto de entregar a mim, sua amiga de infância. Claro que Elizabeth era de se esperar que salvasse, mas eu... - fui interrompida por um beijo de Jack.

– Que tal esquecermos aquele idiota por um tempo? - ele disse me agarrando pela cintura - Há um bom tempo não temos tanta liberdade assim.

– Tem razão - eu disse com um sorriso e o beijei.

Então finalmente eu e Jack tivemos nosso momento a sós, onde finalmente conseguimos tirar nossas blusas e em seguida tudo. Devo admitir que eu não sabia como as coisas funcionavam, mas foram acontecendo naturalmente, o toque de Jack me guiava, seus beijos pelo meu corpo me faziam arrepiar, me dava vontade de beijar o seu corpo todo também. Sua pegada em meus cabelos que faziam minha cabeça inclinar para trás enquanto seus beijos iam descendo pelo meu corpo. Ao mesmo tempo em que ele era agressivo, ele era sutil e carinhoso, o que me deixou muito a vontade e me fez sentir muito prazer. Ficamos suados e ofegantes deitados lado a lado por um momento, olhando para o teto.

– O que foi? - ele perguntou ofegante.

– O quê? - eu perguntei sem saber o motivo da pergunta dele.

– No que está pensando? - ele se virou e ficou olhando pra mim enquanto eu permanecia olhando para o teto.

– Eu não sei. Acho que nada - eu disse.

– Nada?

– É... eu não tenho o que pensar sobre isso. Na verdade eu nem sei o que foi isso que acabamos de fazer.

– Não? - ele subiu em mim e ficou me encarando.

– Não - respondi. - Mas eu gostei - dei um sorriso.

– Vamos dizer que foi assim que você surgiu...

– Pelos deuses! Vou ter um filho? - eu disse em pânico.

– Não - ele riu. - Não é assim tão rápido Kaos, calma. Tanto que seus pais só tiveram você.

– Hum...

Ele fez carinho em meu cabelo e ficou me olhando nos olhos.

– Fica tranquila tá? Eu gosto de você pra caramba - ele disse me beijando e eu sorri.

– Então vamos, temos que ir para...?

– Baía Naufrágio. Para a reunião da Corte da Irmandade - ele disse revirando os olhos.

Eu o empurrei de cima de mim e comecei a me vestir.

– Anime-se Jack, você verá seus velhos amigos - eu disse rindo.

– Não gosto de velhos amigos - ele levou a mão à cabeça, como se ela doesse.

– Fica tranquilo que, como sempre, vou te proteger, okay? - eu disse me levantando colocando a calça.

– Ha-ha, você proteger a mim? Por favor né...

– Bom Jack, pelos cálculos, eu te salvei mais vezes do que você me salvou. Fui ao Tártaro te buscar, isso encerra a conversa e me coloca como vencedora.

– Desde quan...

Lhe dei um beijo, interrompendo sua fala.

– Desde sempre - sorri, me virei, coloquei a jaqueta e saí da cabine do Capitão.

– Acho que devem me agradecer por conseguir o Pérola de volta - disse Barbosa.

– Nunca precisei - eu disse.

– Do Pérola?

– Não, te agradecer - eu disse.

– Você é mesmo ingrata, garotinha.

– Você sempre quis esse navio, você o salvou pra você. Acha que sou idiota?

Nos encaramos por um tempo até que Jack apareceu para dar as coordenadas para a Baía Naufrágio. Barbosa se surpreendeu por Jack tomar essa decisão, mas ele não ia reclamar, afinal, ele também queria ir naquela direção.

– Ei, agora que notei, cadê a Elizabeth? - perguntei.

– Foi levada por Sao Feng - disse Gibbs que estava perto de mim.

– E William permitiu isso? - fiquei espantada.

– Não... - ah sim, agora as coisas estavam normais, pensei. - Ela deixou ser levada, parece que ela e Will estão meio... complicados, sabe?

Dei uma risadinha, William, você é um pirata muito lixo, fazendo até a mulher que você ama, parar de amar você. Então, enquanto o navio passava, vi dois corpos boiando sobre um barril. Depois percebi que um deles se movia.

– O que tanto observa? - Jack me perguntou chegando ao meu lado.

– Aquele ali é o William, certo? - perguntei olhando para Will ao mar.

