Sem perder a esperança escrita por Ester


Capítulo 20
CAPÍTULO 20- Vazio


Notas iniciais do capítulo

Postando logo pois sei que como eu algumas pessoas são ansiosas, como recompensa por ser caridosa quero que vocês olhem as minhas outras fics. Por favor! bjs.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/556360/chapter/20

POV KATNISS E PEETA

Os primeiros dias após minha discussão com o Peeta foram mais fáceis de aguentar. Fiquei com muita raiva dele por tudo que me disse e pela forma que me expulsou de sua vida e ela me motivou a trabalhar e fazer minhas obrigações da melhor forma possível. Forcei um sorriso no rosto e parecia sempre estar bem. Queria mostrar que se não se importava comigo eu também não me importaria com ele e estaria ótima. As noites eram sempre mais difíceis mas me obrigava a lembrar da raiva que estava sentindo e elas também passavam.

Mas a medida que os dias passaram, tudo mudou, a raiva já não estava tão latente, as noites ficaram maiores e os dias sem graça. Ficava pensando em seus beijos, na sua voz, nas suas mãos sobre mim. No início suprimia esses pensamentos rapidamente, mas depois, com o tempo, foi ficando impossível de reprimir. Pensava nele durante o trabalho, nos passeios pelo Distrito, na floresta com Gale, durante o banho, no café da manhã, enfim em todo tempo. Uma noite cheguei do trabalho e olhei para sua casa. Ele está sempre trabalhando, sai às cinco da manhã e volta tarde da noite, as vezes nem volta. Acompanho sua chegada em casa pela janela e depois vou dormir, mas nessa noite quando o vi uma vontade imensa de chorar me atingiu, chorei durante horas até dormir.

No outro dia acordei com o rosto e olhos inchados, quando me olhei no espelho vi que não tinha condições de aparecer no trabalho daquele jeito mas infelizmente precisava ir. Tinha uma reunião importante com o prefeito e alguns empreiteiros. Fui até a geladeira pequei gelo e passei no rosto e região dos olhos. Melhorou um pouco, o resto resolvi com maquiagem, tirei as olheiras e coloquei um pouco de cor para não parecer doente. Não tive vontade de tomar café, aliais não tenho tido muita vontade de comer. Faço por obrigação.

Depois da reunião fui com Gale almoçar na barraca da Greasy, tudo estava lotado, e só tinha vaga em uma mesa ocupada por Peeta, não percebi que era ele até chegar perto. Greasy solicitou que ficássemos na mesma mesa. Gale não rejeitou mas fiquei apreensiva. Quando Peeta nos viu se levantou e disse para ficarmos à vontade. Que já havia terminado e que precisava trabalhar se limitou a olhar pra nós e saudar com um “tudo bem?”, de forma muito fria. Isso acabou comigo, nem meu nome ele disse, como se nunca tivéssemos nos falado na vida. Saiu da mesa sem sequer olhar para mim. Essa foi a única vez que nos encontramos desde a nossa briga e ele foi extremamente frio comigo.

Sei que inaugurou a padaria em um final de semana. Teve uma festa mas não me chamou, passei esse dia na floresta sozinha. Já faz mais de um mês que não nos falamos ele não me procurou para nada. Parece que me excluiu completamente da sua vida. Perceber isso faz com que me sinta completamente infeliz e apesar de não ter tomado café, não consigo comer, mexo com o prato sem qualquer interesse. Gale percebe mais não diz nada. Ele age como se meu rompimento com Peeta se deva ao fato de tê-lo escolhido e por isso tenta sempre ser carinhoso comigo. Apesar de eu nunca corresponder. Chegou a comentar que Peeta um dia iria entender e aceitar minha decisão não discuti, mas isso me fez pensar que talvez Peeta tenha razão em romper comigo se até Gale acha que o escolhi. As coisas realmente fugiram do meu controle e o tiro saiu pela culatra, não querendo magoar o Gale magoei o Peeta e isso nunca deveria ter acontecido. Em casa percebo o vazio e passo mais uma noite chorando.

*

Os primeiros dias sem ela foram os piores dias da minha vida. E olha que já passei por momentos complicados, de tortura a telessequestro, terror extremo e confusão mental. Mesmo assim quando tive o primeiro lampejo de lucidez me apeguei a esperança que ficaria com ela. Que tudo valeria a pena por seu amor. Mas quando constatei que nunca a teria, não da forma que queria e precisava, que sempre estaria dividida, a esperança que me manteve vivo durante todo esse tempo se desfez e enfrentar a vida sem nenhuma perspectiva não é fácil. Enfrentei de tudo: flashes fortes demais, crises agudas de pânico, dores de cabeça, febre alta e até uma infecção estomacal que me fez jogar o que comi para fora por uma semana. Tudo, segundo o Dr. Aurélio, de origem emocional. Após dias de intenso sofrimento o meu único alento foi o trabalho. Mergulhei nele como uma tabua de salvação. Acordava às cinco da manhã, trabalhava o dia todo e só voltava às dez da noite. Contratei funcionários novos já que as obras estavam concluídas, mas eles quase não tinham o que fazer. Eu fazia tudo de lavar o chão a todos os pães e bolos a serem vendidos. Desenvolvi uma mania por limpeza e fazia isso a cada hora. Só parava quando meu corpo já não aguentava mais e assim quando me deitava simplesmente apagava.

Lentamente a dor foi diminuindo. Ainda está aqui mas já não é tão pulsante. Depois de mais de um mês consigo dormir, diminuí o ritmo no trabalho, consigo conversar com as pessoas, não me sinto a pessoa mais infeliz do mundo. Sei que existem coisas que não mudam: Eu nunca vou deixar de amá-la. Mas me obrigo a viver com sua ausência. Achava que se não pudesse tê-la como minha me contentaria em tê-la como amiga. Mas hoje sei que isso é impossível, se não posso tê-la tenho que ficar o mais distante possível, só assim tenho uma chance de recomeçar. Então depois de tudo o que sobrou foi o vazio. E ele é muito bem vindo em mim.

*

O meu encontro com Peeta no mercado mexeu comigo, a forma fria que me tratou o olhar inexpressivo. Durante todos os dias eu o observo de longe, nos primeiros dias parecia doente, perdeu peso, estava sempre de cabeça baixa. Enquanto eu lutava para mostrar que tudo estava bem ele se afundava. Soube que realmente esteve doente Haymitch me contou, fiquei tentada a procurá-lo depois disso mais resisti a vontade. Depois de uns vinte dias percebi uma melhora nele, voltou ao peso normal, se mostrava mais feliz e agora parece completamente bem.

Ele superou, seguiu em frente, constatar isso me arruína. Quando a raiva passou passei a cogitar voltar para ele, mas ia impor novamente minhas regras. Se aceitasse tudo bem. Mas parece que isso nunca esteve em seu pensamento. Ele quer esquecer que existo e isso é demais para eu lidar. Agora aceitaria qualquer imposição dele só para tê-lo de volta. Meus dias começam a ficar insuportáveis, até o trabalho não consegue reter minha atenção. Percebo que estou no fundo do poço quando em uma manhã não tenho ânimo para me levantar, ignoro minhas obrigações e fico durante todo o tempo em minha cama, só levanto para ir ao banheiro, não tenho vontade de comer e nem de beber nada. Só fico parada. Escuto pessoas baterem na porta, batem até cansarem mas não saio da cama, o telefone toca mas não atendo e assim fico por três dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem por não acatar muitas sugestões mas essa fic. já está praticamente concluída, mas adorei as sugestões.