P.O.V. Derek Peter Barllon

Merfinna fez todos esperarem no salão principal. As selecionadas estavam todas com vestidos que tinham o cumprimento na altura do joelho, e os modelos e estampas eram distintos. Elas ficavam no lado direito, todas com posturas retas e alinhadas numa imensa fileira. 15 garotas e uma delas será minha noiva...

– Então senhoritas, vocês deverão cumprimentar as majestades com uma reverência. E principalmente, não falem com eles, a menos que eles se dirijam a vocês. – Merfinna instruía as garotas.

– Sério que ela precisa ficar falando isso? – Nicholas murmura. Estávamos alinhadosno lado esquerdo. Eu e Nicholas tivemos que usar traje formal e coroas – a minha era de bronze celestial e a dele de ouro imperial. Louise ficou com raiva, pois foi obrigada a não só usar a coroa, como também colocar um vestido. Sua expressão chateada chegava a ser divertida. Já Christian usava o uniforme oficial da guarda romana. E sua postura também era formal, notava-se que ele levava a sério e era responsável com seu cargo de guarda.

A trombeta soando atrai minha atenção. As portas do salão principal são abertas, revelando os reis e rainhas de Roma e Grécia. Logo notei a semelhança de Nicholas com sua mãe, que lançava um sorriso em sua direção. Já a postura do padrasto dele era formal e pouco à vontade, mas ele parecia ser uma pessoa legal. Já meu padrasto abriu um sorriso ao me ver, eu me senti mais confortável com ele ali. E minha mãe... a postura perfeita dela e o nariz empinado, mostrava que ela não mudara nada.

As selecionadas seguiram com o conforme – uma reverência após eles entrarem. E eles vieram em nossa direção.

– Merfinna poderia vim até aqui por favor? – A rainha Meliandra, mãe de Nicholas, chamou a tutora.

– Claro Majestade. O que deseja? – a tutora pergunta, era engraçado como seu tom frio nunca mudava.

– Poderia dispensar as selecionadas? Creio que não seja muito confortável elas ficarem ali, todas alinhadas. E também queremos um pouco de privacidade, não era preciso fazer essa arrumação toda só por causa de nossa chegada. – Meliandra fala com suavidade.

– Eu discordo. Uma boa recepção sempre é importante. – minha mãe, rainha Anastácia, contrapõe.

– Oh, Anastácia, mas as selecionadas não ficariam muito à vontade enquanto falamos com nossos filhos. – Meliandra mantém o tom suave. Pelo que conheço de minha mãe, ela fica frustrada pela ordem da rainha de Roma. Mas me surpreende que ela não insiste em fazer sua própria vontade.

– Vou dispensar as senhoritas então. – Merfinna fala, e percebo frustação também em seu tom.

– Senhoritas, vocês podem ir aos seus aposentos. – e uma a uma foi saindo, até que a tutora também saí, fechando a porta consigo.

– Olá meu filho. – ouço Meliandra falar sorrindo para Nicholas.

– Derek! Você está maior. A seleção lhe fez bem não é? – meu padrasto, Christopher, fala orgulhoso me abraçando.

– Sim, a seleção tem sido ótima. – respondo sorrindo alegre, tinha me esquecido como era bom ter a presença de um pai por perto. Eu realmente considerava Christopher mais meu pai do que Zeus.

– Mas não acho que todas sejam rainhas promissoras Derek. Você viu a postura de umas? E teve muitas reverências mal feitas! – minha mãe reclama, como sempre.

– Elas estão se acostumando ainda mãe. Lhes dê um desconto. – falo e ela se frustra.

– O que mocinho? – ela fala irritada.

– Relaxe Anastácia, o garoto ainda está conhecendo elas. E realmente, dê um desconto as garotas. – meu pai intermede, como sempre.

– Afinal, estamos aqui a menos de duas semanas. – Louise afirma.

– Ah, e aqui está você minha pequena. Pelo visto também cresceu, quanto tempo levou para lhe convencerem a se vestir assim? – meu pai abraça Louise com um sorriso brincalhão.

– Quase um século. – brinco e Louise dá um tapa leve no meu braço.

– Vocês não tem jeito. Pode ao menos nos levar para nossos aposentos Derek? – minha mãe, que sempre se achou melhor que todos, fala me olhando acusadoramente.

– Tudo bem mamãe. Me sigam, vou mostrar seus quartos. – e saímos do salão em direção aos aposentos reais.

P.O.V. Nicholas Alexander Ellionder

– E as garotas? Não são tão ruins não é? – o sorriso de minha mãe era animado.

– Não, mãe. Elas são incríveis. – falo retribuindo seu sorriso.

– Ah, está vendo como tinha razão? – ela diz empurrando de leve meu ombro. Eu gostava demais desse seu jeito. Leve e espontâneo. Eu sabia que era única e nunca ninguém conseguiria ser igual a ela.

– Elas parecem ser incríveis mesmo Nicholas. E você, tem se comportado ou já destruiu alguma parte do palácio? – Henry fala.

– Bem, apenas explodi mangueiras de teto e você? Fazendo algum hobbie entediante?

– Nicholas! Ah, por favor. Parem com essas briguinhas bestas. Vocês são já adultos. Não se comportem como crianças. – minha mãe não se importava em falar o que desse em sua cabeça. Claro que como rainha, ela sempre tentava ser educada, mas ela era ela, e não mudaria nunca. E eu nunca iria querer que ela mudasse.

– Tudo bem, não viemos aqui para brigar mesmo meu amor. Eu só peço que tente ser mais responsável Nicholas. Eu me preocupo com você tanto quanto me preocupo com Roma. – Henry fala. Eu não devia ser tão rebelde com ele mesmo. Decide fazer uma trégua.

– Bem, seria bom irmos agora. Quero conhecer o palácio onde meu filho está tendo que escolher uma noiva. – e lá vinha o sorriso de minha mãe novamente.