If she is your only then why you lonedy? escrita por Avia


Capítulo 8
Capitulo 7 : Se ela é a unica então porque está sozinho?


Notas iniciais do capítulo

Muitas confusões nesse cap...
Espero que gostem porque esse foi especial!
Boa leitura!
Até lá em baixo...



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(Pov Reo)

Cheguei em casa, após um lindo dia de trabalho e estresse.

Queria apenas almoçar e dormir. Estava muito cansado, mais do que qualquer outro dia.

Lembrei que Ada estava na minha casa, minutos antes de abrir a porta, e fiz uma constatação: ela não me deixaria descansar.

Gostava muito da minha noiva mas ela não reconhecia quando eu estava mal ou quando não queria conversar. Para ela eu sempre deveria estar de bom humor e querer fazer qualquer tipo de atividade, mental ou física, que a deixasse feliz.

Respirei fundo e, quando abri a porta, senti alguém se jogando em meus braços.

Ada me abraçava com força e ao se distanciar tinha um animado sorriso no rosto, como se fosse capaz de correr uns 5 quilômetros e depois ir para uma festa dançar até morrer, o que me deixou cansado apenas de imagina-la fazendo tudo aquilo .

Ela estava com cabelos, castanho-louros, presos e vestia um vestido por baixo do avental, podia ouvir o barulho de panelas, assim que adentrei no apartamento. Fui guiado até a sala e Ada me obrigou a sentar, fazendo o mesmo.

Ela começou a fazer as perguntas típicas sobre o meu dia e coisas assim, e eu respondi tudo com as respostas que achava obrigatórias, como: “Tudo bem!” “Ótimo” “Nada demais” “Foi normal”, etc.

Ada continuou falando, apesar das minhas respostas indicarem que não queria falar. Ouvia com o máximo de atenção e concordava com tudo que ela dizia e esperava que reconhecesse minha falta de interesse, mas como já era previsto, ela não o fez.

Depois de algum tempo ela perguntou.

–Está com fome?

Assenti e me levantei com calma. Fomos ate a cozinha e ela continuava contando sobre sua viajem,que apesar de ter sido de 1 hora e meia, parecia de alguns dias. Estávamos pegando pratos e copos quando eu não aguentei. Queria ficar em silêncio, em paz.

– Meu amor- pronunciei olhando no fundo de seus olhos, com o máximo de calma para não chatea-la - pode deixar pra contar isso depois?

– Mas por quê? Eu só queria falar sobre a viajem você sempre estava interessado em saber e...

– Ada – a interrompi ainda falando com calma – Eu quero descansar, as pessoas falam na minha cabeça o dia inteiro, eu quero um pouco de silêncio quando chego em casa!

Estava realmente irritado, mas não podia demonstrar. Ada se retraiu totalmente e arrumava as coisas em total silencio.

Fomos para a mesa e começamos a comer. Por todo aquele momento ouve um silencio maravilhoso, mas Ada parecia estar chateada. Comecei a pensar se teria a deixada magoada, quando ela voltou a falar:

– Por que esta agindo assim?

– Só quero um pouco de silêncio, depois vou te ouvir, palavra por palavra...

Ela se calou novamente, mas após 5 minutos retornou:

– Reo, isso por acaso teria algo haver com aquela garota?

– Que garota?- sabia que ela provavelmente falava de Alice, mas tive que perguntar.

– Alice? Eu acho.

– Por favor, Ada, já te disse isso é ridículo.

– Não! Ela é bonita e me pareceu gostar muito de você.

– Já disse que não! – disse perdendo um pouco da paciência que tentava demonstrar.

Ada riu, como se lembrasse algo muito divertido, mas que eu não entenderia.

– E mesmo que fosse eu já dei um jeito nisso.

– Que?

– Eu dei um jeito nisso, não ouviu?

– O que você fez?- estava começando a me preocupar com as atitudes dela.

– Disse para ela ficar longe de você!

Perdi totalmente a paciência.

– Não é possível! – gritei incrédulo

– O que foi? Só estava protegendo o que é meu!

