Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 2
Capítulo 1 - Harper Moore


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores. Aqui está o primeiro capítulo de Destiny.

Quero pedir desculpas pela demora em postar e agradecer a todos que estão comentando. Então, tenho uma novidade. Na verdade, duas.

A primeira é que criei um ask. *--* (tomei vergonha na minha cara). E a segunda, é que agora tem um cronograma para acompanhar a evolução dos capítulos. Está tudo no meu perfil.

Sem mais delongas, vou passar a palavra para nossa Nephilim favorita.



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Joguei meu cardigã na mala junto com as outras roupas desdobradas e fiz uma careta ao perceber que talvez não coubessem as outras coisas. Mellany, que estava deitada em minha cama de bruços, tinha os olhos cinza estreitos tendo a mesma conclusão que eu. Trocamos olhares cúmplices e demos de ombros, não ligando para a lógica da física.

“Malditos anjos.”, resmunguei, sentando na mala e puxando o fecho com força. Mellany se levantou para tentar me ajudar. Não funcionou. “Sempre me mantive longe para que isso não acontecesse e agora vou ser obrigada á ir para Columbia.”, olhei para Mellany, exasperada. “Vou ter que aguentar um bando de nerds andando para cima e para baixo fazendo contas com mais de três dígitos de cabeça.”

Minha amiga gargalhou, trombando o ombro no meu.

“Você tinha que ver o lado bom de tudo isso, Harper.”, ela ressaltou e soltou o ar ao ver que tínhamos conseguido fechar a mala. “É Nova York. Da última vez em que estivemos por lá foi bastante divertido.”

Arqueei uma sobrancelha.

Aquela é a sua definição de diversão? Descobrir que sua melhor amiga é um Nephilim e que todos ao seu redor tem alguma ligação com o pessoal lá de cima e ninguém se deu ao trabalho de te contar?”

Ela fez uma careta, pondo uma mecha de seu cabelo escuro e cacheado atrás da orelha.

“Você é muito negativa, Moore.”, ela disse e revirou os olhos. “Vou estar por perto da Cornell.”, ela sorriu e se virou. “E Adriel estará comigo. Qualquer problema ou dúvida, pode nos chamar que chegaremos voando. Ok, talvez eu não chegue voando, mas Adriel chegará sem dúvidas.”

Contrariada, olhei para o Anjo Caído que permanecia em silêncio, encostado na parede do outro lado do quarto com os braços cruzados. Seus olhos verdes estavam vazios assim como a sua expressão. Eu e Adriel tínhamos feito nossa relação melhorar ao longo desses dois anos, tudo por Mellany. Se colocasse as diferenças angélicas de lado, até que ele era um cara legal.

Obviamente eu nunca diria aquilo em voz alta.

“Posso me esforçar.”, ele deu um meio sorriso para a sua namorada e me encarou com uma careta. “Ainda não entendi o motivo de você ter aceitado isso. Com certeza eles estão armando alguma coisa por seres tempo desesperados. Muitos anjos cedendo á humanidade e largando seus postos. Porém, por um Nephilim destreinado direto no cargo de Guardião?”, balançou a cabeça, bagunçando os cabelos loiros. “Tem algo muito errado nisso.”

Olhei ao meu redor, para as paredes cobertas de pôsteres de bandas que enfeitavam meu quarto. As paredes pintadas de branco e tons de cinza combinando com os móveis pretos e brancos, mostrando minha indiferença com o local que mais passava meu tempo livre. Caminhei até a cômoda e peguei um das portas retratos onde tinha uma foto minha com minha mãe, sorrindo. Era de quatro anos atrás, antes da confusão de anjos chegarem até Nova Jersey.

“Não importa.”, murmurei com a voz fraca, entretanto determinada. “Eu vou, já está decidido. Amanhã pego o avião e segunda feira começo a faculdade. Pelo menos terei Mary por lá.”, ergui os meus olhos para o casal. “Mas ficaria feliz se você acionasse os seus contatos e descobrisse como estão as coisas por .”, apontei para o teto. Suspirei, sentando-me e passando os dedos por meus cabelos castanhos claros. “E eu pensando que tinha acabado.”

Mellany se sentou ao meu lado e pôs o braço ao redor dos meus ombros. Era incrível o fato de que toda aquela confusão só serviu para nos aproximar ainda mais. E quando pensava na palavra confusão não estava apenas abrangendo assuntos divinos. Mellany estava finalmente dando uma chance para que sua mãe compensasse os anos ausentes, assim como criou coragem para ir visitar o pai. Ah, não poderia me esquecer de Dareel, seu sobrinho de um ano e meio. Aquele garoto era a coisa mais linda do mundo.

Adriel e ela estavam mais firmes do que nunca, ainda mais quando ela decidiu dar um tempo com o sonho de pop star e focar nos estudos para poder cursar a faculdade de música. Dexter e Mary seguiram o seu exemplo, o que nos fez com que a banda ficasse em segundo plano. Dexter, o mais nerd de nós quatro tinha conseguido uma vaga em Yale e nos chamava para vídeo conferências todas as semanas. Mary tinha ido para Columbia, querendo ficar o mais longe possível de Nova Jersey para evitar encontrar com Jeremy Read e sua namorada, Aliel Sky.