– Sim. Ele estava fazendo uma trilha para Lorde Becket nos seguir - revirei os olhos e balancei a cabeça negativamente. Fechei a mão para afundar o barril por um tempo - O que está fazendo? Vai matá-lo? - então soltei e o barril voltou, fazendo Will quicar por cima dele e ter que se segurar mais no defunto enquanto tirava a água d cara com dificuldade.

– Não, só uma leve diversão - eu disse dando um sorrisinho. - Iria mesmo se importar se eu o matasse? - olhei para Jack com o olhar sedutor.

– Não - respondeu Jack após alguns segundos e nós demos uma risada imaginando como seria divertido se Will morresse, então paramos de rir ao mesmo tempo.

– Eu não queria Will morto, por mais que ele não saiba administrar dois sentimentos como resgatar o pai e ter Elizabeth ao seu lado. Por mais que nossos anos de amizade não tenham valido nada pra ele. Pra mim valeram, e não queria ele morto - eu disse.

– É... eu também não. Will é um sujeito bacana. Traidor e desprezível, mas tem um bom coração. O desespero o torna desprezível. - concordei com Jack enquanto víamos Will se afastar de nós.

Então chegamos finalmente ao nosso destino, com o sol brilhando no céu e uma brisa suave, ao lado montanhas enormes cheia de verde. Todos os marujos olhavam atentamente para a paisagem que era linda.

– Fiquem atentos! Não é atoa que se chama Ilha Naufrágio - disse Gibbs. - Onde fica a Baía Naufrágio e a Cidade Naufrágio - okay, acho que entendemos, pensei.

Então os marujos foram ficar atentos em suas obrigações no navio, para nenhum ser culpado de nos tornarmos náufragos. Gibbs, Jack e eu caminhamos para o timão.

– Piratas são considerados inteligentes, mas nós temos tão pouca imaginação para dar nomes - Gibbs e eu concordamos. - Uma vez viajamos com um velho que perdeu os dois braços e parte do olho...

– Como chamava? - perguntou Gibbs e Jack pensou por um tempo.

– Larry - disse Jack.

– Larry? - repeti não entendendo onde ele queria chegar com essa história de criatividade.

Jack acenou que sim com a cabeça e subiu as escadas. Eu e Gibbs nos olhamos com um sorriso estranho na cara. Jack sendo Jack. Demos de ombros e eu o segui para o timão.

– Eu não quebro uma promessa depois que eu faço - ouvi Barbosa dizer à Dalma quando cheguei. - Acertamos os fins apenas, os meios são decisão minha. - Dalma segurou a mão dele, que fazia carinho nela.

– Cuidado Barbosa, não se esqueça que foi pelo meu poder que você retornou dos mortos - disse Dalma.

"Meu poder"? "Meu poder"? A presença estranha... vinha de Dalma, sempre era quando Dalma estava perto. Dalma... Dalma... Dalma...

– Não se esqueça - disse Barbosa segurando ela firme pelos braços - que eu sei porque me trouxe de volta, eu sei porque não pude deixar Jack merecer seu destino. Foram preciso dez lordes piratas para subjugá-la Calipso - Calipso! A deusa! Jack não estava escutando aquela conversa, eles conversavam baixo do outro lado do navio, na proa, mas eu não pude deixar de ouvir por causa da estranha presença que eu sentia e como eu tinha um quinto dos poderes de Eris, eu era capaz de ouvir a conversa naquela distãncia. Então era isso, tínhamos uma deusa mesmo entre nós e um quinto de deusa. - E serão precisos não menos que dez para libertá-la. Senhores! - ele chamou o careca e o olho de vidro. - Levem a esposa do peixe para a cela.

"Esposa do peixe"? Espera, Dalma é Calipso e Calipso é a mulher por quem Jones se apaixonou? É claro, o colar, eu sabia que tinha visto o mesmo colar de Jones na casa de Dalma, que agora era Calipso. Pelos deuses! as coisas vão se encaixando e ficando mais complicadas. Vimos Dalma ser levada por eles.

– O que foi? - Jack me perguntou e então eu voltei a minha atenção para a popa, onde estávamos.

– Nada - eu disse.

– Você conseguiu ouvir aquela conversa?

– Sim.

– O que descobriu?

– Dalma é Calipso - eu disse baixo.

– Se sentiu ameaçada?

– Não é isso - dei um tapa no ombro dele. - É que... eu não conheço a Calipso muito bem e é estranho sentir essa estranha presença. É como um sensor de deuses - eu disse.

– Isso é incrível!