– Eu não acredito que você fez isso...

– Qual é o problema?

– Nada, Ada! Imagina... Problema nenhum, ela só é uma aluna, de 18 anos e tem um namorado. Sem contar o fato que eu tenho uma noiva! – eu liberei toda a raiva que sentia.

Ela ficou em silêncio. Ada podia ser muito inteligente, mas a sua ingenuidade era dominante, afinal tinha somente 20 anos, dois a mais que Alice.

Largou a comida no meio e foi para o banheiro e passou um longo tempo lá.

Comecei a pensar em tudo que havia acontecido naquela mesa e na minha fala.

Alice era uma criança, porque eu havia me aproximado tanto dela?

–------------

(Pov Alice)

Chegamos ao apartamento de Gil e eu não havia falado muita coisa. Gil contava animado sobre os planos que estava fazendo, com os amigos, para a nossa formatura.

Parecia que, para minha felicidade, meus dois professores favoritos foram escolhidos. Frederico, professor de historia, como padrinho e Luce, professora de química, como homenageada.

A formatura aconteceria em 2 meses, aproximadamente e eu não me sentia especialmente animada, afinal não sabia o que iria fazer na faculdade e também não conseguia pensar no futuro.

Lembrava-me da minha formatura no 9° ano. Minha avó havia feito meu vestido e me ajudado com tudo mais. Ela e minha mãe choraram muito naquele dia e elas estavam tão animada esse ano também...

Fui tirada das minhas lembranças pela mão de Gil em minha coxa, quando ele estacionou.

–Será que não posso te deixar um minuto quieta!

–Por quê?

–Sei que estava pensando em algum problema, seu pai?

–Minha avó.

Ele beijou minha bochecha.

–Pense que ela descansou... Seria pior se tivesse sofrido, mas ela foi em paz!

Meus olhos ficaram lacrimejados.

–Vamos?- ele perguntou me olhando com preocupação.

–Sim.

–Está tudo bem?

–Está...

–Tem certeza?

–Sim, tenho.

Ele então abriu sua porta e saiu. Eu me virei e peguei minha mochila, que havia deixado no banco de trás e quando ia abrir a porta, Gil o fez.

–Venha comigo, minha princesa!

Sorri e aceitei sua ajuda para sair. Ele me beijou por um longo tempo, fazendo com que toda a minha vontade de chorar fosse dissipada. Subimos pelo elevador e quando entravamos no apartamento levamos uma bronca.

Jane estava parada na porta nos esperando, com uma cara não muito feliz.

– Vocês pensaram em demorar um pouco menos?

– Desculpe, chatinha! – Gilbert se prontificou a dizer.

– O que trouxeram para eu comer? – Nós nos entre olhamos. Não tínhamos feito compras - Ótimo! Vou pedir uma pizza...

Jane saiu e nós adentramos na casa. A TV estava ligada e Jane via um documentário, no mesmo canal em que passara, no dia anterior, o documentário chato sobre pinguins, que eu havia visto na casa de Reo. Me sentei e fui ver sobre o que se tratava.

Objetos arqueológicos.

Fiquei um longo tempo vendo como funcionavam os projetos arqueológicos e seu importante papel em montar a historia.

Estava totalmente ligada em tudo, por um momento havia esquecido tudo ao meu redor. Parecia até que a raiva pela briga com Ada, a tristeza pela minha vó haviam passado.

O documentário chegou ao fim e eu sai do transe. Havia acabado de decidir o que faria na faculdade. Me levantei e comecei a procurar o computador de Gil. Queria saber aonde e quando poderia fazer o vestibular. Estava mesmo decidida.

Peguei o computador e comecei a estudar as possibilidades. Haviam três faculdades em que poderia entrar. Vi a data de inscrição, que para todas eram em 3 semanas, e para as provas que eram em 2 meses. Uma semana antes da formatura. Peguei os documentos necessários e me inscrevi nas três.

Havia tomado, naquele momento, a decisão que eu tanto adiara.