Era um pouco triste ver que ela ainda estava ferida com essa história, mesmo tendo se passado dois anos. E pelo que tinha lido na ficha dela, ela havia se desviado do seu caminho da Lista, deixando-a em espera. Ela não tinha o par perfeito e era um fardo, então seria a pupila perfeita para mim, certo? Chegava a ser irônico eu ser obrigada á ir para a faculdade depois de tanto lamentar não ter sido aprovada em nenhuma.

“Farei isso.”, Adriel garantiu me despertando de meus pensamentos. Ergui meus olhos, vendo-o parado na minha frente. Tinha um brilho diferente em seus olhos verdes. “O que Mellany disse é verdade. Se você precisar de ajuda, não hesite em nos chamar. Deixá-la sem supervisão é ainda pior do que ser destreinada.”

Me estiquei, pegando a ficha de Mary e lendo uma informação importante no final. Fiz uma careta.

“Sou da jurisdição de Miguel.”, o encarei, vendo-o pressionar os lábios juntos. Mellany bufou ao meu lado. “Ele não era o seu chefe?”

“Aquele filho da puta prepotente?”, Mellany perguntou retoricamente. “Era sim. Agora sim terei que concordar com Adriel. Eles estão planejando alguma coisa e tenho certeza que não tem a ver com agraciar os Nephilim.”, estreitou os olhos, desconfiada. “Você já contou isso á sua mãe?”

Fechei a pasta com força.

“Não e nem irei.”, disse com a voz forte. “Para ela, a Columbia reconsiderou a decisão e abriu uma vaga para mim. Só isso. Não quero que ela saiba que estou envolvida com esses assuntos. Ainda mais com Miguel, que, por acaso, também era o chefe dela.”, balancei a cabeça. “Prefiro deixá-la de fora dessa confusão. É um assunto só meu.”

Adriel assentiu, compreendendo.

“Pelo que me lembro de Gael, ela irá impedí-la.”, ele disse e respirou fundo, olhando para Mellany. “Acho que está na hora de irmos. Prometemos ficar com Dareel hoje.”, Mellany concordou se levantando. Adriel me encarou cuidadoso. “Não se esqueça de nos ligar se descobrir alguma coisa de nova. E boa sorte, Harper.”, franziu o cenho com a atenção na pasta pousada em meu colo. “Sinceramente acho que irá precisar.”

****************************

Minha mãe não conseguia esconder a alegria a me ver indo para a faculdade. Sabia que não tinha tido essa oportunidade por estar grávida de mim e não ter ninguém para auxiliá-la. E ainda mais com a adaptação da vida humana, a expulsão do céu e o abandono do meu pai, faculdade nunca se passou nos planos dela. Ou pelo menos era o que eu sempre pensei até vê-la me abraçar com lágrimas nos olhos tão azuis quanto o meu.

“Prometa-me que vai ter cuidado e que não irá se meter em confusão, Harper.”, ela pediu me segurando pelos ombros. Reprimi um revirar de olhos, balançada por sua preocupação materna. “A Columbia é uma das faculdades mais prestigiadas e foi uma honra receber uma bolsa integral de lá. Não os faça se arrepende e mostre que fizeram a escolha certa.”

“Tenha cuidado, mãe.”, dei um beijo em sua bochecha e acariciei o dorso de sua mão. “Estarei aqui final do mês para pertubá-la novamente.”, prometi omitindo o verdadeiro motivo para o meu retorno. Teria que procurar um emprego depois ou alguma faculdade local. Princeton estava fora dos meus planos, com certeza. “Se acontecer qualquer coisa, me ligue imediatamente, ok?”

Ela sorriu, destacando ainda mais a sua beleza imaculada.

“Eu que deveria dizer isso.”, gracejou me puxando para outro abraço que retribuí. “Você está tensa demais, querida. Tudo vai dar certo.”

Não tinha o que dizer em resposta e felizmente não tive que fazê-lo ao escutar o anúncio de meu vôo. Foi difícil me soltar de Gael, tanto por seu abraço forte quanto por aquele sentimento estranho que se instalava em meu peito. Seria um mês longe de tudo o que me era conhecido. Um mês longe do conhecido e o confortável. Malditos anjos.

“Pode sair da frente?”, perguntei para um senhor na minha frente. Ele me olhou rígido e saiu enquanto ainda procurava seu lugar. “Parece que todo mundo fica retardado quando entra em um avião.”, murmurei me jogando em minha poltrona. Fiquei de joelhos e encarei o senhor que ainda procurava seu lugar. “Ninguém troca as ordens para te sacanear não, senhor!”, afirmei vendo o estreitar os olhos para mim. Dei de ombros e me ajeitei em meu lugar. “Só tentei ajudar.”