– Não, não é. Porque se posso senti-los, com certeza eles podem me sentir facilmente.

Então, após darmos uma volta enorme pela Ilha Naufrágio, chegamos a um local no meio das montanhas, uma ilha dentro da ilha e já era noite. O local parecia uma árvore cheia de luzes, mas eram apenas madeira sobre madeira de modo estranho e irregular. Haviam muitos navios atracados ao redor e assim chegamos à Baía Naufrágio que quanto mais nos aproximávamos, mais eu notava que não eram simplesmente pedaços de madeira e sim navios sobre navios, o que deixava ainda mais sinistro e fazia mais jus ao nome de Baía Naufrágio. Todos fomoa para a proa para admirar aquele monte de navios.

– Veja quantos navios - comentou o careca.

– Não houve um encontro como esse em nossa geração - disse Barbosa orgulhoso.

– Devo dinheiro a todos eles - disse Jack com a cara ruim.

Entramos então em uma sala apertada para tanta gente, onde estava tumultuada de piratas, cada Capitão fincou sua espada no globo que representava o mundo, o globo terrestre. Não coloquei a minha porque eram apenas as espadas dos lordes piratas. Nove capitães e dez, contando comigo. Barbosa então bateu uma pequena bola de canhão na mesa para chamar a atenção para si.

– Assim como a canção foi cantada, eu convoco a quarta Corte da Irmandade - disse Barbosa se sentindo o líder.

Assim que ele terminou de dizer, todos se sentaram em seus lugares à mesa. Barbosa se sentou como o anfitrião e eu notei três cadeiras vazias, onde uma era de Jack, uma provavelmente de Sao Feng e a outra eu não tinha ideia de quem poderia ser.

– Estão faltando dois capitães - disse um dos Lordes.

– Não meu amigo, está faltando apenas um. Sao Feng - disse Barbosa.

– Mas e Simbad? - perguntou uma Capitã e emu coração disparou.

– Simbad? Simbad sempre faltou à algum conselho pirata. Simbad é um irresponsável! Principalmente depois que aquela mulher começou a navegar com ele, aquela princesinha de Siracusa - disse um Capitão que abanava um leque e parecia uma mulher de tanta maquiagem.

– Hey - fiquei nervosa. - Não admito que fale assim dos meus pais - apontei o dedo pra ele.

– Filha de Simbad? Está explicado porque esteve tão ausente, achando que pode ter uma linda família - disse esse pirata maquiado.

– Escuta aqui, você não tem direito nenhum de falar mal do meu pai, eu não admito isso - comecei a ficar nervosa e senti meus cabelos começarem a levantar.

– Que medinho - disse ele apontando um bico pra mim.

– Kaos - Jack me chamou e eu respirei fundo para que meu cabelo ficasse quieto, o que pareceu que fora apenas um vento momentâneo que o mexeu.

– Kaos, você é uma lorde pirata, você ficou no lugar de seu pai.

– Mas ele nunca me dissera nada sobre a Corte da Irmandade - eu disse. - Nenhuma história, nada...

– O que eu disse? - disse o Capitão com leque e eu respirei fundo novamente.

– Mas você é. Seu pai morrendo, você toma o lugar. Bem-vinda à Corte da Irmandade - disse Barbosa e todos acenaram com a cabeça pra mim, menos o maquiado do leque, ele revirou os olhos.

Barbosa me guiou até uma cadeira. Kyle e Rato me acompanharam, assim como os marujos dos outros lordes.

– Kyle, Rato... vocês sabiam disso? - perguntei ainda assustada com aquela revelação.

Kyle e rato começaram a se enrolar.

– Desculpa Capitana, Simbad dice qué no poderíamos dicer nada a usted sobre la Corte de Irmandad - disse Rato.

– Por que não?

– Ele queria te manter afastada dessas coisas perigosas, ele dizia que tinha o momento certo para te dizer tudo - disse Kyle.

– E não pensaram em me contar assim que me encontraram?

– Desculpa Capitana - disse Rato. - Pensamos qué nunca precisaríamos contar a usted.

Suspirei pesadamente.

– Tudo bem - eu disse endireitando a minha postura. - Então vamos lá. Não tenho escolha, não é?

– Sim, podemos tirar a linhagem de Simbad da Corte, ninguém iria sentir falta - disse o maquiado.

Ah Capitão Maquiagem, você não tem ideia do que você está provocando, não mesmo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Kaos - O Encontro Com Eris" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.