Gil entrou na sala com Jane e os dois conversavam sobre a pizza que haviam pedido e coisas do tipo.

Gil viu que mexia em seu computador e se sentou ao meu lado.

–Vamos ver o que você esta vendo! - ele exclamou ao tirar o computador do meu colo - Arqueologia?

–Pois é... Me inscrevi em três faculdades diferentes e agora vou me preparar pra passar.

Gil me olhou desconfiado, mas depois deu um sorriso.

–Estou orgulhoso por você. Sabia que iria escolher uma coisa legal.

Ele deixou o computador na mesinha de centro, me abraçou e me deu um rápido beijo. Jane riu daquela situação.

–Vocês são tão fofos... – ela disse no meio se um suspiro

Sorri e encostei-me a seu ombro. Jane sentou no sofá e Gil abraçou ela também.

Ficamos na sala até a pizza estar chegando. O porteiro avisou que o entregador estava subindo e Gil foi para a porta esperar.

Jane tentou subir na cadeira da bancada com uma mão só, pois a outra enfaixada não ajudava muito. Eu a levantei, para que pudesse se sentar, logo depois também me sentei. Gil veio em seguida, com a pizza gigante em uma mão e o refrigerante na outra.

Cortamos os pedaços e começamos a comer. A pizza era meio 4 queijos e meia portuguesa (meus sabores favoritos). Peguei um pedaço de cada, assim como todos, e comecei a me deliciar com aquela, que de longe, era minha “besteira” preferida.

–Gil, você já fez as inscrições pra faculdade? – Jane perguntou.

–Sim, semana passada, vou entrar pra direito, lembra?

“Legal...” – pensei – “Seremos tipo perfeitos... Um advogado e uma arqueóloga”

Jane começou então a falar sobre os planos dela para o futuro. Parecia querer trabalhar em relações exteriores e começou a nos dizer o quanto era uma profissão legal.

Enquanto ela falava Gil olhou para mim e sorriu.

– Acho que nossos filhos vão se orgulhar de nós – ele disse como se lesse meus pensamentos. – Eu te amo!

–-----------

(Pov Reo)

Era manha de uma quinta feira e o despertador acabara de tocar.

Precisava me levantar e ir para o trabalho. Olhei para o lado e Ada me olhava. Ela havia ficado muito magoada por eu ter brigado com ela, pelo que fez a Alice.

–Bom dia.- eu disse.

–Bom dia- ela, seca, me cumprimentou, antes de se virar e voltar a dormir.

Levantei e fui para o banheiro. Fiz todas as coisas que costumava fazer e sai de casa, ainda mais cedo do que estava acostumado.

Cheguei junto ao porteiro e entrei sem nenhum ser vivo dentro daquela escola. Comecei a adiantar meu trabalho, preparei tudo que havia ser feito e confirmei o passeio do 3° ano.

Seria um dia perfeito, na minha cidade, e com Alice perto de mim... Não!

Os meus sonhos com ela haviam se tornado mais intensos e aquilo está me deixando louco. Não conseguia parar de pensar naquela garota, que até pouco tempo era indiferente na minha vida. Olhei para o relógio e faltavam 10 minutos para a aula dela começar. Me dirigi até a sala que ele ficava e vi que quase todos os alunos já estavam lá. Ao me verem foram para os lugares e eu pude ver Alice, sentada no lugar de sempre, com as amigas.

Ao perceber que eu a olhava, ela sorriu, como se não houvesse nada errado, e como se Ada não tivesse dito nada. Sorri de volta, apesar de estranhar, e fui até o meio da sala.

–Queria saber uma média de alunos que vão no seminário no sábado...

Quase toda turma levantou a mão e pude ver que Alice também erguia a dela.

Após um pequeno debate de o que aconteceria por lá eu agradeci pela atenção e fui em direção a saída da sala, todos voltaram a conversar e eu ia voltando para minha sala, quando senti uma mão tocando de leve meu braço.

Alice havia corrido e ido ao meu encontro.

–Bom dia! – Alice disse.

–Bom dia!