Estava planejando colocar o fone de ouvido e cantarolar algumas músicas até Nova York, entretanto percebi que isso seria impossível assim que alguém se sentou ao meu lado. Os pelos de minha nuca se arrepiaram automaticamente e me tornei arredia. Revirei meus olhos azuis antes de encarar o anjo ao meu lado.

Era o mesmo que tinha me interrogado no meu aniversário.

“O que você quer?”, indaguei, frustrada. “Já estou nesse vôo ridículo contra a minha vontade e indo fazer uma coisa que não quero. É isso que vocês fazem com todos os seus lacaios, não é? Não estão satisfeitos que estou sendo obediente?”

Ele continuou me estudando com aquela expressão superior e neutra que todos os anjos deveriam possuir depois de muitos anos. Isso seria um pré requisito para se tornar um Sub Arcanjo? Reparei em seus olhos escuros se clareando até alcançarem um tom de âmbar. Se ele estava planejando me persuadir a fazer algo, ele estava muito ferrado.

“Você deveria ser menos rude.”, disse solene e se ajeitou no banco com o corpo rígido. Enquanto isso, eu estava espalhada em meu banco com um pé na poltrona da frente. A aeromoça passou e me lançou um olhar de advertência. Um olhar que fiz questão de ignorar. “Aquele senhor só estava perdido. Ele está ansioso para visitar sua neta que irá se casar semana que vem.”

“Foda-se”

Ele se retraiu e voltou á me encarar.

“Ser rude não irá te ajudar com a missão. Você deve ser sociável e apaziguadora para poder se misturar em qualquer lugar. Além de ser racional para poder resolver os problemas que eventualmente aparecerão.”

Dei um meio sorriso pegando o fone de ouvido e pondo-os em meus ouvidos.

“Acho que consigo fazer tudo isso e ainda fumar uma maconha, sabe?”

A sua expressão estarrecida fez com que eu ganhasse o dia e a viagem não se tornasse totalmente maçante. Ele tentou puxar assunto comigo mais algumas vezes, porém ignorei. Provando o quanto estava longe de ser um anjo, tive inveja de todas as pessoas que dormiam ao meu redor. Queria ter essa necessidade de dormir tantas horas. Mas o fato de ser metade anjo me tirava esse privilégio, deixando-me abastecida com apenas poucas horas de sono. Isso era o sonho de alguns, porém seria o meu eterno pesadelo.

Se minha inveja me fazia ficar distante de ser um anjo, minha falta de necessidades básicas me mantinha longe de ser humana. Afastei aquelas dúvidas angustiantes de minha mente e mantive minha mente concentrada na paisagem que se formava ao meu redor.

***************************

“Meu nome é Dariel.”, o Sub Arcanjo disse quando desembarcamos. Encarei-o por cima dos óculos escuros enquanto me inclinava para pegar minha mala. “Desculpe por ter sido indelicado e não ter me apresentado anteriormente.”, ele estendeu a mão na minha direção com um sorriso educado. Arqueei uma sobrancelha. Compreendendo que não retribuiria a gentileza, ele recolheu a mão. “Acho que você já percebeu que serei seu supervisor.”

Avistei minha mala e a tirei de longe das outras antes que algum dos passageiros entrasse em meu caminho. Sem querer acabei trombando no mesmo senhor do avião e me afastei antes que ele cuspisse sua dentadura em cima de mim. Dariel me esperava um pouco longe, observando o caos do aeroporto com uma curiosidade incomum.

“Pensei que seria da jurisdição de Miguel.”, reclamei ajeitando a alça de minha mala que havia emperrado. “Ele é bem mal agradecido por mandar outra pessoa em seu lugar.”

O Sub Arcanjo fechou o rosto.

“Você é da jurisdição de Miguel, mas será supervisionada por um anjo menor. No caso, eu. Os Arcanjos têm coisas mais importantes para fazer.”, ele se abaixou para me ajudar e sem nenhum esforço puxou a alça. Balancei a cabeça em forma de agradecimento. “Você não leu os relatórios? Lá tinha tudo explicado.”

Revirei os olhos.

“Eram coisas desnecessárias demais e eu tinha pouco tempo.”, me justifiquei caminhando até a fila do táxi que estava enorme. “Puta merda.”, xinguei, me virando para o Sub Arcanjo que estava novamente com o corpo rígido. Há quanto tempo ele não tinha uma interação social com humanos? “Você não pode me levar voando até a faculdade? Vamos mofar nessa fila.”

Ele já estava negando antes que eu completasse a frase.

“Essa mala iria me atrapalhar.”, se explicou apontando para minha mala.

Assenti, entendendo o seu ponto de vista e bufando por ter que enfrentar aquela fila. Vi adolescentes animados usando casacos da faculdade e falando sobre os planos e expectativas para o ano. Sortudos. Quem diria que depois de quase dois anos eu estaria de volta á aquela cidade.

Eu só não sabia que seria tão contra a minha vontade.


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Notas finais do capítulo

E o que acharam, hein? Beijos.



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