Ela me abraçou, como sempre costumava fazer, agora. Se jogava em meus braços com a segurança que eu nunca vou deixa-la cair.

–É muito bom que você tenha vindo falar comigo, precisava te pedir desculpas.

–Ah! – tinha uma expressão surpresa por baixo de seus óculos – Mas pelo que mesmo?

– Ada...

– Ah sim. Está tudo bem! – ela deu de ombros

– Esta mesmo?

– Não é como se eu tivesse pensado em seguir o que ela me pediu...

– Eu falei com ela que não deveria ter feito isso, mas tinha medo que você começasse a me ignorar, então só pra confirmar que você não faria isso!

–Eu queria muito poder fazer isso, mas gosto muito de você pra poder te tirar da minha vida.

Ficamos em silêncio e eu não sabia o que responder.

–Bom... – eu pronunciei com cautela – Já que não está chateada, até mais! Agora vá para a sala e estudar!

Ela me encarou e sorriu. Eu então tomei uma atitude, da qual não me arrependo, mas que a fez corar. Beijei sua testa, de leve, mas o suficiente para deixa-la vermelha como um tomate.

Ela engoliu seco e ficou parada na minha frente sem reação por alguns segundos e depois se virou bruscamente e obedeceu a minhas ordens.

Voltei para minha sala, atendi alunos, preparei bilhetes de calendários de prova e teste, fiscalizei o recreio do ensino fundamental, e tive um pequeno e breve conselho de classe com os professores, que encontrei durante o dia. Um dia comum.

Chegada a hora da saída e eu peguei minhas coisas para poder ir embora, eram 14:00, ou seja, meia hora depois da saída de todos os alunos e professores do meu turno.

Estava descendo as escadas calmamente quando me deparei com a diretora e o inspetor, juntos, no meio do corredor do primeiro andar.

Eles se beijavam ferozmente e tive vontade de rir. Aquilo já estava ficando estranho quando tentei passar sem ser percebido.

Parece que a diretora percebeu a minha presença e se afastou do inspetor, como havia feito no dia em que eu a flagrara pela primeira vez.

Tentei ir embora e ignorar toda aquela cena, ma ela me chamou.

–Reo, preciso conversar com você amanha.

–Como quiser diretora. Com licença.

Sai o mais rápido o possível daquele ambiente, contento um aceso de risos, e fui para casa. Provavelmente ela iria querer reforçar que podia contar com minha descrição então não liguei para a intimação que havia me feito.

Entrei em meu apartamento e encontrei um bilhete de Ada.

“Me desculpe por ontem. Só fiz aquilo porque te amo. Tenho prova hoje então quando estiver lendo isso já estarei em Aciram. Beijos e me perdoe.

–Ada”

Coloquei o bilhete em minha escrivaninha e fui preparar o almoço. Me senti um pouco culpado por ter sido tão duro com minha noiva, mas não podia fazer nada, ela não deveria ter agido de tal forma.

Terminei o almoço e fui tomar um banho, depois peguei algumas provas e comecei a corrigi-las. Terminei tudo as 20:30 e não tinha nada mais para fazer.

Resolvi ver TV em meu quarto. Estava passando uma matéria sobre testes vocacionais e coisas do tipo. Fiquei pensando no passeio do 3° ano e no que Alice escolheria para sua carreira.

Alice.

Não conseguia não pensar nela.

Quando fui dormir meus sonhos foram os mesmos de sempre:

Fui para a sala de Alice, estava tudo vazio, a não ser uma cadeira.

Ela estava lá, debruçada sobre o caderno e parecia escrever uma única frase, em letras bem grandes. Toquei seus cabelos e ela se virou para mim, se levantou e beijou minha boca. Ficamos nos beijando até o ar não existir mais, ela estava vermelha, mas linda, quando se afastou, e só então, saiu.

Estava muito ofegante então coloquei as mãos sobre a mesa e me apoiei. Li então a frase que estava em seu caderno.

“If she is your only, then why you lonedy?”

–----------------------

Acordei do meu sonho com a lembrança daquela folha de caderno em minha mente.

A pergunta era clara e se refletia bem em minha situação atual.

Ada, minha noiva e a única mulher que deveria desejar.

Alice, a menina que me fazia sentir completo.

Percebi que já era manha, então me arrumei e como em todas as manhas me dirigi para a escola.

Desta vez não era tão cedo então encontrei vários alunos em meu caminho. Cheguei ao pátio e lá estava ela, o meu sonho venho em minha mente e a vontade de beija-la foi quase incontrolável.

Me contive e continuei caminhando em sua direção.

Estava junto com Ene e um garoto, que eu nunca havia visto antes, Vick abraçada com Leo, e Gilbert com a mão na cintura de Alice.

Assim que me viu se desvinculou do braço do namorado e veio até mim.

–Bom dia! – ela disse me abraçando.

–Bom dia, Alice!

–Tudo bem?

–Ta frio! – e estava mesmo, o clima daquela cidade me deixava louco, ou era muito frio ou muito quente.

–Tirando o frio?

–Bem, mas tá frio! - ela riu da minha insistência – E você, está bem?

–Sim

–Tenho que ir agora. Até mais.

A deixei, ainda com uma irresistível vontade de beija-la, mas segui. Passei por seus amigos e os cumprimentei, Gilbert me parou e me recebeu com um toque de mão, típico dos adolescentes.

Eles me apresentaram Lúcifer, um amigo de infância que havia saído no ano anterior, mas agora estaria de volta.

O garoto era alto com cabelos negros e pele muito pálida. Por cima do uniforme usava um casaco de aviador.

Me despedi deles e subi para minha sala, olhando uma ultima vez para trás. Pude ver Alice voltando para os amigos e recebendo um beijo do namorado, o que fez com que uma súbita raiva viesse até mim.

Cheguei ao meu andar e antes de poder comprinha rotina, fui interrompido pela diretora, que estava na porta de minha sala.

–Bom dia Reo!

–Bom dia diretora!

–Tenho três assuntos rápidos para tratar com você. O primeiro é sobre o que você e a senhorita Nightray viram, espero que possa contar com a sua descrição...

–Não só com a minha, mas a dela também, tenho certeza.- respondi rapidamente

–O segundo é justamente sobre ela. Se quer ter uma aproximação com ela, espere por favor, até a formatura. Se eu a encontrar falando com o senhor novamente dentro da escola, algum assunto não pedagógico, ela será punida, então espero que entenda e transmita o recado...

–Sim, senhora – minha vontade era de matar aquela mulher. Como podia dizer aquilo quando estava aos beijos pela escola com outro funcionário! Não que eu quisesse estar aos beijos com Alice, quer dizer queria, mas...

“Concentre-se Reo!” – me repreendi

–O terceiro é sobre o aluno novo que eu quero que você apresente. Ele vai entrar na sala do 3° ano, sei que é meio tarde para ele entrar na escola, mas suas notas são boas e ele já estudou aqui... – ela deu de ombros e esperou que eu concordasse.

–Tudo bem!

–Vou pedir entao que ele venha até aqui e encontre o senhor. Quer que eu chame Alice de uma vez também?

–Como preferir...

Ela saiu da sala e desapareceu pelo corredor.

“Ótimo! Quando consigo construir uma relação de amizade com Alice tenho que distanciá-la. Que maravilha!”

Não sabia como iria fazer isso, e principalmente não queria fazer.

Passei alguns minutos sozinho, arrumando a sala e esperando os dois.

Alice e o garoto, que anteriormente se identificou como Lion adentraram a sala dos inspetores. Alice tranquilizava o garoto e dizia que eu não era um monstro, que podia falar normalmente comigo.

“Como poderia afasta-la, ela simplesmente era tão doce e tão boa comigo. E eu...”

A cada passo mais perto, mais o meu desespero subia.

Fiquei serio e tentei não transparecer nenhum tipo de emoção, nem carinho nem raiva, nada.

–Reo, podemos entrar? – Alice disse calmamente, como sempre falava comigo

–Sim. – eu disse secamente, mas de forma normal.

–Está tudo bem? – ela perguntou. Eu não deveria estar conseguindo não transparecer sentimentos, ou ela era boa de mais em reconhecer minhas expressões.

–Está – disse de uma forma um pouco mais amena.

–Bom... – ela deu de ombros- a diretora pediu que eu viesse aqui e trouxesse Lion.

–Lion, prazer eu sou Reo, já nos apresentamos lá embaixo, mas agora de forma formal, sou coordenador da escola. – estendi minha mão e o cumprimentei- Eu vou lhe apresentar na sala, você pode só me dar um instante a sois com Alice?

–Claro- o garoto sombrio e com uma voz grave saiu da sala.

–Reo - Alice disse antes mesmo de o garoto sair completamente da sala.- Já pode me falar o que tem de errado?

Ela, ao contrario de Ada, era muito em saber como eu me sentia...

–Nada, só tenho que te pedir uma coisa...

–E o que é?

–Não podemos mais ser vistos juntos, a não ser que seja uma situação escolar.

–Mas por que não? - Ela disse sem entender nada

–A diretora... Ela disse que não nos quer juntos e que se te visse comigo dentro dessa escola conversando algo que não seja pedagógico terá consequências, principalmente para você... – disse com firmeza, mas sem nem respirar no meio, acho que se parasse não conseguiria continuar.

Alice olhava para mim incrédula, parecia tentar assimilar a ideia e formar uma resposta. Começou a balançar a cabeça e disse:

–Eu não ligo... Sabe, de ter consequências e coisas assim. Eu não me importo! – ela sorria, mas de forma indignada - Eu só quero poder falar com você! Eu não sei o que eu seria sem você! Minha vida não teria mais o mesmo sentido - ela fez uma pausa esperando uma resposta, que não obteve. Ela pareceu perceber o que havia falado e tentou se corrigir- Quer dizer... você sabe, é importante por que se tornou meu amigo, e eu gosto muito de você, quer dizer...

–Tudo bem Alice- tentei tranquiliza-la, tinha lagrimas em seus olhos.- Eu entendi. E quero que saiba que vou me sentir muito sozinho sem poder conversar com você, pelo menos não aqui...

– Tem certeza que não podemos fazer nada?

– Não...

Ela sorriu para conter uma lagrima.

– Até mais então, coordenador!

Ela se levantou e saiu. Não correndo, mas em um passo acelerado. Pude ouvir Lion ao longe perguntar se estava tudo bem.

–--------------------

(Pov Alice)

Estava na pia do banheiro e tentava conter as lagrimas que agora passavam de tristeza para raiva.

Eu sempre havia odiado aquela diretora, mas agora queria mata-la, de uma forma que doesse muito, a mesma dor que estou sentindo agora, como se meu coração estivesse levando seguidas facadas, mas insistia em continuar a bater.

“Ótimo! Agora não pode mais falar com ele no único lugar em que vocês se encontravam... Parabéns Alice!”

Lavei o rosto e tentei não deixar visível a minha intensa vontade de voltar a chorar.

Sai do banheiro e voltei para a sala. Reo estava lá, mas não hesitei ao entrar, simplesmente abri a porta, interrompendo seu monologo, e nem o olhei. Sentei no meu lugar e peguei meu caderno, fiquei debruçada sobre ele e quando vi tinha acabado de escrever a frase que tinha dito para ele no sonho que havia tido.

Estávamos na sala do apartamento dele e Reo trazia café para nós dois.

– Sabia que eu te amo? – ele disse se sentando, seu semblante mostrava que aquilo era uma brincadeira que costumava fazer.

– Bom... deixe me pensar – peguei o café de sua mão e o beijei, um ato que fez meu coração parar de bater – Sim

– Que bom...

– Mas Reo, se ela é a única porque está sozinho?


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Notas finais do capítulo

Comentem, please!
Serio, não tenho quase motivação nenhuma para continuar...
Beijos e fui, espero ver vocês nos reviews
—Avia



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